VII. O RELACIONAMENTO DE PAULO COM A LEI
Agora vamos observar rapidamente como Paulo se relacionou com a lei.
1. Objeção baseada em Gál. 2:21
Eu vou começar com três textos que são usados por outros grupos religiosos contra os adventistas.
Gál. 2:21.
Gál. 3:10.
Gál. 5:4.
Vamos abrir a Bíblia no livro de Gálatas:
Gál. 2:21: “Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão.”
As pessoas dizem algumas vezes para nós: “Os adventistas querem ser justificados pela lei, mas nós somos justificados pela graça.”
Vocês já ouviram isso? Pessoas muitas vezes já me disseram isso. Como explicaremos a verdade para elas? Vejam o que eles dizem: A lei foi para o AT e a graça para o NT.
Lei Graça
Isto é dispensacionalismo. Eles dizem que Gálatas 2:21 dá apoio para isso.
Onde está a falácia nesse raciocínio? Será que Paulo está fazendo um contraste entre Lei e Graça? Vamos ler novamente:
Gál. 2:21: “Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão.”
Está ele contrastando Lei e Graça? Não, ele não está fazendo isso. O que ele está contrastando é: Justiça pela Lei e Justiça pela Graça.
Contrasta:
Justiça pela Lei Justiça pela Graça
AT NT
Ele declara: Se a justiça fosse pela lei, então você estaria negando a graça de Deus. Então, ele na verdade está contrastando com um falso modo de salvação, porque jamais houve eficácia na justiça obtida pela lei. O próprio AT ensinava a justifica pela graça. Nós podemos relembrar nosso estudo anterior, onde tivemos Abraão, Moisés e Davi como testemunhas.
Abraão Gên. 15:6.
Moisés Deut. 30.
Davi Sal. 32.
Lembram? Gên. 15:6. Paulo usa o texto de Deut. 30 e Salmo 32. Todo o livro de Salmos fala sobre justificação pela graça.
Como é que Paulo contrasta o método verdadeiro com o falso método? Quem possuía esse método legalista? Se não vem da Bíblia, de onde veio? De onde Paulo obteve o método legalista de salvação?
Filipenses 3, especialmente o verso 6: “quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na lei, irrepreensível.”
De onde ele obteve isso? Do farisaísmo. E o farisaísmo é bíblico? É uma distorção, é uma construção humana, é uma expressão egoísta da natureza humana: nós não aceitamos a graça de Deus, nós queremos obtê-la, é o mau uso dos Dez Mandamentos.
a) A Lei e Seu Propósito
Com que propósito foi dada a lei? Para salvação? Isto é farisaísmo. Para que objetivo foi dada a lei dos Dez Mandamentos em Êxodo 20? Como começam os Dez Mandamentos? Nos EUA muitos dizem: “Não terás outros deuses diante de mim.” E nas paredes têm os Dez Mandamentos e começam: “Não terás outros deuses diante de mim.”
Eles quase sempre se esquecem do preâmbulo.
Os Dez Mandamentos não iniciam com os mandamentos. Primeiro Deus diz: Eu vou contar a vocês quem Eu sou – Eu sou o seu Redentor.
Os Dez Mandamentos foram dados pelo Redentor para um povo que havia sido redimido. O povo não precisava ser salvo do Egito porque eles já haviam sido salvos do Egito. Por isso que os Dez Mandamentos dizem seguidamente: Não farás isso, Não farás aquilo. A expressão “Não farás isso” não está promovendo uma obra, está proibindo uma obra: “Não farás isso”. Por que não? Porque você não deve perder a salvação que você já tem. Proteja a salvação já obtida. Não busque obter salvação.
Os Dez Mandamentos jamais foram dados para alcançar ou efetuar salvação. Os Dez Mandamentos foram apenas dados como modelo ou guia de instruções de como andar com Deus, porque você já encontrou seu Salvador.
Agora, por que as pessoas tentam guardar a lei para se tornarem aceitáveis a Deus? É um uso inadequado da lei de Deus. A lei é usada no sentido oposto. É um mau uso da lei. A lei foi dada para mostrar os nossos erros, os perigos que podemos enfrentar. E esta é a maneira como o apóstolo Paulo prega sobre os Dez Mandamentos.
Portanto, se você é justificado pela graça por que você ainda necessita da lei? Por que você não pode viver sem lei? Porque a graça não substitui a lei. Porque a graça oferece também o Espírito Santo para levar-nos em harmonia com a lei de Deus. E é por isso que precisamos lembrar sempre de Jeremias 31 e Ezequiel 36. Lá está explicada a nova aliança: “Colocarei a Minha lei em seus corações” e também: “Colocarei o Meu Espírito em seus corações”.
Uma não substitui a outra. Ambas estão em harmonia. E é por isso que precisamos de ambas. Isso é o que torna a vida da nova aliança numa vida renovada. E para essas pessoas num relacionamento perfeito na nova aliança a lei não tem condenação.
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