Segundo os dados de um relatório da Organização Mundial da Saúde
(OMS), apresentado nesta sexta-feira (7), a cada 40 segundos uma pessoa
comete suicídio no mundo.
Um milhão de indivíduos acaba tirando a própria vida anualmente,
Cerca de 55% têm menos de 45 anos idade. Para efeitos de comparação, em
1950, estima-se que 60% dos suicidas eram mais velhos que isto.
O suicídio ocupa a terceira posição entre os principais motivos da
morte de pessoas entre 15 e 44 anos. Entre os jovens de 10 a 24 anos, o
suicídio hoje é a segunda maior motivo. Como esses índices entre os
jovens aumentaram muito, em um terço desses países, esta faixa de idade
já é considerada a de “maior risco”.
Alexandra Fleischmann, do departamento de Saúde Mental da OMS, afirma
que “As causas exatas do porquê desta mudança de tendência não sabemos.
É um fenômeno que afeta todos os países e que está aumentando, mas as
razões principais não as conhecemos, são muitas, variadas e mudam muito
de caso a caso”.
Existem vários fatores que influenciam uma tentativa de suicídio:
psicológicos, sociais, biológicos, culturais e ambientais. Porém, a OMS
afirma que os problemas mentais (depressão e uso desproporcional do
álcool, especialmente) são um fator maior de risco na Europa e nos
Estados Unidos, Por outro lado, nos países asiáticos o impulso tem “um
papel essencial”.
Estatisticamente, as mulheres fazem mais tentativas de suicídio que
os homens, na maioria das vezes pelo abuso de remédios.Porém estes são
mais efetivos porque usam métodos mais radicais: armas de fogo ou
pesticidas.
“Nas zonas remotas, o acesso aos estabelecimentos de saúde é muito
mais difícil. Se a tentativa de suicídio é realizada em um apartamento
de uma grande cidade desenvolvida, essa pessoa pode ser levada de
urgência a um hospital e ser salva”, disse Alexandra.
Na América Latina sempre houve baixos níveis de suicídios. Mesmo
assim, Alexandra diz que há uma tendência de aumento dos índices,
“sobretudo entre os jovens”. O país com o menos índice é o Peru, com
média de 1,9 por cada 100.000 homens que tiram a própria vida. No outro
extremo está o Uruguai, com 26 para cada 100.000 dos homens.
O crescimento desse índice é notado de modo especial na Ásia, “em
grandes países como China e Índia, com uma grande população e com
imensos problemas ligados ao desenvolvimento e à globalização”, conclui a
OMS.
As recomendações atuais da OMS incluem atuações multidisciplinares,
como a formação do pessoal de educação e saúde, a restrição do acesso
aos métodos (pistolas, pesticidas, remédios), “cuidar” da apresentação
pública dos casos (evitar publicá-los na imprensa), entre outros.
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