Torcidas organizadas evangélicas continuam fazendo a diferença nos
estádios, até mesmo em dias de clássicos como Flamengo x Botafogo, já
que o Fla Gospel e o Fogospel torcem pelos seus times sem promover a
violência.
Os grupos procuram atrair não só quem é evangélico e gosta de futebol
como torcedores em geral que não concordam com a violência dos
estádios. “É algo que não é lógico olhar para alguém e sentir um ódio de
querer matar só porque está com uma camisa diferente”, disse Mickael
Ferreira presidente da Fla Gospel.
Ele que é aspirante a pastor tem como objetivo passar a mensagem
bíblica de amor ao próximo com seu próprio exemplo e inspira seus amigos
torcedores a terem atitudes diferentes dentro do estádio.
Segundo o fundador da Fogospel, Hércules Martins, essas atitudes já
estão atraindo outras pessoas. “Muitas pessoas, no estádio, manifestam o
desejo de deixar de lado essa coisa da violência. São elas que a gente
tenta tocar”, explica ele para o Jornal Extra.
Os torcedores conhecem o trabalho desses grupos através de panfletos distribuídos nos jogos
contendo o hino dos clubes, o escudo e salmos ou citações bíblicas que
falam sobre a paz. Tudo isso diagramado com as cores respectivas ao
clube, atraindo assim os fãs dos times.
“Gostamos de futebol, mas valorizamos a vida acima de tudo. O ser
humano está em primeiro lugar”, diz Bruno Bahiense que é líder do
Fogospel de Irajá.
O jogador Léo Moura se batizou no último dia 23 em uma reunião de
batismo realizada pela Igreja Batista Central da Barra da Tijuca em um
sítio em Pedra Guaratiba.
Leonardo da Silva, como foi apresentado, estava acompanhado por
outras 66 pessoas que tomaram a mesma decisão, aceitando a Cristo como
único Senhor e Salvador e de descer às águas.
“Não posso reclamar da minha vida antes da Igreja, mas espero que
daqui por diante seja melhor, junto à minha família”, disse o camisa 2
do Gávea que tem 33 anos.
Durante a reunião ele testemunhou aos presentes sobre sua
transformação dizendo que não teve uma vida ruim, mas que hoje é muito
mais feliz. Ele também conta que duas senhoras chegaram para ele somente
para dizer que Deus tinha uma obra a realizar através dele.
“Uma vez, em Brasília, numa tarde de autógrafos num shopping, havia
uma fila com mais de mil pessoas. Duas senhoras se aproximaram, e uma
falou: ‘Não vim pegar autógrafo ou tirar foto. Vim lhe dizer que Deus
tem uma grande obra para a sua vida’. Hoje, tenho certeza que essa obra
vai se realizar. Não quero mais largar essa vida”, relembra.
Muito emocionado, o jogador não deixou de mostrar que estava nervoso e
ao mesmo tempo bastante feliz com a decisão que tomou. Em seu Twitter Léo Moura postou uma foto dele na piscina acompanhado pelos pastores, um deles é o pastor Emerson Pinheiro.
Vânia Love se emociona ao ser batizada no Recreio dos Bandeirantes
De acordo com o jornal Extra a ex-passista de escola de samba, Vânia
Love, ficou bastante emocionada durante a cerimônia de batismo que
aconteceu no domingo (9) no Recreio dos Bandeirantes.
Vânia que é irmã do jogador Vagner Love decidiu confirmar sua fé se
batizando pela igreja evangélica Ministério Plenitude e Vida do Rio de
Janeiro.
A sambista se converteu há mais de um ano e em julho resolveu anunciar que estaria abandonando o Carnaval carioca, como é modelo e atriz ela deve seguir na carreira artística, mas sem desfilar na Sapucaí.
Durante a cerimônia ela recebeu o carinho e apoio do irmão e de
outros familiares, incluindo seu esposo, Marcelo Ramos, Vânia aparece
nas fotos chorando dentro da piscina depois de ser batizada.
“Considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do
conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem perdi todas as
coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar Cristo” – Filipenses 3.8
Ano passado tive o privilégio de conhecer Helen Berhane. Ela esteve
no Brasil a convite da Portas Abertas. Visitou diversas igrejas e
participou de eventos e programas de TV. Ela é uma cristã da Eritreia,
um país que fica no chifre da África. Ser cristão neste país é muito
difícil: todas as igrejas evangélicas estão fechadas desde 2002, cerca
de 2800 cristãos estão na prisão, e suas famílias não têm nenhuma
notícia sobre eles.
Em 2004, Helen Berhane foi presa após gravar um CD de músicas cristãs
que ficou muito popular entre os jovens. Depois de recusar a assinar um
documento negando sua fé em Cristo, prometendo não cantar mais, não
compartilhar sua fé e não realizar quaisquer atividades cristãs, ela foi
enviada para um presídio diferente, onde os presos são amontoados em
contêineres de metal, sofrendo com o calor extremo durante o dia e um
frio terrível à noite. Os contêineres ficam tão lotados que os presos
dormem em turnos. Lá Helen permaneceu por dois anos e meio, sofrendo com
estas terríveis condições, além de constantes espancamentos e torturas.
Durante todo o tempo de prisão, ela foi pressionada a negar a fé, mas
ela continuava falando de Jesus Cristo aos outros presos e também aos
guardas. Sem receber visitas e sem ter sido julgada ou mesmo acusada de
algum crime, ela perdeu tudo; primeiro foi sua liberdade, depois ficou
distante de sua filha, seu marido lhe abandonou, vivia em condições
sub-humanas, levava no corpo as marcas das torturas e não tinha
esperanças de sair. Mesmo assim ela continuava firme e compartilhando
com os outros tudo o que possuía: Cristo.
A Helen contou que cantava na prisão. Fico imaginando que músicas ela
cantava lá. Quando penso nisso, lembro-me sempre de uma música do
Gerson Borges – Jesus é tudo¹:
Jesus Nazareno é tudo o que eu tenho
Jesus Nazareno é tudo o que eu tenho
Pra te dar
Não tenho ouro nem prata
O meu tesouro não é daqui
Jesus é minha alegria
E nunca vai partir
Milhões de cristãos sofrem perseguição diariamente. Muitos perdem
tudo o que tem, outros são assassinados e suas famílias ficam em
situações difíceis. Muitos também não aguentam a pressão e abandonam a
fé. Eles são pessoas comuns como nós, mas aqueles que perseveram
aprenderam um segredo: Jesus é tudo o que nós temos e precisamos.
Mantendo os olhos em Jesus e na Glória que há de vir, consideram tudo
como perda, como esterco, para poder ganhar a Cristo. Jesus é tudo o que
eles têm e é a única coisa que podem compartilhar.
Não sofremos nenhuma perseguição, frequentamos igrejas enormes e
ricas, temos Bíblias em várias versões para públicos diferentes: para
crianças, jovens, adolescentes, mulheres, homens, avós e até para
apóstolos; temos cantores cristãos famosos, grandes seminários e
faculdades teológicas, gostamos de ser reconhecidos pelos nossos
títulos, mas, esquecemos que não somos cidadãos desta terra, nossa
cidadania está nos céus (Fp 3.20). Tudo o que possuímos e somos aqui é passageiro, o que temos está nos céus, e é eterno. Em Filipenses 3.4-6,
Paulo relata que tinha e era muita coisa: ele havia estudado com os
melhores da época, seguia a Lei à risca e era um dos melhores
perseguidores dos “hereges” cristãos. Paulo era reconhecido entre os
fariseus, e alcançaria o topo de sua carreira, mas ao conhecer Cristo,
considerou tudo como perda para ganhá-Lo. Não é pecado ter um título ou
ser famoso e rico, mas jamais devemos esquecer que verdadeiramente nosso
alvo é Cristo; vivemos por Ele e para Ele.
