terça-feira, 13 de abril de 2010

A RELAÇÃO ENTRE AS ALIANÇAS

III. A RELAÇÃO ENTRE AS ALIANÇAS

O ponto em foco é que nós estamos vivendo sob a nova aliança e não mais na antiga aliança. A sugestão que surge comumente é de que então não precisamos mais observar o sábado. Portanto a essência de nosso estudo é compreendermos a relação entre as alianças de Deus.

Introdução: O Dispensacionalismo de Scofield
É claro que vocês já ouviram falar sobre o Dispensacionalismo. A famosa Bíblia de Scofield que possui as suas próprias referências.
O dispensacionalismo consiste basicamente em contrastar as dispensações.


Moisés Cristo
LEI GRAÇA
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Assim, ele diz que desde Moisés até Cristo nós temos a dispensação da LEI. Ele diz que somente desde Cristo na Sua ressurreição nós temos a dispensação da GRAÇA.

Mas o protestantismo histórico e o adventismo do sétimo dia têm outra abordagem. E o ensino básico é: do Paraíso Perdido até o Paraíso Restaurado lei e graça andam de mãos dadas, lado a lado.

LEI e GRAÇA




___________________________________________

E alguns adventistas estão indo agora para este esquema dispensacionalista, como se a antiga aliança fosse uma aliança baseada unicamente na lei; e de que a nova aliança fosse baseada na graça bem como no Espírito Santo. Portanto, chego à conclusão de que o E. Santo veio para substituir a lei.

LEI GRAÇA
¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬antiga aliança nova aliança (E. Santo)
_______________________¬¬¬¬__________________________

Então, analisando este problema, podemos chamar o testemunho de três pessoas do Antigo Testamento. Vamos perguntar se conheciam algo sobre salvação pela graça.
Vamos primeiro perguntar a Abraão, vamos perguntar a Moisés e perguntar ao rei Davi. Todos eles pertenceram à antiga aliança, e por isso temos que ouvir o testemunho deles.

1. Primeiro personagem: Abraão
Será que Deus fez uma aliança com Abraão? Gên. 12:1-3. É repetida a aliança com Abraão em Gên. 15:6.
Vamos abrir nossa Bíblia e vamos examinar estes versículos.
Gên. 12:1-3: “...”
Agora, esta é uma aliança que Deus faz com Abraão. Abraão é escolhido por Deus para receber a herança, mas não para proveito próprio. São escolhidos para uma missão universal de serem uma bênção a todas as famílias da Terra. Portanto, Deus abençoa a Abraão e a seus filhos para que eles sejam uma bênção para toda a humanidade.
Mas aqui encontramos a continuidade de uma promessa anterior. Uma promessa feita por Deus a Adão e Eva em Gênesis 3:15. Deus prometeu ao casal que de um descendente deles viria um Redentor, que iria destruir o seu inimigo, a serpente. Seria um Redentor sobre-humano. E Ele iria restaurar o Paraíso à humanidade. Desde os primórdios, desde o início Deus tinha um plano de redenção global.
Deus nunca escolhe alguém para proveito próprio. Deus escolhe pessoas para que se tornem uma bênção ao povo. E essa primeira promessa de Gênesis 3 é o início da aliança da graça. Aqui se inicia uma aliança não de lei mas da graça. Tão logo surgiu o pecado também houve um Salvador. Portanto Deus não esperou para oferecer Suas promessas de graça até que fossem necessárias.
Esta promessa de Gênesis 3:15 é muito abrangente. Não pôde ser plenamente entendida. Mas Deus começou a revelar-Se e a revelar gradualmente mais a respeito de Sua aliança da graça. Deus começou gradualmente a revelar que o Redentor viria da descendência de Noé através de seu filho Sem. E um dos filhos de Sem foi Abrão. Podem ler isto em Gênesis 11. E então Deus diz que o Redentor viria do clã ou da descendência de Abraão.
Mas Abraão não tinha filho. Não podia ter filho através de sua esposa Sara. Agora, como Deus podia prometer-lhe um filho, quando ele não tinha filhos? Será que Deus está tentando nos ensinar algo disto? De que o Redentor viria sem nossa cooperação pessoal, de que seria tudo obra de Deus?
Em agora em Gênesis 12:1-3 nós temos um desenvolvimento desta promessa original feita em Gênesis 3:15. Gênesis 12 contém uma promessa messiânica que foi gradualmente melhor entendida mais tarde.
Vocês podem ler isso também em Gálatas 3. A bênção de Abraão é também a bênção do Messias.
Agora temos que avançar até Gênesis 15 e ver como Deus revela mais a respeito da Sua promessa a Abraão. Nós deveríamos considerar primeiro os 6 versículos, mas deixem-me resumir para vocês.

a) O Nome do Deus da Aliança
Deus Se revela a Abraão como sendo o SENHOR. A Palavra hebraica para SENHOR é YHWH. Ninguém sabe como pronunciá-la corretamente, e no Israel antigo somente o sumo sacerdote conhecia como pronunciá-la e ele a pronunciava uma única vez no Dia da Expiação. Nem os próprios rabinos judeus pronunciavam este nome sagrado. Até hoje eles não o pronunciam. Os judeus usam a palavra substituta ADONAI que significa Senhor ou Mestre. E quando combinamos estas duas palavras encontramos uma distorção, e então achamos a palavra Jeová. Mas isso agora tem sido rejeitado por todos os eruditos tanto judeus como cristãos, porque agora eles descobriram que Jeová é uma amálgama de duas palavras diferentes. E então hoje eles reconhecem que a pronúncia mais apropriada seria YAHWEH.
Havia muitos deuses que no hebraico eram chamados genericamente elohim. Deus declarou: “Não terás outros elohim diante de Mim.” Mas o nome YAHWEH é o nome pessoal de Deus. E Deus explica o Seu nome dizendo: “EU SOU o que sou.” E quando Deus enviou Moisés a Faraó Ele disse: Você vai porque Eu serei fiel à Minha promessa.
Então, YAHWEH é também o nome do Deus da aliança. Assim, lembre que ao você ler SENHOR em letras maiúsculas, não está dizendo Elohim mas diz YAHWEH. E sempre se refere ao Deus que promulgou uma aliança dentro do esquema das alianças.
Olhemos a Gênesis 15:1: “Depois destes acontecimentos, veio a palavra do SENHOR a Abrão, numa visão.”
Aqui encontramos a palavra YAHWEH, porque Deus já fez alianças antes – em Gênesis 3 com Adão e Eva, e depois com Abraão em Gênesis 12. E o Senhor o conduz para fora na noite escura, e Deus perguntou a Abraão: Você está vendo todas estas estrelas? Quantas são, Abraão? Quantas estrelas você pode contar com os seus olhos?
Se sua visão for boa, você pode contar cerca de 5.000 estrelas a olho nu, mas sabemos que há muitas mais. Há mais do que trilhões de estrelas. Com o rádio-telescópio mais moderno, eles estão descobrindo galáxias como a nossa Via-Láctea e constelações no infinito dos céus não antes penetrado. Até o presente o número total de estrelas, constelações, quazars e corpos celestes conhecidos não foi numerado.

E Deus disse a Abraão: “Será assim a tua posteridade.” E então nós lemos o versículo 6: “Abrão creu em YAHWEH, e isso lhe foi creditado como justiça.” (Gên. 15:6, NVI).
Este texto é um dos mais importantes de toda a Bíblia, porque este texto nos revela como nós poderemos ser reconciliados e até salvos por Deus. Mostra-nos como podemos ter paz com Deus. É a abordagem básica de chegarmos a Deus. Não por qualquer coisa que façamos ou obedeçamos mas como Abraão creu na promessa, crendo na palavra de Deus, teve que resposta da parte de Deus?
Vamos ler a segunda parte do versículo 6: “E isso lhe foi creditado como justiça.”
Que quer dizer isso? Justificação pela fé. É justificação pela fé.

b) Justificação pela Fé e Sua Raiz no AT
Quando vocês entenderem o apóstolo Paulo coloca a sua âncora nestas palavras, ele diz: Este é o Evangelho de Jesus Cristo, e este é o meu próprio Evangelho. Não temos outro método de salvação. O método de Abraão é a coluna mestra do cristianismo. E aí está a unidade entre os hebreus e o mundo cristão. E o apóstolo Paulo desenvolve isso em Romanos 4.
Vamos ler e vejamos com nossos próprios olhos o que Paulo destaca. Eu quero que vejam o que eu estou vendo.
Comecemos com o versículo 1 [NVI]: “Portanto, que diremos do nosso antepassado Abraão?”
Versículo 2: “Se de fato Abraão foi justificado pelas obras, ele tem do que se gloriar, mas não diante de Deus. 3Que diz a Escritura? “‘Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça.’ ”
Que texto Paulo está citando? Gênesis 15:6. E ele usa o exemplo de Abraão como um cristão ou um gentio assim como um judeu encontra justificação.
E o que é justificação? Deus credita a nossa fé como se fosse a própria justiça. Só que agora a nossa fé é fé em Cristo. É a mesma fé, a mesma confiança e está centralizada numa promessa em uma Pessoa, Jesus Cristo. Fé em Cristo é abraçar a Cristo. É abraçar uma Pessoa e não uma doutrina. É um relacionamento pessoal, é um relacionamento de aliança.
A aliança de Deus não é um pedaço de papel. Deus não é um Advogado, Ele é o Criador e o Redentor, e Ele declara: Se você aceitar a Minha promessa, nós nos tornaremos amigos, você se tornará Meu filho novamente, você andará comigo enquanto viver, e você também andará como Enoque comigo por toda a eternidade. No momento em que você aceita as promessas de Deus em Jesus Cristo você é justificado. Eu prometo.
Isto é garantia de salvação. Escreva isto! Justificação pela fé é certeza de salvação. Escreva isto, por favor, porque você precisa passar isso adiante. Por isso eu repito: Justificação pela fé traz a segurança de nossa salvação pessoal.
Nós, como pastores adventistas, cremos nisso, não é verdade? Vamos contar isso aos nossos filhos, vamos contar aos interessados que vêm a nós para estudar a Bíblia. Vamos pregar isso em nossos sermões. Porque muitos na congregação estão perturbados e inseguros. Muitos dos jovens adventistas nos EUA não têm certeza de sua salvação. Porque todo o mundo anda preocupado com normas e regras e princípios sobre santificação, e nós confundimos as pessoas: “Faça!” e “Não faça!” Eles pensam: “Se eu não fizer o suficiente, eu vou perder a vida eterna.” Em Seus corações paira uma grande dúvida: “Será que eu sou bom o suficiente para enfrentar o juízo?”
Que nós voltemos à promessa total de Deus. Você não é aceito diante de Deus porque você obedece, você tão somente é aceito quando crê em Deus. A obediência não é a raiz, ela é apenas o fruto da nossa salvação. E muitos pensam que a obediência é a raiz e que salvação é o fruto.
E você perguntaria agora: O que isso tem a ver com a velha aliança? Não deveríamos mais então falar sobre Moisés e a lei? Mas poderíamos nós desligar Moisés de Abraão? Ou deveríamos então começar com Moisés? Não, Moisés veio depois de Abraão. Temos que começar com Gênesis 3:15, e então caminhar na história até Abraão, em Gênesis 12 e 15. E assim como Abraão foi salvo assim também nós o seremos.
Vamos olhar mais uma vez a Romanos 4, versos 23-25: “...”
E isto não seria uma aplicação apropriada para hoje? Nós até podemos concluir que Gênesis 15:6 é a coluna mestra da fé cristã. Que nós voltemos sempre para esta coluna mestra, e vamos demonstrar que nossa fé possui raízes antigas – não começa com Jesus Cristo – ela começou com YAHWEH e Abraão.
E se você tiver na congregação judeus ouvindo a mensagem, eles se sentirão preocupados: Ah, a fé hebraica, ainda está em funcionamento. Isto constrói pontes para pregarmos ao povo judeu. É a chave para a evangelização dos judeus. E Deus deseja também ter em cada igreja um conjunto de crentes judeus carnais.
Se nós não fizermos o nosso trabalho para a conversão dos judeus, Jesus não voltará – assim declarou a Sra. White. Você pode desgastar-se tentando conquistar Porto Alegre, mas se você não trabalhar para a conversão dos judeus, você vai retardar a vinda do Senhor Jesus. Deus está conclamando dentre vós alguns que vão trabalhar pelo povo judeu.
A Associação Geral publicou um pequeno livro contendo todas as citações de Ellen White referente à evangelização dos judeus. Nós temos que voltar às nossas raízes hebraicas. A fé cristã é o desenvolvimento e a ampliação da fé hebraica.
Agora vocês podem ver que a ênfase que declaramos no princípio se torna cada vez mais forte porque a dispensação da lei, da graça, elas andam juntas desde o Paraíso Perdido até o Paraíso Restaurado.
Quem justificou Abraão?
Não foi um sacerdote, não foi Melquisedeque, foi o próprio Deus; e esta é a garantia de salvação. Deus colocou Abraão num relacionamento correto com Si mesmo. Qual foi o resultado?
Gênesis 26:5 – “Abraão me obedeceu e guardou meus preceitos, meus mandamentos, meus decretos e minhas leis.”
Portanto a ordem é: justificação e então santificação. Justificação é a raiz; santificação é o fruto; e a glorificação é a consumação. E nesta ordem, no livro de Gênesis: justificação, santificação, glorificação. Sim, Enoque andou com Deus e foi glorificado. Está tudo isso no livro de Gênesis, e assim será também hoje.

2. Segundo Personagem –Moisés
Mas como isso aconteceu lá na aliança mosaica? Com Moisés foi feita a aliança mosaica.
Lemos isto no livro de Êxodo 19-24, 34, e o livro todo de Levítico, especialmente os caps. 4 e 16.

a) Aliança com Moisés, Continuação da Aliança com Abraão
O que é que Deus revelou a Moisés? Um método diferente de salvação? Não! Deus nunca muda o método de salvação. A aliança de Deus com Moisés veio depois de Sua aliança com Abraão. Será que a aliança com Moisés substituiu a aliança com Abraão? Aí está uma pergunta crítica.
Vamos agora a Gálatas cap. 3. O apóstolo também lutava com esses assuntos.
Gálatas 3:21: “É, porventura, a lei contrária às promessas de Deus? De modo nenhum!”
Nós vemos que no pensamento do apóstolo Paulo, a aliança com Abraão entrava em continuidade com a aliança com Moisés. A aliança de Deus com o povo Israel: o povo tinha que se aproximar do sacerdote levítico lá no santuário. Isto está descrito em Levítico 4. Então eles apresentavam o seu sacrifício de sangue, confessavam os seus pecados. E o que fazia o sacerdote? Ele aspergia o sangue diante da Presença ou do shekinah. E o que significa esta aspersão de sangue? Aquele ritual significava graça expiatória. Então o sacerdote pronunciava o significado: “Os seus pecados estão perdoados.”
Justificação pela fé.
Aquilo que Deus fez diretamente com Abraão em Gênesis 15:6 – o que Ele fez? – Ele creditou a favor dele a Sua justiça, e o mesmo modo de salvação agora prossegue através de sacerdotes levitas. E aí está a função exercida pelo sacerdote como um ungido.
Mas nós muitas vezes podemos interpretar mal isto. Alguns sacerdotes eram muito rápidos em perdoar, e outros eram relutantes em conceder o perdão. E então Deus enviava um profeta para reprovar o sacerdote. Assim Deus utiliza profetas e sacerdotes para complementar um ao outro para que Israel pudesse encontrar o seu caminho apropriado através da fé. Isso demonstra que a aliança com Moisés também estava baseada na justificação pela fé.
O sacerdote falava com autoridade, com autoridade de Deus: “Os seus pecados lhe são perdoados.” Eles jamais diziam como os sacerdotes católicos declaram: “Eu te absolvo!” Não, os sacerdote levitas jamais diziam: “Eu te absolvo!” Eles declaravam: “Os seus pecados lhe são perdoados.” Ele pronunciava o perdão de Deus. E esta é a compreensão protestante também. O sacerdote ou o pastor pode declarar: “Você está perdoado.” Mas não podemos advogar para nós mesmos que temos o poder de perdoar pecados. Esta é a obra do anticristo, e é a própria essência do anticristo: usurpar o poder do perdão.
Somente Deus pode perdoar. E nisso é que consiste a segurança de salvação. Então a aliança mosaica é uma continuidade da aliança com Abraão.

b) Amor: a Motivação do Relacionamento com Deus
Agora vamos ver Deuteronômio 6. Como Moisés explica o relacionamento com Deus.
Deut. 6:5 e 6: "Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força. Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração."
Aí nós encontramos que a obediência nunca foi meritória para a salvação.
Qual é a motivação apresentada neste texto? "Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus." Com o coração parcial? Não, de todo o teu coração, de toda a tua força.
Mas o amor não pode ser um mandamento ordenado. Como é que pode se declarar: "Você precisa me amar!" Se você exigir de sua namorada, quando você era jovem: "Você deve me amar!", ela dirá: "Eu não quero amá-lo."
O amor não pode ser forçado. Como, então, poderemos amar a Deus?
A Bíblia de vocês começa com o livro Deuteronômio? Gênesis, Êxodo. Primeiro vem estes outros livros.
O que aconteceu com Israel no livro de Êxodo? O que Deus fez por uma nação que estava em destroços por causa da mão poderosa de Faraó? Faraó declarou: Todos os bebês masculinos serão jogados no rio Nilo. Israel vivia debaixo de um decreto de morte. Uma nação sem meninos não pode sobreviver. Então Deus os libertou da morte. E após dez pragas, Deus levou o Egito à humilhação. Mas quando eles foram perseguidos pelo exército de Faraó, esse exército foi submergido no Mar Vermelho. Isso está em Êxodo 14.
Agora, tendo sido remido de maneira tão extraordinária, qual seria a reação normal de um povo? O que Deus esperava deles após a libertação? Do que trata Êxodo 15? O que eles começam a cantar? O cântico de Moisés. Êxodo 15 devia ser memorizado porque nós iremos cantar esse cântico no céu. E é claro cantaremos também o cântico do Cordeiro. Vamos cantar em harmonia com os hinos hebreus – eles vão cantar o baixo e os cristãos o tenor – e vamos cantar em uma harmonia sinfônica o cântico de Moisés e o cântico do Cordeiro.
Será que um substitui o outro? Ou ambos se complementam? O cântico de Moisés é complementar e ampliado pelo cântico do Cordeiro.
Mas lemos na carta de João: “Nós O amamos porque Ele nos amou primeiro.” (1 João 4:19 – KJV, RC).
Quem toma a iniciativa para nossa salvação? Vocês não estão tomando a iniciativa para sua salvação. Mas vocês dirão: “Não, mas eu comecei a procurar, eu comecei a orar.” Mas isso não é o começo, isto é a resposta ao poder e chamado de Deus. O Espírito Santo atrai todas as pessoas, e aqueles que não resistem serão atraídos e amarão a Deus pelo que Ele fez por eles.
Agora nós podemos entender melhor Deuteronômio 6:5. Aconteceu depois da sua libertação no êxodo.
E então lemos no versículo 6: “Estes mandamentos que hoje lhes concedo estarão sobre o seu coração.” (New International Version).
Onde deveriam estar os mandamentos de Deus? Nas mãos? Nos pés? Ou no coração? Deus não Se agrada de que haja um ajustamento externo com a Sua vontade. Deus quer que nós Lhe obedeçamos a partir do nosso coração. Deus quer obediência que provém do coração.
Mas vocês dirão: “Pr. Hans, parece que o tempo todo você está falando sobre a nova aliança.” Então eu lhes digo isso: A nova aliança é apenas a renovação da antiga aliança. Nós não deveríamos buscar a ênfase em contradições, contrastes, mas a continuidade.
Claro que há um desenvolvimento, há um avanço. Nós encontramos em Cristo a promessa e a lei concretizada. Jesus não substituiu a lei dos Dez Mandamentos. Ele incorporou os Dez Mandamentos. Ele disse em João 15:10: “Eu tenho obedecido a todos os mandamentos de Meu Pai.”
Então quando pessoas dizem: “Eu fico com Cristo; você fica com Moisés e a lei!” nós já podemos perceber que estamos ali tratando com o dispensacionalismo.
Vocês precisam ser doutores em teologia. Vocês percebem o sintoma da doença e o diagnóstico. Qual é o remédio? Jesus incorporou a lei em Si mesmo.
Por que você guarda o sábado do sétimo dia? Você diz: “Está aqui – Êxodo 20!” Eu jamais faria isso. Eu diria: “Porque Jesus é o meu Exemplo, Ele guardou o sábado. Ele apenas rejeitou o halakôt, ou seja, as regulamentações rabínicas.”

3. Terceiro Personagem: Davi
Passaremos agora a estudar a terceira testemunha sobre o método de justificação e santificação na antiga aliança.

a) A Confissão de Davi no Salmo 32
Vamos ler abrir o Salmo 32. É um salmo de Davi. É considerado por unanimidade que a base deste salmo está em 2 Samuel 11 – a experiência de Davi com Bate-Seba e seu marido hitita Urias. Nós conhecemos bem a história e também é muito apropriado lermos o que a Sra. White escreveu a respeito, e é um bom assunto para pregar. Temos que entrar no espírito de arrependimento, e que veio só após o profeta Natã chegar a Davi e convencê-lo de que ele realmente havia pecado.
Quanto tempo demorou para que Davi se arrependesse após ter cometido esse adultério e homicídio de Urias? Quanto tempo demorou até que ele se arrependesse? Alguém já sabe? Um ano.
Sim, resposta exata, um ano, depois que o bebê nascesse.
Deus possui uma longa paciência. E Deus precisou usar um profeta especial para trazer Davi à realidade.
Agora, quando Davi foi quebrantado, ele se arrependeu de fato. Como podemos saber? Porque ele escreveu sua confissão pessoal em dois salmos: Salmo 32 e 51.
E por que estes salmos estão na Bíblia? Para termos pena de Davi? Para sabermos que ele foi um fracasso total? Ou existe por trás dos salmos um propósito mais elevado?
Será que Deus queria que esta confissão fosse gravada para se tornar uma inspiração ou uma confissão inspirada para que todas as gerações posteriores até nós, até mim, pudessem receber a inspiração? Para que adúlteros e assassinos soubessem que ainda há esperança? Estes salmos foram escritos para que nós nos identifiquemos totalmente com esta condição de pecadores, para que possamos dizer: “Este sou eu.”
Talvez você não tenha uma oportunidade de adulterar e de matar, mas você está intrinsecamente nesta mensagem.
Então vamos agora examinar cuidadosamente este Salmo 32. Este é um dos 7 salmos denominados salmos penitenciais usados nos rituais do templo pelo povo judeu, e eram recitados pelos corais, especificamente no Dia da Expiação para inspirar todo o Israel para conseguirem a obediência do mesmo modo como Davi a conseguiu.
“Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada, cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não atribui iniqüidade e em cujo espírito não há dolo.”
Onde está o arrependimento aqui? Eu não estou vendo muito de arrependimento neste versículo. Eu vejo mais alegria. A tradução pode ser: "Feliz o homem aquele cujo pecado foi perdoado." Mas esse é o resultado final do perdão, é a fruto do verdadeiro arrependimento. É o estilo judaico de escrever. A conclusão maior vem no início de uma declaração.
Cada salmo é construído de uma maneira espetacular como uma poesia, na qual o início e o fim se correspondem mutuamente. Portanto cada salmo possui uma estrutura chamada quástica que une o conteúdo total do salmo numa unidade indivisível. Ao pregarmos sobre os salmos exige-se uma pregação do salmo como um todo. Não é bom tomarmos um verso isolado de um salmo e pregar. Isto é trabalho de amadores, leigos, mas para profissionais – pastores – eles tomam o salmo como um todo. E é por isso que Deus deixou 150 sermões prontos para você. Cada salmo grita pra você: "Por favor, pregue-me, pregue-me!"
Mas é o livro mais difícil da Bíblia de ser pregado, porque nós precisamos primeiro reconstruir a parte histórica. E não há nenhum outro livro da Bíblia como os salmos que tenha enfrentado tantas novas e revolucionárias descobertas.
Eu tenho na minha biblioteca um conjunto de comentários sobre os salmos daqui até a tela. É uma mina de ouro. Alguns são melhores do que outros, e eu estou-lhes dando o melhor. E então eu entrego a vocês os tesouros que encontrei. Exige muito trabalho. Mas é por isso que recebemos o nosso pagamento todos os meses.
Cada pastor deveria estudar pelo menos 3 horas por dia, porque ele precisa alimentar as almas não apenas de pessoas ignorantes, mas de pessoas com acuidade mental elevada.
O Salmo 32 enfatiza 3 vezes o assunto do perdão. Os crentes hebreus sempre diziam duas vezes a mesma coisa. É o estilo literário chamado paralelismo. E precisamos entender as regras hermenêuticas para podermos interpretar a Bíblia corretamente. Porque cada coisa é dita com uma variação de palavras. A linha seguinte explica a anterior.
Mas agora é importante que nesse Salmo 32 nós encontrarmos isso três vezes. Aqui nós encontramos 3 vezes. E em cada vez seguinte há uma variação. "Transgressão", depois "pecado", e então o terceiro termo para pecado: "iniqüidade". Três palavras diferentes para significar pecado. Três palavras: pecado, transgressão, iniqüidade. Isso significa que não há pecado de nenhuma espécie que não possa ser perdoado.
Mesmo aqui a palavra mais forte para o pecado, que é paixão está incluído. Em Daniel 8 o chifre pequeno comete rebelião. Está incluído no princípio de perdão. Até mesmo pecados voluntários e planejados podem ser perdoados. Mas qual é a condição do perdão? Agora isso transparece nos próximos versos.
Verso 3 e 4: "Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio."
Estes versos foram escritos depois dos versos 1 e 2, mas aconteceu antes. E é assim que a história começa de fato. Ele conta com sinceridade que não tinha a coragem de arrepender-se e de confessar.
O que está à raiz nesta disposição de não confessar? Justificação própria. Este é o nosso problema. Não queremos demonstrar nossa face real, podemos esconder dos homens mas diante de Deus Ele vê o coração. E Ele espera uma confissão sincera. Se não confessamos a Deus nos tornamos doentes. E Ele declara isto: "envelheceram os meus ossos".
A Psicologia e a Psiquiatria moderna confirmam isto. Se você tem ansiedade, amargura e ódio em seu coração, você poderá desenvolver úlcera e causar morte prematura.
E Davi estava como que se consumindo, sentia em sua consciência a condenação da ira de Deus. Ele disse: "a tua mão pesava dia e noite sobre mim". Isso é explicado no Salmo 38:2 e 3.
O que acontece no verso 5? "Confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniqüidade do meu pecado." (Sal. 32:5)
Este é o coração deste salmo. Este é o único lugar na Bíblia que declara explicitamente que podemos alcançar perdão somente após a confissão. Isto é muito importante. Ele declara: "Confessei-te o meu pecado." Depois de um ano inteiro ele chegou à realidade e declarou: "Senhor, eu pequei." O próprio Deus gostou, Deus finalmente ficou feliz.
Quando confessamos os nossos pecados quanto tempo demora para recebermos o perdão? Quanto você tem que esperar? Mais de um ano? Quanto tempo?
Eu tenho perguntado a algumas pessoas que estão à beira da morte: "Quanto tempo você precisa esperar para receber o perdão?" Eles dizem: "Não sei."
Vamos ler 1 João 1:9: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça."
Este é um outro texto que corresponde a este. Lembrem, a velha aliança e a nova aliança trabalham em cima do mesmo processo de perdão. A velha e a nova aliança em união uma com a outra. E aí está o coração do evangelho.

b) Em Sua Teologia, Paulo em Romanos 4 Cita o Salmo 32
Vocês sabem onde no Novo Testamento o Salmo 32:1 e 2 é citado? Vocês precisam saber disso para poderem ensinar. Romanos 4. Bem, nós já vimos algo dele um pouco antes. Romanos 4 é contém tesouros também.
Vamos lá. Qual foi o primeiro pilar que ele mencionou sobre o evangelho no livro de Gênesis? Ele citou Gênesis 26 a Abraão. Ele está citando para a igreja cristã que a mensagem que a mensagem que ele apresenta agora é basicamente a mesma mensagem dada por Deus a Abraão. Porque para Paulo perdão de pecados era idêntico a justificação pela fé. Mas justificação é mais do que perdão, é mais do que um acerto de contas. Justificação tem duas transações, e isso se torna mais claro na experiência de Davi no Salmo 32.
Agora vamos nos assentar aos pés do apóstolo Paulo e leiamos Romanos 4:4-8: "..."
Vejam que ele apela não somente para Abraão, mas agora ele cita e apela também para Davi. O apóstolo Paulo para o seu próprio evangelho tinha duas grandes testemunhas: Abraão, justificado pela fé somente e agora o rei Davi, que caiu em profundo pecado, mas encontrou reconciliação com Deus que tinha perdoado aqueles profundos pecados. E o que significa isto?
Salmo 32:1 e 2: "..."
O verbo hebraico significa são tomados e jogados fora. O fardo da culpa é removido.
"o pecado é coberto". É outro símbolo para o sangue expiatório. Deus cobre porque Ele não deseja mais ver estes pecados. Ele não Se lembrará mais dos seus pecados. É claro que Deus pode Se lembrar, mas Ele não quer trazê-lo de volta novamente. Nem mesmo no dia do juízo. Nunca! Nem mesmo durante o milênio. E por toda a eternidade eles são lançados nas águas e cobertos para sempre. O perdão de Deus é sempre absoluto. É algo sobre o que precisamos refletir.
Porque nisso podemos encontrar uma tensão entre os ensinos adventistas com relação ao juízo investigativo. Deus está de novo olhando nos livros os seus pecados. Isso pode causar problemas mentais. Quem sabe Deus não me perdoou de fato. Tudo é condicional. Mas para Davi perdão era o mesmo que purificação, é erradicar do coração.
Podem ler isso no Salmo 51. Ele identifica perdão com purificação. Junte os dois salmos, e então Davi percebe que ele foi colocado numa relação correta ideal com Deus.
Como é que Paulo explica isso? Vamos olhar de novo para Romanos 4:6, Davi declara a mesma coisa. O que ele diz então? Davi no Salmo 32 diz a mesma coisa que o apóstolo Paulo prega em suas cartas. Portanto Davi nos salmos já possuía o próprio evangelho. Assim, tanto a antiga aliança como a nova aliança possuem o quê? O mesmo evangelho. Há uma continuidade. Isso é muito mais importante que colocarmos uma descontinuidade entre ambas. A continuidade está contida na substância, e a descontinuidade está contida nas formas de adoração. Na antiga aliança refere-se à adoração no santuário à morte de animais substituintes e também na forma do sacerdotes levíticos.
Agora vamos ler a próxima linha em Romanos 4:6 – "E é assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independentemente de obras."
Compare isto com o Salmo 32:1 e 2. Você vê uma diferença e uma progressão, um desdobramento. Davi não fala de justificação, ele declara apenas no Salmo 32: "Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não atribui iniqüidade." Davi fala de uma bênção no aspecto negativo. Ele diz: "Não atribui" – é um aspecto negativo de descrever. "Não atribui" – mas já é uma bênção. Mas Paulo toma a frase e a apresenta de modo positivo. Paulo diz que isto é o mesmo que aquilo que Deus fez com Abraão. Ele credita justiça em vez de creditar pecado. Paulo vê os dois lados da moeda. Remover sua culpa e então substituí-la pela justiça.
Eu uso a ilustração de Zacarias 3, onde o profeta Zacarias vê o sumo sacerdote Josué se apresentando com roupas sujas. O diabo declara: "Ele não é digno de receber as Tuas bênçãos." E o que Deus diz? "Eu o escolhi."
A nossa própria salvação não depende de nossa própria justiça. Não está baseada em nossa bondade, não está baseada em nossa sinceridade, não está baseada em nossas virtudes. Deus simplesmente declara: "Eu escolhi você."
Aí está a essência da graça de Deus. Deus escolhe você. E isto é extraordinário. Perguntamos: Por que Ele me escolheu? Não sabemos. Mas Deus declara: "Eu amo você. Eu o fiz. Eu não quero abandonar a você. " Ele é o Criador fiel. "Eu vou escolher novamente você."
E então Ele declara: "Removam estas vestes sujas." Isto é perdão. Ele está perdoado.
Mas como uma pessoa é quando está sem roupa? Alguns podem ter uma boa aparência; outros, uma aparência horrível. A maioria não tem boa aparência quando estão nus. Nós não somos atraentes sem roupa.
E Deus declara que a nudez ainda permanece como um símbolo de suas culpas. Portanto não existe nenhuma melhora removendo roupa suja.
E o que Deus diz imediatamente? "Ponha nele roupa nova e um turbante novo, onde está escrito: Santo ao Senhor." Isto é justificação pela fé. Este é o sentido mais profundo do perdão. Este é o evangelho completo. O apóstolo Paulo diz: "Eu não o inventei."
Jesus não nos deu um novo evangelho. Abraão já o possuía. Davi o experimentou. Em Jesus Cristo nós temos a certeza como jamais poderia ter sido dada anteriormente. E Cristo então diz: "Teus pecados te foram perdoados." E também diz: "Vai e não peques mais."
Algumas pessoas ficam tão entusiasmadas com o perdão, e eu gostaria que todos nós ficássemos mais entusiasmados com o perdão, porque essa mensagem é a que todos os que vêm aos cultos no sábado mais precisam ouvir. Jamais preguem uma mensagem sem incutir o evangelho nela. Não comecem pregando sobre santificação. Jamais comecem um sermão dizendo o que eles precisam fazer. Comecem sempre como a Bíblia o faz, como as cartas dos apóstolos ensinam, como no dia do Pentecostes – primeiro falem a respeito do que Deus, e então como resultado o que nós faremos. Primeiro justificação, e depois santificação.
E então justificação e santificação. Lembrem sempre da raiz. Primeiro a raiz. Sem raiz, não há fruto. E é verdade que a raiz não precisa ser vista, a raiz está escondida mas está firme sob o solo, mas os frutos são visíveis para todos.
Quando vocês querem mais fruto, vocês não falam com a árvore: "Você precisa produzir mais fruto!", porque a árvore não se impressiona com sua fala. E a árvore diz: "Então você quer mais fruto? Me dê melhor alimento para as minhas raízes, e automaticamente eu vou produzir fruto." A cura está na raiz. Levem as pessoas a amarem e terem gratidão para com Deus, e eles serão mudados. Agora podemos ver como Abraão, Moisés e Davi, todos eles possuíam em essência o mesmo evangelho de Deus.
Agora precisamos passar para um novo tema e entrar nele.

4. A Promessa de uma Nova Aliança
Agora a promessa de uma nova aliança no Antigo Testamento. Nós temos então a promessa de uma nova aliança.

a) Explicação dos textos: Jer. 31:31-34; Ezeq. 36:26-28
Lemos em Jeremias 31 e Ezequiel 36:26-28, e poderíamos falar também de Daniel 9.
Agora este tema é muito importante, porque ele complementa o nosso tema.
Que necessidade tem Deus de fazer uma nova aliança com Seu povo? Agora podemos chegar a uma tremenda conclusão. Poderemos dizer: Por que a antiga aliança não era suficientemente boa? E então nós culpamos a Deus, dizendo: Senhor, não podes fazer um trabalho melhor? Seria uma conclusão errônea dizermos que Ele precisava melhorar. A antiga aliança feita com Abraão, Moisés era uma aliança muito boa. Continha tanto a lei de Deus como o perdão. E tudo estava lá dentro do santuário de Israel. Na arca sagrada estava a lei. Era uma caixa dentro da qual estava a lei da aliança, e sobre ela estava o propiciatório ou trono da misericórdia.
Vejam que a lei estava debaixo da mesa e o sumo sacerdote espargia o sangue da expiação sobre o propiciatório. E aí você pode ver que há uma conexão entre a lei e a graça. Sem lei não há necessidade de graça. Os egípcios não possuíam a graça. Os babilônios não conheciam nada a respeito de perdão. Somente Israel possuía um Deus que perdoava pecados e conduzia o povo de volta em harmonia com os Seus princípios sagrados.
Tão logo Deus escreveu os Dez Mandamentos em Êxodo 20, como o povo reagiu quando Moisés permaneceu 40 dias no monte? Deus havia declarado: “Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.” Portanto os Dez Mandamentos foram promulgados pelo Redentor, e foram concedidos a um povo redimido.
O sábado é para um povo redimido. Primeiro você precisa ser redimido para depois poder observar o sábado. E Deus declara: “Não terás outros deuses diante de mim.”
Quanto tempo demorou depois da promulgação da lei para Israel estar adorando um bezerro de ouro? Não demorou 6 semanas, dentro de 40 dias. A apostasia pode ocorrer muito rapidamente.
Agora Deus foi verdadeiramente desapontado. Deus foi magoado. Ele ficou surpreso, de que o Seu próprio povo poderia ser tão fixado e preso à idolatria egípcia. E Moisés se ergueu e suplicou por uma nova oportunidade. E ele então disse: “Senhor, lembra-te da Tua aliança.” E Deus disse: “Moisés, vem cá, eu vou novamente escrever a Minha lei.” Isto está em Êxodo 34.
Deus fez duas alianças no monte Sinai. E a segunda aliança feita lá era mais cheia de graça, era ampliada.
E Êxodo 34:6 e 7 constitui um dos textos mais importes da Bíblia. Deus diz quem Ele é no Seu coração, Deus declara quem Ele próprio é. É a expressão máxima sobre o caráter do próprio Deus e o que Deus declarou a respeito de Si mesmo. “Eu sou o Deus da graça, da compaixão e da misericórdia.”
Isso é a antiga aliança. É o mesmo Deus Jesus Cristo. E Deus declarou: Se o povo não se arrepender eles terão a simples condenação e permanecerão sob a culpa.
Nós encontramos aqui uma tensão dentro do próprio caráter de Deus. Deus, por um lado, promete: “Eu perdoarei todos os vossos pecados e a vossa rebelião”, mas por outro lado: “Também trarei a vós a condenação e a punição.” E a condição essencial é: “Se não vos arrependerdes.”
Qual foi o problema quando a aliança foi quebrada? Não porque Deus tivesse promulgado uma aliança inferior, não porque Deus tivesse mudado a Sua idéia somente, mas foi Israel que falhou e quebrou. Foi a mente e o coração de Israel que estava entregue ao pecado e à idolatria pecaminosa.
E você pensa que isso só aconteceu durante os 40 dias que Moisés esteve lá? Não, aconteceu repetidamente. E toda vez que havia essa recaída Israel necessitava ter a sua aliança restaurada. E por isso é que Deus atuava anualmente na Páscoa e no Dia da Expiação. Estas festas eram renovações da aliança de Deus.
Nós necessitamos de reavivamento de tempo em tempo. Você e eu precisamos reavivamento. O nosso povo necessita desesperadamente de reavivamento. Especialmente quando o povo está diante do juízo precisa de reavivamento de reavivamento.
Qual foi no Antigo Testamento o juízo mais severo que Deus colocou sobre o Seu povo? Primeiro Ele deu às 10 tribos no Reino do Norte, e cerca de 10 anos depois para as duas tribos restantes em Jerusalém. Qual foi esse duplo juízo de condenação e quanto tempo durou?
E aqui está o centro da história do Antigo Testamento. Se nós não compreendermos esta parte central, nós não iremos entender o Antigo Testamento como um todo. Assim, quais foram esses juízos divinos? Devem saber. Eu vou contar a vocês. Está em cada um dos exílios do Antigo Testamento.
Dez tribos levadas para a Assíria no ano 722-721 a.C. E vocês diriam: “Bem, então as duas tribos restantes aprenderam a lição.” Mas não aprenderam. Portanto, no ano 605 a.C. Judá, Benjamim e os levitas foram levados cativos para Babilônia. E Deus usou Nabucodonosor para castigar em sua melhor natureza ao Seu próprio povo. Mas desta vez Deus disse quanto tempo eles permaneceriam no cativeiro babilônico.
Quanto tempo? 70 anos. Todos nós sabemos: 70 anos. Em Jeremias 25 e 29 Deus disse que o cativeiro duraria 70 anos. Isso envolve quase duas gerações.
O que é que os pais desobedientes diriam aos seus filhos? “Nós estamos muito entristecidos porque estamos em Babilônia e teremos que permanecer aqui durante muito tempo. Mas quem sabe vocês é que retornarão. E os nossos netos – os seus filhos – com certeza retornarão para Jerusalém.” Mas Jeremias 29 declara: “Vocês precisam buscar ao Senhor de todo o coração para que isso aconteça.” Porque Deus disse: “Eu quero um novo povo em uma nova aliança quando retornar a Jerusalém.”
Então encontramos a promessa contida em Jeremias 31:31-34. E esta é o única passagem que menciona explicitamente a expressão “nova aliança”.
“Eis aí vêm dias, diz o SENHOR, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá.”
Aqui vem a pergunta: Qual é o significado da nova aliança e quando começaria? Qual é o conteúdo? Qual é a diferença? Qual é a semelhança? Um monte de perguntas e precisamos obter respostas a todas elas.
Pastores superficiais apresentam respostas simplistas. E é por isso que temos visto muitos abandonarem. Onde está o problema? “Ah, ele não crê mais nisso!” Por que não? Ele crê na nova aliança. O que é isso? Será que não teve treinamento? Não, porque estava sempre visitando, ele nunca estudava. Ele foi embora porque não tinha rampa, ele pegava um pedaço de texto aqui, um pedaço ali.
Isso precisa mudar! Nós precisamos voltar à Bíblia e estudá-la. Nós temos que abandonar estas construções doutrinárias baseadas em textos isolados, temos que caminhar com Deus através da história, temos que pisar nas pegadas de Deus, temos que perceber a continuidade do plano divino da redenção, temos que pensar em salvação em termos de história.
Vocês vejam aqui em Jeremias 31. Eu fiz uma introdução histórica para vocês. Como quem foi Jeremias, quando ele viveu, onde Israel estava, e então podemos penetrar nas emoções e nas necessidades. Porque eles estavam no cativeiro babilônico. O povo está sedento de receber estas informações adicionais.
Um grande e bom pregador sempre é um bom contador de histórias. Ele sempre conta o fato como ele ocorreu historicamente. Também usa os livros de Ellen White Patriarcas e Profetas, Profetas e Reis. Usem estes livros para obter dados tornar os seus sermões mais vívidos e realistas. As pessoas sempre se interessaram em outras pessoas. As pessoas ficam contentes quando nós dizemos: “Ah, aquele lá fez errado; aquele lá também errou, e ela também estava errada!” Daí eles se abrem. Mas se você disser: “Você está errado!”, eles se fecham.
Como é que Davi foi convencido pelo profeta Natã? O profeta disse: “Davi, eu tenho uma história para lhe contar. Há um homem no seu reino muito rico, com abundância de gado, mas tem um vizinho muito pobre: tem apenas um cordeiro. E ele foi ao seu vizinho, matou o seu cordeiro para saboreá-lo.” O que disse Davi como resposta? Davi disse: “Esse homem deve morrer!” Agora, o que ele estava fazendo era pronunciar a seu própria condenação; e não sabia.
Este é o método de abordagem indireta. Este é o método pastoral. Contem a história de Israel. Cada judeu, cada cristão vai dizer: “Isto é um fato, é a história.” Então permitam que o Espírito Santo conduza o povo a conclusões sábias. “Você é esta pessoa, mas também há a mesma esperança para você como houve para tantos.”
Elias declarou a Israel: “O Senhor diz: Farei uma nova aliança, e vocês voltarão. A sua antiga terra será uma nova terra. E Eu vou dar-lhes um novo templo em que poderão adorar. E então o Messias virá e o Paraíso será restaurado.” E então a nova aliança recebe uma dimensão escatológica. A nova aliança é para novo Israel espiritual.
Jeremias 31:32 – “Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz o SENHOR.”
Este versículo pode também levar a conclusões errôneas. Então se declara: “A velha aliança mosaica está no passado! Agora temos uma nova aliança!”
Mas Deus promete uma nova aliança mas não uma nova lei. Eu vou repetir isso: Deus prometeu uma nova aliança para Israel, mas Ele não prometeu uma nova lei. Então este é o ponto. O ponto é que tendo a antiga aliança falhado porque Israel quebrou essa aliança, então qual é o problema da velha aliança? Estava com a aliança? Estava com Deus? Estava com a lei? Onde estava o problema? Estava no coração humano. e ainda é o problema hoje. A nova aliança é uma promessa de receber um novo coração que não quebrará a aliança, que não será mais desobediente, mas que guardará a lei de Deus a partir do amor a Deus.
Então leiamos o versículo 33: “Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. 34Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao SENHOR, porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o SENHOR. Pois perdoarei as suas iniqüidades e dos seus pecados jamais me lembrarei.”
Muito disso já se cumpriu em Abraão e Davi.
A primeira exigência é que pratiquemos exegese, interpretação do texto. Esta é a única autoridade. Para que possamos refutar objeções errôneas primeiro nós precisamos concentrar-nos na verdade antes de podermos trabalhar com o erro. Deus declara: “Farei algo no coração humano.”
O que Ele prometeu fazer no coração? Ele disse: “Vou colocar amor no seu coração”? Não, Ele não declara isso. Ele diz: “Colocarei” o que em seu coração? Ele não disse: “a lei”, mas: “a Minha lei”. Isto é muito importante. É a lei de Deus que vai ser implantada no coração. Deus colocará em nossa mente, isto é, em nossa razão, e em nosso coração, nossa vontade de praticar. É claro que isto implica em amor, mas é amor inteligente – é o amor da obediência.
Este é um ingrediente essencial da nova aliança.
Agora eu tenho uma pergunta: Deus não fez isso para Abraão ou para Davi? Qual é a diferença aqui com a aliança mosaica? Será que a aliança mosaica não possuía isto? Aqui está o ponto crítico. Vamos ver isto preto e branco? Mas o que estudamos em toda esta manhã?
Abraão foi justificado pela fé somente mas como conseqüência ele obedeceu aos Dez Mandamentos. Gênesis 26:5. No cap. 22 ele esteve disposto a sacrificar Isaque como um sacrifício, obedecendo.
E Davi? Moisés? Todos eles já possuíam isto. Então qual é a diferença? Eram pessoas isoladas que possuíam esse espírito. A diferença é que na nova aliança Deus declara: “Eu quero que cada indivíduo experimente esta experiência sem exceção, do menor ao maior, cada um deve fruir esta experiência de relacionamento com Deus.”

b) Amor e Obediência
Agora, este é um novo elemento, porque cada israelita pertence ao Israel espiritual – cada um iria fruir a experiência do perdão de pecados.
Que tipo de tempo é este? Este é o tempo quando o Espírito Santo será derramado. Não se esqueçam de Joel 2:28 e 29. Também é promessa de uma nova aliança. Mas aí não é a lei que está no centro mas o Espírito Santo ou o Espírito de YAHWEH que toma a preeminência. Portanto na nova aliança nós temos a lei de Deus em nosso coração e o Espírito Santo será derramado sobre toda a carne.
Poderemos nós voltar e decidir qual deles nós preferimos: Podemos declarar que os adventistas têm a lei, os pentecostais têm o Espírito Santo?
Vamos ler outro contemporâneo de Jeremias. Viveram na mesma época e podemos dizer que eles eram amigos. Jeremias viveu em Jerusalém e Ezequiel era um cativo em Babilônia. E Ezequiel falou ao mesmo povo a quem falou Jeremias. Todos estavam sofrendo a condenação dos filhos de Deus no cativeiro babilônico.
Leiamos Ezequiel 36:26: “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne.”
Verso 27: “Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.”
Eu quero que vocês agora juntem isso. Como é que podemos juntar as mensagens de Jeremias e Ezequiel? Agora nós chegamos a um nível mais elevado de teologia. Agora começamos a olhar com ambos os olhos. Agora vamos unir Jeremias e Ezequiel para termos uma visão do cumprimento da nova aliança.

Jeremias Minhas LEIS no coração
Ezequiel Meu Espírito no coração

Eu pergunto a vocês: O que é que Jeremias disse que Deus ia pôr no coração? Deus prometeu através de Jeremias: “As Minhas leis no coração”. E o que é que Ezequiel declara em Ezequiel 36 verso 27? “O Meu Espírito no coração”.
Assim nós temos a lei de Deus bem como o Espírito de Deus dentro do coração. Isso é revolucionário. É a solução, porque um não substitui o outro. Tanto a lei como o Espírito vivem em perfeita harmonia, coexistem no coração. Esta é uma solução explosiva para o nosso coração porque o Espírito é o poder motivador para produzir o amor e a obediência. E nisto nós encontramos uma harmonia adequada entre a lei de Deus e o Espírito de Deus. Portanto quanto mais tivermos do Espírito Santo tanto mais nós nos submeteremos e obedeceremos a lei de Deus. Porque o Espírito Santo não substitui a lei de Deus.
Há um texto em Efésios 6:17, dizendo que a Palavra de Deus é a Espada do Espírito. Assim nós encontramos que a Palavra de Deus é o instrumento do Espírito Santo. O Espírito Santo produziu a Bíblia. O Espírito não é contra a Bíblia mas Ele a produziu. Ele produz uma melhor compreensão da Palavra de Deus e Ele nos estimula a submeter-nos e a desfrutar a obediência.
E isso podemos compreender melhor lendo os Salmos 1, 19 e 119. Ele diz: “Oh, quanto amo a tua lei em todo o tempo.” Este é o legítimo israelita espiritual. Todos os salmos foram escritos por israelitas espirituais. Eles tinham renascido e eles testificaram de seu amor para com a lei de Deus, especialmente no Salmo 119. É o salmo preferido de Jesus. Ele podia recitá-lo quando era um adolescente, de acordo com O Desejado de Todas as Nações.
Assim podemos ver que Jesus amava os Salmos, especialmente os Salmos da sabedoria – 1, 19, 119. Os salmos nunca falam a respeito de justificação de maneira isolada.
Para concluir vamos voltar ao Salmo 32. E então vamos entender como existe um equilíbrio muito bonito.
Versículo 8: “Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho. 9Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento.”
Depois de falar tanto sobre o perdão e justificação, talvez nós terminaríamos o sermão com o verso 7. Agora, você podem ir, vamos rejubilar em nosso perdão. O salmista diz: Não, ainda não. Vocês ouviram falar de justificação; agora vamos falar sobre a vida santificada.
Ele trata agora de uma nova obediência. Agora fala da obediência à lei, à vontade de Deus. E o salmista não tinha quis usar a palavra lei aqui e ele começa a falar sobre o conselho. E este conselho divino para ele era o fruto do Espírito. Ele queria ser ensinado. Ele recebeu um espírito passivo de ser ensinado, ele queria aprender, conhecer e saber mais sobre a vontade e o caráter de Deus. E Deus disse: “Muito bem, Eu lhe ensino; não seja como o cavalo que precisa ser forçado a obedecer.”
Vocês sabem como eles fazem com os cavalos, que forçam a sofrimento os cavalos. E Deus diz: “Você não deve ser como um cavalo. Você deveria praticar obediência inteligente, obediência voluntária.
E o último texto desta manhã é Isaías 1:18. Deus diz: “Vinde, pois, e arrazoemos, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve.” E é isto que nós geralmente citamos neste texto.
Agora vejam o versículo 19: “Se vocês estiverem dispostos a obedecer, comerão os melhores frutos desta terra.” (NVI)
Exatamente como no Salmo 32: justificação em primeiro lugar seguida pela santificação. E qual é a conexão? Um novo coração para um relacionamento orgânico. Você não pode ter um sem o outro. Assim como os dedos aparecem a partir da mão, a santificação flui a partir da justificação. E este é o ensino do Antigo Testamento, da antiga aliança.
Algumas coisas mais podem ser ditas a respeito deste assunto. Mas agora vocês já receberam um crédito importante. Mas amanhã [a seguir] vamos concentrar a atenção no Novo Testamento. E vamos notar como Paulo estava lutando com estes fariseus e com os legalistas cristãos.


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