Câmara proíbe divulgação de material sobre diversidade sexual nas escolas

“Fica vedada a distribuição, exposição e divulgação de material didático contendo orientações sobre a diversidade sexual nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e de Educação Infantil da rede pública municipal da Cidade do Rio de Janeiro”, diz o artigo primeiro do projeto.
O projeto orienta que o Poder Executivo ficará responsável pelo cumprimento desta Lei e por investigação se houver descumprimento. A justificativa do vereador é que o conteúdo sobre a diversidade sexual cabe somente à família determinar o momento certo de expor tal assunto aos filhos, “por ser considerado uma afronta aos conceitos da família tradicional”.
“Não podemos permitir que o Poder Público, através da rede de ensino fundamental direcionada basicamente ao público infanto-juvenil, venha influenciar nossas crianças na escolha de sua sexualidade, devendo, este fato, acontecer naturalmente na idade certa, de acordo com a base familiar de cada um”, diz o vereador Carlos Bolsonaro, que é filho do polêmico deputado federal Jair Bolsonaro.
Sessão
O parecer da Comissão de Educação e Cultura foi contrário ao projeto, assim como o da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, mas diferente da Comissão de Direitos da Criança e do Adolescente, que votou favorável. A vereadora Andrea Gouvêa Vieira (PSDB) tentou adiar a votação, mas sem sucesso.
“Vamos adiar por três sessões a votação desse Projeto, para que todo mundo possa ter mais tempo para refletir”, propôs. “O requerimento foi rejeitado”, informou o presidente da Casa, Jorge Felippe, após votação.
“Quando falamos de homofobia, estamos falando de preconceito. É o mesmo caso de crianças com deficiência que sofrem bullying, é o mesmo caso de crianças que sofrem bullying por religião ou por cor de pele, por etnia, enfim. Então, qualquer ação de combate ao preconceito tem que ser apoiada, disse Paulo Messina (PV), presidente da Comissão de Educação e Cultura.
“Não podemos, de forma nenhuma, aprovar uma matéria cujo conteúdo está eivado de discriminação, de desrespeito àquilo que todos nós devemos perseguir permanentemente, que é considerar a diferença como natural, como normal”, orienta o vereador Eliomar Coelho (PSOL), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos.
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