Portanto, temos o mesmo que os cristãos perseguidos, e devemos viver
da mesma forma que muitos deles: firmes na fé, olhando para o alvo,
compartilhando com os outros tudo o que temos, não importando o preço a
pagar. No livro² que conta sua história, Helen Berhane manda um recado
para nós, Igreja Livre:
“Gostaria de deixar uma mensagem aos que são cristãos e que vivem
no mundo livre. Vocês não podem se acomodar com sua liberdade. Usem
cada oportunidade que tiverem para louvar ao Senhor, todos os dias. Se
eu pude cantar enquanto estava presa num contêiner na Eritreia, imaginem
o que vocês podem fazer para a glória de Deus com sua liberdade!”
Ele é tudo o que temos, Ele é tudo o que importa, Ele é tudo o que devemos compartilhar.
¹Convido você a assistir a um vídeo da Portas Abertas com a música “Jesus é tudo”, do Gerson Borges:
Você tem tarefas na igreja, um cargo na congregação que frequenta,
vive na correria. Se é líder, sempre está pensando em atividades para
fazer com seus liderados, cheio de estratégias para mantê-los na
presença de Deus, repleto de ideias de como evangelizar, empolgação até o
pescoço, congressos e encontros a agendar e… e… e…
E?
A questão é: aonde tudo isso vai levar seus liderados, você ou os
demais membros de sua igreja? No final das contas, o que esse monte de
coisas está contribuindo para a criação de uma mente cristã renovada,
uma devocionalidade sólida e uma relação de intimidade entre Jesus e os
irmãos?
Nunca podemos nos esquecer das razões pelas quais fazemos o que
fazemos. Por que vivemos na correria? Por que organizamos atividades com
os liderados? Por que bolamos estratégias? Por que evangelizamos? Por
que nos empolgamos? Por que organizamos congressos e encontros?
Um dos grandes perigos da vida em igreja e, especialmente, da
liderança eclesiástica, é o ATIVISMO. É quando começamos a realizar
coisas e a tocar o barco de forma tão automática que não paramos para
pensar com profundidade nas motivações, nos objetivos bíblicos, nos
benefícios espirituais do que fazemos. Pois igreja não é um clube ou uma
academia, onde vamos cumprir uma agenda pré-definida de atividades e
uma sequência de metas. Igreja é um organismo que pulsa vida. Portanto,
se fazemos tudo automaticamente somos na verdade robôs. E robôs não têm
vida: sua aparência é a de entidades vivas, mas não passam de circuitos e
lataria organizados num conjunto lógico, para se movimentar, agir e
desempenhar tarefas… automaticamente.
Você pensa a vida da igreja momento a momento? Ou faz tudo apenas
reproduzindo o que viu alguém fazer? Será que o que dita a sua rotina de
vida eclesiástica e/ou liderança é a vontade de Deus viva em seu
coração ou mero ativismo?
Pare agora e reflita. Pense se você se lança nos braços de Deus a
cada decisão que precisa tomar voltada para a igreja e/ou seus
liderados. Porque, afinal de contas, quem lidera é você ou é Deus? Se
você não deixar Jesus liderar, sua igreja não será um organismo vivo a
serviço do Reino, mas um organismo ativista a serviço de uma pessoa ou
de um grupo.
Procure bater um papo com seus irmãos e trocar experiências.
Compartilhe com franqueza suas dificuldades e peça sugestões de como
superá-las. Confesse com franqueza se você nota que está apenas vivendo
um dia após o outro no seu papel ou na sua liderança, em vez de buscar
ouvir de Deus a cada momento o que Ele deseja para as almas que entregou
na sua mão. Se você chegar à conclusão que tem sido um ativista, mais
do que um coração pulsante pela causa de Cristo, é hora de repensar tudo
o que tem feito – pois todo robô um dia para de funcionar.
Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari