SUAS ATRIBUIÇOES MINISTÉRIAS
No ministério de Jesus
Na eternidade passada (Sl 90.2), adoravam a Cristo
“E, quando outra vez introduz no mundo o Primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem” (Hb 1.6). A expressão eternidade passada refere-se à existência eterna de Deus, que não tem começo nem fim. Eternidade (hb. olam) não significa em primeiro lugar que Deus transcende o tempo, mas, sim, que é infindável no tempo (Gn 21.33; Jó 10.5; 36.26). As Escrituras não ensinam que Deus existe num tipo de eterno tempo presente, onde não há nem o passado nem o futuro. Os trechos das Escrituras que declaram a eternidade de Deus fazem-no em termos de continuidade, e não de intemporalidade, isto é, Deus conhece o passado como passado, o presente como presente e o futuro como futuro.
Anunciaram o seu nascimento
“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, rachou-se ter concebido do Espírito Santo. Então, José, seu marido, como era justo se a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isso, eis que, em sonho, lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo. E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de JESUS, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1.18,19, 20,21); Ler ainda Lc 1.26,28; 2.8,20. Um anjo do Senhor anuncia o nascimento de Jesus, fato registrado tanto por Mateus quanto por Lucas, ambos concordam em seus registros em declarar inequivocamente que Jesus nasceu de uma mãe virgem, sem a intervenção de pai humano, e que Ele foi concebido pelo Espírito Santo (Lc 1.34,35). A doutrina do nascimento virginal de Jesus, de há muito vem sendo atacada pelos teólogos liberais. É inegável, no entanto, que o profeta Isaías vaticinou a vinda de um menino, nascido de uma virgem, que seria chamado Emanuel , um termo hebraico que significa Deus conosco (Is 7.14). Essa predição foi feita 700 anos antes do nascimento de Cristo. A palavra virgem é a tradução correta da palavra grega parthenos, empregada na Setuaginta, em Is 7.14. A palavra hebraica significando virgem (almah) , empregada por Isaías, designa uma virgem em idade de casamento, e nunca é usada no Antigo Testamento para qualquer outra condição da mulher, exceto a da virgindade (Gn 24.43; Is 7.14). Daí, Isaías, Mateus e Lucas afirmarem a virgindade da mãe de Jesus (Is 7.14). É de toda importância o nascimento virginal de Jesus. Para que o nosso Redentor pudesse expiar os nossos pecados e assim nos salvar, Ele teria que ser numa só pessoa, tanto Deus como homem impecável (Hb 7.25,26). O nascimento virginal de Jesus satisfaz essas duas exigências.
(a) A única maneira de Ele nascer como homem era nascer de uma mulher.
(b) A única maneira de Ele ser um homem impecável era ser concebido pelo Espírito Santo (Hb 4.15).
(c) A única maneira de Ele ser deidade, era ter Deus como seu Pai.
A concepção de Jesus, portanto, não foi por meios naturais, mas sobrenaturais, daí, o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus (Lc 1.35). Por isso, Jesus Cristo nos é revelado como uma só Pessoa divina, com duas naturezas: divina e humana, mas impecável. Por ter vivido como ser humano, Jesus se compadece das fraquezas do ser humano (Hb 4.15,16). Como o divino Filho de Deus, Ele tem poder para libertar o ser humano da escravidão do pecado e do poder de Satanás (At 26.18; Cl 2.15; Hb 2.14; 4.14,15; 7.25). Como ser divino e também homem impecável, Ele preenche os requisitos como sacrifício pelos pecados de cada um, e também como sumo sacerdote, para interceder por todos os que por Ele aproximam-se de Deus (Hb 2.9-18; 5.1-9; 7.24-28; 10.4-12). Eis a suprema importância da intervenção angelical junto a José quando este intentava deixar secretamente Maria (Mt 1.18,19).
