A declaração dada pelo cantor sertanejo Zezé di Camargo, de que “não
existe homem fiel, existe homem que está no momento fiel” causou espanto
e controvérsia entre os cristãos. Alguns ainda se disseram revoltados
com a idéia.
Foi o caso de Samuel Luna, que, casado há 18 anos com Gecélia da
Silva Bezerra Luna, cuida há meses da esposa, mesmo ela estando
incapacitada fisicamente por uma síndrome rara.
Evangélico e batista, Samuel diz que a frase do cantor despertou-lhe indignação e a revolta.
“Minha ‘fase fiel’ com minha esposa já estaria durando os 18 anos que
temos de convivência. Em todo o tempo sempre fomos fiéis um ao outro.
Nunca traí minha esposa, e tenho tranquilidade em dizer que ela nunca me
traiu, em todo esse tempo. O ‘homem fiel’ a quem o cantor referiu não
existir, existe sim. E tenho total certeza de que não sou o único que
existe”, disse ele.
A esposa Gecélia sofre de duas síndromes – de Eaton-Lambert e
Degeneração Cerebelar Paraneoplásica – ocorridas devido a uma resposta
autoimune do corpo a um tumor anterior. Com isso, ela não pode enxergar,
falar, alimentar-se, andar ou coordenar os movimentos.
Samuel não só tem que cuidar da esposa como também dos dois filhos
pequenos. Administrando a casa e os cuidados com a esposa, que está sob
os cuidados de home care hospitalar, ele confessa que não é fácil e por
vezes sente que passa por uma grande provação.
“Não tem sido fácil para mim. É um Samuel para Gecélia, aquele
forte, que deve mostrar segurança, e ao mesmo tempo, consideração pelo
sofrimento dela; outro Samuel para os meninos, que deve ser o pai (e
mãe) que tem que fazer o papel dos dois, e por fim, o Samuel ‘eu mesmo’,
com toda fragilidade, emoção e fé em Deus, mas que tem sido bastante
provado por tudo isso”, diz.
Ele conta que encontra força em Deus e nas mensagens de solidariedade recebidas pelo Facebook,
principalmente depois que postou seu testemunho no YouTube. “O apoio
de alguns amigos cristãos tem me ajudado muito. Além disso, sempre fiz
terapia, mesmo antes de Gecélia adoecer, e continuo até hoje,
semanalmente”.
Gecélia, apesar de não coordenar os movimentos e nem ao menos
conseguir se alimentar sozinha, alterna momentos de alegria e
tranquilidade, principalmente quando na presença dos filhos.
Neste ponto, o marido dá um depoimento emocionado sobre a força da
mulher: “A força de vontade dela, o fato de eu não tê-la abandonado (e
não me dispor a fazer isso nem agora nem futuramente), a nossa história
de amor, fidelidade, companheirismo, troca, amizade e também de
dedicação aos nossos filhos tem ajudado muita gente”.
Ele acredita que a repercussão do caso de sua família é
“interessante”, pois a mídia quase sempre dá prioridade à más notícias e
às mazelas da sociedade. Mas apesar de um prognóstico negativo por
parte dos médicos, ele crê no poder de Deus de curar.
Acredita também que sua história possa servir de exemplo e testemunho
para quem a conhece, em meio à crescente onda de inversão de valores
familiares e apostasia moral.
“Creio que sempre haverá também pessoas que não se deixam levar por
estas idéias invertidas (de infidelidade), por conta de formação
familiar, religiosa e de caráter. Suplantar a idéia de casamento
monogâmico não é simples, pois ela é uma das bases da família. E se não
houver família, não há sociedade”, conclui.
Veja seu testemunho:
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