GALATAS 3:10-14
10 Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las.
11 E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé.
12 Ora, a lei não procede de fé, mas: Aquele que observar os seus preceitos por eles viverá.
13 Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro),
14 para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido.
Pergunta:
Meu querido ouvinte da palavra de Deus, você esta convertido, ou não?
Dependendo da sua resposta será a forma que me dirigirei a você.
Se esqueça que você esta nesta Igreja, ouvindo um pregador ministrando a palavra de Deus. Mais imagine que estou com você, sentado em sua sala com sua mão na minha conversando sozinho com você.
E quero mias uma vez na presença de Deus enfatizar minha pergunta:
Você esta em Cristo ou fora Dele? Ou você é um estrangeiro longe das promessas do Santo Evangelho? Quero que você na sua mente (consciência) sem hesitações ou falsas desculpas responda SIM ou NÃO.
Porque de duas coisas uma: Ou você esta sob o peso da cólera de Deus ou esta livre desta Ira. Não gostaria de ouvir “se” ou “talvez”
Será que você pode dizer com humildade e certeza:
“Eu sei uma coisa, que estava cego e agora vejo. Passei da morte para vida”
Se você respondeu SIM. A paz do Senhor meu amado irmão.
Mais creio que alguns não puderam dar a mesma resposta, e se você não pode dar um SIM nesta noite e com você que eu quero falar .
Oração:
Oh Senhor eleva a todos a um estado de reverência e reflexão de seus próprios pensamentos e sentimentos. Queira nos dar, neste momento, ouvidos que ouçam, uma memória que retenha e uma consciência que seja tocada por teu Espírito, pelo amor de Jesus !
1. JULGAMENTO DO ACUSADO
2. SUA SENTENÇA
3. ANUNCIAREMOS A LIBERTAÇÃO.
Primeiro, façamos o JULGAMENTO DO ACUSADO.
I
Meu texto diz assim: maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no livro da Lei para as praticar. Homem não convertido, eu lhe pergunto, você é culpado ou não culpado? Você tem perseverado em todas as coisas que estão escritas no livro da Lei? Na verdade, me parece quase impossível que você ouse sustentar sua inocência; mas quero supor, por um instante, que você tenha a triste coragem de fazê-lo. Quero supor que você diga ousadamente: "Sim, eu persevero em todos os mandamentos da Lei." É o que nós vamos examinar, meu caro ouvinte; e antes de tudo, permita-me lhe perguntar se você conhece esta lei que você diz cumprir.
Eu vou lhe dar um simples resumo que chamarei exterior, mas lembre-se que ela possui um sentido interior e espiritual infinitamente mais amplo que seu sentido literal. Escute então o primeiro mandamento da Lei:
NÃO TERÁS OUTRO DEUS DIANTE DE MIM.
O quê? Você jamais amou outra coisa além de seu Criador? Você sempre lhe deu o primeiro lugar em suas afeições? Você não tem feito um Deus de seu ventre, ou de seu comércio, ou de sua família, ou de sua própria pessoa? Oh! Você certamente não ousará negar que este primeiro mandamento lhe condena! E o segundo, você o tem obedecido melhor?
NÃO FARÁS PARA TI IMAGEM DE ESCULTURA, NEM ALGUMA SEMELHANÇA DO QUE HÁ EM CIMA NOS CÉUS, OU EM BAIXO NA TERRA, NEM NAS ÁGUAS DEBAIXO DA TERRA.
O quê! Você jamais se curvou diante da criatura?
Jamais colocou qualquer objeto terrestre no lugar de Deus? De minha parte, eu lhes declaro para minha vergonha, que tive ídolos em minha vida; e se sua consciência fala com sinceridade, estou certo que ela lhe dirá também: "Ó homem! Você tem sido um adorador de Mammon, um adorador de seus sentidos; você tem se prostrado diante de seu dinheiro e seu ouro; você tem se inclinado lhes dando honra e dignidade; você tem feito um Deus de sua intemperança, um Deus de suas cobiças, um Deus de sua impureza, um Deus de seus prazeres!
E o terceiro mandamento.
NÃO TOMARÁS O NOME DO SENHOR TEU DEUS EM VÃO.
Você ousaria sustentar que não o tem violado? Você jamais proferiu juramentos grosseiros, ou palavras blasfemas; não empregou ao menos irreverentemente o nome de Deus, em suas conversas comuns? Diga-me: você tem sempre santificado este nome, três vezes santo? Você nunca o pronunciou sem necessidade? Você nunca leu o livro de Deus distraidamente e com pressa? Você nunca escutou a pregação do Evangelho, sem respeito e recolhimento? Oh! Certamente, aqui também, você tem que se confessar culpado.
E quanto ao quarto mandamento, que trata da observação do sábado.
LEMBRA-TE DO DIA DE DESCANSO PARA O SANTIFICAR.
Há alguém bastante atrevido para dizer que nunca o transgrediu? Oh! Homem, ponha então sua mão na boca e reconheça que estes quatro mandamentos bastariam para lhe convencer do pecado e para despejar sobre você a justa cólera de Deus !
Mas continuemos nosso exame.
HONRA A TEU PAI E A TUA MÃE.
O quê! Você pretende não ser culpado neste ponto? Em sua juventude, você nunca os desobedeceu? Você nunca se rebelou contra o amor de sua mãe, nem desprezou a autoridade de seu pai? Folheie as páginas de seu passado. Veja se em sua infância, ou mesmo em sua idade madura, você sempre falou com seus pais como deveria fazer; veja se você sempre os tratou com a honra que eles têm direito e que Deus lhe ordenou lhes dar.
NÃO MATARÁS.
É possível, meu caro ouvinte, que você não tenha violado a letra deste mandamento; é possível que você não tenha tirado a vida a um de seus semelhantes; mas você nunca se deixou dominar pela cólera? Ora, a Palavra de Deus declara expressamente que aquele que se encoleriza contra seu irmão, é um assassino (I Jo 3:15). Julgue, depois disso, se você é ou não culpado.
NÃO COMETERÁS ADULTÉRIO.
Talvez você tenha cometido coisas abomináveis, e esteja mergulhado hoje mesmo, nas mais vergonhosas luxúrias; mas, admitindo que você tenha sempre vivido na castidade mais perfeita, você pode dizer, ó meu irmão, que você não tem nada a lhe reprovar neste mandamento, quando você se coloca na presença destas solenes palavras do Mestre: qualquer que olhe uma mulher para a cobiçar, já cometeu adultério com ela em seu coração (Mt 5:28). Nenhum pensamento lascivo atravessou seu espírito? Nenhum desejo impuro manchou sua imaginação? Oh! Certamente, se sua fronte não é dura como o bronze, se sua consciência não estiver inteiramente cauterizada, sua resposta a estas questões não deixaria dúvidas.
NÃO FURTARÁS.
Você jamais roubou alguém? Talvez, nesta manhã mesma, você tenha cometido um furto, e se encontra aqui, em meio ao povo, ainda com o produto do seu latrocínio; mas ainda que você seja de uma probidade exemplar, entretanto, não houve momentos em sua vida, em que você provou um secreto desejo de enganar seu próximo? Eu vou mais longe – você nunca cometeu, às escuras e em silêncio,
algumas daquelas fraudes, que mesmo não sendo contrárias às leis de seu país, não deixam de ser infrações manifestas da santa Lei de Deus?
E quem de nós seria tão audacioso em afirmar que tem obedecido perfeitamente ao nono mandamento?
NÃO DIRÁS FALSO TESTEMUNHO CONTRA TEU PRÓXIMO
Nunca demos ocasião à calúnia? Nós não temos, freqüentemente, interpretado mal as intenções de nossos semelhantes?
E o último mandamento.
NÃO COBIÇARÁS.
Onde está o homem que não tenha pisado este mandamento com os pés? Quantas vezes não temos desejado mais do que Deus nos tem dado? Quantas vezes nossos corações carnais não têm suspirado pelos bens que o Senhor em sua sabedoria julgou melhor nos recusar? Ah! meus amigos; sustentar nossa inocência diante da Lei de Deus, não seria isso, lhes pergunto, um ato de verdadeira loucura? E não lhes parece que a simples leitura desta Lei santa deveria bastar para extrair de nós, cheios de humilhação e penitência, esta frase: “Nós somos culpados, Senhor, somos culpados em todos os pontos?”
Mas ouço alguém me dizer: “Não, não quero me reconhecer culpado. Certamente, não teria a pretensão de perseverar em todas as coisas que estão escritas no livro da Lei, mas ao menos, fiz o que pude. Isto é falso, ó homem! Você se engana e mente diante da face de Deus! Não, você não fez tudo que é possível para perseverar no bem. Em milhares situações de sua vida, você deveria ter agido melhor do que agiu. O quê! Este homem ousaria afirmar que fez o possível para agradar a Deus, quando o vejo assentado no banco dos escarnecedores, e insultar seu Criador até em seu santuário? O quê! Todos que estamos aqui, não teríamos podido, se tivéssemos querido, resistir àquela tentação, evitar aquela queda cuja lembrança nos condena? Se nós não fôssemos livres para escapar do mal, sem dúvida seríamos desculpados ao cair; mas quem de nós não é forçado a reconhecer que houve em sua vida momentos solenes, nos quais chamado a escolher entre o bem e o mal, resolutamente escolheu o mal e virou as costas ao bem, andando assim, sabendo e querendo, no caminho que conduz ao inferno?”
“Ah! Exclama um outro, é verdade que infrinjo a Lei de Deus, mas não sou pior do que aqueles que me cercam”. Pobre argumento é este, meu caro ouvinte, ou melhor, de fato nem pode ser chamado assim. Você não é, assim creio, pior que o resto dos homens, mas lhe rogo, em que isto lhe é vantagem ? Será uma coisa menos terrível ser condenado em companhia, ainda que seja, de um único perdido? Quando, no último dia, Deus disser aos ímpios: Vão, malditos, para o fogo eterno! Você crê que esta terrível sentença lhe será mais doce, porque ela será dirigida aos milhares, tanto quanto a você?
Se o Senhor precipitasse uma nação inteira no inferno, cada indivíduo sentiria tão vivamente o peso desse castigo, como se fosse o único a carregá-lo. Deus não é como os juízes da terra: se os tribunais fossem entulhados de acusados, talvez fossem tentados a passar levemente por sobre mais de um processo; mas o Altíssimo não agirá assim. Infinito em todas as suas faculdades, o grande número de criminosos não será obstáculo para Deus. Ele se mostrará tão justo e inflexível com você, como se não existisse outro pecador como você. Além disso, que você tem, eu rogo, com os pecados de outrem? Você não é responsável, porque cada um levará seu próprio peso. Deus lhe julgará segundo suas obras e não segundo as dos outros. As faltas da mulher de vida má, podem ser mais grosseiras que as suas, mas não se lhe pedirá conta de suas iniqüidades. O crime do assassino pode revelar muito aos meus olhos sobre suas próprias transgressões, mas você não será condenado por ele. Fixe bem em seu espírito, ó homem, que a religião é um negócio entre Deus e você, por isso, lhe conjuro, olhe seu próprio coração e não o de seu próximo.
Mas ouço outro de meus ouvintes falando assim: “Quanto a mim, tenho me esforçado muito em guardar os mandamentos de Deus e, em certos períodos de minha vida, creio que tenho conseguido: isso não é suficiente para me pôr ao abrigo da maldição?” Para responder, meu irmão, permita-me outra vez ler a sentença contida em meu texto: “Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las.” Ah! Você não se convence que o Senhor jamais confunde as cores agitadas de uma irresolução mórbida com a santidade e obediência? Não será uma observação passageira e intermitente destes mandamentos que ele aceitará no dia do juízo; não, é preciso perseverar em fazer sua vontade. Se então, desde minha mais tenra infância, até a hora em que meus cabelos brancos descerem ao sepulcro, minha vida não for um incessante cumprimento da Lei de Deus, eu serei condenado! Se desde o instante em que minha inteligência recebe seus primeiros raios de luz, eu me torno um ser responsável, até o dia em que, como uma espiga madura, eu sou recolhido nos celeiros eternos, eu não observei em sua inteireza todas as ordenanças de meu Mestre, a salvação pelas obras é impossível para mim, e estarei infalivelmente perdido!
Então, não espere, ó homem, que uma obediência vacilante e sem conseqüência salvará sua alma. Você não perseverou em todas as coisas que estão escritas no livro da Lei. Por conseqüência, você está condenado.
Mas outro objeta – “se há vários pontos da Lei que transgredi, não quer dizer que eu seja menos virtuoso”. Eu concordo, meu irmão. Quero supor que de fato você tem sido um modelo de virtude; eu quero supor que você é puro de muitos vícios. Mas releia meu texto (e lembre-se que não é minha palavra, mas a palavra de Deus que você vai ler). “Maldito todo aquele que não perseverar em todas as coisas que estão escritas no livro da Lei.” Note que não está dito para perseverar em algumas coisas, mas em todas as coisas.
Ora, eu lhe pergunto, você tem praticado todas as virtudes? Você tem evitado todos os vícios? Você diz, talvez, para sua defesa: “Eu não sou um intemperante.” Que seja. Mas você não será menos condenado, se você tem sido um fornicário. “Eu jamais cometi impureza”, você grita. Que seja ainda. Mas se você tem profanado o sábado, você tem incorrido em maldição. Você me responde que também nisto você não pode ser reprovado? Eu replico que se você tem tomado o nome de Deus em vão, esta única transgressão basta para lhe condenar. Sobre um ponto ou outro, a Lei de Deus lhe atingirá indubitavelmente. Mas há mais – não somente afirmo (e estou certo que sua consciência confirma também) que você não tem perseverado em todas as coisas que estão escritas na Lei, mas ainda sustento que você não tem perseverado em guardar em sua inteireza um único dos mandamentos de Deus. O mandamento é de uma grande amplitude, disse o salmista (Sl 109:96), e nenhum homem sobre a terra conseguiu sondar sua profundidade. Não é apenas o ato exterior que nos deixa passíveis da condenação eterna, mas o pensamento, a imaginação, a concepção do pecado, bastam para fazer perder a alma. E lembrem-se, meus caros amigos, que esta doutrina, que pode, eu concordo, lhes parecer dura, não é minha – ela é de Deus.
Se vocês nunca tivessem transgredido a Lei divina, mas se seus corações têm concebido maus pensamentos ou nutrido maus desejos, vocês merecem o inferno. Se vocês tivessem vivido desde seu nascimento até hoje, em um lugar inacessível, longe de qualquer ser humano, e lhes tivesse sido impossível de fisicamente cometer seja um ato impuro, seja um assassinato, ou uma injustiça, as imaginações de seus corações depravados, só elas bastariam para lhes banir para sempre da presença de Deus. Não! Não há uma alma nesta grande assembléia que possa esperar escapar da condenação da Lei! Todos, desde o primeiro até o último, devemos nos curvar diante de Deus, e gritar em uma única voz – “Nós somos culpados, Senhor, nós somos culpados!” Quando eu te contemplo, ó Lei, minha carne treme, meu espírito fica perdido!
Quando ouço roncar seu trovão, meu coração se derrete como cera dentro de mim! Como posso suportar tua presença? Como poderei aplacar tua justiça? Certamente, se no último dia eu tivesse de comparecer a teu tribunal, não saberia escapar da condenação, porque minha consciência será minha acusadora!
Mas creio que é supérfluo insistir muito neste ponto. Oh! Você que está fora de Cristo e sem Deus no mundo, não se convenceu ainda que você está sob o golpe da cólera divina? Para trás de nós, loucas ilusões! Caí, máscaras da mentira! Lancemos ao vento nossas vãs desculpas e reconheçamos que ao menos que nós sejamos cobertos pelo sangue e da justiça de Cristo, a maldição contida em meu texto, fecha a cada um de nós, individualmente, a porta dos céus e não nos deixa nada mais a esperar além das chamas da perdição.
II
O acusado é, então, julgado e reconhecido culpado. Agora SUA SENTENÇA TERÁ DE SER PRONUNCIADA. Em geral, os ministros de Deus amam pouco esta tarefa.
De minha parte, lhes confesso, preferiria pregar vinte sermões sobre o amor de Cristo, do que um único como este.
De resto, me é raro escolher assunto como este, visto que não me parece necessário tratá-lo freqüentemente; entretanto, se nunca o tratasse, se deixasse sempre as ameaças divinas relegadas a segundo plano, sinto que meu Mestre não poderia abençoar a pregação de seu Evangelho, porque Ele quer que a Lei e a graça sejam anunciadas na mesma medida e que cada uma conserve o lugar que lhe é próprio. Ouçam então, meus irmãos, enquanto que, com dor na alma eu pronunciarei a sentença levantada contra todos aqueles dentre vocês que não pertencem a Cristo – Pecador não convertido! Você é maldito! Maldito neste momento mesmo! Você é maldito não por causa de um auto-denominado mágico qualquer, cujo pretenso sortilégio só pode despertar medo aos ignorantes; não por algum monarca terrestre que poderia no máximo fazer perecer seu corpo e devastar seus bens; mas maldito pelo seu Criador ! Maldito pelo Monarca dos céus! Maldito! Oh! Que palavra é esta! Que coisa terrível é a maldição de qualquer parte que ela venha! E a maldição de um pai, como ela deve ser a mais terrível entre todas! Temos visto pais que, levados ao desespero pela conduta de um filho rebelde e depravado, têm levantado suas mãos aos céus, pronunciando sobre o filho a mais terrível das maldições. A Deus não agrada que eu aprove esse ato! Reconheço, ao contrário, que é tanto temerário quanto insensato. Mas, qualquer que seja a reprovação com que se possa considerar o ato em si, não resta menos verdadeiro que a maldição de um pai imprime sobre aquele que a mereceu, uma vergonhosa, indelével destruição. Oh! Eu sofro só em pensar o que minha alma provaria se tivesse sido amaldiçoada por aquele que me gerou! Certamente, meu céu estaria coberto por trevas; o sol não brilharia mais em minha vida. Mas ser maldito de Deus!...
Oh! Pecadores, as palavras me faltam para lhes falar o que é esta maldição!...
Mas eu lhes ouço me responder: “Se é verdade que nós temos incorrido na maldição divina, ao menos não sentiremos seus efeitos durante esta vida; isso é algo que espera um futuro ainda bem distante, por isso pouco nos inquieta.” Você se engana, ó alma, você se engana! Desde agora a cólera de Deus permanece sobre você. Você não conhece ainda, é verdade, a plenitude da maldição, mas por isso agora mesmo você não é menos maldito. Você ainda não está no inferno; o Senhor não lhe cerrou definitivamente as entranhas de suas misericórdias e não lhe rejeitou ainda para sempre; mas você está debaixo do golpe da Lei. Abra o Livro de Deuteronômio. Leia as ameaças dirigidas ao pecador, e veja se a maldição de Deus não é ali colocada como algo imediato, atual, presente. (Deut. 28:15-16). Está escrito que você será maldito na cidade, isto é, no lugar de sua habitação, de seu trabalho, de seus negócios; você será maldito nos campos, isto é, nos lugares onde você vai procurar o descanso, repouso, o prazer; seu cesto será maldito e também sua amassadeira; o fruto de seu ventre será maldito e o fruto de sua terra; as crias de suas vacas e as ovelhas de seu rebanho; será em sua entrada e em sua saída! Há homens sobre os quais a maldição divina parece pesar de uma maneira visível. Tudo o que eles fazem é amaldiçoado. Se eles adquirem riquezas, a maldição se agarra a elas; se eles constroem casas, a maldição cai sobre suas casas. Veja o avarento: ele é amaldiçoado em seus tesouros, porque sua alma está tão corroída
pela ganância e cobiça, que ele não pode desfrutar de seus tesouros mesmos. Veja o intemperante: seu cesto e sua amassadeira são literalmente malditas, porque seu palácio, regado de bebidas embriagadoras, não pode mais usufruir de nenhum alimento. Ele é também maldito em sua entrada e saída, porque desde quando ele atravessa a soleira de sua própria casa, suas crianças correm para se esconder, tal o medo que ele lhes inspira. E será maldito um dia, no fruto do seu ventre, porque quando seus filhos avançarem na idade, eles seguirão certamente o exemplo de seu pai; eles se darão aos mesmos excessos de seu pai; eles jurarão como ele jurou; eles se aviltarão como ele se aviltou. Hoje, o infeliz procura talvez se convencer que pode, sem grande inconveniente, se embebedar e blasfemar quanto bom lhe pareça; mas que dor aguda atravessará sua consciência (se ainda lhe resta alguma consciência ...), quando vir seus filhos andarem sobre suas vergonhosas pegadas ! Sim, repito, a maldição divina acompanha de uma maneira visível certos vícios; mas ainda que ela não seja sempre igualmente aparente, na realidade ela não pesa menos sobre qualquer que seja a transgressão da Lei. Você, então, pecador, que vive sem Deus, sem Cristo, estranho à graça de Jesus, saiba, você é maldito – maldito quando se assenta, maldito quando se levanta ! Maldito é o leito onde você deita; maldito o pão que você come; maldito o ar que você respira! Para você tudo está amaldiçoado. O que quer que você faça, ou aonde você vá, você é maldito!...
Oh! Pensamento terrível! Neste momento mesmo, eu não posso duvidar; eu tenho diante de mim um grande número de criaturas imortais que são malditas de Deus! Infelizmente! Por que é preciso que um homem fale assim a seus irmãos? Mas ainda que este dever seja penoso, como ministro de Cristo, eu tenho de cumpri-lo, sem o que eu seria infiel em relação às suas almas que perecem. Ah! Queira Deus que haja nesta assembléia alguma pobre alma que, cheia de pavor, grite: “É verdade então? Eu sou maldito? Maldito de Deus e de seus santos anjos, maldito sobre a terra e no céu - maldito ! maldito ! Sempre maldito !” Oh ! Eu estou convencido que se não quisermos levar a sério esta única palavra –Maldito – não precisará muito para dar o golpe de morte à nossa indiferença e torpor espirituais!
Mas, tenho mais que isto a lhe dizer, meu querido ouvinte. Se você é impenitente e incrédulo, devo lhe advertir que a maldição que hoje está sobre você, não pode em nada ser comparada com aquela que cairá sobre você depois. Você sabe que em poucos anos nós devemos morrer. Sim, jovem, logo você e eu envelheceremos; ou talvez bem antes de alcançarmos a velhice, nos estenderemos sobre nosso leito, para nunca mais nos levantarmos. Nós acordaremos de nosso último sono, e ouviremos murmurar ao nosso redor que nossa última hora vai soar. O médico consultará uma última vez nosso pulso, depois dirá à nossa família amargurada que não há mais esperança! E nós estaremos lá, deitados, imóveis e sem força. E nada virá romper o silêncio lúgubre do quarto mortuário; apenas o barulho monótono do relógio ou o choro de nossa mulher e nossos filhos. E teremos que morrer!... Oh! Que hora solene será quando formos pegos pelo grande inimigo do gênero humano: a morte!
Já o gemido despedaça nosso peito; é muito se pudermos articular uma única palavra; nossos olhos se embaçam; a morte pôs seu dedo frio sobre o calor de nosso corpo e o atingiu para sempre; nossas mãos recusam levantar-se; estamos à beira
do sepulcro! Momento decisivo, momento solene entre todos os momentos da vida, é aquele onde a alma entrevê seu destino; onde, como através das fendas de sua prisão de barro, ela descobre o mundo por vir! Oh! Que língua humana poderia exprimir o que passará no coração do não convertido, quando ele estiver diante do tribunal de Deus, e ouvir o estrondo dos raios de sua cólera eterna em suas orelhas e sentir que entre o inferno e ele, não há mais que um intervalo de um momento!
Quem poderia descrever o terror inexprimível que tomará os pecadores, quando se encontrarem na presença das realidades, sobre a existência das quais não tinham querido crer? Ah! Desprezadores que me escutem! Hoje vocês podem rir à vontade das coisas de Deus. Vocês podem, saindo deste recinto, zombar do que acabaram de ouvir, tornar ridículo o pregador e folgar às suas custas. Mas esperem até quando estiverem sobre o seu leito de morte e vocês não rirão mais, eu lhes garanto! Agora que a cortina está cerrada, que o futuro está escondido de seus olhos, lhes é fácil zombar do que virá; mas quando o Senhor levantar a cortina, e os horizontes eternos se desenrolarem diante de seus olhos, vocês não terão mais coragem de rir. O rei Acabe, assentado em seu trono, rodeado de cortesãos, riu do profeta Miquéias; mas não consta que ele tenha rido do profeta, quando uma flecha inimiga, penetrando por uma emenda de sua couraça, o feriu mortalmente (I Re 22). Os contemporâneos de Noé riram do venerável ancião que lhes anunciava que o Eterno haveria de destruir o mundo por um dilúvio: sem nenhuma dúvida eles o tinham por um sonhador, visionário, um insensato. Mas em que lhes tornou o seu desdém e sarcasmos, ó céticos, quando Deus fez descer do céu imensas cataratas, quando as fontes do grande abismo foram abertas e o mundo foi inteiramente submerso? Então reconheceram, mas tarde demais, que Noé havia dito a verdade. E vocês mesmos, pecadores que se encontram neste auditório, quando vocês estiverem no ponto de serem lançados na eternidade, não creio que rirão ainda de mim e da palavra que lhes anuncio. Antes dirão a si mesmos: “Eu me lembro daquela época, quando um dia entrei por curiosidade naquele lugar de culto; eu ouvi um homem que falava de uma maneira forte e solene; naquele momento não gostei muito; entretanto não poderia negar o pensamento de que ele me dizia a verdade e que queria o meu bem. Oh! Como não escutei seus apelos! Como não aproveitei seus avisos! O que não daria para poder ouvi-lo de novo!”
Há pouco tempo um caso bem parecido veio ao meu conhecimento. Um homem que muitas vezes me havia coberto de zombarias e injúrias, tendo partido num domingo para uma viagem de passeio, voltou para sua casa apenas a tempo de morrer. Na manhã da segunda-feira, sentindo seu fim aproximar-se, o que você pensa que ele fez? Mandou chamar com pressa o servo de Deus que lhes fala neste momento, aquele mesmo que ele havia insultado tantas vezes! Ele queria que ele lhe indicasse o caminho para o céu, que lhe falasse do Salvador. Eu fui apressadamente e com alegria. Mas infelizmente! Como é triste a tarefa de falar a um profanador do sábado, a um contendor do Evangelho, a um homem que passou sua vida a serviço de Satanás e que chega na sua última hora ! E de fato, o infeliz morreu logo. Ele morreu sem a Bíblia em sua casa, sem oração pedindo a Deus por sua alma, a não ser aquela que eu pronunciava na cabeceira de seu leito... Oh! Meus caros amigos, creiam: é uma coisa terrível morrer sem Salvador! Certa vez, após ter assistido os últimos momentos de um pobre pecador que tocava a salvação de uma
forma pela qual eu teria pouca esperança, voltei para casa com a alma quebrada, o coração entristecido, pensando comigo mesmo : “Meu Deus! Que eu possa pregar as insondáveis riquezas de Cristo a cada hora, a cada instante do dia, a fim de que as almas possam olhar para Cristo antes de que lhes seja tarde demais!” Depois, eu pensei no pouco zelo, pouco amor, pouco fervor com o qual tantas vezes anunciei as misericórdias de meu Mestre, e chorei – sim, eu chorei amargamente, sentindo que não pressionei as almas como deveria fazer, ou seja, com insistência e lágrimas, para fugirem da cólera que há de vir.
A CÓLERA QUE HÁ DE VIR! A CÓLERA QUE HÁ DE VIR! Oh! meus queridos ouvintes, firmem bem em seus espíritos, eu lhes peço, que esta não é uma palavra vã. As coisas sobre as quais lhes falo não são nem sonho, nem fábulas de velhas.
São verdades, e vocês as conhecerão logo, cada um por sua própria conta. Sim, pecador, você que não tem perseverado em todas as coisas que estão escritas no livro da Lei, e que não procurou refúgio junto a Cristo, o dia se aproxima quando as coisas invisíveis se tornarão para você realidades vivas terríveis. E então, oh ! então, o que você fará ? Após a morte, segue o julgamento.
Um dia Jesus, do trono de sua Glória, virá julgar os vivos e os mortos.
Tente imaginar aquele grande e glorioso dia do Senhor. O relógio do tempo soou sua última hora. As almas dos reprovados vão ouvir sua sentença definitiva. Seu corpo, ó pecador, é lançado fora do sepulcro; você desenrola a mortalha e olha ... Mas que barulho terrível é esse? Um barulho formidável que abala as colunas da terra e faz cambalear até o céu? É a trombeta do arcanjo, a trombeta do arcanjo que ressoa até às extremidades da terra, chamando todos os homens para o julgamento! Você ouve e treme. De repente uma voz se faz ouvir, voz que é saudada por uns com gritos de desespero, por outros com cantos de alegria. “Eis que ele virá, ele virá, e todo o olho o verá!” E o trono, branco como alabastro, aparece sobre uma nuvem do céu; e sobre o trono, assentado alguém envolto em majestade. É Ele! É o Homem que morreu no Calvário! Eu vejo suas mãos perfuradas, mas que mudança em sua aparência! Nada de coroa de espinhos. Ele compareceu ao tribunal de Pilatos. Agora o mundo inteiro comparece ao seu. Mas ouçam! A trombeta soou de novo. O Juiz abre o Livro. Faz-se silêncio em todo o céu!
A terra está totalmente em silêncio. “Reúnam meus eleitos dos quatro ventos, meus resgatados das extremidades do mundo.” Também os anjos obedecem. Como um relâmpago, suas asas separam a multidão. Aqui, estão os justos, reunidos à direita de seu Mestre; e você, pecador, você é deixado à esquerda. Você é deixado para suportar o ardor devorador da cólera eterna. As harpas celestes fazem ouvir doces melodias, mas elas não são doces para você. Os anjos repetem em coro: “Venham, vocês, benditos do Pai, e possuam por herança o reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo”; mas esta inefável saudação não lhe diz respeito. E agora, sobre a face do Senhor se acumulam nuvens de indignação; relâmpago cobre seu rosto; raios jorram de seus olhos. Ele olha para você que o desprezou; você que brincou com sua graça, que riu de sua misericórdia, que profanou o dia de seu repouso, que zombou de sua cruz,
que não quis que ele reinasse sobre sua alma! Ele olha para você, e com uma voz mais tremenda que dez mil trovões, ele grita: “Aparte-se de mim, maldito!” E depois ... Não! ... Eu não quero lhe seguir mais longe! Não quero falar nem do verme que nunca morre, nem do fogo que jamais se extingue; não quero descrever nem os sofrimentos do corpo, nem as torturas da alma. Que me baste lhes dizer, pecadores não convertidos, que o inferno é terrível, que a sorte dos reprovados é pavorosa... Oh! Então fujam, fujam da cólera por vir! Fujam dela sem demora; fujam dela já, pelo medo que sendo surpreendidos pela morte, vocês não se vejam transportados, de um golpe, para o meio dos horrores indizíveis da perdição eterna! Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no livro da Lei, para praticá-las.
III
Mas, Deus seja louvado, nós temos agora uma tarefa mais doce a cumprir. Nós viemos, no nome de nosso Mestre, ANUNCIAR A LIBERTAÇÃO a todo pecador que se arrepende.
Você me diz: “Pregador do Evangelho, você nos condenou a todos”. Isto é verdade, meus queridos ouvintes. Entretanto, não sou eu, mas Deus é quem condena. Eu posso dizer diante dos céus: eu lhes amo a todos, individualmente, como um irmão ama seus irmãos. Se lhes falo com severidade, é unicamente para o seu bem. Meu coração, minha alma, estão cheios de compaixão por vocês; e em minhas palavras, aquelas aparentemente mais duras, há na realidade mais amor que nos discursos agradáveis daqueles que lhes dizem Paz, Paz! Quando não há paz. Oh! Não creiam que tenho prazer em pregar como fiz hoje. Não, Deus me é testemunha! Eu prefiro mil vezes lhes alimentar de Jesus, de sua doce e gloriosa pessoa, de sua graça e de sua justiça perfeita; também, tenho em meu coração, antes de terminar, de lhes fazer ouvir palavras de paz. Então se aproxime meu irmão; dê-me sua mão e escute a mensagem da graça que lhe trago. Você se sente culpado, condenado, maldito? Você diz neste mesmo instante: “Oh, Deus! Eu reconheço que o senhor será justo em fazer cair sobre mim todo o peso de sua maldição?” Você compreende que longe de poder ser salvo por causa de suas obras, você está inteiramente perdido por causa de seus pecados? E você tem um ódio profundo pelo mal? Você se arrepende sinceramente? Se é assim, cara alma, deixe-me lhe dizer onde você encontrará a libertação. Homens irmãos! Saibam todos isto. Jesus Cristo, descendente de Davi, foi crucificado, morto e enterrado. Agora, ele está ressuscitado, e assentado à direita de Deus de onde intercede por nós. Ele veio ao mundo para salvar os pecadores pela sua morte. Vendo que os pobres filhos de Adão estavam sujeitos à maldição, ele mesmo se encarregou dessa maldição e assim lhes libertou. Se, então, Deus amaldiçoou Cristo no lugar deste ou daquele homem, é impossível que ele amaldiçoe esse homem de novo. “Mas Cristo foi amaldiçoado por mim?” – alguém me pergunta. A isto lhe respondo: Deus o Santo Espírito lhe fez ver seu pecado ? Ele lhe tem feito sentir toda a amargura? Ele lhe ensinou a dar este grito de humilhação: Oh, Deus! Tem misericórdia de mim que sou pecador? Se, na sinceridade de seu coração, você pode responder afirmativamente a estas questões, tenha bom ânimo, meu muito amado; Cristo foi feito maldição em seu lugar; e se Cristo foi feito maldito em seu lugar, você não está mais sujeito à maldição. “Mas eu queria ter certeza - talvez você insista; gostaria de não poder duvidar que Jesus foi realmente feito maldição por mim.” E por que você duvidaria, meu irmão? Você não vê Jesus expirando sobre a cruz? Não vê suas mãos e seus pés ensangüentados? Olhe para Ele, pobre pecador. Não olhe mais para si nem para suas iniqüidades; olhe para Ele e seja salvo. Tudo o que ele exige de você, é que você olhe para Ele e por isso mesmo Ele lhe dará a sua segurança. Venha a Ele, confie e creia. Oh! Eu lhe suplico, aceite com simplicidade e fé esta declaração da Escritura: é uma coisa certa e digna de ser recebida com inteira confiança, que Jesus Cristo veio ao mundo para salvar o pecador.
O quê? Alguém ainda objeta. “Devo crer então, que Jesus morreu por mim, simplesmente porque eu me sinto pecador?” Justamente, meu irmão. “Mas no entanto, me parece que, se eu possuísse alguma justiça, se pudesse fazer belas orações ou boas obras, seria mais direito concluir que Cristo morreu por mim.” Você se engana, meu irmão, você se engana. A fé que então você teria, não seria mais a fé; isso seria justiça própria e nada mais. Uma alma crê em Jesus, quando o pecado lhe parecendo em todo seu negror, ela se lança simplesmente nos seus braços, e se dá a Ele para a purificar de todas as suas manchas. Então vá, pobre pecador, como você está, com sua indignidade e miséria; tome em suas mãos as promessas de Deus, e, ao entrar em sua casa, procure a solidão de seu quarto. Lá, ajoelhe-se junto ao seu leito, derrame sua alma diante de Deus. Diga a este Deus que é rico em compaixão e abundante em misericórdia: “Oh, Senhor! Eu sei que tudo o que acabo de ouvir é verdade. Sim, eu sou maldito e maldito justamente! Eu sou um pecador que merece a condenação eterna. E tu sabes, ó Senhor, estas confissões tomam agora em minha boca um sentido completamente diferente. Ao reconhecer que sou pecador, quero dizer que sou um verdadeiro pecador. Eu quero dizer que se tu me condenares, eu não teria nada a dizer, que se tu me separar para sempre de tua presença, eu teria apenas o que me é devido. Oh, meu Deus ! Teu sustento para comigo me maravilha e me confunde. Como tu pudeste sofrer por um ser tão vil como eu, que enlameou tanto tempo a terra ? Senhor, eu zombei de tua graça e desdenhei teu Evangelho. Eu desprezei as instruções de minha mãe e esqueci das orações de meu pai. Senhor, eu vivi longe de ti, violei teus sábados, profanei teu santo nome. Eu fiz tudo que é mal, tudo o que é desagradável aos teus olhos; e se tu me precipitasses no inferno, eu seria reduzido ao silêncio. Sim, meu Deus, eu sou um pecador. Um pecador perdido sem socorro, a menos que tu me salves; um pecador sem nenhuma esperança de salvação, a menos que tu me libertes ! Mas, graças te dou, ó Senhor, tu sabes que também eu sou um pecador arrependido, acusado em sua consciência, afligido por causa de suas transgressões. E assim, venho nesta noite te lembrar o que tu disseste em tua Palavra: Eu não lançarei fora, aquele que vier a mim; e mais : é uma coisa certa e digna de ser recebida com inteira confiança, que Jesus Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores. Senhor, eu venho a ti! Senhor, eu sou um pecador! Jesus veio então para me salvar; Senhor, eu creio! Eu me confio ao meu Senhor para a vida e para a morte! Eu não tenho esperança, a não ser nele e odeio até o pensamento que diz que eu
possa encontrar salvação além de tua graça. Salve-me então, Senhor; e ainda que eu bem saiba que pela minha conduta futura, eu não poderia jamais conseguir apagar um único de meus pecados passados, quero entretanto te suplicar, ó meu Deus, que me dês um coração novo e um espírito reto, a fim de que a partir de hoje e para sempre, eu possa correr no caminho dos teus mandamentos; porque não tenho desejo maior, que ser santo como tu és santo e de andar diante de ti como teu filho. Tu sabes, ó Senhor, para ser amado por ti, eu renunciarei voluntariamente a tudo o que possuo, e ouso esperar que tu me ames, porque meu coração começa a sentir os abraços do teu amor. Eu sou culpado, mas nunca teria conhecido minha culpa se tu não a tivesses feito conhecê-la. Eu sou vil, mas jamais saberia que sou vil, se tu não me tivesses revelado. Oh! Certamente, meu Deus, tu não me destruirás, após ter começado em mim tua boa obra.
Diante de ti, eu me envergonho e permaneço confuso!
Mas, Senhor, tua bondade tira minha miséria;
Tu não tens, entre ela e tua cólera,
Posto o amor, a cruz e o sangue de Jesus?
Sim, ore assim, meu mui amado; ou, se você não puder orar tão longamente, diga estas simples palavras do fundo do coração: “Senhor Jesus, eu não sou nada! Sejas tu mesmo o meu tudo!”
Oh! Deus permita que haja nesta assembléia algumas almas que, neste mesmo instante, façam subir este grito em direção ao seu trono! E se assim for, saltem de alegria, ó céus! Cantem, ó serafins! Rejubilem-se, ó resgatados! Porque está aqui a obra do Eterno. Que toda a glória seja dada a seu nome! Amém.
10 Mandamentos
1. Não terás outros deuses diante de mim.
2. Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.
3. Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.
4. Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou.
5. Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá.
6. Não matarás.
7. Não adulterarás.
8. Não furtarás.
9. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
10. Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo.
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Causas da Ineficiência do Cristianismo
"Acaso não há bálsamo em Gileard, não há médicos? Por que, então, a saúde da filha de meu povo não foi curada?".
(Jer. 8:22)
1. Essa questão, como aqui proposta pelo Profeta, relaciona-se apenas a um povo particular – os filhos de Israel. Mas eu poderia aqui considerar isso, em um sentido geral, com relação a toda a humanidade. Eu poderia seriamente inquirir, Por que o Cristianismo tem feito tão pouco bem, no mundo? Ele não é o bálsamo, os meios exteriores, que os grandes médicos têm dado aos homens, para restaurar a saúde espiritual deles? Por que, então, ela não é restaurada? Você diz, Por causa da corrupção profunda e universal da natureza humana. A maioria verdade, mas aqui a mesma dificuldade. Não foi pretendido, por nosso Onisciente e Poderoso Criador ser o remédio para a corrupção? O remédio universal, para o mal universal? Mas ela não respondeu a essa intenção nunca, e não responde a ela, até hoje. O mal ainda permanece, em toda a sua força. Maldade de todo o tipo; vícios, interiores e exteriores, em todas as suas formas, ainda se espalham na face da terra.
2. Ó, Senhor Deus, "justo és tu! Deixe-nos, ainda, pleitear contigo". Como é isso? Tens tu esquecido-te do mundo que tu fizeste, e que tu tens criado apenas para tua própria glória? Podes tu desprezar o trabalho de tuas próprias mãos; a aquisição pelo sangue de teu Filho? Tu tens dado remédio para curar nossa doença, ainda assim, nossa doença não é curada. Ainda a escuridão cobre a terra, e escuridão densa as pessoas; sim, escuridão tal como os demônios sentem, e que escapam das profundezas do inferno.
3. Que mistério é esse, para que o Cristianismo possa ter feito tão pouco bem no mundo? Pode algum relato disso ser dado? Podem algumas razões ser afirmadas para isso? Não parece que uma razão para que ele tenha feito tão pouco bem é essa, — porque ele é tão pouco conhecido? Certamente ele poder ter feito nenhum bem, onde ele não é conhecido. Mas ele não é conhecido, até esse dia, pela maior parte dos habitantes da terra? No último século, nosso compatriota engenhoso e laborioso, Brerewood, viajou por grande parte do mundo conhecido, com o propósito de inquirir, tão longe quanto possível, em que proporção, os cristãos suportam os ateus e Maometanos. E, de acordo com seu cálculo, (provavelmente, o mais acurado que tenha sido feto), eu suponho que a humanidade possa ser dividida em trinta partes. Dezenove partes dessas são ainda ateus fechados, tendo não mais conhecimento do Cristianismo, do que as bestas que perecem. E nós podemos acrescentar, a essas, as numerosas nações, as quais têm sido descobertas, no presente século. Acrescentar, a essas, tais como as que professam a religião Maometana, e que rejeitam, extremamente, o Cristianismo. De modo que, cinco partes, da humanidade, fora das seis, são totalmente ignorantes do Cristianismo. É, entretanto, nenhuma surpresa que cinco, em seis, da humanidade; talvez, nove, em dez, têm nenhuma vantagem dele.
4. Mas por que tão pouca vantagem é derivada do mundo cristão? Não é algum cristão melhor do que os outros homens? Não é melhor do que os ateus e os Maometanos? Para dizer a verdade, ele é igual, se não; pior; pior do que tanto os Maometanos quanto os ateus. Em muitos casos, é, abundantemente, pior; mas, então, estes não são, propriamente, cristãos. A generalidade desses, embora use o nome cristão, não sabe o que é o Cristianismo. Ela não mais entende dele, do que o faz do grego ou hebreu; dessa forma, não pode ser melhor por isso. O que os cristãos (assim chamados) - da igreja oriental - dispersos, através dos domínios turcos, conhecem do genuíno Cristianismo: Esses da Morea, do Cáucaso, Mongrelia, Geórgia? Não são essas pessoas as próprias escórias da humanidade? E nós não temos razão para pensar que esses da igreja do sul; esses habitantes da Abissínia têm alguma concepção a mais do que eles, da "adoração de Deus, em espírito e verdade?" Vamos olhar aqui perto de casa. Veja as igrejas do nordeste; aquelas que estão sob o patriarca de Moscou. Quão, excessivamente, pouco eles conhecem do Cristianismo externo ou interno. Quantos milhares, sim, miríades desses pobres selvagens sabem nada do Cristianismo, a não ser o nome! Quão pouco mais eles sabem do que os ateus Tártaros, de um lado, ou os ateus Chineses do outro!
5. Mas não é o Cristianismo, pelo menos, bem conhecido, por todos os habitantes do mundo ocidental? A grande parte do qual é, eminentemente, denominada Cristandade, ou a terra dos cristãos? Parte desses são ainda membros da igreja de Roma; parte é denominada Protestante. Como para os primeiros, Portugueses, Espanhóis, Italianos, Franceses, Germanos, o que grande massa deles conhecem das Escrituras Cristãs? Tendo tido oportunidade freqüente de conversar com muitos desses, em casa ou no exterior, eu tenho a audácia de afirmar que eles são, em geral, totalmente, ignorantes, tanto como para a teoria e prática do Cristianismo, de modo que eles perecem, aos milhares, por "falta de conhecimento" – pela necessidade de conhecerem os primeiros princípios do Cristianismo.
6. "Mas, certamente, esse não é o caso dos Protestantes na França, Suíça, Alemanha, e Holanda, muito menos, na Dinamarca e Suécia". Realmente, eu espero que, nem todos juntos. Eu estou persuadido que existem, entre eles, muitos que conhecem o Cristianismo; mas temo que não devemos pensar que um, em dez; se um, em cinqüenta, é desse número; certamente, não, se nós podemos formar um julgamento sobre eles, por aqueles que nós encontramos na Grã Bretanha e Irlanda. Vamos ver de que maneira situa-se em nossa própria porta. As pessoas na Inglaterra, em geral, (não da classe mais alta ou mais baixa, porque esses usualmente conhecem nada do assunto, mas as pessoas de classe média), entendem o Cristianismo? Eles imaginam o que é isso? Eles podem dar um relato inteligente, tanto da parte especulativa, como prática dele? O que eles sabem dos primeiros princípios dele? — Dos atributos naturais e morais de Deus; da sua providência particular; da redenção do homem; dos ofícios divinos de Cristo; das operações do Espírito Santo; da justificação; Do novo nascimento; da santificação interior e exterior? Experimente falar alguma, dessas coisas, às primeiras dez pessoas que estiverem em sua companhia; e você não irá encontrar nove delas totalmente ignorante de toda a questão? E não é a maioria dos habitantes da Alta Escócia, inteiramente, tão ignorante, quanto essas; sim, e as pessoas comuns da Irlanda? (eu digo, os Protestantes, dos quais, tão somente, estamos agora falando). Faça uma inquisição justa; não apenas, nas choupanas do interior, mas, nas cidades de Cork, Waterford, Limerick; sim, e mesmo em Dublin. Quão poucos conhecem o que o Cristianismo significa! Quão pequeno número você irá encontrar, que tem qualquer concepção da analogia da fé! Das algemas das verdades Bíblicas, e a relação delas, umas com as outras, -- ou seja, a corrupção natural do homem; justificação pela fé; o novo nascimento; santidade interior e exterior. Isso deve ser conhecido por todos os juízes competentes, que conversem livremente com seu próximo, nesses reinos; e que uma vasta maioria deles sabe não mais dessas coisas do que eles conhecem de Hebraico ou Árabe. E que bem pode o Cristianismo fazer a esses, que são totalmente ignorantes dele?
7. Embora, em algumas partes, tanto na Inglaterra como na Irlanda, o Cristianismo Bíblico seja bem conhecido; especialmente, em Londres, Bristol, Dublin, e quase todas as mais populosas cidades e regiões de ambos os reinos. Nesses, cada ramo do Cristianismo é declarado, abertamente e largamente; e milhares em milhares, continuamente, ouvem e recebem, "a verdade que está em Jesus". Por que, então, mesmo nessas partes, o Cristianismo tem tido tão pouco efeito? Por que a generalidade das pessoas, em todas essas partes, ainda é atéia? Não melhor do que os ateus da África, ou América, tanto no seu temperamento quanto na sua vida? Agora, como é isso calculado? Eu concedo, assim: Há uma palavra comum, entre os cristãos, na igreja primitiva: "A alma e o corpo fazem um homem; o espírito e a disciplina fazem um cristão"; implicando que ninguém pode ser um cristão real, sem a ajuda da disciplina cristã. Mas, se for assim, é para se surpreender que nós encontramos tão poucos cristãos; onde existe disciplina cristã? Agora, qualquer que seja a doutrina pregada, onde não há disciplina, não poderá haver efeito completo, nos ouvintes.
8. Para trazer a matéria mais para perto, ainda. Não é o Cristianismo Bíblico pregado e geralmente conhecido entre as pessoas comumente chamadas Metodistas? Pessoas imparciais permitem que seja. E elas não têm a disciplina cristã também, em todos os ramos essenciais dele, regularmente e constantemente, exercitada? Deixe aqueles que pensam que alguma parte essencial dela é insuficiente, chamarem a atenção, para ela; e ela não deverá ser insuficiente, por muito tempo. Por que, então, não são cristãos, os que têm tanto a doutrina como a disciplina cristã? Por que não é a saúde espiritual das pessoas chamadas Metodistas, recuperada? Por que não está toda essa mente em nós, a qual também está em Jesus Cristo? Por que nós não temos aprendido dele, nossa primeira lição, para sermos mansos e humilde de coração? Para dizer com ele, em todas as circunstâncias da vida: Não como eu desejo, mas como tu desejas? Eu não vim para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade Dele que me enviou. Por que nós não estamos crucificados para o mundo, e o mundo crucificado para nós; mortos, para o desejo da carne, o desejo dos olhos, e o orgulho da vida? Por que todos não vivemos a vida que está oculta com Cristo em Deus? Por que nós que temos todas as ajudas possíveis, não caminhamos como Cristo tem caminhado? Ele não nos deixou um exemplo de que nós devemos seguir as suas pisaduras? Mas nós não guardamos tanto seu exemplo, quanto a sua prescrição? Para exemplificar apenas um ponto: Quem considera essas palavras solenes: "Não deite você mesmo tesouros na terra?" Das três regras as quais estão colocadas no título, do sermão sobre "O Espírito de Cobiça da Iniqüidade", você pode encontrar muitos que observam a primeira regra, ou seja, "Ganhe tudo o que puder". Você pode encontrar poucos que observam a segunda: "Economize tudo o que puder": Mas, quantos, você tem encontrado que observa a terceira regra: "Dê tudo o que você puder?" Você tem alguma razão para acreditar que quinhentos desses podem ser encontrados, entre cinqüenta mil Metodistas? E nada, ainda, pode ser mais claro, do que todos aqueles que observam as duas primeiras regras, sem observar a terceira, serão duas vezes mais filhos do inferno do que eles haviam sido antes.
9. Ó, que Deus possa me capacitar, uma vez mais, antes que eu me vá, daqui, e não seja mais visto, para erguer minha voz, como um trompete, para aqueles que ganham e economizam tudo que podem, mas não dão tudo que podem! Vocês são os homens, alguns dos principais homens que continuamente afligem o Espírito Santo, e em grande medida, interrompem sua influência graciosa de descer em nossas assembléias.Muitos de nossos irmãos, amados de Deus, não têm comida para comer; eles não têm vestimenta para colocar; eles não têm um lugar onde deitar a cabeça. E por que eles estão assim desamparados?Porque você, impiedosamente, injustamente, e cruelmente, detém deles o que o seu Senhor hospeda em suas mãos, de propósito, para que você supra as necessidades deles.Veja os membros pobres de Cristo beliscando com fome, resfriando-se com frio, seminus! Enquanto isso, você tem muito dos bens materiais, -- para comer, beber e vestir. Em nome de Deus, o que você está fazendo? Você nem teme a Deus, nem cuida do homem? Porque você não divide o seu pão com o faminto, e cobre o nu? Você tem gasto, em seu próprio vestuário caro, o que teria respondido ambas essas intenções? Deus mandou você fazer dessa maneira? Ele aprova você, por fazer assim? Ele confiou a você os dele (não os seus) bens, para essa finalidade? E ele diz agora, "Servo de Deus, bem feito!". Você bem sabe que não! Essa ineficiente despesa não tem aprovação, tanto de Deus, quanto da sua própria consciência! Mas você diz que não pode dar-se ao luxo disso! Oh! Envergonhe-se de ter tão miserável contra-senso em sua boca! Nunca mais espalhe tal hipocrisia estúpida; tal absurdidade palpável! Pode algum mordomo dar-se ao luxo de ser um patife completo, para gastar os bens de seu Senhor? Pode algum servo dar-se ao luxo de gastar todo o dinheiro de seu Senhor; algum, de outro modo, do que seu Senhor designou para ele? Quem quer que assim proceda, deve ser excluído de uma sociedade cristã.
10. Mas é possível suprir todos os pobres, em nossa Sociedade, com as coisas necessárias à vida? Foi possível, uma vez, fazer isso, em uma Sociedade maior do que essa. Na primeira igreja de Jerusalém, não havia alguém, entre eles, que passava necessidade; mas a distribuição era feita para cada um, de acordo com o que precisava. E nós temos provas completas de que é possível se fazer dessa forma. É assim, entre o povo chamado Quakers. Sim! Entre os Morávios, assim chamados. E por que não poderia ser conosco? Porque eles são dez vezes mais ricos do que nós? Talvez, cinqüenta vezes! E ainda assim, nós somos capazes, o suficiente, se nós temos, igualmente, boa-vontade para fazer isso! Um cavalheiro (um Metodista) disse-me alguns anos atrás: "Eu devo deixar quarenta mil livras entre meus filhos". Agora, suponha que ele deixasse para eles vinte mil, e desse os outros vinte mil, para Deus e para o pobre, poderia Deus dizer a ele: "Tu, tolo?". E isso colocaria toda a Sociedade acima das necessidades.
11. Mas eu não irei falar, em dar para Deus, ou deixar metade de sua fortuna. Você pensaria que é um preço muito alto para o céu. Eu virei para condições menores. Não existem alguns poucos, entre vocês, que podem dar cem libras; talvez, alguns que podem dar mil; e, ainda, deixar para seus filhos, tanto quanto os auxiliaria trabalhar para a própria salvação deles? Com duas mil libras, e não, muito menos, podemos suprir as necessidades presentes de todos os nossos pobres, e colocá-los, em um caminho, para que possam suprir as próprias carências para o tempo vindouro. Agora, suponha que isso possa ser assim; nós somos transparentes, diante de Deus, enquanto isso não é feito? Não é a negligência disso uma das causas porque muitos ainda estão doentes e fracos, entre vocês; de alma e corpo? Que eles ainda afligem o Espírito Santo, por preferirem as modas do mundo, aos mandamentos de Deus? E eu, muitas vezes, duvido, se não é uma espécie de inclinação. Eu duvido, se não é um grande pecado, mantê-los em nossa Sociedade. Não pode ferir a alma deles, por encorajá-los a perseverar, em um caminho, contrário à Bíblia? E não pode, em alguma medida, interceptar as influências salutares do Espírito abençoado, em toda a comunidade?
12. Eu estou angustiado por não saber o que fazer. Eu vejo o que eu poderia ter feito uma vez. Eu devia ter dito, em caráter autoritário, e expressamente: "Aqui eu estou. Eu e minha Bíblia. Eu não irei, eu não ousarei, mudar desse livro, coisa grande ou pequena. Eu não tenho poder para dispensar um jota ou um til do que esteja contido aqui. Eu estou determinado a ser um Cristão Bíblico; não quase, mas, totalmente. Quem irá me encontrar, nesse terreno, junte-se a mim nisso, ou não se junte, afinal!". Com respeito ao vestir, em particular, eu poderia ter sido tão firme (e eu agora vejo que eu poderia ter sido, bem melhor), quanto qualquer uma das pessoas chamadas Quakers, ou Irmãos Morávios: -- Eu deveria ter dito: "Essa é a nossa maneira de nos vestir, que nós sabemos é bíblica e racional. Se você se juntar a nós, você terá que se vestir como nós; mas você não precisa juntar-se a nós, a menos que isso o agrade". Mas, ai de mim! O tempo passou, e o que eu poderia fazer agora, eu não posso dizer!
13. Mas, retornando à questão principal. Por que o Cristianismo tem feito tão pouco bem, mesmo entre nós? Entre os Metodistas? Entre eles que ouvem e recebem a completa doutrina cristã, e que têm a disciplina cristã acrescida para isso, nas partes mais essenciais dela? Principalmente, porque nós temos esquecido, ou, pelo menos, não devidamente, atendido àquelas palavras solenes de Nosso Senhor: "Se algum homem buscar a mim, que negue a si mesmo, tome sua cruz diariamente, e siga-me". Esse foi o comentário de um homem santo, diversos anos atrás: "Nunca houve diante das pessoas, na igreja cristã, quem tivesse tanto do poder de Deus, entre eles, com tão pouca abnegação!". De fato, o trabalho de Deus segue em frente, e de uma maneira surpreendente, não obstante esse defeito fundamental, mas ele não poderá seguir, da mesma forma, como ele, de outro modo poderia; nem pode a palavra de Deus ter um efeito completo, a menos que os ouvintes "negam a si mesmos, e carreguem a sua cruz diariamente".
14. Seria fácil mostrar, como, em muitos aspectos, os Metodistas, em geral, estão, deploravelmente, necessitados da prática da abnegação cristã; da qual, de fato, eles têm sido, continuamente, amedrontados, pelos tolos gritos dos Antinomianos. (doutrina de que, pela fé e a graça de Deus anunciadas no Evangelho, os cristãos são libertados, não só da lei de Moisés, mas de todo o legalismo e padrões morais de qualquer cultura). Para citar apenas um exemplo: Enquanto nós estávamos em Oxford, a regra de todo Metodista era (a menos, no caso de doença), jejuar toda quarta e sexta-feira, no ano, imitando a igreja primitiva, pela qual eles tinham o maior respeito. Agora, essa prática da igreja primitiva é universalmente aceita. "Quem não sabe", diz Epiphanius, um escritor antigo, "que os jejuns, no quarto e sexto dia da semana" (quarta e sexta-feira) "são observados pelos cristãos, através do mundo todo?". Por isso, eles também eram observados, pelos Metodistas, por diversos anos; por todos eles, sem exceção; mas, depois disso, alguns em Londres, levaram isso ao excesso, e jejuaram tanto, que prejudicaram a própria saúde. Não muito tempo antes, de outros terem feito disso um pretexto para não jejuarem, afinal. E eu temo que existem hoje, milhares de Metodistas, assim chamados, na Inglaterra e Irlanda, que, seguindo o mesmo mau exemplo, têm deixado, inteiramente, de jejuar; quem, longe de jejuar, três vezes na semana (como todos os mais severos fariseus fazem), jejuam não mais do que duas vezes, no mês. Sim. E não há alguns, entre vocês, que não jejuam um dia sequer, do começo ao fim do ano? Mas qual desculpa pode existir para isso? Eu não digo para aqueles que se autodenominam membros da igreja da Inglaterra; mas para alguns que professam acreditar que a Escritura seja a Palavra de Deus. Mesmo porque, de acordo com isso, o homem que nunca jejua, não está mais no caminho dos céus, do que aquele que nunca ora.
15. Mas pode qualquer um negar que os membros da Igreja da Escócia jejuam, constantemente, particularmente, nas suas ocasiões sacramentais? Em algumas paróquias, eles repetem, apenas uma vez ao ano; mas em outras, supõe-se, nas grandes cidades, elas ocorrem duas, ou mesmo três vezes ao ano. Agora, é bem sabido que existe sempre um dia de jejum, na semana, precedendo a administração da Ceia do Senhor. Mas, ocasionalmente, verificando um livro de relatos, em uma de suas Assembléias Comunais, eu observei tantos se sentando para os jantares dos Ministros, no dia de jejum, e estou informado que há o mesmo artigo nelas todas. E existe alguma dúvida, a não ser que as pessoas jejuem justamente como seus Ministros fazem? Mas que farsa é esta! Que paródia desprezível encima de uma evidente obrigação cristã! Ó, que a Assembléia Geral teria a consideração de honrar a sua nação! Permita que eles rolem para fora dela, essa repreensão vergonhosa, impondo o dever, ou removendo aquele artigo de seus livros. Não permita que ele apareça lá, nunca mais. Deixe desaparecer, para sempre.
16. Mas por que essa abnegação, em geral, é tão pouco praticada, no momento, entre os Metodistas? Por que é tão pouco dela encontrada, mesmo nas Sociedades mais antigas e maiores? Quanto mais eu observo e considero coisas, mais, claramente, aparece qual é a causa disso, em Londres, em Bristol, em Birmingham, em Manchester, em Leeds, em Dublin, em Cork. Os Metodistas ficaram mais e mais comodistas, porque eles ficaram ricos. Embora muitos deles ainda estejam em miséria deplorável ("não diga isso, em Gath; não publique isso, nas ruas de Asquelom!"), ainda assim, muitos outros, num espaço de vinte, trinta, quarenta anos, estão vinte trinta, sim, cem vezes mais ricos do que eles eram, quando eles primeiro entraram na Sociedade. E é uma observação, a qual admite poucas exceções, que nove, em dez desses, decresceram na graça, na mesma proporção que eles aumentaram em prosperidade. De fato, de acordo com a tendência natural dos ricos, nós não podíamos esperar que fosse de outro modo.
17. Mas que coisa tão espantosa é essa! Como podemos entender isso? Não parece (e ainda assim, isso não pode ser) que o Cristianismo, Cristianismo, verdadeiramente, Bíblico, tem uma tendência, um processo de tempo para debilitar-se e destruir a si mesmo? Porque, onde quer que se espalhe o Cristianismo verdadeiro, isso causa diligência e frugalidade, que, num curso natural das coisas, devem gerar ricos! E, ricos, naturalmente, geram orgulho, amor do mundo, e todo o temperamento que é destrutivo do Cristianismo. Agora, se não existe um meio de coibir isso, o Cristianismo é inconsistente consigo mesmo, e, em conseqüência, não pode permanecer, não pode continuar, muito tempo, entre quaisquer pessoas, desde que, onde quer que ele prevaleça, ele mina sua própria fundação.
18. Mas existe um meio de prevenir isso – Para que o Cristianismo continue entre as pessoas? Permitindo que a diligência e a frugalidade produzam pessoas ricas? Existem meios de impedir os ricos de destruírem a religião desses que a têm? Eu vejo apenas uma maneira possível, desmascarar quem puder. Você ganha tudo que pode, e economiza tudo que você pode: então, você deve, pela natureza das coisas, tornar-se rico. E, se você tem algum desejo de escapar da condenação do inferno, dê tudo que puder; caso contrário, eu não tenho mais esperança na sua salvação, do que aquela de Judas Iscariote.
19. Eu clamo a Deus para registrar em minha alma que eu aconselhei, não mais, do que eu pratiquei. Abençoado seja Deus, porque eu ganho, economizo, e dou tudo que posso. E assim, eu confio em Deus, eu faça, enquanto a respiração de Deus estiver em minhas narinas. Para o que então? Eu conto todas as coisas, mas perco, para a excelência do conhecimento de Jesus, meu Senhor! Eu desisto de toda justificativa, comparada com isso -- Senhor, eu estou condenado! Mas tu tens morrido!
(Jer. 8:22)
1. Essa questão, como aqui proposta pelo Profeta, relaciona-se apenas a um povo particular – os filhos de Israel. Mas eu poderia aqui considerar isso, em um sentido geral, com relação a toda a humanidade. Eu poderia seriamente inquirir, Por que o Cristianismo tem feito tão pouco bem, no mundo? Ele não é o bálsamo, os meios exteriores, que os grandes médicos têm dado aos homens, para restaurar a saúde espiritual deles? Por que, então, ela não é restaurada? Você diz, Por causa da corrupção profunda e universal da natureza humana. A maioria verdade, mas aqui a mesma dificuldade. Não foi pretendido, por nosso Onisciente e Poderoso Criador ser o remédio para a corrupção? O remédio universal, para o mal universal? Mas ela não respondeu a essa intenção nunca, e não responde a ela, até hoje. O mal ainda permanece, em toda a sua força. Maldade de todo o tipo; vícios, interiores e exteriores, em todas as suas formas, ainda se espalham na face da terra.
2. Ó, Senhor Deus, "justo és tu! Deixe-nos, ainda, pleitear contigo". Como é isso? Tens tu esquecido-te do mundo que tu fizeste, e que tu tens criado apenas para tua própria glória? Podes tu desprezar o trabalho de tuas próprias mãos; a aquisição pelo sangue de teu Filho? Tu tens dado remédio para curar nossa doença, ainda assim, nossa doença não é curada. Ainda a escuridão cobre a terra, e escuridão densa as pessoas; sim, escuridão tal como os demônios sentem, e que escapam das profundezas do inferno.
3. Que mistério é esse, para que o Cristianismo possa ter feito tão pouco bem no mundo? Pode algum relato disso ser dado? Podem algumas razões ser afirmadas para isso? Não parece que uma razão para que ele tenha feito tão pouco bem é essa, — porque ele é tão pouco conhecido? Certamente ele poder ter feito nenhum bem, onde ele não é conhecido. Mas ele não é conhecido, até esse dia, pela maior parte dos habitantes da terra? No último século, nosso compatriota engenhoso e laborioso, Brerewood, viajou por grande parte do mundo conhecido, com o propósito de inquirir, tão longe quanto possível, em que proporção, os cristãos suportam os ateus e Maometanos. E, de acordo com seu cálculo, (provavelmente, o mais acurado que tenha sido feto), eu suponho que a humanidade possa ser dividida em trinta partes. Dezenove partes dessas são ainda ateus fechados, tendo não mais conhecimento do Cristianismo, do que as bestas que perecem. E nós podemos acrescentar, a essas, as numerosas nações, as quais têm sido descobertas, no presente século. Acrescentar, a essas, tais como as que professam a religião Maometana, e que rejeitam, extremamente, o Cristianismo. De modo que, cinco partes, da humanidade, fora das seis, são totalmente ignorantes do Cristianismo. É, entretanto, nenhuma surpresa que cinco, em seis, da humanidade; talvez, nove, em dez, têm nenhuma vantagem dele.
4. Mas por que tão pouca vantagem é derivada do mundo cristão? Não é algum cristão melhor do que os outros homens? Não é melhor do que os ateus e os Maometanos? Para dizer a verdade, ele é igual, se não; pior; pior do que tanto os Maometanos quanto os ateus. Em muitos casos, é, abundantemente, pior; mas, então, estes não são, propriamente, cristãos. A generalidade desses, embora use o nome cristão, não sabe o que é o Cristianismo. Ela não mais entende dele, do que o faz do grego ou hebreu; dessa forma, não pode ser melhor por isso. O que os cristãos (assim chamados) - da igreja oriental - dispersos, através dos domínios turcos, conhecem do genuíno Cristianismo: Esses da Morea, do Cáucaso, Mongrelia, Geórgia? Não são essas pessoas as próprias escórias da humanidade? E nós não temos razão para pensar que esses da igreja do sul; esses habitantes da Abissínia têm alguma concepção a mais do que eles, da "adoração de Deus, em espírito e verdade?" Vamos olhar aqui perto de casa. Veja as igrejas do nordeste; aquelas que estão sob o patriarca de Moscou. Quão, excessivamente, pouco eles conhecem do Cristianismo externo ou interno. Quantos milhares, sim, miríades desses pobres selvagens sabem nada do Cristianismo, a não ser o nome! Quão pouco mais eles sabem do que os ateus Tártaros, de um lado, ou os ateus Chineses do outro!
5. Mas não é o Cristianismo, pelo menos, bem conhecido, por todos os habitantes do mundo ocidental? A grande parte do qual é, eminentemente, denominada Cristandade, ou a terra dos cristãos? Parte desses são ainda membros da igreja de Roma; parte é denominada Protestante. Como para os primeiros, Portugueses, Espanhóis, Italianos, Franceses, Germanos, o que grande massa deles conhecem das Escrituras Cristãs? Tendo tido oportunidade freqüente de conversar com muitos desses, em casa ou no exterior, eu tenho a audácia de afirmar que eles são, em geral, totalmente, ignorantes, tanto como para a teoria e prática do Cristianismo, de modo que eles perecem, aos milhares, por "falta de conhecimento" – pela necessidade de conhecerem os primeiros princípios do Cristianismo.
6. "Mas, certamente, esse não é o caso dos Protestantes na França, Suíça, Alemanha, e Holanda, muito menos, na Dinamarca e Suécia". Realmente, eu espero que, nem todos juntos. Eu estou persuadido que existem, entre eles, muitos que conhecem o Cristianismo; mas temo que não devemos pensar que um, em dez; se um, em cinqüenta, é desse número; certamente, não, se nós podemos formar um julgamento sobre eles, por aqueles que nós encontramos na Grã Bretanha e Irlanda. Vamos ver de que maneira situa-se em nossa própria porta. As pessoas na Inglaterra, em geral, (não da classe mais alta ou mais baixa, porque esses usualmente conhecem nada do assunto, mas as pessoas de classe média), entendem o Cristianismo? Eles imaginam o que é isso? Eles podem dar um relato inteligente, tanto da parte especulativa, como prática dele? O que eles sabem dos primeiros princípios dele? — Dos atributos naturais e morais de Deus; da sua providência particular; da redenção do homem; dos ofícios divinos de Cristo; das operações do Espírito Santo; da justificação; Do novo nascimento; da santificação interior e exterior? Experimente falar alguma, dessas coisas, às primeiras dez pessoas que estiverem em sua companhia; e você não irá encontrar nove delas totalmente ignorante de toda a questão? E não é a maioria dos habitantes da Alta Escócia, inteiramente, tão ignorante, quanto essas; sim, e as pessoas comuns da Irlanda? (eu digo, os Protestantes, dos quais, tão somente, estamos agora falando). Faça uma inquisição justa; não apenas, nas choupanas do interior, mas, nas cidades de Cork, Waterford, Limerick; sim, e mesmo em Dublin. Quão poucos conhecem o que o Cristianismo significa! Quão pequeno número você irá encontrar, que tem qualquer concepção da analogia da fé! Das algemas das verdades Bíblicas, e a relação delas, umas com as outras, -- ou seja, a corrupção natural do homem; justificação pela fé; o novo nascimento; santidade interior e exterior. Isso deve ser conhecido por todos os juízes competentes, que conversem livremente com seu próximo, nesses reinos; e que uma vasta maioria deles sabe não mais dessas coisas do que eles conhecem de Hebraico ou Árabe. E que bem pode o Cristianismo fazer a esses, que são totalmente ignorantes dele?
7. Embora, em algumas partes, tanto na Inglaterra como na Irlanda, o Cristianismo Bíblico seja bem conhecido; especialmente, em Londres, Bristol, Dublin, e quase todas as mais populosas cidades e regiões de ambos os reinos. Nesses, cada ramo do Cristianismo é declarado, abertamente e largamente; e milhares em milhares, continuamente, ouvem e recebem, "a verdade que está em Jesus". Por que, então, mesmo nessas partes, o Cristianismo tem tido tão pouco efeito? Por que a generalidade das pessoas, em todas essas partes, ainda é atéia? Não melhor do que os ateus da África, ou América, tanto no seu temperamento quanto na sua vida? Agora, como é isso calculado? Eu concedo, assim: Há uma palavra comum, entre os cristãos, na igreja primitiva: "A alma e o corpo fazem um homem; o espírito e a disciplina fazem um cristão"; implicando que ninguém pode ser um cristão real, sem a ajuda da disciplina cristã. Mas, se for assim, é para se surpreender que nós encontramos tão poucos cristãos; onde existe disciplina cristã? Agora, qualquer que seja a doutrina pregada, onde não há disciplina, não poderá haver efeito completo, nos ouvintes.
8. Para trazer a matéria mais para perto, ainda. Não é o Cristianismo Bíblico pregado e geralmente conhecido entre as pessoas comumente chamadas Metodistas? Pessoas imparciais permitem que seja. E elas não têm a disciplina cristã também, em todos os ramos essenciais dele, regularmente e constantemente, exercitada? Deixe aqueles que pensam que alguma parte essencial dela é insuficiente, chamarem a atenção, para ela; e ela não deverá ser insuficiente, por muito tempo. Por que, então, não são cristãos, os que têm tanto a doutrina como a disciplina cristã? Por que não é a saúde espiritual das pessoas chamadas Metodistas, recuperada? Por que não está toda essa mente em nós, a qual também está em Jesus Cristo? Por que nós não temos aprendido dele, nossa primeira lição, para sermos mansos e humilde de coração? Para dizer com ele, em todas as circunstâncias da vida: Não como eu desejo, mas como tu desejas? Eu não vim para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade Dele que me enviou. Por que nós não estamos crucificados para o mundo, e o mundo crucificado para nós; mortos, para o desejo da carne, o desejo dos olhos, e o orgulho da vida? Por que todos não vivemos a vida que está oculta com Cristo em Deus? Por que nós que temos todas as ajudas possíveis, não caminhamos como Cristo tem caminhado? Ele não nos deixou um exemplo de que nós devemos seguir as suas pisaduras? Mas nós não guardamos tanto seu exemplo, quanto a sua prescrição? Para exemplificar apenas um ponto: Quem considera essas palavras solenes: "Não deite você mesmo tesouros na terra?" Das três regras as quais estão colocadas no título, do sermão sobre "O Espírito de Cobiça da Iniqüidade", você pode encontrar muitos que observam a primeira regra, ou seja, "Ganhe tudo o que puder". Você pode encontrar poucos que observam a segunda: "Economize tudo o que puder": Mas, quantos, você tem encontrado que observa a terceira regra: "Dê tudo o que você puder?" Você tem alguma razão para acreditar que quinhentos desses podem ser encontrados, entre cinqüenta mil Metodistas? E nada, ainda, pode ser mais claro, do que todos aqueles que observam as duas primeiras regras, sem observar a terceira, serão duas vezes mais filhos do inferno do que eles haviam sido antes.
9. Ó, que Deus possa me capacitar, uma vez mais, antes que eu me vá, daqui, e não seja mais visto, para erguer minha voz, como um trompete, para aqueles que ganham e economizam tudo que podem, mas não dão tudo que podem! Vocês são os homens, alguns dos principais homens que continuamente afligem o Espírito Santo, e em grande medida, interrompem sua influência graciosa de descer em nossas assembléias.Muitos de nossos irmãos, amados de Deus, não têm comida para comer; eles não têm vestimenta para colocar; eles não têm um lugar onde deitar a cabeça. E por que eles estão assim desamparados?Porque você, impiedosamente, injustamente, e cruelmente, detém deles o que o seu Senhor hospeda em suas mãos, de propósito, para que você supra as necessidades deles.Veja os membros pobres de Cristo beliscando com fome, resfriando-se com frio, seminus! Enquanto isso, você tem muito dos bens materiais, -- para comer, beber e vestir. Em nome de Deus, o que você está fazendo? Você nem teme a Deus, nem cuida do homem? Porque você não divide o seu pão com o faminto, e cobre o nu? Você tem gasto, em seu próprio vestuário caro, o que teria respondido ambas essas intenções? Deus mandou você fazer dessa maneira? Ele aprova você, por fazer assim? Ele confiou a você os dele (não os seus) bens, para essa finalidade? E ele diz agora, "Servo de Deus, bem feito!". Você bem sabe que não! Essa ineficiente despesa não tem aprovação, tanto de Deus, quanto da sua própria consciência! Mas você diz que não pode dar-se ao luxo disso! Oh! Envergonhe-se de ter tão miserável contra-senso em sua boca! Nunca mais espalhe tal hipocrisia estúpida; tal absurdidade palpável! Pode algum mordomo dar-se ao luxo de ser um patife completo, para gastar os bens de seu Senhor? Pode algum servo dar-se ao luxo de gastar todo o dinheiro de seu Senhor; algum, de outro modo, do que seu Senhor designou para ele? Quem quer que assim proceda, deve ser excluído de uma sociedade cristã.
10. Mas é possível suprir todos os pobres, em nossa Sociedade, com as coisas necessárias à vida? Foi possível, uma vez, fazer isso, em uma Sociedade maior do que essa. Na primeira igreja de Jerusalém, não havia alguém, entre eles, que passava necessidade; mas a distribuição era feita para cada um, de acordo com o que precisava. E nós temos provas completas de que é possível se fazer dessa forma. É assim, entre o povo chamado Quakers. Sim! Entre os Morávios, assim chamados. E por que não poderia ser conosco? Porque eles são dez vezes mais ricos do que nós? Talvez, cinqüenta vezes! E ainda assim, nós somos capazes, o suficiente, se nós temos, igualmente, boa-vontade para fazer isso! Um cavalheiro (um Metodista) disse-me alguns anos atrás: "Eu devo deixar quarenta mil livras entre meus filhos". Agora, suponha que ele deixasse para eles vinte mil, e desse os outros vinte mil, para Deus e para o pobre, poderia Deus dizer a ele: "Tu, tolo?". E isso colocaria toda a Sociedade acima das necessidades.
11. Mas eu não irei falar, em dar para Deus, ou deixar metade de sua fortuna. Você pensaria que é um preço muito alto para o céu. Eu virei para condições menores. Não existem alguns poucos, entre vocês, que podem dar cem libras; talvez, alguns que podem dar mil; e, ainda, deixar para seus filhos, tanto quanto os auxiliaria trabalhar para a própria salvação deles? Com duas mil libras, e não, muito menos, podemos suprir as necessidades presentes de todos os nossos pobres, e colocá-los, em um caminho, para que possam suprir as próprias carências para o tempo vindouro. Agora, suponha que isso possa ser assim; nós somos transparentes, diante de Deus, enquanto isso não é feito? Não é a negligência disso uma das causas porque muitos ainda estão doentes e fracos, entre vocês; de alma e corpo? Que eles ainda afligem o Espírito Santo, por preferirem as modas do mundo, aos mandamentos de Deus? E eu, muitas vezes, duvido, se não é uma espécie de inclinação. Eu duvido, se não é um grande pecado, mantê-los em nossa Sociedade. Não pode ferir a alma deles, por encorajá-los a perseverar, em um caminho, contrário à Bíblia? E não pode, em alguma medida, interceptar as influências salutares do Espírito abençoado, em toda a comunidade?
12. Eu estou angustiado por não saber o que fazer. Eu vejo o que eu poderia ter feito uma vez. Eu devia ter dito, em caráter autoritário, e expressamente: "Aqui eu estou. Eu e minha Bíblia. Eu não irei, eu não ousarei, mudar desse livro, coisa grande ou pequena. Eu não tenho poder para dispensar um jota ou um til do que esteja contido aqui. Eu estou determinado a ser um Cristão Bíblico; não quase, mas, totalmente. Quem irá me encontrar, nesse terreno, junte-se a mim nisso, ou não se junte, afinal!". Com respeito ao vestir, em particular, eu poderia ter sido tão firme (e eu agora vejo que eu poderia ter sido, bem melhor), quanto qualquer uma das pessoas chamadas Quakers, ou Irmãos Morávios: -- Eu deveria ter dito: "Essa é a nossa maneira de nos vestir, que nós sabemos é bíblica e racional. Se você se juntar a nós, você terá que se vestir como nós; mas você não precisa juntar-se a nós, a menos que isso o agrade". Mas, ai de mim! O tempo passou, e o que eu poderia fazer agora, eu não posso dizer!
13. Mas, retornando à questão principal. Por que o Cristianismo tem feito tão pouco bem, mesmo entre nós? Entre os Metodistas? Entre eles que ouvem e recebem a completa doutrina cristã, e que têm a disciplina cristã acrescida para isso, nas partes mais essenciais dela? Principalmente, porque nós temos esquecido, ou, pelo menos, não devidamente, atendido àquelas palavras solenes de Nosso Senhor: "Se algum homem buscar a mim, que negue a si mesmo, tome sua cruz diariamente, e siga-me". Esse foi o comentário de um homem santo, diversos anos atrás: "Nunca houve diante das pessoas, na igreja cristã, quem tivesse tanto do poder de Deus, entre eles, com tão pouca abnegação!". De fato, o trabalho de Deus segue em frente, e de uma maneira surpreendente, não obstante esse defeito fundamental, mas ele não poderá seguir, da mesma forma, como ele, de outro modo poderia; nem pode a palavra de Deus ter um efeito completo, a menos que os ouvintes "negam a si mesmos, e carreguem a sua cruz diariamente".
14. Seria fácil mostrar, como, em muitos aspectos, os Metodistas, em geral, estão, deploravelmente, necessitados da prática da abnegação cristã; da qual, de fato, eles têm sido, continuamente, amedrontados, pelos tolos gritos dos Antinomianos. (doutrina de que, pela fé e a graça de Deus anunciadas no Evangelho, os cristãos são libertados, não só da lei de Moisés, mas de todo o legalismo e padrões morais de qualquer cultura). Para citar apenas um exemplo: Enquanto nós estávamos em Oxford, a regra de todo Metodista era (a menos, no caso de doença), jejuar toda quarta e sexta-feira, no ano, imitando a igreja primitiva, pela qual eles tinham o maior respeito. Agora, essa prática da igreja primitiva é universalmente aceita. "Quem não sabe", diz Epiphanius, um escritor antigo, "que os jejuns, no quarto e sexto dia da semana" (quarta e sexta-feira) "são observados pelos cristãos, através do mundo todo?". Por isso, eles também eram observados, pelos Metodistas, por diversos anos; por todos eles, sem exceção; mas, depois disso, alguns em Londres, levaram isso ao excesso, e jejuaram tanto, que prejudicaram a própria saúde. Não muito tempo antes, de outros terem feito disso um pretexto para não jejuarem, afinal. E eu temo que existem hoje, milhares de Metodistas, assim chamados, na Inglaterra e Irlanda, que, seguindo o mesmo mau exemplo, têm deixado, inteiramente, de jejuar; quem, longe de jejuar, três vezes na semana (como todos os mais severos fariseus fazem), jejuam não mais do que duas vezes, no mês. Sim. E não há alguns, entre vocês, que não jejuam um dia sequer, do começo ao fim do ano? Mas qual desculpa pode existir para isso? Eu não digo para aqueles que se autodenominam membros da igreja da Inglaterra; mas para alguns que professam acreditar que a Escritura seja a Palavra de Deus. Mesmo porque, de acordo com isso, o homem que nunca jejua, não está mais no caminho dos céus, do que aquele que nunca ora.
15. Mas pode qualquer um negar que os membros da Igreja da Escócia jejuam, constantemente, particularmente, nas suas ocasiões sacramentais? Em algumas paróquias, eles repetem, apenas uma vez ao ano; mas em outras, supõe-se, nas grandes cidades, elas ocorrem duas, ou mesmo três vezes ao ano. Agora, é bem sabido que existe sempre um dia de jejum, na semana, precedendo a administração da Ceia do Senhor. Mas, ocasionalmente, verificando um livro de relatos, em uma de suas Assembléias Comunais, eu observei tantos se sentando para os jantares dos Ministros, no dia de jejum, e estou informado que há o mesmo artigo nelas todas. E existe alguma dúvida, a não ser que as pessoas jejuem justamente como seus Ministros fazem? Mas que farsa é esta! Que paródia desprezível encima de uma evidente obrigação cristã! Ó, que a Assembléia Geral teria a consideração de honrar a sua nação! Permita que eles rolem para fora dela, essa repreensão vergonhosa, impondo o dever, ou removendo aquele artigo de seus livros. Não permita que ele apareça lá, nunca mais. Deixe desaparecer, para sempre.
16. Mas por que essa abnegação, em geral, é tão pouco praticada, no momento, entre os Metodistas? Por que é tão pouco dela encontrada, mesmo nas Sociedades mais antigas e maiores? Quanto mais eu observo e considero coisas, mais, claramente, aparece qual é a causa disso, em Londres, em Bristol, em Birmingham, em Manchester, em Leeds, em Dublin, em Cork. Os Metodistas ficaram mais e mais comodistas, porque eles ficaram ricos. Embora muitos deles ainda estejam em miséria deplorável ("não diga isso, em Gath; não publique isso, nas ruas de Asquelom!"), ainda assim, muitos outros, num espaço de vinte, trinta, quarenta anos, estão vinte trinta, sim, cem vezes mais ricos do que eles eram, quando eles primeiro entraram na Sociedade. E é uma observação, a qual admite poucas exceções, que nove, em dez desses, decresceram na graça, na mesma proporção que eles aumentaram em prosperidade. De fato, de acordo com a tendência natural dos ricos, nós não podíamos esperar que fosse de outro modo.
17. Mas que coisa tão espantosa é essa! Como podemos entender isso? Não parece (e ainda assim, isso não pode ser) que o Cristianismo, Cristianismo, verdadeiramente, Bíblico, tem uma tendência, um processo de tempo para debilitar-se e destruir a si mesmo? Porque, onde quer que se espalhe o Cristianismo verdadeiro, isso causa diligência e frugalidade, que, num curso natural das coisas, devem gerar ricos! E, ricos, naturalmente, geram orgulho, amor do mundo, e todo o temperamento que é destrutivo do Cristianismo. Agora, se não existe um meio de coibir isso, o Cristianismo é inconsistente consigo mesmo, e, em conseqüência, não pode permanecer, não pode continuar, muito tempo, entre quaisquer pessoas, desde que, onde quer que ele prevaleça, ele mina sua própria fundação.
18. Mas existe um meio de prevenir isso – Para que o Cristianismo continue entre as pessoas? Permitindo que a diligência e a frugalidade produzam pessoas ricas? Existem meios de impedir os ricos de destruírem a religião desses que a têm? Eu vejo apenas uma maneira possível, desmascarar quem puder. Você ganha tudo que pode, e economiza tudo que você pode: então, você deve, pela natureza das coisas, tornar-se rico. E, se você tem algum desejo de escapar da condenação do inferno, dê tudo que puder; caso contrário, eu não tenho mais esperança na sua salvação, do que aquela de Judas Iscariote.
19. Eu clamo a Deus para registrar em minha alma que eu aconselhei, não mais, do que eu pratiquei. Abençoado seja Deus, porque eu ganho, economizo, e dou tudo que posso. E assim, eu confio em Deus, eu faça, enquanto a respiração de Deus estiver em minhas narinas. Para o que então? Eu conto todas as coisas, mas perco, para a excelência do conhecimento de Jesus, meu Senhor! Eu desisto de toda justificativa, comparada com isso -- Senhor, eu estou condenado! Mas tu tens morrido!
A Diferença entre Caminhar pela Vista e Caminhar pela Fé
'Porque andamos por fé, e não por vista'.
(II Corintios 5:7)
1. Quão resumida é essa descrição dos cristãos reais! E, ainda assim, quão excessivamente completa! Ela compreende; ela totaliza, toda a experiência daqueles que são verdadeiramente tais, desde os tempos que nasceram de Deus, e foram removidos para o seio de Abrão. Porque, quem nós somos, que aqui estamos sendo tratados? Todos os que são crentes cristãos verdadeiros. Eu digo cristãos, não judeus, crentes. Todos os que não são apenas servos, mas filhos de Deus. Todos os que têm 'o Espírito de adoção, clamando em seus corações, Aba, Pai'. Todos que têm 'o Espírito de Deus, testemunhando com seus espíritos, que eles são filhos de Deus'.
2. Todos estes; e estes apenas, podem, dizer, 'Nós caminhamos pela fé, e não pela vista'. Mas, antes que possamos possivelmente 'caminhar pela fé', nós devemos viver pela fé, e não pela vista. E todos os cristãos reais, nosso Senhor diz, 'porque eu vivo, você vive também': Você vive uma vida que o mundo, se culto, ou não, 'não conhece a respeito'. 'Você que', como o mundo, 'estava morto nas transgressões e pecados, Ele tem vivificado', e vivo; deu a você novos sentidos, -- sentidos espirituais, -- 'sentidos exercitados, para discernirem o bem e o mal espirituais'.
3. Com o objetivo de entender totalmente essa verdade importante - pode ser apropriado considerar toda a matéria. Todos os filhos dos homens, que não são nascidos de Deus, 'caminham pela vista', tendo nenhum princípio mais alto. Pela vista, ou seja, pelos sentidos; uma parte tomada pelo todo; o sentido da visão, pelos demais sentidos; o melhor, porque ele é mais nobre e mais extensivo do que qualquer outro, ou todo os restantes. Existem poucos objetos que nós podemos discernir pelos três sentidos inferiores do paladar, olfato e tato; e nenhum desses pode ter alguma percepção dos seus objetos, a menos que sejam trazidos para um contato direto com eles. O ouvir, é verdade, tem uma esfera de ação maior, e nos fornece algum conhecimento das coisas que estão distantes. Mas quão pequena distância é aquela, supondo-se que ela seja cinqüenta, ou cem milhas, comparada àquela, entre a terra e o sol! E o que é, até mesmo esta, em comparação à distância do sol e da lua, e das estrelas fixas! Ainda assim, a vista continuamente toma conhecimento do objeto, até mesmo a esta distância.
4. Pela vista, nós tomamos conhecimento do mundo visível, desde a superfície da terra, às regiões das estrelas fixas. Mas, o que é o mundo visível para nós, a não ser 'uma partícula da criação', comparado a todo o universo? Ao mundo invisível? – aquela parte da criação que nós não podemos ver, afinal, por causa da sua distância; no lugar da qual, através da imperfeição de nossos sentidos, nós somos presenteados com um vazio ilimitado.
5. Mas, além desses objetos inumeráveis que nós não podemos ver, em razão da distância deles, nós não temos suficiente fundamento para acreditar que existam inumeráveis outros de uma natureza tão delicada, para serem discernidos, através de alguns de nossos sentidos? Todos os homens de razão imparcial não permitem a mesma coisa (o pequeno número de materialistas, ou ateístas, eu não posso denominar homens de razão), que existe um mundo invisível, naturalmente tal, tanto quanto um mundo visível? Mas qual dos nossos sentidos é sutil o suficiente para ter o menor conhecimento disto? Nós não podemos perceber alguma parte deste, através de nossa vista, mais do que através de nosso tato. Devemos concordar com o poeta da Antiguidade que: milhões de criaturas espirituais caminham na terra, sem serem vistas, quer quando estamos acordados, quer quando estamos dormindo. Devemos concordar que o grande Espírito, o Pai de todos, preencheu ambos o céu e terra; ainda assim, o mais apurado de nossos sentidos é extremamente incapaz de perceber tanto ao Ele quanto a eles.
6. Todos os nossos sentidos externos estão evidentemente adaptados a esse mundo externo, visível. Eles são designados para nos servir apenas enquanto permanecemos por aqui, -- enquanto habitamos nessas casas de argila. Eles têm nada a ver com o mundo invisível; eles não estão adaptados a ele. E eles não podem ter mais noção do mundo eterno, do que do mundo invisível; embora estejamos tão completamente seguros da existência deste, como de alguma coisa no mundo presente. Nós não podemos pensar que a morte coloca um ponto final em nossa existência. O corpo realmente retorna ao pó; mas a alma, sendo de uma natureza mais nobre não é afetada por isso. Há, portanto, um mundo eterno, como quer que seja. Mas como devemos obter o conhecimento disto? O que irá nos ensinar a colocar de lado, o véu 'que se dependura em meio à existência mortal e imortal?'. Todos sabemos 'do panorama vasto e ilimitado, se estende, diante de nós'; mas não estamos constrangidos a mencionar, 'ainda que as nuvens e a escuridão, pairem sobre ele'.
7. O mais excelente de nossos sentidos, é inegavelmente claro, pode nos dar nenhuma assistência nisso. E o que pode nossa razão grosseira fazer? Agora é universalmente permitido que 'nada existe em nosso entendimento, que não tenha sido, primeiro, percebido por alguns dos sentidos'. Conseqüentemente, a razão, tendo aqui nada sobre o que trabalhar, não nos permite ajuda alguma, afinal. De modo que, a despeito de toda informação que podemos obter, se do sentido ou razão, ambas do mundo invisível e eterno são desconhecidas a todos que 'caminham pela vista'.
8. Mas não existe ajuda? Eles devem continuar, em total escuridão, concernente ao mundo invisível e eterno? Nós não podemos afirmar isto: Mesmo os pagãos não permanecem, em total escuridão, com respeito a eles, afinal. Em todas as épocas e nações, alguns poucos raios de luz têm brilhado levemente, através da sombra. Alguma luz eles derivaram das várias fontes, no tocante ao mundo invisível. 'Os céus declararam a glória de Deus', embora não para a vista exterior deles: 'O firmamento mostrou', para os olhos de seu entendimento, a existência do seu Mestre. Da criação, eles inferiram a existência de um Criador, poderoso e sábio; justo e misericordioso. E, disso, eles concluíram que devia haver um mundo eterno, um estado futuro, a começar depois do presente; no qual a justiça de Deus, punindo os homens maus, e sua misericórdia recompensando os justos, seria aberta e inegavelmente disposta, à vista de todas as criaturas inteligentes.
9. Nós podemos supor razoavelmente que alguns indícios de conhecimento, tanto com respeito ao mundo invisível quanto eterno, foram entregues a Noé e seus filhos, ambos aos seus descendentes imediatos e remotos. E, não obstante, esses estivessem obscurecidos ou disfarçados, através da adição de inúmeras fábulas, ainda assim, alguma coisa da verdade esteve misturada com eles, e esses raios de luz impediram a escuridão completa. Acrescente a isto, que Deus nunca, em época ou nação alguma, 'deixou a si mesmo', completamente 'sem um testemunho', nos corações dos homens; mas, enquanto Ele 'deu a ele chuva e épocas férteis', concedeu algum conhecimento imperfeito do Doador. 'Ele é a Luz verdadeira que' ainda, em algum grau, 'instruiu todo homem que veio ao mundo'
10. Mas, todas essas luzes, juntas, não servirão para produzir, mais além, do que um fraco crepúsculo. Elas não deram, nem mesmo ao mais ilustrado deles, demonstração alguma; convicção alguma concludente, tanto do mundo invisível quanto do mundo eterno. Nosso poeta filósofo justamente denomina Sócrates 'o mais sábio de todos os homens morais'; ou seja, de todos que não foram favorecidos com a Revelação Divina. Ainda assim, que evidência ele teve do outro mundo, quando ele se dirigiu àqueles que o tinham condenado à morte? – 'E agora, Ó vocês, juízes, vocês irão viver, e eu irei morrer! Qual desses é melhor, Deus sabe; mas eu suponho que nenhum homem morre'. Ai de mim! Que confissão é esta! Esta era toda a evidência que o pobre moribundo Sócrates tinha, tanto do mundo invisível quanto do eterno? Pois, ainda assim, era preferível à luz do grande e bom Imperador Adrian. Lembrem-se, vocês, modernos pagãos, e copiem depois seu discurso patético à sua alma moribunda. Porque temendo que eu pudesse confundi-los com o Latim, eu lhes ofereço uma bonita tradução de um prior. –
Pobre, pequena e bela, coisa adejante,
não devemos viver mais tempo juntos?
E tu não podas tuas asas trêmulas,
para voares, tu não sabes para onde?
Teu caráter agradável, teus temperamentos tolos,
estão todos descuidados, todos esquecidos!
E a pesarosa, vacilante, melancolia,
tu esperas e temes, tu não sabes o quê!
11. Tu não sabes o quê!'. Verdade, não existia conhecimento do que deveria ser esperado ou temido depois da morte, até que o 'Sol da Retidão', se ergueu para dissipar todas as conjecturas vãs deles, e 'trouxe vida e imortalidade', ou seja, vida imortal, 'para brilhar, através do Evangelho'. Então, (e não até então, exceto em algumas instâncias raras) Deus revelou, o mundo invisível, sem máscara. Assim, ele revelou a si mesmo para os filhos dos homens. 'O Pai revelou o Filho', em seus corações; e o Filho revelou o Pai. Aquele dos tempos antigos 'ordenou que a luz brilhasse, na escuridão de seus corações e os iluminasse com o conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo'.
12. É onde o sentido não pode ser de uso mais além, que a fé vem em nosso socorro; é o grande desiderato; ela faz o que nenhum dos sentidos pode; não; não com todas as ajudas que a inteligência inventou. Todos os nossos instrumentos, por mais aperfeiçoados pela habilidade e trabalho de tantas épocas sucessivas, não nos tornam capazes de fazer a menor descoberta dessas regiões desconhecidas. Eles meramente servem as ocasiões para as quais foram formados no atual mundo visível.
13. Quão diferente é o caso; quão vasta a primazia, daqueles que 'caminham pela fé'. Deus, tendo 'aberto os olhos do entendimento deles', derrama sua luz divina em suas almas; por meio da qual, eles são capacitados a 'ver a Ele que é invisível', a ver Deus e as coisas de Deus. O que seus 'olhos não vêem, nem seus ouvidos ouvem, nem tem entrado em seus corações conceber', Deus, de tempos em tempos, revela a eles, atrações da 'unção do Espírito Santo, que os ensina todas as coisas'. Tendo 'entrado, no mais santos, através do sangue de Jesus', através daquele 'caminho novo e vivo', e estando reunidos juntos 'à assembléia e a igreja geral do Primogênito, e junto a Deus, o Juiz de todos, e Jesus, o Mediador da Nova Aliança', -- cada um desses pode dizer, 'Eu não vivo, mas Cristo vive em mim'; (Gal.2:20) Eu agora vivo aquela vida que 'está oculta com Cristo em Deus'; 'e, quando Cristo, que é minha vida, surgir, então, eu igualmente aparecerei com Ele na glória'.
14. Eles que vivem pela fé, caminham pela fé. Mas o que está inserido nisto? Eles regulam todos os seus julgamentos, com respeito ao bem e mal, não com referência às coisas visíveis e temporais, mas às coisas invisíveis e eternas. Eles consideram as coisas visíveis de valor pequeno, porque transitórias, como um sonho; mas, ao contrário, eles consideram as coisas invisíveis de muito valor, porque elas nunca passarão. O que quer que seja invisível é eterno; as coisas que não são vistas, não perecem. Assim o Apóstolo diz: (II Corintios 4:18) 'Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas'. Portanto, eles que 'caminham pela fé', não desejam 'as coisas que são vistas'; nem são eles os objetos de sua busca. Eles 'colocam suas afeições nas coisas do alto, e não nas coisas da terra'. Eles buscam apenas as coisas que estão 'onde Jesus se situa, à direita de Deus'. Porque eles sabem que 'as coisas que são vistas são temporais', passam como sombra, por conseguinte, eles 'não olham para elas'; eles não as desejam; eles as consideram como nada; mas 'eles buscam as coisas que não são vistas, que são eternas', que nunca passam. Através dessas, eles formam o julgamento de todas as coisas. Eles as julgam serem boas ou más, se promovem ou impedem seu bem-estar, não no tempo, mas na eternidade. Eles pesam o que quer que ocorra nessa balança: 'Que influência isto terá em meu estado eterno?'. Eles regulam todos os seus temperamentos e paixões; todos os seus desejos, alegrias, e temores, através desse modelo. Eles regulam todos os seus pensamentos e objetivos; todas as suas palavras e ações, de modo a prepará-los para aquele mundo invisível e eterno para o qual eles estão brevemente indo. Eles não habitam, a não ser, provisoriamente aqui; não olham com respeito à terra, como o lar deles, mas apenas... 'Viajam, através do solo de Emanuel, para mundos mais justos no céu'.
15. Irmãos, vocês fazem parte do número daqueles que estão aqui agora, diante de Deus? Vocês vêem a Ele que é invisível? Vocês têm fé, a fé viva, a fé de um filho? Vocês podem dizer, 'A vida que eu vivo agora, eu vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e deu a si mesmo por mim?'. Vocês caminham pela fé? Observem a questão: Eu não pergunto, se vocês, amaldiçoam, fazem juramento, profanam o Dia do Senhor, ou vivem algum pecado exterior. Eu não pergunto, se vocês fazem o bem, mais ou menos; ou atendem todas as ordenanças de Deus. Mas, suponham que vocês sejam culpados, em todos esses aspectos, eu pergunto, em nome de Deus, por qual padrão vocês julgam os valores das coisas? Pelo mundo visível, ou pelo mundo invisível?
Trazendo a questão para um julgamento, em uma simples instância. Qual desses, vocês julgarão melhor, -- que um filho seu seja um devoto sapateiro, ou um lorde profano? O que parece a vocês mais desejável, -- que uma filha sua seja uma filha de Deus, e caminhe descalça, ou uma filha do diabo, e ande de carruagem de seis cavalos? Quando a questão é concernente ao casamento de uma filha sua, se vocês consideram seu corpo, mais do que a sua alma, então, tomem conhecimento de si mesmos: Vocês estão no caminho do inferno, e não do céu; porque vocês caminham pela vista, e não pela fé. Eu não pergunto, se vocês vivem algum pecado exterior ou negligência; mas, se vocês buscam, no teor geral de suas vidas, 'as coisas que estão no alto', ou as coisas que estão abaixo: Vocês 'colocam suas afeições nas coisas acima', ou nas 'coisas da terra?'. Se nas coisas da terra, vocês certamente estão no caminho da destruição, como um ladrão ou um alcoólatra comum. Meus queridos amigos, que cada homem e mulher, entre vocês, confabule honestamente consigo mesmo. Pergunte a seu próprio coração, 'O que eu estou buscando, dia após dia? O que eu estou desejando: Eu estou indo ao encalço? céu ou terra?das coisas que são vistas, ou das coisas que não são vistas?'. Qual é seu objetivo, Deus ou o mundo? Assim como o Senhor vive, eu lhes digo que, se o mundo for o objetivo de vocês, toda a religião de vocês ainda será sem valor algum.
16. Vejam, então, meus queridos irmãos, que deste momento em diante, pelo menos, vocês escolham a melhor parte. Deixem que o julgamento de vocês, a respeito de tudo que lhes diz respeito, ser de acordo com o real valor das coisas, com uma referência ao mundo invisível e eterno. Vejam que vocês julguem tudo ajustado para ser buscado ou evitado; de acordo com a influência que ele terá no seu estado eterno. Vejam que suas afeições, seus desejos, sua alegria, sua esperança, estejam estabelecidas não sobre objetos passageiros; não sobre coisas que fogem como uma sombra; que passam como um sonho; mas sobre aquelas que permanecerão as mesmas, quando céu e terra 'passarem, e não possa mais ser achado lugar para eles'. Vejam que tudo o que pensarem, falarem, ou fizerem, o olho da alma de vocês seja puro, fixado 'Nele que é invisível', e 'nas glórias que serão reveladas'. Então, 'o corpo de vocês será cheio de luz': Toda a sua alma desfrutará da luz do semblante de Deus; e você verá continuamente a luz do glorioso amor de Deus, 'na face de Jesus Cristo'.
17. Vejam, especificamente, que todo os seus 'desejos sejam junto a Ele, e junto à lembrança de Seu nome'. Evitem 'os desejos tolos e prejudiciais'; tais que surgem de alguma coisa visível e temporal. Todos esses João nos adverte, sob o termo geral de 'amor ao mundo'. (I João 2:15) Não tanto aos filhos dos homens do mundo, mas aos filhos de Deus, que Ele dá esta direção importante: 'Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele'. Não dêem lugar para 'o desejo da carne', -- para a gratificação dos sentidos exteriores, se de paladar, ou algum outro. Não dêem lugar 'ao desejo dos olhos', -- ao sentido interno, ou imaginação, -- gratificando-a, se através das coisas grandes, bonitas ou incomuns. Não dêem lugar ao 'orgulho da vida', -- ao desejo da prosperidade, da pompa, ou da honra que vem dos homens. João confirma esse conselho, através de uma consideração, comparada àquela observação que Paulo fez aos Coríntios: (I João 2:16-17) 'Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo'. Todos os objetos, ocupações, cuidados mundanos; o que quer que agora atraia nosso cuidado ou nossa atenção – 'passarão', -- e no mesmo ato de passar, não retornarão mais. Portanto, não deseje nada dessas coisas que são fugazes, mas aquela glória que 'permanecerá para sempre'.
18. Observem bem: Esta religião; esta, apenas, é a verdadeira religião; não esta, ou aquela opinião, ou sistemas de opiniões; sejam eles sempre tão verdadeiros, sempre tão bíblicos. É verdade que isto é comumente chamado de fé. Mas esses que supõem que a religião significa entregar-se à uma forte ilusão, para crer numa mentira; e se eles supõem que ela seja um passaporte para o céu, eles estão no caminho direto para o inferno. Prestem bem atenção: Religião não é inocência; o que um observador cuidadoso da humanidade propriamente denomina de inocência diabólica; uma vez que ela leva milhares para o abismo sem fim. Ela não é moralidade; excelente como isto seja, quando construída em um alicerce correto: fé amorosa; a não ser, quando, pelo contrário, ela não é de valor algum às vistas de Deus. Ela não é formalidade, -- a mais exata observação de todas as ordenanças de Deus. Isto, também, exceto que seja construída no alicerce correto, não agrada mais a Deus do que 'cortar fora o pescoço de um cão'. Não: Religião não menos do que viver na eternidade, e caminhar na eternidade; e, por meio disto, caminhar no amor de Deus e homem, na humildade, submissão, e resignação. Esta, e tão somente esta, é aquela 'vida que está oculta com Cristo em Deus'. Tão somente aquele que a experimenta 'habita em Deus, e Deus nele'. Apenas esta assenta a coroa sobre a cabeça de Cristo, e faz 'a vontade Dele na terra, como ela é feita no céu'.
19. Facilmente será observado que esta é a mesma coisa que os homens do mundo chamam de entusiasmo, -- uma palavra justamente adequada para o propósito deles, porque nenhum homem pode dizer tanto o significado, quanto a derivação dela. Se ela tem algum sentido determinado, ele significa uma espécie de loucura religiosa. Por esta razão, quando vocês contam suas experiências, eles imediatamente gritam: 'Excesso de religião os tem tornado loucos!'. E todos que experimentam, tanto o mundo invisível, quanto o mundo eterno, eles supõem ser apenas o sonho acordado de uma imaginação exaltada. Não é diferente, quando homens nascidos cegos tomam sobre si, o discernir, concernente luz e cores. Eles irão rapidamente declarar como insanos os que afirmam a existência dessas coisas, a respeito das quais eles não têm idéia.
20. De tudo que tem sido dito, pode ser visto, com a maior clareza, qual a natureza daquela coisa moderna chamada devassidão. Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça! Trata-se da mesma quinta-essência do ateísmo; é artificial, acrescido da descrença natural. É a habilidade de esquecer Deus, de se estar completamente 'sem Deus no mundo'; a habilidade de excluí-Lo, se não, do mundo que Ele criou, ainda assim, das mentes de suas criaturas inteligentes. Trata-se da total desatenção premeditada para com todo o mundo invisível e eterno; mais especialmente à morte, ao portão da eternidade, e às conseqüências importantes da morte , -- céu e inferno!
21. Esta é a real natureza da devassidão. E esta é uma coisa tão inofensiva, quanto é usualmente pensado? Pois digo que este é um dos instrumentos mais escolhidos, para destruir os espíritos imortais, que alguma vez foi forjado nos laboratórios do inferno. Tem sido os meios, para lançar miríades de almas, que teriam desfrutado da glória de Deus, no fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. Ele destrói toda religião de um só golpe, e eleva o homem ao nível das bestas que perecem. Todos vocês que temem a Deus, fujam da devassidão! Temam e abominem o simples mencionar dela! Trabalhem para terem Deus em todos os seus pensamentos, para terem a eternidade sempre em seus olhos! 'Busquem', continuamente, 'não as coisas que são vistas, mas as coisas que não são vistas'. Permitam que seus corações estejam fixos lá, onde 'Cristo se senta, à direita de Deus!', para que, quando Ele os chamarem, 'uma permissão possa ser ministrada a vocês, abundantemente, junto ao Seu reino eterno!'.
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(II Corintios 5:7)
1. Quão resumida é essa descrição dos cristãos reais! E, ainda assim, quão excessivamente completa! Ela compreende; ela totaliza, toda a experiência daqueles que são verdadeiramente tais, desde os tempos que nasceram de Deus, e foram removidos para o seio de Abrão. Porque, quem nós somos, que aqui estamos sendo tratados? Todos os que são crentes cristãos verdadeiros. Eu digo cristãos, não judeus, crentes. Todos os que não são apenas servos, mas filhos de Deus. Todos os que têm 'o Espírito de adoção, clamando em seus corações, Aba, Pai'. Todos que têm 'o Espírito de Deus, testemunhando com seus espíritos, que eles são filhos de Deus'.
2. Todos estes; e estes apenas, podem, dizer, 'Nós caminhamos pela fé, e não pela vista'. Mas, antes que possamos possivelmente 'caminhar pela fé', nós devemos viver pela fé, e não pela vista. E todos os cristãos reais, nosso Senhor diz, 'porque eu vivo, você vive também': Você vive uma vida que o mundo, se culto, ou não, 'não conhece a respeito'. 'Você que', como o mundo, 'estava morto nas transgressões e pecados, Ele tem vivificado', e vivo; deu a você novos sentidos, -- sentidos espirituais, -- 'sentidos exercitados, para discernirem o bem e o mal espirituais'.
3. Com o objetivo de entender totalmente essa verdade importante - pode ser apropriado considerar toda a matéria. Todos os filhos dos homens, que não são nascidos de Deus, 'caminham pela vista', tendo nenhum princípio mais alto. Pela vista, ou seja, pelos sentidos; uma parte tomada pelo todo; o sentido da visão, pelos demais sentidos; o melhor, porque ele é mais nobre e mais extensivo do que qualquer outro, ou todo os restantes. Existem poucos objetos que nós podemos discernir pelos três sentidos inferiores do paladar, olfato e tato; e nenhum desses pode ter alguma percepção dos seus objetos, a menos que sejam trazidos para um contato direto com eles. O ouvir, é verdade, tem uma esfera de ação maior, e nos fornece algum conhecimento das coisas que estão distantes. Mas quão pequena distância é aquela, supondo-se que ela seja cinqüenta, ou cem milhas, comparada àquela, entre a terra e o sol! E o que é, até mesmo esta, em comparação à distância do sol e da lua, e das estrelas fixas! Ainda assim, a vista continuamente toma conhecimento do objeto, até mesmo a esta distância.
4. Pela vista, nós tomamos conhecimento do mundo visível, desde a superfície da terra, às regiões das estrelas fixas. Mas, o que é o mundo visível para nós, a não ser 'uma partícula da criação', comparado a todo o universo? Ao mundo invisível? – aquela parte da criação que nós não podemos ver, afinal, por causa da sua distância; no lugar da qual, através da imperfeição de nossos sentidos, nós somos presenteados com um vazio ilimitado.
5. Mas, além desses objetos inumeráveis que nós não podemos ver, em razão da distância deles, nós não temos suficiente fundamento para acreditar que existam inumeráveis outros de uma natureza tão delicada, para serem discernidos, através de alguns de nossos sentidos? Todos os homens de razão imparcial não permitem a mesma coisa (o pequeno número de materialistas, ou ateístas, eu não posso denominar homens de razão), que existe um mundo invisível, naturalmente tal, tanto quanto um mundo visível? Mas qual dos nossos sentidos é sutil o suficiente para ter o menor conhecimento disto? Nós não podemos perceber alguma parte deste, através de nossa vista, mais do que através de nosso tato. Devemos concordar com o poeta da Antiguidade que: milhões de criaturas espirituais caminham na terra, sem serem vistas, quer quando estamos acordados, quer quando estamos dormindo. Devemos concordar que o grande Espírito, o Pai de todos, preencheu ambos o céu e terra; ainda assim, o mais apurado de nossos sentidos é extremamente incapaz de perceber tanto ao Ele quanto a eles.
6. Todos os nossos sentidos externos estão evidentemente adaptados a esse mundo externo, visível. Eles são designados para nos servir apenas enquanto permanecemos por aqui, -- enquanto habitamos nessas casas de argila. Eles têm nada a ver com o mundo invisível; eles não estão adaptados a ele. E eles não podem ter mais noção do mundo eterno, do que do mundo invisível; embora estejamos tão completamente seguros da existência deste, como de alguma coisa no mundo presente. Nós não podemos pensar que a morte coloca um ponto final em nossa existência. O corpo realmente retorna ao pó; mas a alma, sendo de uma natureza mais nobre não é afetada por isso. Há, portanto, um mundo eterno, como quer que seja. Mas como devemos obter o conhecimento disto? O que irá nos ensinar a colocar de lado, o véu 'que se dependura em meio à existência mortal e imortal?'. Todos sabemos 'do panorama vasto e ilimitado, se estende, diante de nós'; mas não estamos constrangidos a mencionar, 'ainda que as nuvens e a escuridão, pairem sobre ele'.
7. O mais excelente de nossos sentidos, é inegavelmente claro, pode nos dar nenhuma assistência nisso. E o que pode nossa razão grosseira fazer? Agora é universalmente permitido que 'nada existe em nosso entendimento, que não tenha sido, primeiro, percebido por alguns dos sentidos'. Conseqüentemente, a razão, tendo aqui nada sobre o que trabalhar, não nos permite ajuda alguma, afinal. De modo que, a despeito de toda informação que podemos obter, se do sentido ou razão, ambas do mundo invisível e eterno são desconhecidas a todos que 'caminham pela vista'.
8. Mas não existe ajuda? Eles devem continuar, em total escuridão, concernente ao mundo invisível e eterno? Nós não podemos afirmar isto: Mesmo os pagãos não permanecem, em total escuridão, com respeito a eles, afinal. Em todas as épocas e nações, alguns poucos raios de luz têm brilhado levemente, através da sombra. Alguma luz eles derivaram das várias fontes, no tocante ao mundo invisível. 'Os céus declararam a glória de Deus', embora não para a vista exterior deles: 'O firmamento mostrou', para os olhos de seu entendimento, a existência do seu Mestre. Da criação, eles inferiram a existência de um Criador, poderoso e sábio; justo e misericordioso. E, disso, eles concluíram que devia haver um mundo eterno, um estado futuro, a começar depois do presente; no qual a justiça de Deus, punindo os homens maus, e sua misericórdia recompensando os justos, seria aberta e inegavelmente disposta, à vista de todas as criaturas inteligentes.
9. Nós podemos supor razoavelmente que alguns indícios de conhecimento, tanto com respeito ao mundo invisível quanto eterno, foram entregues a Noé e seus filhos, ambos aos seus descendentes imediatos e remotos. E, não obstante, esses estivessem obscurecidos ou disfarçados, através da adição de inúmeras fábulas, ainda assim, alguma coisa da verdade esteve misturada com eles, e esses raios de luz impediram a escuridão completa. Acrescente a isto, que Deus nunca, em época ou nação alguma, 'deixou a si mesmo', completamente 'sem um testemunho', nos corações dos homens; mas, enquanto Ele 'deu a ele chuva e épocas férteis', concedeu algum conhecimento imperfeito do Doador. 'Ele é a Luz verdadeira que' ainda, em algum grau, 'instruiu todo homem que veio ao mundo'
10. Mas, todas essas luzes, juntas, não servirão para produzir, mais além, do que um fraco crepúsculo. Elas não deram, nem mesmo ao mais ilustrado deles, demonstração alguma; convicção alguma concludente, tanto do mundo invisível quanto do mundo eterno. Nosso poeta filósofo justamente denomina Sócrates 'o mais sábio de todos os homens morais'; ou seja, de todos que não foram favorecidos com a Revelação Divina. Ainda assim, que evidência ele teve do outro mundo, quando ele se dirigiu àqueles que o tinham condenado à morte? – 'E agora, Ó vocês, juízes, vocês irão viver, e eu irei morrer! Qual desses é melhor, Deus sabe; mas eu suponho que nenhum homem morre'. Ai de mim! Que confissão é esta! Esta era toda a evidência que o pobre moribundo Sócrates tinha, tanto do mundo invisível quanto do eterno? Pois, ainda assim, era preferível à luz do grande e bom Imperador Adrian. Lembrem-se, vocês, modernos pagãos, e copiem depois seu discurso patético à sua alma moribunda. Porque temendo que eu pudesse confundi-los com o Latim, eu lhes ofereço uma bonita tradução de um prior. –
Pobre, pequena e bela, coisa adejante,
não devemos viver mais tempo juntos?
E tu não podas tuas asas trêmulas,
para voares, tu não sabes para onde?
Teu caráter agradável, teus temperamentos tolos,
estão todos descuidados, todos esquecidos!
E a pesarosa, vacilante, melancolia,
tu esperas e temes, tu não sabes o quê!
11. Tu não sabes o quê!'. Verdade, não existia conhecimento do que deveria ser esperado ou temido depois da morte, até que o 'Sol da Retidão', se ergueu para dissipar todas as conjecturas vãs deles, e 'trouxe vida e imortalidade', ou seja, vida imortal, 'para brilhar, através do Evangelho'. Então, (e não até então, exceto em algumas instâncias raras) Deus revelou, o mundo invisível, sem máscara. Assim, ele revelou a si mesmo para os filhos dos homens. 'O Pai revelou o Filho', em seus corações; e o Filho revelou o Pai. Aquele dos tempos antigos 'ordenou que a luz brilhasse, na escuridão de seus corações e os iluminasse com o conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo'.
12. É onde o sentido não pode ser de uso mais além, que a fé vem em nosso socorro; é o grande desiderato; ela faz o que nenhum dos sentidos pode; não; não com todas as ajudas que a inteligência inventou. Todos os nossos instrumentos, por mais aperfeiçoados pela habilidade e trabalho de tantas épocas sucessivas, não nos tornam capazes de fazer a menor descoberta dessas regiões desconhecidas. Eles meramente servem as ocasiões para as quais foram formados no atual mundo visível.
13. Quão diferente é o caso; quão vasta a primazia, daqueles que 'caminham pela fé'. Deus, tendo 'aberto os olhos do entendimento deles', derrama sua luz divina em suas almas; por meio da qual, eles são capacitados a 'ver a Ele que é invisível', a ver Deus e as coisas de Deus. O que seus 'olhos não vêem, nem seus ouvidos ouvem, nem tem entrado em seus corações conceber', Deus, de tempos em tempos, revela a eles, atrações da 'unção do Espírito Santo, que os ensina todas as coisas'. Tendo 'entrado, no mais santos, através do sangue de Jesus', através daquele 'caminho novo e vivo', e estando reunidos juntos 'à assembléia e a igreja geral do Primogênito, e junto a Deus, o Juiz de todos, e Jesus, o Mediador da Nova Aliança', -- cada um desses pode dizer, 'Eu não vivo, mas Cristo vive em mim'; (Gal.2:20) Eu agora vivo aquela vida que 'está oculta com Cristo em Deus'; 'e, quando Cristo, que é minha vida, surgir, então, eu igualmente aparecerei com Ele na glória'.
14. Eles que vivem pela fé, caminham pela fé. Mas o que está inserido nisto? Eles regulam todos os seus julgamentos, com respeito ao bem e mal, não com referência às coisas visíveis e temporais, mas às coisas invisíveis e eternas. Eles consideram as coisas visíveis de valor pequeno, porque transitórias, como um sonho; mas, ao contrário, eles consideram as coisas invisíveis de muito valor, porque elas nunca passarão. O que quer que seja invisível é eterno; as coisas que não são vistas, não perecem. Assim o Apóstolo diz: (II Corintios 4:18) 'Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas'. Portanto, eles que 'caminham pela fé', não desejam 'as coisas que são vistas'; nem são eles os objetos de sua busca. Eles 'colocam suas afeições nas coisas do alto, e não nas coisas da terra'. Eles buscam apenas as coisas que estão 'onde Jesus se situa, à direita de Deus'. Porque eles sabem que 'as coisas que são vistas são temporais', passam como sombra, por conseguinte, eles 'não olham para elas'; eles não as desejam; eles as consideram como nada; mas 'eles buscam as coisas que não são vistas, que são eternas', que nunca passam. Através dessas, eles formam o julgamento de todas as coisas. Eles as julgam serem boas ou más, se promovem ou impedem seu bem-estar, não no tempo, mas na eternidade. Eles pesam o que quer que ocorra nessa balança: 'Que influência isto terá em meu estado eterno?'. Eles regulam todos os seus temperamentos e paixões; todos os seus desejos, alegrias, e temores, através desse modelo. Eles regulam todos os seus pensamentos e objetivos; todas as suas palavras e ações, de modo a prepará-los para aquele mundo invisível e eterno para o qual eles estão brevemente indo. Eles não habitam, a não ser, provisoriamente aqui; não olham com respeito à terra, como o lar deles, mas apenas... 'Viajam, através do solo de Emanuel, para mundos mais justos no céu'.
15. Irmãos, vocês fazem parte do número daqueles que estão aqui agora, diante de Deus? Vocês vêem a Ele que é invisível? Vocês têm fé, a fé viva, a fé de um filho? Vocês podem dizer, 'A vida que eu vivo agora, eu vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e deu a si mesmo por mim?'. Vocês caminham pela fé? Observem a questão: Eu não pergunto, se vocês, amaldiçoam, fazem juramento, profanam o Dia do Senhor, ou vivem algum pecado exterior. Eu não pergunto, se vocês fazem o bem, mais ou menos; ou atendem todas as ordenanças de Deus. Mas, suponham que vocês sejam culpados, em todos esses aspectos, eu pergunto, em nome de Deus, por qual padrão vocês julgam os valores das coisas? Pelo mundo visível, ou pelo mundo invisível?
Trazendo a questão para um julgamento, em uma simples instância. Qual desses, vocês julgarão melhor, -- que um filho seu seja um devoto sapateiro, ou um lorde profano? O que parece a vocês mais desejável, -- que uma filha sua seja uma filha de Deus, e caminhe descalça, ou uma filha do diabo, e ande de carruagem de seis cavalos? Quando a questão é concernente ao casamento de uma filha sua, se vocês consideram seu corpo, mais do que a sua alma, então, tomem conhecimento de si mesmos: Vocês estão no caminho do inferno, e não do céu; porque vocês caminham pela vista, e não pela fé. Eu não pergunto, se vocês vivem algum pecado exterior ou negligência; mas, se vocês buscam, no teor geral de suas vidas, 'as coisas que estão no alto', ou as coisas que estão abaixo: Vocês 'colocam suas afeições nas coisas acima', ou nas 'coisas da terra?'. Se nas coisas da terra, vocês certamente estão no caminho da destruição, como um ladrão ou um alcoólatra comum. Meus queridos amigos, que cada homem e mulher, entre vocês, confabule honestamente consigo mesmo. Pergunte a seu próprio coração, 'O que eu estou buscando, dia após dia? O que eu estou desejando: Eu estou indo ao encalço? céu ou terra?das coisas que são vistas, ou das coisas que não são vistas?'. Qual é seu objetivo, Deus ou o mundo? Assim como o Senhor vive, eu lhes digo que, se o mundo for o objetivo de vocês, toda a religião de vocês ainda será sem valor algum.
16. Vejam, então, meus queridos irmãos, que deste momento em diante, pelo menos, vocês escolham a melhor parte. Deixem que o julgamento de vocês, a respeito de tudo que lhes diz respeito, ser de acordo com o real valor das coisas, com uma referência ao mundo invisível e eterno. Vejam que vocês julguem tudo ajustado para ser buscado ou evitado; de acordo com a influência que ele terá no seu estado eterno. Vejam que suas afeições, seus desejos, sua alegria, sua esperança, estejam estabelecidas não sobre objetos passageiros; não sobre coisas que fogem como uma sombra; que passam como um sonho; mas sobre aquelas que permanecerão as mesmas, quando céu e terra 'passarem, e não possa mais ser achado lugar para eles'. Vejam que tudo o que pensarem, falarem, ou fizerem, o olho da alma de vocês seja puro, fixado 'Nele que é invisível', e 'nas glórias que serão reveladas'. Então, 'o corpo de vocês será cheio de luz': Toda a sua alma desfrutará da luz do semblante de Deus; e você verá continuamente a luz do glorioso amor de Deus, 'na face de Jesus Cristo'.
17. Vejam, especificamente, que todo os seus 'desejos sejam junto a Ele, e junto à lembrança de Seu nome'. Evitem 'os desejos tolos e prejudiciais'; tais que surgem de alguma coisa visível e temporal. Todos esses João nos adverte, sob o termo geral de 'amor ao mundo'. (I João 2:15) Não tanto aos filhos dos homens do mundo, mas aos filhos de Deus, que Ele dá esta direção importante: 'Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele'. Não dêem lugar para 'o desejo da carne', -- para a gratificação dos sentidos exteriores, se de paladar, ou algum outro. Não dêem lugar 'ao desejo dos olhos', -- ao sentido interno, ou imaginação, -- gratificando-a, se através das coisas grandes, bonitas ou incomuns. Não dêem lugar ao 'orgulho da vida', -- ao desejo da prosperidade, da pompa, ou da honra que vem dos homens. João confirma esse conselho, através de uma consideração, comparada àquela observação que Paulo fez aos Coríntios: (I João 2:16-17) 'Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo'. Todos os objetos, ocupações, cuidados mundanos; o que quer que agora atraia nosso cuidado ou nossa atenção – 'passarão', -- e no mesmo ato de passar, não retornarão mais. Portanto, não deseje nada dessas coisas que são fugazes, mas aquela glória que 'permanecerá para sempre'.
18. Observem bem: Esta religião; esta, apenas, é a verdadeira religião; não esta, ou aquela opinião, ou sistemas de opiniões; sejam eles sempre tão verdadeiros, sempre tão bíblicos. É verdade que isto é comumente chamado de fé. Mas esses que supõem que a religião significa entregar-se à uma forte ilusão, para crer numa mentira; e se eles supõem que ela seja um passaporte para o céu, eles estão no caminho direto para o inferno. Prestem bem atenção: Religião não é inocência; o que um observador cuidadoso da humanidade propriamente denomina de inocência diabólica; uma vez que ela leva milhares para o abismo sem fim. Ela não é moralidade; excelente como isto seja, quando construída em um alicerce correto: fé amorosa; a não ser, quando, pelo contrário, ela não é de valor algum às vistas de Deus. Ela não é formalidade, -- a mais exata observação de todas as ordenanças de Deus. Isto, também, exceto que seja construída no alicerce correto, não agrada mais a Deus do que 'cortar fora o pescoço de um cão'. Não: Religião não menos do que viver na eternidade, e caminhar na eternidade; e, por meio disto, caminhar no amor de Deus e homem, na humildade, submissão, e resignação. Esta, e tão somente esta, é aquela 'vida que está oculta com Cristo em Deus'. Tão somente aquele que a experimenta 'habita em Deus, e Deus nele'. Apenas esta assenta a coroa sobre a cabeça de Cristo, e faz 'a vontade Dele na terra, como ela é feita no céu'.
19. Facilmente será observado que esta é a mesma coisa que os homens do mundo chamam de entusiasmo, -- uma palavra justamente adequada para o propósito deles, porque nenhum homem pode dizer tanto o significado, quanto a derivação dela. Se ela tem algum sentido determinado, ele significa uma espécie de loucura religiosa. Por esta razão, quando vocês contam suas experiências, eles imediatamente gritam: 'Excesso de religião os tem tornado loucos!'. E todos que experimentam, tanto o mundo invisível, quanto o mundo eterno, eles supõem ser apenas o sonho acordado de uma imaginação exaltada. Não é diferente, quando homens nascidos cegos tomam sobre si, o discernir, concernente luz e cores. Eles irão rapidamente declarar como insanos os que afirmam a existência dessas coisas, a respeito das quais eles não têm idéia.
20. De tudo que tem sido dito, pode ser visto, com a maior clareza, qual a natureza daquela coisa moderna chamada devassidão. Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça! Trata-se da mesma quinta-essência do ateísmo; é artificial, acrescido da descrença natural. É a habilidade de esquecer Deus, de se estar completamente 'sem Deus no mundo'; a habilidade de excluí-Lo, se não, do mundo que Ele criou, ainda assim, das mentes de suas criaturas inteligentes. Trata-se da total desatenção premeditada para com todo o mundo invisível e eterno; mais especialmente à morte, ao portão da eternidade, e às conseqüências importantes da morte , -- céu e inferno!
21. Esta é a real natureza da devassidão. E esta é uma coisa tão inofensiva, quanto é usualmente pensado? Pois digo que este é um dos instrumentos mais escolhidos, para destruir os espíritos imortais, que alguma vez foi forjado nos laboratórios do inferno. Tem sido os meios, para lançar miríades de almas, que teriam desfrutado da glória de Deus, no fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. Ele destrói toda religião de um só golpe, e eleva o homem ao nível das bestas que perecem. Todos vocês que temem a Deus, fujam da devassidão! Temam e abominem o simples mencionar dela! Trabalhem para terem Deus em todos os seus pensamentos, para terem a eternidade sempre em seus olhos! 'Busquem', continuamente, 'não as coisas que são vistas, mas as coisas que não são vistas'. Permitam que seus corações estejam fixos lá, onde 'Cristo se senta, à direita de Deus!', para que, quando Ele os chamarem, 'uma permissão possa ser ministrada a vocês, abundantemente, junto ao Seu reino eterno!'.
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AS VINHAS DE DEUS
'Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? E por que, esperando eu que desse uvas, veio a produzir uvas bravas?' (Isaías 5:4)
O vinhedo do Senhor, considerando a palavra em seu sentido mais amplo, pode incluir toda a Palavra. Todos os habitantes da terra podem, de alguma forma, serem chamados de 'vinhas do Senhor'; 'que fez todas as nações de homens, para habitar em toda a face da terra; para que eles pudessem buscar ao Senhor, se, por acaso, eles puderem sentir, segundo Ele, e encontrá-lo'. Mas, em um sentido mais restrito, o vinhedo do Senhor pode significar o mundo cristão; ou seja, todos que usam o nome de Cristo, e professam obedecer à sua Palavra. Em um sentido ainda mais restrito, pode ser entendido como o que é denominada a parte Reformada da Igreja Cristã. Em um sentido mais restrito do que os anteriores, alguém pode, por esta frase, 'a vinha do Senhor', quer dizer, o corpo de pessoas comumente chamadas de Metodistas. Eu entendo isto agora, significando, por meio disto, aquela sociedade apenas que começou em Oxford no ano de 1729, e permanece unida até este dia. Compreendendo a palavra neste sentido, eu repito a pergunta que Deus propôs ao profeta: 'Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? E por que, esperando eu que desse uvas, veio a produzir uvas bravas?'
O que mais Deus teria feito neste vinhedo (supondo-se que Ele tenha designado estender grandes ramos dele e espalhá-lo por toda a terra) e que Ele não tenha feito,
I. Com respeito à doutrina?
II. Com respeito à ajuda spiritual?
III. Com respeito á disciplina?
IV. E com respeito à proteção exterior?
Essas coisas, consideradas, eu, então, inquiriria, brevemente: E por que, esperando eu que desse uvas, veio a produzir uvas bravas?'
I
1. Em Primeiro Lugar: O que tem sido feito neste vinhedo, que Deus não fez nele? O que mais tem sido feito, com respeito à doutrina? Desde o início; deste o tempo em que quatro homens, cada um deles era -- 'um homem de um livro'. Deus os ensinou a fazer de 'Sua Palavra uma lanterna para seus pés, e uma luz em todas as suas pegadas'. Eles tinham uma, apenas uma regra de julgamento, com respeito a todos os seus temperamentos, palavras e ações; ou seja, os oráculos de Deus. Cada um deles determinou ser "cristão-bíblico". Eles continuamente eram reprovados por isto; alguns os denominavam, em menosprezo, "idólatras-bíblicos"; outros, de "traças-bíblicas"; alimentando-se, eles diziam, da Bíblia, como as traças, das roupas. E, de fato, até este dia, é esforço contínuo deles, pensarem e falarem, como os oráculos de Deus.
2. É verdade, que um ilustre homem, Dr. Trapp, logo depois de eles se porem a caminho, fez um relato diferente deles: "Quando eu vi", disse o Doutor, "esses dois livros, 'O Tratado da Perfeição Cristã', e 'Um Chamado Sério para uma Vida Santa', eu pensei: esses livros certamente causarão dano. E assim se provou; porque presentemente, logo depois, surgiram os Metodistas. Então ele (Sr. Law) era a origem deles". Embora isto não fosse inteiramente verdade, ainda assim, existiu alguma verdade no que foi dito. Todos os Metodistas, cuidadosamente, leram esses livros, e foram grandemente beneficiados por eles. Ainda assim, eles, de modo algum, surgiram deles, mas das Escrituras Sagradas; sendo 'nascidos de novo', como Pedro fala, 'através da Palavra de Deus, que vive e habita para sempre'.
3. Um outro homem letrado, o recente Bispo Warburton, claramente afirmou que 'eles eram a prole do Sr. Law e conde Zinzendorf [líder Morávio], juntos'. Mas isto foi um erro ainda maior. Porque eles se encontraram, diversos anos antes, que tivessem a menor aceitação do conde Zinzendorf, ou mesmo soubessem que existia tal pessoa no mundo. E quando eles o conheceram, embora o estimassem muito, ainda assim, não se atreveriam a seguir um passo além do que lhes garantia as Escrituras.
4. O livro, mais próximo às Escrituras Santas, que foi de maior utilidade para eles, ao situarem seu julgamento naquele grande ponto da justificação pela fé, foi o das Homilias. Eles nunca estiveram convencidos de que nós somos justificados pela fé, somente, até que eles cuidadosamente consultaram-nas, e as compararam com os escritos sagrados, particularmente, a Epístola de Paulo aos Romanos. Nenhum Ministro da Igreja pode, com alguma decência, se opor a essas; vendo que em sua ordenação, ele as subscreve, ao subscrever o trigésimo-sexto Artigo da Igreja.
5. Tem sido freqüentemente observado que muito poucos eram claros em seus julgamentos, tanto com respeito à justificação, quanto à santificação. Muitos que falaram e escreveram, admiravelmente bem, concernente à justificação, não tiveram uma concepção clara; mais do que isto, eles eram totalmente ignorantes da doutrina da santificação. Quem escreveu mais habilmente do que Martinho Lutero, sobre a justificação pela fé, somente? E quem era mais ignorante da doutrina da santificação, ou mais confuso em suas concepções sobre ela? Estar totalmente convencido disto, de sua total ignorância, com respeito à santificação, não é necessário coisa alguma mais do que ler, sem preconceito, seu célebre comentário sobre a Epístola aos Gálatas. Por outro lado, como muitos escritores da Igreja Romana (como Francis Sales e Juan de Castaniza, em particular) escreveram fortemente e biblicamente sobre a santificação, e, não obstante, estavam inteiramente familiarizados com a natureza da santificação! Tanto, que todo o corpo de seus Clérigos no Conselho de Trent, em seu Catecismo de Paróquias (Catecismo que cada sacerdote paroquiano deve ensinar a seu povo), confundiram totalmente santificação e justificação. Mas agradou a Deus, dar aos Metodistas, um conhecimento claro e completo de cada uma delas, e uma ampla diferença entre ambas.
6. Eles sabem, de fato, que, ao mesmo tempo em que um homem é justificado, a santificação propriamente começa. Porque, quando ele é justificado, ele é 'nascido de novo'; 'nascido do alto'; 'nascido do Espírito'; que, embora (como alguns supõem) não seja todo o processo da santificação, é, sem dúvida, o portão dela. Disto, igualmente, Deus tem dado a eles um panorama completo. Eles sabem que o novo nascimento implica tanto uma grande mudança na alma daquele que é 'nascido do Espírito', quanto foi forjado em seu corpo, quando ele nascera de uma mulher: Não apenas uma mudança exterior, como da bebedeira à sobriedade; do roubo, ou furto para a honestidade (este é o conceito pobre, estéril, e miserável daqueles que nada conhecem da religião verdadeira); mas uma mudança interior, do temperamento iníquo para todo temperamento santo, -- do orgulho para a humildade; da impetuosidade para a mansidão; da impertinência e descontentamento para a paciência e resignação; em uma palavra: da mente mundana, sensual, e diabólica, para a mente que estava em Jesus Cristo.
7. É verdade, que um recente e muito eminente autor, em seu estranho, 'Tratado sobre a Regeneração', prossegue inteiramente sobre a suposição de que se trata de todo um processo gradual de santificação. Não; trata-se apenas do limiar da santificação, a primeira entrada para ela. E, como, no nascimento natural, o homem nasce imediatamente, e, então, cresce mais e mais forte, por degraus; assim, no nascimento espiritual, um homem nasce imediatamente, e, então, gradualmente cresce na estatura e força espiritual. O novo nascimento, portanto, é o primeiro ponto da santificação, que pode aumentar mais e mais até o dia perfeito.
8. Trata-se, então, de uma grande bênção, dada a este povo, que, assim como eles não podem pensar ou falar em justificação, como substituindo a santificação; também eles não podem pensar ou falar em santificação como substituindo a justificação. Eles cuidam de manter cada uma em seu devido lugar, dando igual importância a uma e a outra. Eles sabem que Deus reuniu estas, e não é para Deus colocá-las, separadas: Portanto, eles mantêm, com igual zelo e diligência, a doutrina da justificação livre, completa, presente, de um lado, e uma inteira santificação, ambos do coração e vida, de outro; sendo tão tenazes da santidade interior, como qualquer místico; e, da exterior, como qualquer fariseu.
9. Quem, então, é um cristão, de acordo com a luz que Deus tem concedido a este povo? Ele que, estando 'justificado pela fé, tem paz com Deus, através de nosso Senhor Jesus Cristo'; e, ao mesmo tempo, é 'nascido de novo'; 'nascido do alto'; 'nascido do Espírito'; interiormente mudado da imagem do diabo, para aquela 'imagem de Deus, em que ele foi criado': Ele que encontra o amor de Deus transbordando em seu coração, através do Espírito Santo que é dado a ele; e a quem este amor docemente constrange a amar seu próximo; cada homem, como a si mesmo: Ele que aprendeu de seu Senhor a ser manso e humilde de coração; e em toda circunstância estar satisfeito: Ele, em quem está toda aquela mente, todos aqueles temperamentos, que estavam também em Jesus Cristo: Ele que se abstém de todo aparência do mal, em suas ações, e que não ofende com sua língua: Ele que caminha em todos os mandamentos de Deus, e em todas as Suas ordenanças, irrepreensível: ele que, em todos os seus intercursos com homens, faz aos outros, o que gostaria que fosse feito a si mesmo; e em toda sua vida e discurso; quer ele coma ou beba; ou o que quer que faça, faz tudo para a glória de Deus.
Agora, o que Deus teria feito mais por este Seu vinhedo, que ele não fez nele, com respeito à doutrina? Nós vamos inquirir:
II
Em Segundo Lugar: O que poderia ter sido feito, que não foi feito, com respeito às ajudas espirituais?
1. Vamos considerar este assunto, desde o início. Dois jovens clérigos, de modo algum muito notáveis, de meia idade, tendo uma tolerável medida de saúde, embora preferivelmente fracos do que fortes, começaram, por volta de cinqüenta anos atrás, a chamar os pecadores ao arrependimento. Isto eles fizeram, por algum tempo, em muitas das igrejas, dentro e nos arredores de Londres. Mas duas dificuldades surgiram: Primeiro: As igrejas eram tão lotadas que muitos dos paroquianos não puderam entrar. Segundo: Eles pregaram novas doutrinas, -- a de que somos salvos pela fé, e a de que 'sem santidade, nenhum homem poderá ver o Senhor'. Devido a uma ou outra dessas razões, eles não mais foram permitidos pregar nas igrejas. Então, eles pregaram em Moorfields, Kennington-Common, e em muitos outros lugares públicos. Os frutos da pregação deles rapidamente apareceram. Muitos pecadores mudaram, tanto no coração, quanto na vida. Mas pareceu que isto não poderia continuar por mais tempo; porque cada um viu claramente que esses pregadores rapidamente se desgastavam; e nenhum clérigo se atreveu a assisti-los. Deus deu um sinal abençoado à palavra deles. Muitos pecadores foram totalmente convencidos do pecado, e muitos verdadeiramente se converteram a Deus. Seus assistentes aumentaram, em número e no sucesso de seus trabalhos. Alguns deles eram letrados; alguns, incultos. A maioria deles era jovem; poucos, de meia idade: Alguns eram fracos; alguns, ao contrário, de entendimento consideravelmente forte. Mas agradou a Deus receber a eles todos; de modo que mais e mais tições foram arrancados do fogo.
2. Pode-se observar que esses clérigos, todo este tempo, não tinham um plano, afinal. Eles apenas foram, para lá e para cá, onde tivessem uma perspectiva de salvar almas da morte. Mas, quando mais e mais perguntaram, 'O que devo fazer para ser salvo?', foi pedido que eles se reunissem. Doze pessoas vieram na primeira quinta-feira à noite; quarenta na próxima; logo depois, uma centena. E eles continuaram a crescer, até que há vinte três ou vinte quatro anos, a Sociedade de Londres somou por volta de 2.800 membros.
3. 'Mas como esta multidão poderia ser mantida junta? E como saber, se eles caminhavam merecedores de seu chamado?'. Eles foram providencialmente conduzidos, enquanto eles pensavam em outra coisa, ou seja, pagando o débito público, a dividir todas as pessoas em pequenas companhias, ou classes, de acordo com seus lugares de moradia, e apontar uma pessoa em cada classe, para supervisionar todo o restante semanalmente. Através deste recurso, rapidamente era descoberto, se algum deles vivia em algum pecado conhecido. Se eles viviam, eles eram primeiro, admoestados; e, quando julgados incorrigíveis, exclusos da sociedade.
4. Esta divisão, e exclusão, daqueles que caminhavam desordenadamente, sem qualquer consideração a pessoas, foram ajudas, que poucas outras comunidades tiveram. A estas, assim que as sociedades aumentavam, era logo acrescida uma outra. A cada quinze dias, os encarregados encontravam os pregadores, em algum lugar central, para dar um relato do estado espiritual e temporal das diversas sociedades. O uso desses encontros quinzenais logo foi considerado muito útil; por isto, foram gradualmente estendidos a todas as sociedades no reino.
5. Com o objetivo de fortalecer a união entre os pregadores, assim como aquela das pessoas, eles decidiram se encontrar todos em Londres, e, algum tempo depois, apenas um seleto número deles. Mais tarde, para maior conveniência, eles se encontraram, além de Londres, em Bristol e Leeds, alternadamente. Eles passaram alguns dias juntos nesta Conferência geral, considerando o que mais poderia conduzir ao bem comum. O resultado foi imediatamente significativo para todos os irmãos. E eles logo concluíram que poderia ser aplicado a cada parte dela, em alguma medida, o que Paulo observa para a igreja como um todo: 'O corpo todo estando adequadamente estruturado, e compactado, para que cada junta seja suprida, fortalece o corpo para a edificação de si mesmo no amor' (Efésios 4:6).
6. Para que isto fosse feito mais efetivamente, eles tiveram uma outra ajuda excelente, na constante mudança de pregadores; sendo regra deles que nenhum pregador pudesse permanecer no mesmo circuito mais do que dois anos consecutivos, e poucos deles, mais do que um ano. Alguns, de fato, imaginaram que isto seria um obstáculo para a obra de Deus: Mas a longa experiência, em todas as partes do reino, prova o contrário. Tem sido sempre mostrado que as pessoas têm menos proveito, através de uma pessoa, do que, através de uma variedade de pregadores; enquanto eles usam os dons, conferidos a cada um, e temperados pela sabedoria de Deus.
7. Junto com essas ajudas que são peculiares à própria sociedade deles, eles têm todos aquelas em comum, através de outros membros da Igreja da Inglaterra. Na verdade, eles têm sido pressionados, há muito tempo, a se separarem dela; e sofrem tentações de todos os tipos. Mas eles não podem, não se atreverão, não irão se separar, enquanto eles permanecerem nela com a consciência limpa. É verdade, que se alguns termos pecaminosos da comunhão forem impostos a eles, então, eles estariam constrangidos a se separarem; mas como este não é o caso, no momento, nós nos regozijamos de continuarmos nela.
8. O que mais, então, Deus tem feito a este seu vinhedo, que Ele não fez nele, com respeito às ajudas espirituais? Ele dificilmente tem lidado tanto, com qualquer outro povo no mundo cristão. Se for dito: 'Ele poderia ter feito deles um povo separado, como os irmãos Morávios'; eu respondo que isto teria sido uma contradição direta de todo Seu desígnio ao levantá-los; ou seja, espalhar a religião bíblica por toda a terra, entre os povos de cada denominação, deixando cada um com suas próprias opiniões, e para seguir seu modo próprio de adoração. Isto só poderia ser feito efetivamente, deixando essas coisas como elas estavam, e se esforçando para deixar a nação toda com aquela 'fé que é operada pelo amor'.
III
1. Tais são as ajudas espirituais que Deus tem conferido sobre este seu vinhedo, sem economizar a mão. Disciplina seria inserida entre esses; mas nós podemos também falar dela em um assunto separado. É certo que, neste aspecto, os Metodistas são um povo altamente favorecido. Nada pode ser mais simples; nada mais racional, do que a disciplina Metodista: Ela está inteiramente alicerçada no bom-senso, particularmente ao aplicar as regras gerais das Escrituras. Qualquer pessoa determinada a salvar sua alma pode se juntar (está é a única condição requerida) a eles. Mas este desejo deve estar evidenciado por três marcas: Evitando todo pecado conhecido; fazendo o bem, segundo seu poder; e, atendendo todas as ordenanças de Deus. Ele é, então, colocado em tal classe, conveniente para ele, onde passa por volta de uma hora na semana. E, nos próximos quinze dias, se nada for objetado nele, ele será admitido na sociedade: Nesta, ele, pode continuar por quanto tempo ele continue a encontrar seus irmãos, e caminhar de acordo com sua profissão.
2. O serviço público é às cinco horas da manhã, e seis ou sete da noite, para que o trabalho temporal não seja prejudicado. Apenas no domingo, ele começa, entre nove e dez horas, e conclui com a Ceia do Senhor. No domingo à noite, a sociedade se encontra, mas todo cuidado é tomado para terminar cedo, para que todos os chefes de família possam ter tempo para instruírem seus diversos familiares. A cada quinze dias, o pregador principal, em cada circuito, examina cada membro da sociedade. Assim, se o comportamento de alguém é condenável, o que é freqüentemente esperado em um corpo de pessoas tão numeroso, é facilmente descoberto, e tanto a ofensa, quanto o ofensor são removidos em tempo.
3. Quando quer que seja necessário excluir algum membro tumultuoso da sociedade, isto é feito da maneira mais tranqüila e inofensiva; apenas, através da não renovação de sua carteira na visita quinzenal. Mas em alguns casos, onde a ofensa é grande, e existe perigo de escândalo público, julga-se necessário declarar, quando todos os membros estiverem presentes: 'A. B. não mais pertence à nossa sociedade'. Agora, o que pode ser mais racional ou mais bíblico do que esta simples disciplina; atendida desde o início até o fim, com nenhuma perturbação, despesa, ou demora?
IV
1. Mas será que todas essas coisas podem ser feitas, sem uma inundação de oposição? O príncipe deste mundo não está morto, não está dormindo; ele não lutaria, para que este reino não fosse entregue? Se a palavra do Apóstolo for verdadeira, em todas as épocas e nações, 'Todos aqueles que viverem de maneira santa em Jesus Cristo, deverão sofrer perseguição'; se isto for verdade, com respeito a cada indivíduo cristão, quanto mais com respeito aos corpos de homens, visivelmente unidos com o objetivo declarado de destruir o reino dele! Ele falharia em se levantar contra o pobre, indefeso, sem qualquer socorro visível, sem dinheiro, sem poder, sem amigos, e o que se opusesse à perseguição?
2. Na verdade, o deus deste mundo não estava adormecido. Nem foi indolente. Ele lutou, e com todo seu poder, para que seu reino não fosse abandonado. Ele 'trouxe todas as suas hostes para a guerra'. Primeiro, ele levantou as bestas entre as pessoas. Eles rugiram como leões; eles rodearam o pequeno e o indefeso, de todos os lados. E a tempestade se ergueu mais e mais alto, até que o livramento veio de um modo que ninguém esperava. Deus levantou o coração de nosso recente e gracioso soberano para dar tais ordens aos seus magistrados que, colocadas em execução, efetivamente suprimiram a loucura das pessoas. Por volta da mesma época, um grande homem solicitou pessoalmente à Sua Majestade, pedindo que ele se agradasse de 'de adotar uma maneira de parar com esses pregadores vadios'. Sua Majestade, olhando firmemente para ele, respondeu sem cerimônia, como cabe a um rei: 'Eu lhe digo que, enquanto eu me sentar neste trono, nenhum homem será perseguido por causa da consciência'.
3. Mas, em oposição a isto, diversos, que mantiveram a autoridade de Sua Majestade, têm perseguido a eles, de tempos em tempos; e isto, sob as cores da lei; aproveitando-se do que é chamado de Ato de Conventículo [contra as chamadas reuniões secretas]: Um, em particular, em Kent, a quem, alguns anos antes, coube multar um dos pregadores e diversos de seus ouvintes. Mas eles pensaram que era o dever deles apelarem para a Corte de Reis de Sua Majestade. A causa foi dada para o queixoso; aquele a quem nunca tinha sido permitido adorar a Deus conforme sua própria consciência.
4. Eu creio que esta é uma coisa completamente sem precedente. Eu não encontro outro exemplo dela, em qualquer época da igreja, desde o dia de Pentecostes, até o momento. Cada opinião, certa e errada, tem sido tolerada, quase em todas as épocas e nações. Cada modo de adoração tem sido tolerado, por mais supersticioso ou absurdo. Mas eu não saberia dizer, se, alguma vez, aquela religião verdadeira, vital, e bíblica foi tolerada antes. Por isto, o povo chamado tem abundante razão para louvar a Deus. Em favor deles, Ele tem forjado uma nova coisa na terra: Ele tem tranqüilizado o inimigo e o vingador. Isto, então, eles devem imputar a Ele, o autor da sua paz exterior e interior.
V
1. O que mais, na verdade, Deus teria feito por este seu vinhedo, que ele não fez ainda? Isto, tendo sido largamente mostrado, nós podemos agora prosseguir para aquela forte e terna censura: 'Depois de tudo que tenho feito, eu não poderia ter encontrado uvas mais excelentes? Por que, então, as uvas bravas? Eu não poderia esperar por um crescimento geral da fé e amor, da retidão e santidade verdadeira; sim, e dos frutos do Espírito, -- amor, alegria, paz, longanimidade, humildade, mansidão, fidelidade, bondade, temperança?'. Não seria razoável esperar que esses frutos tivessem se espalhado por toda a igreja? Realmente, quando eu vi o que Deus tem feito em meio ao seu povo, nestes quarenta ou cinqüenta anos; quando eu os vi aquecidos em seu primeiro amor, magnificando ao Senhor, e regozijando-se em Deus seu Salvador; eu poderia esperar nada menos do que todos eles vivendo como anjos aqui embaixo; que eles caminhassem continuamente buscando a Ele que é invisível; tendo constante comunhão com o Pai e Filho; vivendo na eternidade, e caminhando na eternidade. Eu procurei ver uma geração mudada, um sacerdócio real, uma nação santa, um povo peculiar', em todo teor de suas conversas; 'anunciando o louvor a Ele, que os tinha chamado para Sua maravilhosa luz'.
2. Mas, em vez disto, ele produziu uvas bravas; -- fruto de uma natureza completamente diferente. O vinhedo produziu pecado, de dez mil formas, fazendo com que muitos dos simples se desviassem do caminho. Ele produziu entusiasmo, inspiração imaginária, atribuindo, ao todo sábio Deus, todos os sonhos selvagens, absurdos, inconsistentes de uma imaginação exaltada. Ele produziu orgulho, roubando do Doador, todo bom dom de honra, devida ao seu nome. Ele produziu preconceito, suspeitas diabólicas, manias de censura, julgamento, e condenação um ao outro; -- todos totalmente destruidores daquele amor fraternal que é o próprio emblema da profissão cristã; sem o qual, quem quer que viva é considerado morto, diante de Deus. Ele produziu ira, ódio, malícia, vingança, e todo trabalho e obra pecaminosa; -- todos os frutos horrendos, não do Espírito Santo, mas do abismo sem fim!
3. Ele produziu igualmente, em muitos, particularmente naqueles que aumentaram seus bens, aquele grande veneno das almas, o amor ao mundo; e isto em todas as suas ramificações: 'O desejo da carne'; ou seja, o buscar felicidade nos prazeres do sentido; -- 'o desejo dos olhos'; ou seja, buscar felicidade no vestuário, ou algum dos prazeres da imaginação; -- e, 'o prazer da vida', ou seja, buscar felicidade no reconhecimento de homens, ou naqueles que ministram todos esses, juntando tesouros na terra. Ele produziu auto-indulgência de todos os tipos, melindres, afeminação, delicadeza, mas não delicadeza do tipo certo, aquela que se derrete diante da aflição humana. Ele trouxe tais aflições abjetas e humilhantes; tal profunda disposição mundana, como aquela dos pobres ateus, que resultou na lamentação de seu próprio poeta sobre eles: 'Ó, almas arqueadas para a terra, e vazias de Deus!'.
4. Ó, vocês que são ricos em posses, uma vez mais, ouçam a palavra do Senhor! Vocês que são ricos neste mundo; que têm comida para comer, vestuário para colocar, e alguma coisa além, vocês estão conscientes da maldição sobre os amantes do mundo? Vocês estão conscientes do perigo que correm? Vocês sentem, 'quão dificilmente aqueles que têm riquezas entrarão no reino dos céus?'. Vocês continuarão imunes em meio ao fogo? Vocês estão ilesos do amor do mundo? Vocês estão limpos do desejo da carne, do desejo dos olhos, e do orgulho da vida? Vocês 'colocam uma faca em suas gargantas', quando vocês se sentam para comer, a fim de que sua mesa não seja uma armadilha para você? O seu estômago não é o seu deus? O comer e beber, ou algum outro prazer do sentido, não é o prazer maior que vocês desfrutam? Vocês não buscam felicidade no vestuário, mobília, quadros, jardins, ou alguma coisa mais do que agradar aos olhos? Vocês não se tornaram estúpidos e delicados; incapazes de suportarem o frio, calor, o vento ou a chuva, o que faziam quando eram pobres? Vocês não aumentaram seus bens, juntando tesouros na terra; em vez de retribuírem a Deus, no pobre, não muito, mas tudo que vocês puderem poupar? Certamente, 'é mais fácil a um camelo entrar no buraco de uma agulha do que o rico entrar no reino dos céus!'.
5. Mas, por que vocês irão ainda produzir uvas bravas? Que desculpa vocês poderão dar? Deus tem faltado, naquilo que cabe a Ele? Vocês não têm sido avisados, repetidas vezes? Vocês não têm se alimentado com 'o leite sincero da palavra?'. Toda a Palavra de Deus não tem sido entregue a vocês, e sem qualquer mistura de engano? As doutrinas fundamentais não foram entregues a vocês, ambas da justificação livre, completa e momentânea, assim como a da santificação, tanto gradual, quanto instantânea? Cada ramificação, tanto da santidade interior quanto exterior não foi claramente esclarecida, e honestamente aplicada; e isto pelos pregadores de todos os tipos, jovens e idosos; cultos e incultos? Não seria bom, se alguns de vocês não desprezassem as ajudas que Deus lhes preparou? Talvez, vocês possam ouvir ninguém, a não ser os clérigos; ou, pelo menos, ninguém, a não ser os homens cultos. Vocês, então, não deixarão Deus escolher os próprios mensageiros Dele? De enviar, através daqueles que Ele irá enviar? Seria bom, se esta sabedoria má não fosse a causa de vocês terem produzido uvas bravas!
6. Mas não foi uma outra causa delas, vocês desprezarem aquela excelente ajuda, a união com a sociedade cristã? Vocês não leram, 'Como alguém pode se aquecer sozinho?', e, 'A aflição está junto àquele que está sozinho, quando ele cai?'. Mas vocês têm suficientes companheiros. Talvez, mais do que suficiente; mais do que necessários para sua alma. Mas vocês têm suficiente daqueles que são sedentos de Deus, e que trabalham para fazer com que vocês também sejam? Vocês têm companheiros suficientes para vigiarem as suas almas, como aqueles que devem dar um relato; e que livremente e fielmente advertem vocês, se vocês dão um passo em falo, ou estão em perigo de assim procederem? Eu temo que vocês tenham poucos desses companheiros, ou antes, vocês teriam produzido bons frutos!
7. Se vocês são membros da sociedade, vocês fazem uso completo de seus privilégios? Vocês nunca deixaram de encontrar sua classe; e isto, não como mera formalidade, mas esperando que, quando vocês se encontrassem, em seu nome, seu Senhor estivesse no meio de vocês? Vocês estão verdadeiramente agradecidos pela maravilhosa liberdade de consciência que é conferida a vocês e seus irmãos; tal que nunca foi desfrutada antes por pessoas nas suas circunstâncias? Vocês estão agradecidos ao Doador de cada bom dom, pela expansão geral da religião verdadeira? Certamente, vocês nunca louvarão a Deus o suficiente, por todas essas bênçãos, tão plenamente derramadas sobre vocês, até que vocês O louvem com anjos e arcanjos, e todas as companhias dos céus!
O vinhedo do Senhor, considerando a palavra em seu sentido mais amplo, pode incluir toda a Palavra. Todos os habitantes da terra podem, de alguma forma, serem chamados de 'vinhas do Senhor'; 'que fez todas as nações de homens, para habitar em toda a face da terra; para que eles pudessem buscar ao Senhor, se, por acaso, eles puderem sentir, segundo Ele, e encontrá-lo'. Mas, em um sentido mais restrito, o vinhedo do Senhor pode significar o mundo cristão; ou seja, todos que usam o nome de Cristo, e professam obedecer à sua Palavra. Em um sentido ainda mais restrito, pode ser entendido como o que é denominada a parte Reformada da Igreja Cristã. Em um sentido mais restrito do que os anteriores, alguém pode, por esta frase, 'a vinha do Senhor', quer dizer, o corpo de pessoas comumente chamadas de Metodistas. Eu entendo isto agora, significando, por meio disto, aquela sociedade apenas que começou em Oxford no ano de 1729, e permanece unida até este dia. Compreendendo a palavra neste sentido, eu repito a pergunta que Deus propôs ao profeta: 'Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? E por que, esperando eu que desse uvas, veio a produzir uvas bravas?'
O que mais Deus teria feito neste vinhedo (supondo-se que Ele tenha designado estender grandes ramos dele e espalhá-lo por toda a terra) e que Ele não tenha feito,
I. Com respeito à doutrina?
II. Com respeito à ajuda spiritual?
III. Com respeito á disciplina?
IV. E com respeito à proteção exterior?
Essas coisas, consideradas, eu, então, inquiriria, brevemente: E por que, esperando eu que desse uvas, veio a produzir uvas bravas?'
I
1. Em Primeiro Lugar: O que tem sido feito neste vinhedo, que Deus não fez nele? O que mais tem sido feito, com respeito à doutrina? Desde o início; deste o tempo em que quatro homens, cada um deles era -- 'um homem de um livro'. Deus os ensinou a fazer de 'Sua Palavra uma lanterna para seus pés, e uma luz em todas as suas pegadas'. Eles tinham uma, apenas uma regra de julgamento, com respeito a todos os seus temperamentos, palavras e ações; ou seja, os oráculos de Deus. Cada um deles determinou ser "cristão-bíblico". Eles continuamente eram reprovados por isto; alguns os denominavam, em menosprezo, "idólatras-bíblicos"; outros, de "traças-bíblicas"; alimentando-se, eles diziam, da Bíblia, como as traças, das roupas. E, de fato, até este dia, é esforço contínuo deles, pensarem e falarem, como os oráculos de Deus.
2. É verdade, que um ilustre homem, Dr. Trapp, logo depois de eles se porem a caminho, fez um relato diferente deles: "Quando eu vi", disse o Doutor, "esses dois livros, 'O Tratado da Perfeição Cristã', e 'Um Chamado Sério para uma Vida Santa', eu pensei: esses livros certamente causarão dano. E assim se provou; porque presentemente, logo depois, surgiram os Metodistas. Então ele (Sr. Law) era a origem deles". Embora isto não fosse inteiramente verdade, ainda assim, existiu alguma verdade no que foi dito. Todos os Metodistas, cuidadosamente, leram esses livros, e foram grandemente beneficiados por eles. Ainda assim, eles, de modo algum, surgiram deles, mas das Escrituras Sagradas; sendo 'nascidos de novo', como Pedro fala, 'através da Palavra de Deus, que vive e habita para sempre'.
3. Um outro homem letrado, o recente Bispo Warburton, claramente afirmou que 'eles eram a prole do Sr. Law e conde Zinzendorf [líder Morávio], juntos'. Mas isto foi um erro ainda maior. Porque eles se encontraram, diversos anos antes, que tivessem a menor aceitação do conde Zinzendorf, ou mesmo soubessem que existia tal pessoa no mundo. E quando eles o conheceram, embora o estimassem muito, ainda assim, não se atreveriam a seguir um passo além do que lhes garantia as Escrituras.
4. O livro, mais próximo às Escrituras Santas, que foi de maior utilidade para eles, ao situarem seu julgamento naquele grande ponto da justificação pela fé, foi o das Homilias. Eles nunca estiveram convencidos de que nós somos justificados pela fé, somente, até que eles cuidadosamente consultaram-nas, e as compararam com os escritos sagrados, particularmente, a Epístola de Paulo aos Romanos. Nenhum Ministro da Igreja pode, com alguma decência, se opor a essas; vendo que em sua ordenação, ele as subscreve, ao subscrever o trigésimo-sexto Artigo da Igreja.
5. Tem sido freqüentemente observado que muito poucos eram claros em seus julgamentos, tanto com respeito à justificação, quanto à santificação. Muitos que falaram e escreveram, admiravelmente bem, concernente à justificação, não tiveram uma concepção clara; mais do que isto, eles eram totalmente ignorantes da doutrina da santificação. Quem escreveu mais habilmente do que Martinho Lutero, sobre a justificação pela fé, somente? E quem era mais ignorante da doutrina da santificação, ou mais confuso em suas concepções sobre ela? Estar totalmente convencido disto, de sua total ignorância, com respeito à santificação, não é necessário coisa alguma mais do que ler, sem preconceito, seu célebre comentário sobre a Epístola aos Gálatas. Por outro lado, como muitos escritores da Igreja Romana (como Francis Sales e Juan de Castaniza, em particular) escreveram fortemente e biblicamente sobre a santificação, e, não obstante, estavam inteiramente familiarizados com a natureza da santificação! Tanto, que todo o corpo de seus Clérigos no Conselho de Trent, em seu Catecismo de Paróquias (Catecismo que cada sacerdote paroquiano deve ensinar a seu povo), confundiram totalmente santificação e justificação. Mas agradou a Deus, dar aos Metodistas, um conhecimento claro e completo de cada uma delas, e uma ampla diferença entre ambas.
6. Eles sabem, de fato, que, ao mesmo tempo em que um homem é justificado, a santificação propriamente começa. Porque, quando ele é justificado, ele é 'nascido de novo'; 'nascido do alto'; 'nascido do Espírito'; que, embora (como alguns supõem) não seja todo o processo da santificação, é, sem dúvida, o portão dela. Disto, igualmente, Deus tem dado a eles um panorama completo. Eles sabem que o novo nascimento implica tanto uma grande mudança na alma daquele que é 'nascido do Espírito', quanto foi forjado em seu corpo, quando ele nascera de uma mulher: Não apenas uma mudança exterior, como da bebedeira à sobriedade; do roubo, ou furto para a honestidade (este é o conceito pobre, estéril, e miserável daqueles que nada conhecem da religião verdadeira); mas uma mudança interior, do temperamento iníquo para todo temperamento santo, -- do orgulho para a humildade; da impetuosidade para a mansidão; da impertinência e descontentamento para a paciência e resignação; em uma palavra: da mente mundana, sensual, e diabólica, para a mente que estava em Jesus Cristo.
7. É verdade, que um recente e muito eminente autor, em seu estranho, 'Tratado sobre a Regeneração', prossegue inteiramente sobre a suposição de que se trata de todo um processo gradual de santificação. Não; trata-se apenas do limiar da santificação, a primeira entrada para ela. E, como, no nascimento natural, o homem nasce imediatamente, e, então, cresce mais e mais forte, por degraus; assim, no nascimento espiritual, um homem nasce imediatamente, e, então, gradualmente cresce na estatura e força espiritual. O novo nascimento, portanto, é o primeiro ponto da santificação, que pode aumentar mais e mais até o dia perfeito.
8. Trata-se, então, de uma grande bênção, dada a este povo, que, assim como eles não podem pensar ou falar em justificação, como substituindo a santificação; também eles não podem pensar ou falar em santificação como substituindo a justificação. Eles cuidam de manter cada uma em seu devido lugar, dando igual importância a uma e a outra. Eles sabem que Deus reuniu estas, e não é para Deus colocá-las, separadas: Portanto, eles mantêm, com igual zelo e diligência, a doutrina da justificação livre, completa, presente, de um lado, e uma inteira santificação, ambos do coração e vida, de outro; sendo tão tenazes da santidade interior, como qualquer místico; e, da exterior, como qualquer fariseu.
9. Quem, então, é um cristão, de acordo com a luz que Deus tem concedido a este povo? Ele que, estando 'justificado pela fé, tem paz com Deus, através de nosso Senhor Jesus Cristo'; e, ao mesmo tempo, é 'nascido de novo'; 'nascido do alto'; 'nascido do Espírito'; interiormente mudado da imagem do diabo, para aquela 'imagem de Deus, em que ele foi criado': Ele que encontra o amor de Deus transbordando em seu coração, através do Espírito Santo que é dado a ele; e a quem este amor docemente constrange a amar seu próximo; cada homem, como a si mesmo: Ele que aprendeu de seu Senhor a ser manso e humilde de coração; e em toda circunstância estar satisfeito: Ele, em quem está toda aquela mente, todos aqueles temperamentos, que estavam também em Jesus Cristo: Ele que se abstém de todo aparência do mal, em suas ações, e que não ofende com sua língua: Ele que caminha em todos os mandamentos de Deus, e em todas as Suas ordenanças, irrepreensível: ele que, em todos os seus intercursos com homens, faz aos outros, o que gostaria que fosse feito a si mesmo; e em toda sua vida e discurso; quer ele coma ou beba; ou o que quer que faça, faz tudo para a glória de Deus.
Agora, o que Deus teria feito mais por este Seu vinhedo, que ele não fez nele, com respeito à doutrina? Nós vamos inquirir:
II
Em Segundo Lugar: O que poderia ter sido feito, que não foi feito, com respeito às ajudas espirituais?
1. Vamos considerar este assunto, desde o início. Dois jovens clérigos, de modo algum muito notáveis, de meia idade, tendo uma tolerável medida de saúde, embora preferivelmente fracos do que fortes, começaram, por volta de cinqüenta anos atrás, a chamar os pecadores ao arrependimento. Isto eles fizeram, por algum tempo, em muitas das igrejas, dentro e nos arredores de Londres. Mas duas dificuldades surgiram: Primeiro: As igrejas eram tão lotadas que muitos dos paroquianos não puderam entrar. Segundo: Eles pregaram novas doutrinas, -- a de que somos salvos pela fé, e a de que 'sem santidade, nenhum homem poderá ver o Senhor'. Devido a uma ou outra dessas razões, eles não mais foram permitidos pregar nas igrejas. Então, eles pregaram em Moorfields, Kennington-Common, e em muitos outros lugares públicos. Os frutos da pregação deles rapidamente apareceram. Muitos pecadores mudaram, tanto no coração, quanto na vida. Mas pareceu que isto não poderia continuar por mais tempo; porque cada um viu claramente que esses pregadores rapidamente se desgastavam; e nenhum clérigo se atreveu a assisti-los. Deus deu um sinal abençoado à palavra deles. Muitos pecadores foram totalmente convencidos do pecado, e muitos verdadeiramente se converteram a Deus. Seus assistentes aumentaram, em número e no sucesso de seus trabalhos. Alguns deles eram letrados; alguns, incultos. A maioria deles era jovem; poucos, de meia idade: Alguns eram fracos; alguns, ao contrário, de entendimento consideravelmente forte. Mas agradou a Deus receber a eles todos; de modo que mais e mais tições foram arrancados do fogo.
2. Pode-se observar que esses clérigos, todo este tempo, não tinham um plano, afinal. Eles apenas foram, para lá e para cá, onde tivessem uma perspectiva de salvar almas da morte. Mas, quando mais e mais perguntaram, 'O que devo fazer para ser salvo?', foi pedido que eles se reunissem. Doze pessoas vieram na primeira quinta-feira à noite; quarenta na próxima; logo depois, uma centena. E eles continuaram a crescer, até que há vinte três ou vinte quatro anos, a Sociedade de Londres somou por volta de 2.800 membros.
3. 'Mas como esta multidão poderia ser mantida junta? E como saber, se eles caminhavam merecedores de seu chamado?'. Eles foram providencialmente conduzidos, enquanto eles pensavam em outra coisa, ou seja, pagando o débito público, a dividir todas as pessoas em pequenas companhias, ou classes, de acordo com seus lugares de moradia, e apontar uma pessoa em cada classe, para supervisionar todo o restante semanalmente. Através deste recurso, rapidamente era descoberto, se algum deles vivia em algum pecado conhecido. Se eles viviam, eles eram primeiro, admoestados; e, quando julgados incorrigíveis, exclusos da sociedade.
4. Esta divisão, e exclusão, daqueles que caminhavam desordenadamente, sem qualquer consideração a pessoas, foram ajudas, que poucas outras comunidades tiveram. A estas, assim que as sociedades aumentavam, era logo acrescida uma outra. A cada quinze dias, os encarregados encontravam os pregadores, em algum lugar central, para dar um relato do estado espiritual e temporal das diversas sociedades. O uso desses encontros quinzenais logo foi considerado muito útil; por isto, foram gradualmente estendidos a todas as sociedades no reino.
5. Com o objetivo de fortalecer a união entre os pregadores, assim como aquela das pessoas, eles decidiram se encontrar todos em Londres, e, algum tempo depois, apenas um seleto número deles. Mais tarde, para maior conveniência, eles se encontraram, além de Londres, em Bristol e Leeds, alternadamente. Eles passaram alguns dias juntos nesta Conferência geral, considerando o que mais poderia conduzir ao bem comum. O resultado foi imediatamente significativo para todos os irmãos. E eles logo concluíram que poderia ser aplicado a cada parte dela, em alguma medida, o que Paulo observa para a igreja como um todo: 'O corpo todo estando adequadamente estruturado, e compactado, para que cada junta seja suprida, fortalece o corpo para a edificação de si mesmo no amor' (Efésios 4:6).
6. Para que isto fosse feito mais efetivamente, eles tiveram uma outra ajuda excelente, na constante mudança de pregadores; sendo regra deles que nenhum pregador pudesse permanecer no mesmo circuito mais do que dois anos consecutivos, e poucos deles, mais do que um ano. Alguns, de fato, imaginaram que isto seria um obstáculo para a obra de Deus: Mas a longa experiência, em todas as partes do reino, prova o contrário. Tem sido sempre mostrado que as pessoas têm menos proveito, através de uma pessoa, do que, através de uma variedade de pregadores; enquanto eles usam os dons, conferidos a cada um, e temperados pela sabedoria de Deus.
7. Junto com essas ajudas que são peculiares à própria sociedade deles, eles têm todos aquelas em comum, através de outros membros da Igreja da Inglaterra. Na verdade, eles têm sido pressionados, há muito tempo, a se separarem dela; e sofrem tentações de todos os tipos. Mas eles não podem, não se atreverão, não irão se separar, enquanto eles permanecerem nela com a consciência limpa. É verdade, que se alguns termos pecaminosos da comunhão forem impostos a eles, então, eles estariam constrangidos a se separarem; mas como este não é o caso, no momento, nós nos regozijamos de continuarmos nela.
8. O que mais, então, Deus tem feito a este seu vinhedo, que Ele não fez nele, com respeito às ajudas espirituais? Ele dificilmente tem lidado tanto, com qualquer outro povo no mundo cristão. Se for dito: 'Ele poderia ter feito deles um povo separado, como os irmãos Morávios'; eu respondo que isto teria sido uma contradição direta de todo Seu desígnio ao levantá-los; ou seja, espalhar a religião bíblica por toda a terra, entre os povos de cada denominação, deixando cada um com suas próprias opiniões, e para seguir seu modo próprio de adoração. Isto só poderia ser feito efetivamente, deixando essas coisas como elas estavam, e se esforçando para deixar a nação toda com aquela 'fé que é operada pelo amor'.
III
1. Tais são as ajudas espirituais que Deus tem conferido sobre este seu vinhedo, sem economizar a mão. Disciplina seria inserida entre esses; mas nós podemos também falar dela em um assunto separado. É certo que, neste aspecto, os Metodistas são um povo altamente favorecido. Nada pode ser mais simples; nada mais racional, do que a disciplina Metodista: Ela está inteiramente alicerçada no bom-senso, particularmente ao aplicar as regras gerais das Escrituras. Qualquer pessoa determinada a salvar sua alma pode se juntar (está é a única condição requerida) a eles. Mas este desejo deve estar evidenciado por três marcas: Evitando todo pecado conhecido; fazendo o bem, segundo seu poder; e, atendendo todas as ordenanças de Deus. Ele é, então, colocado em tal classe, conveniente para ele, onde passa por volta de uma hora na semana. E, nos próximos quinze dias, se nada for objetado nele, ele será admitido na sociedade: Nesta, ele, pode continuar por quanto tempo ele continue a encontrar seus irmãos, e caminhar de acordo com sua profissão.
2. O serviço público é às cinco horas da manhã, e seis ou sete da noite, para que o trabalho temporal não seja prejudicado. Apenas no domingo, ele começa, entre nove e dez horas, e conclui com a Ceia do Senhor. No domingo à noite, a sociedade se encontra, mas todo cuidado é tomado para terminar cedo, para que todos os chefes de família possam ter tempo para instruírem seus diversos familiares. A cada quinze dias, o pregador principal, em cada circuito, examina cada membro da sociedade. Assim, se o comportamento de alguém é condenável, o que é freqüentemente esperado em um corpo de pessoas tão numeroso, é facilmente descoberto, e tanto a ofensa, quanto o ofensor são removidos em tempo.
3. Quando quer que seja necessário excluir algum membro tumultuoso da sociedade, isto é feito da maneira mais tranqüila e inofensiva; apenas, através da não renovação de sua carteira na visita quinzenal. Mas em alguns casos, onde a ofensa é grande, e existe perigo de escândalo público, julga-se necessário declarar, quando todos os membros estiverem presentes: 'A. B. não mais pertence à nossa sociedade'. Agora, o que pode ser mais racional ou mais bíblico do que esta simples disciplina; atendida desde o início até o fim, com nenhuma perturbação, despesa, ou demora?
IV
1. Mas será que todas essas coisas podem ser feitas, sem uma inundação de oposição? O príncipe deste mundo não está morto, não está dormindo; ele não lutaria, para que este reino não fosse entregue? Se a palavra do Apóstolo for verdadeira, em todas as épocas e nações, 'Todos aqueles que viverem de maneira santa em Jesus Cristo, deverão sofrer perseguição'; se isto for verdade, com respeito a cada indivíduo cristão, quanto mais com respeito aos corpos de homens, visivelmente unidos com o objetivo declarado de destruir o reino dele! Ele falharia em se levantar contra o pobre, indefeso, sem qualquer socorro visível, sem dinheiro, sem poder, sem amigos, e o que se opusesse à perseguição?
2. Na verdade, o deus deste mundo não estava adormecido. Nem foi indolente. Ele lutou, e com todo seu poder, para que seu reino não fosse abandonado. Ele 'trouxe todas as suas hostes para a guerra'. Primeiro, ele levantou as bestas entre as pessoas. Eles rugiram como leões; eles rodearam o pequeno e o indefeso, de todos os lados. E a tempestade se ergueu mais e mais alto, até que o livramento veio de um modo que ninguém esperava. Deus levantou o coração de nosso recente e gracioso soberano para dar tais ordens aos seus magistrados que, colocadas em execução, efetivamente suprimiram a loucura das pessoas. Por volta da mesma época, um grande homem solicitou pessoalmente à Sua Majestade, pedindo que ele se agradasse de 'de adotar uma maneira de parar com esses pregadores vadios'. Sua Majestade, olhando firmemente para ele, respondeu sem cerimônia, como cabe a um rei: 'Eu lhe digo que, enquanto eu me sentar neste trono, nenhum homem será perseguido por causa da consciência'.
3. Mas, em oposição a isto, diversos, que mantiveram a autoridade de Sua Majestade, têm perseguido a eles, de tempos em tempos; e isto, sob as cores da lei; aproveitando-se do que é chamado de Ato de Conventículo [contra as chamadas reuniões secretas]: Um, em particular, em Kent, a quem, alguns anos antes, coube multar um dos pregadores e diversos de seus ouvintes. Mas eles pensaram que era o dever deles apelarem para a Corte de Reis de Sua Majestade. A causa foi dada para o queixoso; aquele a quem nunca tinha sido permitido adorar a Deus conforme sua própria consciência.
4. Eu creio que esta é uma coisa completamente sem precedente. Eu não encontro outro exemplo dela, em qualquer época da igreja, desde o dia de Pentecostes, até o momento. Cada opinião, certa e errada, tem sido tolerada, quase em todas as épocas e nações. Cada modo de adoração tem sido tolerado, por mais supersticioso ou absurdo. Mas eu não saberia dizer, se, alguma vez, aquela religião verdadeira, vital, e bíblica foi tolerada antes. Por isto, o povo chamado tem abundante razão para louvar a Deus. Em favor deles, Ele tem forjado uma nova coisa na terra: Ele tem tranqüilizado o inimigo e o vingador. Isto, então, eles devem imputar a Ele, o autor da sua paz exterior e interior.
V
1. O que mais, na verdade, Deus teria feito por este seu vinhedo, que ele não fez ainda? Isto, tendo sido largamente mostrado, nós podemos agora prosseguir para aquela forte e terna censura: 'Depois de tudo que tenho feito, eu não poderia ter encontrado uvas mais excelentes? Por que, então, as uvas bravas? Eu não poderia esperar por um crescimento geral da fé e amor, da retidão e santidade verdadeira; sim, e dos frutos do Espírito, -- amor, alegria, paz, longanimidade, humildade, mansidão, fidelidade, bondade, temperança?'. Não seria razoável esperar que esses frutos tivessem se espalhado por toda a igreja? Realmente, quando eu vi o que Deus tem feito em meio ao seu povo, nestes quarenta ou cinqüenta anos; quando eu os vi aquecidos em seu primeiro amor, magnificando ao Senhor, e regozijando-se em Deus seu Salvador; eu poderia esperar nada menos do que todos eles vivendo como anjos aqui embaixo; que eles caminhassem continuamente buscando a Ele que é invisível; tendo constante comunhão com o Pai e Filho; vivendo na eternidade, e caminhando na eternidade. Eu procurei ver uma geração mudada, um sacerdócio real, uma nação santa, um povo peculiar', em todo teor de suas conversas; 'anunciando o louvor a Ele, que os tinha chamado para Sua maravilhosa luz'.
2. Mas, em vez disto, ele produziu uvas bravas; -- fruto de uma natureza completamente diferente. O vinhedo produziu pecado, de dez mil formas, fazendo com que muitos dos simples se desviassem do caminho. Ele produziu entusiasmo, inspiração imaginária, atribuindo, ao todo sábio Deus, todos os sonhos selvagens, absurdos, inconsistentes de uma imaginação exaltada. Ele produziu orgulho, roubando do Doador, todo bom dom de honra, devida ao seu nome. Ele produziu preconceito, suspeitas diabólicas, manias de censura, julgamento, e condenação um ao outro; -- todos totalmente destruidores daquele amor fraternal que é o próprio emblema da profissão cristã; sem o qual, quem quer que viva é considerado morto, diante de Deus. Ele produziu ira, ódio, malícia, vingança, e todo trabalho e obra pecaminosa; -- todos os frutos horrendos, não do Espírito Santo, mas do abismo sem fim!
3. Ele produziu igualmente, em muitos, particularmente naqueles que aumentaram seus bens, aquele grande veneno das almas, o amor ao mundo; e isto em todas as suas ramificações: 'O desejo da carne'; ou seja, o buscar felicidade nos prazeres do sentido; -- 'o desejo dos olhos'; ou seja, buscar felicidade no vestuário, ou algum dos prazeres da imaginação; -- e, 'o prazer da vida', ou seja, buscar felicidade no reconhecimento de homens, ou naqueles que ministram todos esses, juntando tesouros na terra. Ele produziu auto-indulgência de todos os tipos, melindres, afeminação, delicadeza, mas não delicadeza do tipo certo, aquela que se derrete diante da aflição humana. Ele trouxe tais aflições abjetas e humilhantes; tal profunda disposição mundana, como aquela dos pobres ateus, que resultou na lamentação de seu próprio poeta sobre eles: 'Ó, almas arqueadas para a terra, e vazias de Deus!'.
4. Ó, vocês que são ricos em posses, uma vez mais, ouçam a palavra do Senhor! Vocês que são ricos neste mundo; que têm comida para comer, vestuário para colocar, e alguma coisa além, vocês estão conscientes da maldição sobre os amantes do mundo? Vocês estão conscientes do perigo que correm? Vocês sentem, 'quão dificilmente aqueles que têm riquezas entrarão no reino dos céus?'. Vocês continuarão imunes em meio ao fogo? Vocês estão ilesos do amor do mundo? Vocês estão limpos do desejo da carne, do desejo dos olhos, e do orgulho da vida? Vocês 'colocam uma faca em suas gargantas', quando vocês se sentam para comer, a fim de que sua mesa não seja uma armadilha para você? O seu estômago não é o seu deus? O comer e beber, ou algum outro prazer do sentido, não é o prazer maior que vocês desfrutam? Vocês não buscam felicidade no vestuário, mobília, quadros, jardins, ou alguma coisa mais do que agradar aos olhos? Vocês não se tornaram estúpidos e delicados; incapazes de suportarem o frio, calor, o vento ou a chuva, o que faziam quando eram pobres? Vocês não aumentaram seus bens, juntando tesouros na terra; em vez de retribuírem a Deus, no pobre, não muito, mas tudo que vocês puderem poupar? Certamente, 'é mais fácil a um camelo entrar no buraco de uma agulha do que o rico entrar no reino dos céus!'.
5. Mas, por que vocês irão ainda produzir uvas bravas? Que desculpa vocês poderão dar? Deus tem faltado, naquilo que cabe a Ele? Vocês não têm sido avisados, repetidas vezes? Vocês não têm se alimentado com 'o leite sincero da palavra?'. Toda a Palavra de Deus não tem sido entregue a vocês, e sem qualquer mistura de engano? As doutrinas fundamentais não foram entregues a vocês, ambas da justificação livre, completa e momentânea, assim como a da santificação, tanto gradual, quanto instantânea? Cada ramificação, tanto da santidade interior quanto exterior não foi claramente esclarecida, e honestamente aplicada; e isto pelos pregadores de todos os tipos, jovens e idosos; cultos e incultos? Não seria bom, se alguns de vocês não desprezassem as ajudas que Deus lhes preparou? Talvez, vocês possam ouvir ninguém, a não ser os clérigos; ou, pelo menos, ninguém, a não ser os homens cultos. Vocês, então, não deixarão Deus escolher os próprios mensageiros Dele? De enviar, através daqueles que Ele irá enviar? Seria bom, se esta sabedoria má não fosse a causa de vocês terem produzido uvas bravas!
6. Mas não foi uma outra causa delas, vocês desprezarem aquela excelente ajuda, a união com a sociedade cristã? Vocês não leram, 'Como alguém pode se aquecer sozinho?', e, 'A aflição está junto àquele que está sozinho, quando ele cai?'. Mas vocês têm suficientes companheiros. Talvez, mais do que suficiente; mais do que necessários para sua alma. Mas vocês têm suficiente daqueles que são sedentos de Deus, e que trabalham para fazer com que vocês também sejam? Vocês têm companheiros suficientes para vigiarem as suas almas, como aqueles que devem dar um relato; e que livremente e fielmente advertem vocês, se vocês dão um passo em falo, ou estão em perigo de assim procederem? Eu temo que vocês tenham poucos desses companheiros, ou antes, vocês teriam produzido bons frutos!
7. Se vocês são membros da sociedade, vocês fazem uso completo de seus privilégios? Vocês nunca deixaram de encontrar sua classe; e isto, não como mera formalidade, mas esperando que, quando vocês se encontrassem, em seu nome, seu Senhor estivesse no meio de vocês? Vocês estão verdadeiramente agradecidos pela maravilhosa liberdade de consciência que é conferida a vocês e seus irmãos; tal que nunca foi desfrutada antes por pessoas nas suas circunstâncias? Vocês estão agradecidos ao Doador de cada bom dom, pela expansão geral da religião verdadeira? Certamente, vocês nunca louvarão a Deus o suficiente, por todas essas bênçãos, tão plenamente derramadas sobre vocês, até que vocês O louvem com anjos e arcanjos, e todas as companhias dos céus!
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