Protegeram-No na Sua infância
“E, tendo-se eles retirado, eis que o anjo do Senhor apareceu a José em sonhos, dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e demora-te lá até que eu te diga, porque Herodes há de procurar o menino para o matar. E, levantando-se ele, tomou o menino e sua mãe, de noite, e foi para o Egito. E esteve lá até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: Do Egito chamei o meu Filho. ...Morto, porém, Herodes, eis que o anjo do Senhor apareceu, num sonho, a José, no Egito, dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e vai para a terra de Israel, porque já estão mortos os que procuravam a morte do menino. Então, ele se levantou, e tomou o menino e sua mãe, e foi para a terra de Israel”. Esses dois avisos da parte de Deus a José, por meio dos seus anjos, nos ensinam que Deus vela por aqueles que Ele ama e Ele é quem melhor sabe frustrar os planos dos ímpios e livrar seus fiéis das mãos dos que lhes querem fazer mal.
Acolheram depois da tentação no deserto
“E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome; E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães. Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4.2,3). “Então, o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos e o serviram” (Mt 4.11). Jesus jejuou 40 dias, e depois teve fome, e a seguir foi tentado por Satanás a comer. Isto pode indicar que Cristo absteve-se de alimento, mas não de água. Abster-se de água por 40 dias requer um milagre. Uma vez que Cristo teve que enfrentar a tentação, como representante do homem ele não poderia empregar nenhum outro meio para vencê-la além do de um homem cheio do Espírito Santo (Êx 34.28; 1Rs 19.8; Mt 6.16). Por conseguinte, esperaria na providência do Pai, não precisaria transformar pedras em pães para alimentar-se. A sua justa obediência é recompensada pelo Pai ao ser servido pelos anjos (Mt 4.11). Um dos aspectos principais da tentação de Jesus girou em torno do tipo de Messias que Ele seria e como empregaria a sua unção da parte de Deus. Jesus foi tentado a utilizar sua unção e posição para servir a seus próprios interesses, obter glória e poder sobre as nações, ao invés de aceitar a cruz e o caminho do sofrimento, e ajustar-se à expectativa popular de um Messias sensacional. 5.1.5. Consolaram-no em sua luta espiritual no Getsêmani Em oração no Getsêmani Jesus diz: “...Meu pai, se possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mt 26.39b). “E apareceu-lhe um anjo do céu, que o confortava” (Lc 22.43). Sua oração, no que diz respeito ao afastamento do cálice não foi atendida, contudo, foi ouvida, pois o Pai o fortaleceu mediante um anjo do céu, que o confortava. 5.1.6. Acompanharam toda sua vida ministerial
Jesus falou de anjos que subiam e desciam sobre Ele (Jo 1.51); disse poder contar com mais de 12 legiões de anjos em prol de sua defesa (Mt 26.53). “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Aquele que se manifestou em carne foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo e recebido acima, na glória” (1Tm 3.16).
Observaram-no na Sua ressurreição
A ressurreição de Jesus Cristo (Mt 28.2-5; Lc 24.23; Jo 20.12; Mt 28.6) é uma das verdades essenciais do evangelho (1Co 15.1-8). Qual a importância da ressurreição de Cristo para os que nEle crêem? Ela comprova que Ele é o Filho de Deus (Jo 10.17,18; Rm 1.4). Garante a eficácia da sua morte redentora (Rm 6.4; 1Co 15.17). Confirma a verdade das Escrituras (Sl 16.10; Lc 24.44-47; At 2.31). É prova do juízo futuro dos ímpios (At 17.30,31). É o fundamento pelo qual Cristo concede o Espírito Santo e a vida espiritual ao seu povo (Jo 20.22; Rm 5.10; 1Co 15.45), e a base do seu ministério celestial de intercessão pelo crente (Hb 7.23-28). Garante ao crente a sua futura herança celestial (1Pe 1.3,4) e sua ressurreição ou transformação quando o Senhor vier (Jo 14.3; 1Ts 4.14ss). Ela põe à disposição do crente, na sua vida diária, a presença de Cristo e o seu poder sobre o pecado (Gl 2.20; Ef 1.18-20; Rm 5.10).
