A busca de uma americana de 54 anos por
sua família biológica chegou ao fim após 30 anos de buscas. Descobrir
sua família, no entanto, não trouxe apenas alegrias para Martha Ogle,
mas revelou também o motivo trágico por que foi dada à adoção. Sua mãe
havia sido vítima de um estupro.
Em entrevista ao canal americano Toledo News Now
(WTOL), Martha Ogle contou que foi adotada há 50 anos. Ela sempre soube
da adoção, mas, três décadas atrás, passou a procurar informações sobre
sua família. Desde então, sempre acreditou que fosse órfã. No ano
passado, porém, ela descobriu que sua mãe ainda estava viva.
Martha soube então que foi concebida em
um estupro sofrido por sua mãe, que vivia na Irlanda. Martha disse que,
durante suas décadas de busca, tinha como pista apenas sua certidão de
nascimento irlandesa. Ela sabia ter nascido em um local chamado St.
Patrick´s Home.
Após identificar sua mãe, que morava em
Londres, ela entrou em contatou por telefone no ano passado. ”Liguei e
perguntei: ‘É Mary Domegan?’ Ela disse que sim, e eu falei: ‘nasci em 10
de julho de 1958 e acho que você é minha mãe’”, disse Ogle. ”Ela ficou
histérica e eu também”, contou.
Drama irlandês

As irmãs pretendem passar duas semanas juntas nos EUA para se conhecerem melhor
À emissora americana, ela disse que a
alegria inicial se transformou em raiva ao descobrir o que causara sua
adoção. ”Foi catastrófico. Fui fazer terapia por um tempo por estar
arrasada. Achava que este seria um momento maravilhoso e que eu tinha
uma mãe maravilhosa que apenas havia engravidado muito nova”, disse ela.
Segundo a emissora americana, Ogle foi uma das quase 2 mil crianças irlandesas adotadas secretamente por famílias americanas.
A WTOL cita o livro do repórter investigativo Mike Milotte, “Banished Babies”
(Bebês Expulsos, em tradução livre), que afirma que “nos anos 1950 e
1960 a Irlanda era um país profundamente conservador e muito ligado à
Igreja Católica”.
“Mulheres solteiras que engravidavam, a
despeito das circunstâncias da gestação, geralmente eram enviadas a
conventos para dar à luz. As mulheres não tinham a opção de ficar com os
bebês e, geralmente, cuidavam deles até que uma família fosse
encontrada”, afirma Milotte.
Futuro
Em maio, Martha foi a Londres conhecer
sua família, e a irmã Mônica Tomlins acaba de viajar para Ohio, nos EUA,
para passar duas semanas com a parente recém-descoberta.
Ela disse que descobrir a existência da irmã foi uma enorme surpresa. “Era a última coisa que eu esperava”, afirmou Tomlins.
As duas planejam assistir a um jogo de
basebol local e visitar o hall da fama do Rock´n Roll em Ohio. ”Temos
duas semanas para passar juntas, faremos o possível para recuperar 50
anos. Vamos fazer coisas que nunca tivemos a chance de fazer”, disse
Martha.
Fonte: BBC
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