terça-feira, 13 de abril de 2010

NOVO TESTAMENTO

IV. NOVO TESTAMENTO

Bom dia queridos amigos, eu espero que tenham tido uma boa noite de repouso, que não vão dormir agora, porque temos coisas importantíssimas para discutir.
Pergunto-lhes: Têm certeza de que o assunto de ontem ficou claro para vocês?
Agora vamos entrar no Novo Testamento. Quem sabe seja um terreno mais conhecido. Mas nós só podemos compreender o Novo Testamento, tendo a luz que vem do Antigo Testamento. E somente poderemos conhecer cada livro dentro do seu contexto histórico.
Quantos anos existem no período entre o Antigo e o Novo Testamento? Mais do que 400 anos. É de um modo especial um tempo bastante longo.
Qual foi a história de Israel nesse período? É a velha história dos Macabeus. Precisamos saber isso. Por isso é recomendado que se leia os livros dos Macabeus. E assim conhecendo esses tempos dos Macabeus conheceremos melhor o que aconteceu quando Jesus veio. E saberemos por que eles festejavam a chamada festa haliká – a dedicação do templo, a rededicação, a purificação do templo. E eles criam que era um cumprimento da profecia de Daniel 8:14.
Os Macabeus resolviam os problemas especialmente em cima das epifanias. Os Macabeus haviam purificado o santuário. E é uma festa que eles comemoram até o dia de hoje, também chamada a Festa das Luzes.

1. Mateus
Agora vamos chegar ao livro de Mateus. Para quem Mateus escreveu o seu Evangelho? Quem era a sua audiência? Precisamos saber essas coisas para realizarmos exegese correta das Escrituras. Cada escritor de cada Evangelho tinha em mente uma audiência especial, especialmente focalizando o povo judeu. E por isso ele cita tantas vezes as Escrituras Hebraicas, mais de 100 vezes “para que se cumprisse o que foi dito” e citava. Isto se tornava numa citação de autoridade para os judeus. O povo judeu não estava unificado em uma única opinião.
Durante aqueles 400 anos eles desenvolveram diferentes pontos de vista e diferentes grupos. Assim como no cristianismo nós temos protestantes, católicos romanos, ortodoxos orientais, e dentro de cada grupo nós temos a ala da direita, a ala da esquerda.

a) Quatro grupos: fariseus, saduceus, essênios e zelotes
Dentro do judaísmo foi desenvolvido um partido chamado os fariseus, conduzidos pelos rabinos. Estes eram descendentes dos Macabeus, eram fundamentalistas. Eles criam que eles eram o fiel remanescente de Israel. Eram muito estritos. Eles criam que deveriam viver estritamente dentro de toda a lei. Mesmo os leigos deveriam viver estritamente dentro dos livro das leis que eles possuíam.
Eles eram um bom exemplo dos adventistas do sétimo dia. Devolviam um dízimo ou um duplo dízimo. E na minha família tenho um membro que devolve um duplo dízimo. E agora, é claro, ele não pode voltar atrás e devolver um dízimo somente. Isto seria para ele apostasia. Então agora ele está forçado a pagar os dois dízimos o resto da sua vida para não apostatar.
E por que as pessoas fazem isso? Alguns possuem motivação diferente, mas eu suspeito que uma das motivações seja a de ser melhor. Se você faz mais do que o próprio Deus pediu Deus poderá conceder uma bênção adicional. Você está garantindo com mais segurança a sua salvação eterna. Bem, nós condenaríamos isto, sem dúvida.
Então, os fariseus denominavam-se a si próprios “os separados”, porque o nome fariseu significa “separado”.
Agora, havia outro partido dentro do judaísmo, na maioria composta de sacerdotes, que se chamava saduceus. Eles eram descendentes do sumo sacerdote Zadoque. Eles eram os intelectuais. E geralmente os intelectuais têm uma mente mais liberal. E eles então eram críticos ao extremo sobre a sua própria guarnição. Eles analisavam muito mais as Escrituras. E eles diziam: “Somente os livros de Moisés possuem autoridade. Todos os livros escritos pelos profetas são tradição.” E como conseqüência, eles negavam a ressurreição dos mortos, não criam em anjos. Eles até mesmo criam na filosofia grega da dicotomia entre corpo e alma por ocasião da morte. Os saduceus eram os mais poderosos nos dias de Jesus. Jesus declarou-lhes: “Vocês não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus.”
Mas havia outros partidos. E havia um partido que tanto para os fariseus como para os saduceus era considerado corrupto. E um dos sacerdotes havia se separado do templo de Jerusalém e disse: “Nós não podemos manter contato com estes judeus impuros.” Eles saíram e foram para o deserto e se estabeleceram junto ao Mar Morto. E eles construíam as suas casas em cavernas, e criam: “Nós é que somos o verdadeiro remanescente de Israel.”
Então, dentro do judaísmo havia esta competição real sobre quem era o verdadeiro remanescente. E cada grupo buscava viver uma vida mais estrita do que o outro. Esse terceiro grupo é mencionado pelo historiador Flávio Josefo como os essênios. E parte deste grupo dos essênios vivia na região de Qumran. Os eruditos os chamam de os essênios de Qumran.
Como todos nós sabemos esses lugares do Mar Morto foram feitos após a Segunda Grande Guerra e são os Rolos de Qumran. Eu precisei estudar estes rolos para minha dissertação doutoral.
Mas além desses três havia mais um partido. Eram os ativistas militantes políticos, eram os chamados zelotes. Eles foram inspirados a tomar armas e planejavam matar soldados romanos, e eram muitas vezes inescrupulosos. E por causa de suas convicções eles chegaram ao extremo de assaltar outros judeus.
Agora, todos estes quatro grupos estão representados em Mateus. Quanto mais conhecermos detalhes a respeito desses quatro grupos tanto melhor poderemos ilustrar os sermões dentro de uma produção de sermões. Pastores precisam recriar o esquema histórico dentro dos seus sermões. Pastores precisam ser bons contadores de história. Eles precisam pintar diante dos olhos da audiência um quadro indicando o que aconteceu. E é por isso que eles precisam conhecer a história dos tempos da Bíblia.

2. Personagens do NT

(1) João Batista
Nós temos também no Novo Testamento em primeiro lugar João Batista. Alguns declaram que ele surgiu dos Essênios. Mas isso não é algo que possa ser comprovada. O que se pode dizer é que ele era um solitário que vivia sozinho. Mas ele surgiu de repente com uma mensagem revolucionária. E também foi ao deserto. A sua mensagem era: “Arrependei-vos porque o Messias está no dobrar a esquina. E quem se arrepender deve ser batizado como se fosse um gentio.”
A circuncisão não é boa o suficiente e isso naturalmente era ofensivo aos judeus. Porque para os judeus piedosos eles já eram os filhos de Deus. Se você era circuncidado, você não quereria ser tratado como um gentio. Portanto somente os que precisavam de arrependimento e que se arrependiam poderiam passar pelo ritual do batismo. E claro, o batismo tinha um significado muito simples: era o lavar e o perdão de seus pecados.
O apóstolo Paulo confere ao batismo um significado muito mais ampliado porque concentra em Jesus. Ele disse: “Se vocês foram batizados no batismo de João precisam ser rebatizados no batismo de Cristo.”
João Batista criou em torno de si um grupo de seguidores, e eles acreditavam que eram os verdadeiros remanescentes. E nessa ocasião eles estavam certos porque Jesus aceitou João Batista e seus seguidores como o verdadeiro povo remanescente. O próprio Jesus desejou ser batizado.

(2) JESUS
(a) Jesus, o Filho do Homem
Marcos 10:45 – “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.”
O que significa isto? Se eu não sei nada a respeito eu vou perguntar: O que isto quer dizer? Então vou continuar. Sempre temos que perguntar: O que isto quer dizer? E assim, conhecendo, podemos melhor comunicar a mensagem.
Como Jesus Se chama a Si mesmo? “Filho do Homem”. Por que Ele disse isso? Por que Ele não disse: “O Messias”? Por que Ele disse: “O Filho do Homem”? Ele inventou este título? Ou Ele adotou esse nome das Escrituras? Onde nas Escrituras encontramos esta expressão? De Daniel. Daniel 7:13-14.
É certo que Daniel em visão viu o Messias celestial, que não era chamado O Filho do Homem, mas descrito como alguém parecido como o filho do homem, porque no céu se assemelhava a um ser humano. Portanto, originalmente isso não era o título messiânico, mas tornou-se o título do Messias nos lábios do próprio Cristo.
E mesmo o livro hebraico – o Livro de Enoque – descreve o último juízo como do Filho do Homem.
O que é que este ser celestial, parecido com o filho do homem, recebe como sua missão em Daniel 7? Ele recebe o reinado para todo o planeta Terra. Ele recebe toda a honra, e todo o poder e toda a glória de toda a humanidade, e recebe durante o período do juízo celestial. E por essa razão Ele precisava deixar o céu, vir à Terra para Se tornar o Rei.
Uma hoste total dos anjos O conduz a Deus o Pai como se fosse uma carruagem real, declarando a expressão: “Ele veio ao Pai como numa nuvem.” Não eram nuvens como temos aqui na Terra, mas como nuvens descritas de anjos. E esta é a expressão: “Cristo está voltando com as nuvens dos céus.” Porque quando Ele vier a segunda vez dos céus à Terra, Ele virá com nuvens de anjos. Isso não significa nuvens de chuva. É a mesma nuvem de anjos que foi descrita a primeira vez lá no céu. Mas eu creio que vocês já sabiam de tudo isso.
Em Daniel 7:13 não há sofrimento para o filho do homem, há somente glória e poder. E agora nesse texto que lemos quando Jesus declara de Si mesmo que Ele é o Filho do Homem, isto traria à mente dos judeus uma impressão muito grande: “E onde está a Sua glória de Rei? Onde está a nuvem dos anjos? Por que Você parece tão simples – um carpinteiro? E por que Você está seguindo o caminho do sofrimento e da cruz?”
Vocês estão entendendo as perguntas? Jesus não queria chamar-Se a Si mesmo o Messias, porque o conceito de Messias para os judeus estava politizado – o Messias era uma figura política. Poderão ver isso nos escritos apócrifos dos judeus, nos Cânticos de Salomão que eles possuíam: seria um Messias como no Salmo 2, que viria com espada e com vitória para conquistar o império todo. “Esta vez – declarou Ele – tenho uma missão diferente.”
Vamos ler agora, tendo o conhecimento:
“Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido” como um rei, “mas Eu vim “para servir”.


b) Jesus Veio para Servir
Vamos parar por um momento. Agora estamos no 2º ponto: Ele veio para servir. O que significa isso? Será que quer dizer que Ele veio estabelecer o LaRondelle? Não, não significa isso. Ele veio para um servir muito mais importante.
Agora, qual é o contexto histórico do Antigo Testamento para servir? Onde o Messias é chamado Servo, Servo de YAHWEH?
Isaías 53 é o contexto original. Agora encontramos uma nova perspectiva. Ele percebe a Sua própria missão total na Terra como cumprimento da profecia dada por Isaías no capítulo 53. Desde o seu batismo o Pai declarava: “Este é o Meu Filho amado!”, que eram as próprias palavras de Isaías 42:1. Jesus percebeu que Ele poderia tornar-Se o cumprimento deste Servo de YAHWEH, como está apresentado em Isaías 42-53. Estes capítulos são uma unidade inquebrantável.
Assim estas pequenas indicações provêm de um conjunto no contexto do Antigo Testamento, especialmente de Isaías e formam como seria o Servo do Senhor. Todos nós sabemos que o Servo de YAHWEH viria para sofrer e morrer. Seria como um “homem de dores, rejeitado pelos homens”. Ele entregaria a Sua alma à morte para que muitos pudessem ser justificados.
Isso é a altura máxima a que chega o Antigo Testamento. E isso explica o porquê da morte de cordeiros, de touros, de bodes e o que estes sacrifícios apontavam e para Quem. E esse é o único lugar onde os sacrifícios feitos no santuário são explicados. É o clímax máximo da soteriologia (doutrina da salvação) no Antigo Testamento.
E Jesus cita este texto em outro lugar: Lucas 22:37.
Jesus compreendia que em Isaías 53 estava o padrão, o modelo do porquê Ele havia vindo a este mundo. E tudo está incluído na explicação de servir que Jesus deu: “Vou dar a Minha vida como resgate.” E outra palavra para “resgate” é substituto.
Jesus Cristo veio como um Sacrifício expiatório para cumprir todos os sacrifícios dos rituais do templo. E isso foi a surpresa. O divino Filho do Homem o que fez Ele? O que é que Jesus fez com Daniel e Isaías? Ambos eram profetas messiânicos, mas nenhum rabino jamais havia combinado a ambos os profetas. Jesus foi o primeiro no judaísmo que uniu o Messias celestial com o Messias-Servo.
Nem os próprios discípulos de Jesus entenderam isso. E mesmo quando Ele morreu ainda assim os discípulos não entenderam, e eles disseram: “Nós pensamos que Ele viria para remir a Israel!” Mas todas as suas esperanças se desvaneceram quando Jesus foi sepultado no túmulo de José de Arimatéia.
Agora vocês podem compreender esse gênio revolucionário de Jesus? Ele disse: “O Filho do Homem precisa em primeiro lugar de servir e se transformar num Servo.” Ele primeiro precisa sofrer para depois poder ascender em glória. Assim como está no Salmo 2.
O mesmo podemos dizer da vida de Davi. Davi foi rejeitado – até pelo próprio Samuel. Mas depois Deus disse para Samuel: “Você deve ungi-lo.” E Davi foi perseguido por Saul, e ele precisava viver escondido em cavernas como um animal, mas depois disso ele foi ungido três vezes para tornar-se rei. E ele descreve esse movimento que é a humilhação e a exaltação. Isto está no Salmo 22. É um maravilhoso salmo para pregar. Porque nós temos em Davi um quadro histórico do que aconteceria com o Messias.
A primeira parte do Salmo 22 fala de dor, perseguição, sofrimento. Ele declara: “Os meus perseguidores venderam as minhas roupas, e eles estavam ferindo as minhas mãos.” Mas no verso 22 diz que veio a libertação para ele. E então das profundezas da morte Davi é erguido triunfalmente para a glória e soberano rei sobre Israel e todas as nações.
Esta história do Salmo 22 é uma história dramática. Mas você tem que apanhar o salmo como uma unidade indivisível. E Jesus lia o Salmo 22. O que é que Ele citou literalmente do Salmo 22? “Meu Deus, Meus Deus por que me abandonaste?” Mas Jesus não cria somente no verso 1, isto era apenas uma citação importante. Ele quando citou isso, o salmo inteiro estava na sua mente. Por isso na cruz, em Seu coração, Jesus não estava em desespero. Ele confiava que Deus cumpriria a segunda parte do salmo nEle, que Ele ressurgiria como o glorioso Filho de Deus.
Portanto, Jesus possuía um tremendo conhecimento bíblico. Jesus encontrou a Sua própria identidade nas Escrituras. Ele denominou-Se a Si mesmo usando palavras e termos bíblicos.


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