A ressurreição de Cristo está bem comprovada historicamente. Depois de ressurgir, Cristo permaneceu na terra por quarenta dias, aparecendo e falando com os apóstolos e muitos outros seus seguidores. Suas aparições depois da ressurreição são as seguintes: a Maria Madalena (Jo 20.11-18); às mulheres que voltavam do sepulcro (Mt 28.9,10); a Pedro (Lc 24.34); aos dois que iam a caminho de Emaús (Lc 24.13-32); a todos os discípulos, exceto Tomé e outros com eles (Lc 24.36-43); a todos os discípulos num domingo à noite, uma semana depois (Jo 20.26-31); a sete discípulos junto ao mar da Galiléia (Jo 21.1-25); a 500 crentes na Galiléia 1Co 15.6); a Tiago (1Co 15.7); aos discípulos que receberam a Grande Comissão (Mt 28.16-20); aos apóstolos, no momento da sua ascensão (At 1.3-11); e ao apóstolo Paulo (1Co 15.8).
E nesta ocasião tão solene, de elevada significância, anjos do Senhor se fazem presentes, testemunhando, confortando e dando orientações às visitantes do túmulo vazio: “E eis que houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do céu, chegou, removendo a pedra, e sentou-se sobre ela. E o seu aspecto era como um relâmpago, e a sua veste branca como a neve. E os guardas, com medo dele, ficaram muito assombrados e como mortos. Mas o anjo, respondendo, disse às mulheres: Não tenhais medo; pois eu sei que buscai a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como tinha dito. Vinde e vede o lugar onde o Senhor jazia. Ide, pois, imediatamente, e dizei aos seus discípulos que já ressuscitou dos mortos. E eis que ele vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis. Eis que eu vo-lo tenho dito” (Mt 28.2-7).
Na sua ascensão acompanharam
“E levou-os fora, até Betânia; e, levantando as mãos, os abençoou. E aconteceu que, abençoando-os ele, se apartou deles e foi elevado ao céu. E, adorando-o eles, tornaram com grande júbilo para Jerusalém” (Lc 24.50-52). “E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois varões vestidos de branco, os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir” (At 1.9,10,11).
Eles o acompanharão na Sua segunda vinda
“E a vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando se manifestar Senhor Jesus desde o céu, com os anjos do seu poder, como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo” (2Ts 1.7). Observamos que embora Deus vá retribuir aos ímpios (2Ts 1.6) no começo da grande tribulação (Ap 6), a retribuição completa (2Ts.6-9) ocorrerá somente no fim da presente era, quando o “Senhor Jesus se manifestar desde o céu, com os anjos do seu poder”, para julgar os ímpios (2Ts 7-10; Ap 19.11-21). Ler ainda: Mt 24.31; 25.31; Mc 8.38; 13.27; Lc 9.26.
São ministradores a favor dos santos
Entre as múltiplas funções exercidas pelos anjos, destaca-se de maneira especial e particular aquela que diz respeito à orientação e ministração do bem ao Povo de Deus.
Nem sempre podemos ter consciência da presença dos anjos, ainda que eles estejam ao nosso redor. Nem sempre podemos predizer como eles aparecerão. Diz-se, todavia, que os anjos são nossos vizinhos bem chegados. Com freqüência podem ser nossos companheiros nas circunstâncias mais diversas, sem, contudo nos apercebermos de sua presença. Pouco é o que sabemos acerca da sua constante assistência. A Bíblia nos garante, entretanto, que um dia as “escamas” serão retiradas dos nossos olhos, para que possamos ver e reconhecer em toda a plenitude as coisas que desconhecemos, inclusive a atenção que os anjos nos dedicam.
Muitas experiências do Povo de Deus, tanto nos dias do Antigo Testamento como do Novo, bem como nos dias pós-apostólicos indicam que os anjos nos têm auxiliado. Há pessoas que poderão não ter sabido que estavam sendo ajudadas, porém a visita era real.
Existem nos nossos dias muitos clássicos da literatura evangélica que tratam da forma como muitos crentes nos tempos modernos, nas circunstâncias mais diversas, foram confortados por anjos de Deus. Portanto, podemos contar com o auxílio dos anjos, hoje.
Aplicadores dos juízos de Deus
Deus, por seu ilimitado poder, detém consigo elementos não só de edificação, mas também de destruição. Nos domínios da natureza, em particular, Ele tem usado o vento, a água, e o fogo, como elementos de manifestação da sua ira. Porém, no campo espiritual, Ele usa seus anjos, principalmente quando a ação visa à defesa do Seu Povo e o abatimento dos “poderosos” da Terra.
Os anjos são responsabilizados pela morte dos primogênitos do Egito, pela destruição de Sodoma e Gomorra, pela destruição do exército assírio nos dias de Ezequias, pela ameaça de iminente destruição da cidade de Jerusalém nos dias de Davi, pela punição de Herodes Agripa, por contender com o Diabo por causa do corpo de Moisés.
Na Bíblia, parece que nenhum outro texto fala de forma tão conclusiva da ação heróica dos santos anjos na execução das guerras e dos juízos de Deus, como o SI 104.4, que diz: “... fazes a teus anjos ventos e a teus ministros, labaredas de fogo...”.
Comunicadores das Boas-Novas
As Escrituras estão cheias de grandes eventos no cumprimento dos quais os anjos de Deus desempenharam papel decisivo, como comunicadores de boas-novas e da misericórdia divina. Particularmente no Antigo Testamento, eles anunciaram o nascimento de lsaque e de Sansão. Já no Novo Testamento, eles anunciaram o nascimento de João Batista; o nascimento, ressurreição e volta de Jesus Cristo.
Como vemos, Deus usou os seus anjos para anunciar o nascimento do maior personagem do Novo Testamento, bem como do seu precursor, a ressurreição e a volta triunfal de Cristo. Certamente que Deus pode usar ainda hoje os seus anjos como comunicadores da sua vontade, e nada poderá impedi-lo de fazer, desde que isto contribua para a Sua Glória. Porém, ao crente de hoje é conferida a maior responsabilidade do que aos anjos, referente à comunicação das Boas-Novas do Reino de Deus.
Como espectadores da obra de Deus
Em quatro exemplos lemos que os anjos foram espectadores. Em Lc 15.10 eles observaram a alegria do Senhor por um pecador que se arrepende. Não é a alegria dos anjos, como se supõe freqüentemente (Jd 24). Em Lc 12.8-9, Cristo disse: “...digo vos ainda: Todo aquele que me confessar diante dos homens, também o Filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus, mas o que me negar diante dos homens, será negado diante dos anjos de Deus...”. Assim, também, toda a vida terrena de Cristo foi “contemplada por anjos” (1Tm 3.16). Em Ap 14.10-11, os anjos observam o infortúnio eterno daqueles que “adoram a besta e a sua imagem”. Por outro lado, a Igreja, segundo predição, julgará os anjos (1Co 6.3), apesar de que, atualmente, esteja tão pouco preparada até mesmo para julgar as coisas da Terra.
Executores de juízos divinos
Foram portadores de mensagens de Deus (Zc 1.14-17); trouxeram respostas às orações (Dn 9.21-23; At 10.4); serviram em prol do povo de Deus (Dn 3.25; 6.22); protegeram os santos que tementes a Deus que se afastaram do mal (Sl 34.7; 91.11; Dn 6.22; At 12.7-10); castigaram os inimigos de Deus (2Rs 19.35). 5.7. Desempenharam uma elevada missão ao revelarem a lei de Deus a Moisés (At 7.38; Gl 3.19; Hb 2.2).
“...Vós que recebestes a lei por ordenação dos anjos e não a guardastes” (At 7.53). Veja o contexto de GI 3.19: “...a lei..., foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro”. Moisés falava, e Deus respondia em alta voz. Agora com a presença de Deus na montanha, tudo mudou de aspecto. A montanha inteira pareceu pulsar de vida. O terror se apoderou do povo embaixo. A terra pareceu abalada por meio obscuro. Quando Deus veio ao topo da montanha, estava acompanhado de milhares de anjos (SI 68.8-17). Moisés, testemunha silenciosa e solitária deveria ter sido dominado por uma grande visão, ainda que não fosse a totalidade das forças de Deus. Abala a imaginação pensar que espécie de manchete teria ocorrido ali. “E tão terrível era a visão que Moisés disse: Estou todo assombrado, e tremendo” (Hb 12.21a). Observa-se que a aparição de Deus cercada de seres angélicos foi imensamente gloriosa. Ele resplandeceu como o sol quando ganha força no firmamento. Mesmo Seir e Parã, duas montanhas a alguma distância, foram iluminadas pela Glória Divina que apareceu no monte Sinai, refletindo alguns de seus raios; tão brilhante foi a aparição de Deus e Seus ministros e tanto empenho de relatar as maravilhas da providência divina, que até “...raios brilhantes saíam da sua mão...” (SI 18.7,8; Hb 3.3). Além desta aparição de anjos ao lado do seu Criador, o ministério angelical é proeminentemente desenvolvido no Antigo Testamento. H. Halley observa que os anjos estão presentes em quase todos os acontecimentos tanto do Antigo como do Novo Testamento. Eles afloram por toda a Bíblia!
Executam sem questionar qualquer comando de Deus
Sob as ordens de Deus um anjo feriu a 70 mil escolhidos de Israel no tempo de Davi. “Então, enviou o SENHOR a peste a Israel, desde pela manhã até ao tempo determinado; e, desde Dã até Berseba, morreram setenta mil homens do povo. Estendendo, pois, mo Anjo a sua mão sobre Jerusalém, para a destruir, o SENHOR se arrependeu daquele mal; e disse ao Anjo que fazia a destruição entre o povo: Basta, agora retira a tua mão. E o Anjo do SENHOR estava junto à eira de Araúna, o jebuseu. E, vendo Davi ao Anjo que feria o povo, falou ao SENHOR e disse: Eis que eu sou o que pequei e eu o que iniquamente procedi; porém estas ovelhas que fizeram? Seja, pois, a tua mão contra mim e contra a casa de meu pai” (2Sm 24.15-17).
Prestam socorro sob o comando divino
Obedecendo a Deus um anjo acudiu Elias quando fugia da fúria de Jezabel. “E deitou-se e dormiu debaixo de um zimbro; e eis que, então, um anjo o tocou e lhe disse: Levanta-te e come. E olhou, e eis que à sua cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas e uma botija de água; e comeu, e bebeu, e tornou a deitar-se. E o anjo do SENHOR tornou segunda vez, e o tocou, e disse: Levanta-te e come, porque mui comprido te será o caminho. Levantou-se, pois, e comeu, e bebeu, e, com a força daquela comida, caminhou quarenta dias de quarenta noites até Horebe, o monte de Deus” (1Rs 19.5-8); Deus cuidou do desalentado Elias de modo compassivo e amorável (Hb 4.14,15). Permitiu que Elias dormisse; fortaleceu-o com alimentos; propiciou-lhe uma revelação inspiradora do seu poder e presença; concedeu-lhe nova revelação e orientação; deu-lhe um companheiro fiel e fraterno. Noutras palavras, quando o filho de Deus enfrenta o desânimo, no desempenho que Deus lhe confiou, ele pode suplicar a Deus, em nome de Cristo, que lhe dê força, graça e coragem, e os capacite diante de tais situações (Hb 2.18; 3.6; 7.25).
Estão sempre prontos para agir
Por divina revelação Eliseu, certa manhã, viu-se cercado de anjos invisíveis aos olhos de seu criado e visíveis aos seus. “Então, enviou para lá cavalos, e carros, e um grande exército, os quais vieram de noite e cercaram a cidade. E o moço do homem de Deus se levantou mui cedo e saiu, e eis que um exército tinha cercado a cidade com cavalos e carros; então, o seu moço lhe disse: Ai! Meu senhor! Que faremos? E ele disse: Não temas; porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles. E orou Eliseu e disse: SENHOR, peço-te que lhe abras os olhos, para que veja. E o SENHOR abriu os olhos do moço, e viu; e eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu” (2Rs 6.14-17). Existe um mundo espiritual invisível, que consiste nas hostes de anjos ministradores, que estão ativos na vida do povo de Deus (Gn 32.1,2; Sl 91.11; 34.7; Is 63.9). Desse ocorrido podemos assimilar vários princípios: Não somente Deus está a favor do seu povo (Rm 8.31), como também exércitos dos seus anjos estão disponíveis, prontos para defender o crente e o reino de Deus (Sl 34.7). Por conseguinte todos os que crêem na Bíblia devem orar continuamente para Deus livrá-los da cegueira espiritual e abrir os olhos dos seus corações para verem mais claramente a realidade espiritual do reino de Deus (Lc 24.31; Ef 1.18-21) e suas hostes celestiais (Hb 1.14). Os espíritos ministradores de Deus não estão distantes, mas, sim, bem perto (Gn 32.1,2), observando os atos e a fé dos filhos de Deus e agindo em favor deles (At 7.55-60; 1Co 4.9; Ef 3.10; 1Tm 5.21). Sabemos que a verdadeira batalha no reino de Deus não é contra a carne e o sangue. É uma batalha espiritual “contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.12; Ap 12.7-9; Ef 6.11). Concluímos que há um relacionamento de causa e efeito nas batalhas espirituais; o resultado das batalhas espirituais é determinado parcialmente pela fé e oração dos santos (Ef 6.18,19; Mt 9.38).
Atuam em situações adversas
Durante o cativeiro babilônico, um anjo livrou o profeta Daniel da cova dos leões. “O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca dos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; e também contra ti, ó rei, não tenho cometido delito algum” (Dn 6.22). A cova dos leões era subterrânea, tendo uma abertura na parte superior. Uma pedra grande cobria a abertura, e o selo do rei significava que a cova não podia ser aberta sem a sua autorização. Daniel, por ser íntegro e ter um “espírito excelente”, era admirado pelo rei, que também honrava o seu Deus. Por isso, quando o rei cumpriu à risca o seu decreto, manifestou a esperança de que Deus livraria Daniel. Possivelmente ele ouvira falar do livramento que Deus concedera aos três amigos de Daniel, no caso da fornalha de fogo ardente (Dn 3.6,23-29). O rei procurou encorajar Daniel a crer no seu Deus, mas sua atitude na manhã seguinte não demonstrava confiança de que Daniel estivesse vivo. Mas o anjo de Deus fechou a boca dos leões diante do profeta fiel, e este estava são e salvo. Este livramento levou Dario a dar testemunho do poder do Deus que é maior do que o poder dos leões. Note-se também que o significado do nome de Daniel, “Deus é meu juiz”, cumpriu-se na própria experiência do profeta. Ele foi vindicado pelo Senhor, e considerado justo por sua decisão de não se contaminar, para manter a pureza da lei de Deus e por sua fidelidade na oração.
Auxiliam os filhos de Deus na produção de textos
Um anjo ajudou a Zacarias na redação de seu livro (Zc 1.9; 2.3 e 4.5). Durante todo o período da Antiga Aliança os anjos estiveram presentes na vida de muitos personagens da Bíblia. Podemos fazer outras citações, tais como; 1Rs 13.18; Jó 4.15,16; SI 34.7; Zc 3.3 etc. Ora, estas aparições ou intervenções angélicas na vida destas pessoas, são apenas manifestações tópicas, pois em outras ocasiões os anjos estiveram presentes, porém invisíveis aos olhos humanos.
Estão presentes não dificuldades dos que prestam serviço a Deus
A Igreja Primitiva teve seu princípio de formação auxiliada e protegida por estes seres celestiais. Vejamos: dois anjos foram testemunhas da ascensão de Cristo (At 1.10,11); um anjo abriu as portas da prisão e soltou os apóstolos Pedro e João (At 5.19); um anjo encaminhou Filipe, o Evangelista, ao eunuco etíope (At 8.28); um anjo soltou Pedro da prisão (At 12.7-9); um anjo orientou o Centurião Cornélio, a chamar a Pedro (At 10.3); um anjo feriu Herodes e ele morreu comido de bichos (At 12.23); um anjo esteve com Paulo indo à Roma (At 27.23).
No final da presente era atuarão grandemente
Os anjos no livro do Apocalipse são proeminentes. Por exemplo, um anjo dirigiu a redação do livro para João (Ap 11.1; 22.6,16). Cerca de 71 vezes, os anjos são nele mencionados com missão especial. Não é imaginação, mas realidade, que os anjos são nossos conservos de mil maneiras. Nenhuma verdade está mais estabelecida pelas Escrituras do que a declaração de Hb 1.14, que diz “serem estes seres enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação”. Deus mandará um anjo para completar a pregação do “Evangelho do Reino”. Na passagem de Apocalipse 14.6, está pintado literalmente a missão deste mensageiro. “... e vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o Evangelho Eterno, para proclamar aos que habitam sobre a Terra, e a toda a nação, tribo, e língua, e povo”. Duas pregações deste Evangelho são mencionadas nas Escrituras, uma passada, começando com o ministério de João Batista e terminando com a rejeição do seu Rei pelos judeus. A outra ainda é futura (Mt 24.14), durante a Grande Tribulação, e imediatamente antes da vinda em Glória de Cristo. Isso será feito pelo anjo do presente texto. Este Evangelho será pregado logo no fim da Grande Tribulação e imediatamente como já dissemosacima, antes do julgamento das nações viventes (Mt 25.31-46). Estas “Boas-Novas” são universais e abrangem “toda a criatura”.
Na cura divina
Uma outra cooperação angelical no que diz respeito à pessoa humana, prende-se ao fato de cura divina. Embora um pouco escasso, a passagem de João 5.4 ilustra o significado do pensamento. Ali vemos um anjo de Deus trazendo cura para os enfermos, “descia em certo tempo, ao tanque, e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse”. Em muitas outras passagens tanto do Antigo como do Novo Testamento, observamos os anjos cooperando com Deus e os homens no plano da redenção (Êx 23.20,23; Jó 33.23; Dn 9.24-27; Hb 1.14; 1Pe 1.12).
No conforto e consolação
Esta cooperação angelical prende-se ao ministério da “consolação” e do “conforto”. Sua presença pode tranqüilizar e confortar em tempos de crise argumenta Billy Graham (Anjos, os agentes secretos de Deus), Daniel também afirma isto no capítulo 10.19 do seu livro. Veja! “... e, falando ele (o anjo) comigo, esforcei-me, e disse: Fala, meu senhor, porque me confortaste...”. Nosso amado Salvador, apesar de ser Senhor dos anjos, foi também certa vez confortado por um deles. “...e apareceu-lhe um anjo (Gabriel?) do Céu, que o confortava...” (Lc 22.43; Hb 5.7). O profeta Zacarias teve também similar experiência quando Deus pôs na boca do anjo intérprete “palavras consoladoras”, as quais foram transmitidas para o profeta (Zc 1.13b). Outras passagens similares, tanto do Antigo como do Novo Testamento, poderiam ser aqui anotadas, mas somente catalogamos estas para expressar o significado do pensamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário