'Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!' 
(Romanos 11:33)
1. Alguns apreendem a sabedoria e o conhecimento de Deus significando uma, e a mesma coisa. Outros acreditam que a sabedoria de Deus refere-se mais diretamente no Ele indicar as finalidades de todas as coisas; e seu conhecimento significa o que Ele tem preparado e feito, conducente a essas finalidades. O primeiro parece ser a explicação mais natural; já que a sabedoria de Deus, em seu significado mais extensivo, deve incluir um, tanto quanto o outro: os meios assim como os fins.  
2. Agora, a sabedoria - assim como o poder de Deus - é abundantemente manifestada em sua criação; na formação e organização de todas as suas obras, nos céus e na terra; e em adaptá-las todas às diversas finalidades para as quais elas foram designadas: de tal maneira que, cada uma delas, aparte das restantes, é boa; mas, juntas, são muito melhores; todas conspirando, em um sistema conectado, para a glória de Deus, na felicidade de suas criaturas inteligentes. 
 
3. Como essa sabedoria aparece até mesmo para os homens míopes (e muito mais para os espíritos de uma categoria mais alta) na criação e disposição de todo o universo, e cada parte dele; então, ela igualmente aparece na preparação deles, no seu 'suporte de todas as coisas, através da palavra de seu poder'. E não menos eminentemente aparece, no permanente governo de tudo que Ele criou. Quão admiravelmente sua sabedoria dirige os movimentos dos corpos celestes! Todas as estrelas do firmamento, se as que estão fixas, ou aquelas que perambulam, embora que nunca fora de suas diversas órbitas! O sol, no meio do céu! Os corpos maravilhosos dos cometas que disparam, em todas as direções, através dos incomensuráveis campos de éter! Como Ele superintendente todas as partes desse mundo mais baixo, essa 'partícula da criação', a terra! De maneira que todas as coisas são, ainda, como elas eram no início, 'belas em suas épocas'; e o verão e inverno; os tempos de plantio e colheita, regularmente seguem um ao outro. Sim, todas as coisas servem ao seu Criador. 'Raio e granizo; neve e vapor, vento e tempestade, estão cumprindo sua palavra'; de tal forma, que podemos bem dizer, 'Ó, Senhor, nosso Governador, quão excelente é teu nome em toda a terra!'.
4. Igualmente conspícua é a sabedoria de Deus, no governo das nações, dos estados e reinos; sim, preferivelmente, mais conspícua, se ao infinito pode ser admitido algum grau. Porque toda criação inanimada, estando totalmente passiva e inerte, não pode fazer oposição à sua vontade. Portanto, no mundo natural, todas as coisas deslizam, em um mesmo e ininterrupto curso. Mas, por outro lado, vai além no mundo moral. Aqui, os homens maus e espíritos diabólicos continuamente se opõem à vontade divina, e criam inúmeras irregularidades. Aqui, por conseguinte, está a extensão completa, para o exercício de todos os ricos, tanto de sabedoria quanto de conhecimento de Deus, para neutralizar todos os homens maus e insensatos. E todas as sutilezas de satanás, na condução de seu próprio objetivo glorioso, -- a salvação da humanidade perdida. De fato, Ele fizesse isto, através de uma vontade superior absoluta, e através de seu próprio poder irresistível, isto não implicaria em sabedoria, afinal. Mas sua sabedoria é mostrada, salvando o homem, de tal maneira, a não destruir sua natureza, a não extinguir a liberdade que Ele lhe tem dado.
 5. Mas os ricos, ambos de sabedoria e conhecimento de Deus estão mais eminentemente expostos em sua igreja; em plantá-la como uma semente de grão de mostarda, a menor de todas as sementes; em preservar e continuamente melhorá-la, até que ela se transforme em uma grande árvore, não obstante a ininterrupta oposição de todos os poderes da escuridão. Isto o Apóstolo justamente denomina de sabedoria múltipla de Deus. É uma palavra notavelmente expressiva, sugerindo que essa sabedoria, na maneira de sua execução, é diversificada em milhares de caminhos, e se aplica em infinitas variedades. Essas coisas os mais sublimes 'anjos desejam examinar', mas nunca poderão entender completamente. Parece ser com respeito a esses, principalmente, que o Apóstolo afirma naquela forte exclamação, 'Quão insondáveis são seus julgamentos!'. (Romanos 11:33) 'Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!'. Seus conselhos e objetivos são impossíveis de serem penetrados; e seus caminhos', de execução deles, 'fora do alcance de serem decifrados!'. De acordo com o salmista, 'Seus caminhos são como as águas profundas, e suas pegadas não são conhecidas.   
6. Mas um pouco disto Ele tem se agradado de revelar a nós; entretanto, guardando o que Ele tem revelado, e comparando a palavra e a obra de Deus, juntas, nós podemos entender uma parte de seus caminhos. Nós podemos, em alguma medida, traçar essa sabedoria múltipla, desde o começo do mundo; desde Adão até Noé; de Noé até Moisés; e de Moisés até Cristo. Mas eu iria agora considerá-la (depois de exatamente tocar na história da igreja nos tempos passados), apenas com respeito ao que Ele tem operado na presente época, durante a última metade do século [XVIII]; sim, e nesse pequeno canto do mundo,  as ilhas britânicas, tão somente.
7. Na plenitude do tempo, exatamente quando pareceu melhor à Sua infinita sabedoria, Deus trouxe seu Primogênito ao mundo. Ele, então, estabeleceu a fundação de sua Igreja; embora dificilmente ela tenha aparecido, até o dia de Pentecostes. E ela foi, então, uma igreja gloriosa; todos os seus membros, estando 'preenchidos com o Espírito Santo'; sendo 'de um só coração, e de um só pensamento; continuamente firmes, na doutrina Apostólica, na camaradagem, no repartir o pão, e nas orações'. Na camaradagem; ou seja, tendo todas as coisas em comum; nenhum homem considerando coisa alguma como de sua posse.
8. Mas este estado feliz não continuou muito tempo. Veja Ananias e Safira, através do amor ao dinheiro ('a raiz de todo o mal'), criou a primeira brecha na comunidade dos bons! Veja a parcialidade; a consideração iníqua das pessoas de um lado, e o ressentimento e murmuração do outro; até mesmo, enquanto os próprios Apóstolos presidiram sobre a igreja de Jerusalém.
(Atos 5:1-10) 'Mas, um certo homem chamado Ananias com Safira, sua mulher, vendeu uma propriedade, e reteve parte do preço, sabendo-o também sua mulher; e, levando uma parte, a depositou aos pés dos Apóstolos. Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade; guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus. E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou. E um grande temor veio sobre todos os que isto ouviram. E, levantando-se os moços, cobriram o morto e, transportando-o para fora, o sepultaram. E, passando um espaço quase de três horas, entrou também sua mulher, não sabendo o que havia acontecido. E disse-lhe Pedro: Dize-me, vendestes por tanto aquela herdade? E ela disse: Sim, por tanto. Então Pedro lhe disse: Por que é que, entre vós, vos concertastes para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram teu marido, e também te levarão a ti. E logo caiu aos seus pés, e expirou. E, entrando os moços, a encontraram morta, e a sepultaram junto de seu marido'. 
Veja as manchas e vincos graves que eram encontrados em toda parte da igreja, registrados, não apenas em Atos, mas nas Epístolas de Paulo, Tiago, Pedro e João. Um relato ainda maior, nós temos em Apocalipse: E, de acordo com isto, em que condição estava a igreja cristã, mesmo no primeiro século, mesmo antes de João ser removido da terra, se nós podemos julgar (como indubitavelmente nós podemos), do estado da igreja, em geral, desde o estado das igrejas particulares (todas, a não ser a de Esmirna e Filadélfia), para a qual nosso Senhor direcionou suas Epístolas! E, deste tempo, por cento e quatorze anos, ela se corrompeu, mais e mais, como toda a História mostra, até que escassamente tanto o poder, quanto a forma da religião restaram.  
9. Não obstante, é certo que os portões do inferno nunca prevaleceram totalmente contra ela. Deus sempre preservou a semente para si mesmo; alguns poucos que o adoraram em espírito e em verdade. Eu tenho freqüentemente me perguntado, se essas não eram as mesmas pessoas a quem os ricos e honrados cristãos, que sempre tiveram número, assim como o poder do lado deles, estigmatizaram, de tempos em tempos, com o título de heréticos. Talvez, tenha sido, principalmente, por esse artifício do diabo e de seus filhos, que eles foram impedidos de serem tão extensivamente úteis, como por outro lado, eles teriam sido, não tivessem falado mal do bem que havia neles. Mais ainda, eu tenho dúvidas, se aquele herético arcaico, Montanus, não foi um dos homens mais santos, no segundo século. Sim. Eu não afirmaria que o herético arcaico do século quinto (tão plenamente quanto ele tem sido salpicado com lama, por muitas épocas) não foi um dos homens mais santos daquela época; não, com exceção do próprio santo Agostinho. (Um santo maravilhoso! Tão cheio de orgulho, paixão, amargura, mania de censurar, e tão boca solta para com todo aquele que o contradissesse, quanto o próprio George Fox!) Eu verdadeiramente acredito, que a heresia real de Pelágio [Frade Pelágio, segundo a qual não existe pecado original, nem necessidade da graça divina para a salvação] não foi nem mais, nem menos, do que esta: A certeza de que os cristãos podem, pela graça de Deus, (não sem ela; o que eu considero ser uma mera calúnia) 'alcançar a perfeição'; ou, em outras palavras, 'cumprir a lei de Cristo'. 
 'Mas Agostinho diz': -- Quando as paixões de Agostinho eram exaltadas, sua palavra não valia uma ninharia. E aqui está o segredo: Agostinho estava furioso com Pelágio. Por esta razão, ele caluniava e abusava dele (como era seu método), sem temor ou vergonha. E Agostinho estava, então, no mundo cristão, o que Aristóteles era mais tarde: Não precisou de outra prova de alguma afirmativa, do que: 'Agostinho disse isto'.  
 10. Mas retomando: Quando a iniqüidade tinha se espalhado na igreja como uma inundação, o Espírito do Senhor ergueu um estandarte contra ela. Ele ergueu um pobre frade, sem saúde, sem poder, e, naquele tempo, sem amigos, para declarar guerra, como foi, contra todo o mundo; contra o bispo de Roma e todos os seus seguidores. Mas esta pequena pedra, sendo escolhida de Deus, logo se tornou uma grande montanha; e aumentou mais e mais, até que ela havia coberto uma considerável parte da Europa. Ainda mesmo antes que Lutero fosse chamado para casa, o amor de muitos tinha se esfriado. Muitos, que uma vez, tinham prosseguido bem, voltaram atrás do mandamento santo entregue a eles; sim, uma grande parte desses, que uma vez experimentou o poder da fé, naufragou na fé e na boa consciência. Supõe-se ser esta a ocasião daquela enfermidade (o ataque de cálculo), do qual Lutero morreu; depois de afirmar essas palavras melancólicas: 'Eu gastei minhas forças em vão! Aqueles que foram chamados pelo meu nome, estão, na verdade, reformados nas opiniões e modos de adoração; mas em seus corações e vidas; em seus temperamentos e prática, eles não são, uma partícula, melhores do que os papistas'. 
 11. Por volta da mesma época, agradou a Deus visitar a Grã Bretanha. Alguns poucos no reino do Rei Henrique VIII, e muito mais, nos três reinos seguintes, foram testemunhas reais do Cristianismo verdadeiro e bíblico. O número desses aumentou excessivamente, no começo do século seguinte. E, no ano de 1627, houve um maravilhoso despejar do Espírito, em diversas partes da Inglaterra, assim como na Escócia, e norte da Irlanda. Mas, ao mesmo tempo em que os ricos e honrados despejavam sobre aqueles que temiam e amavam a Deus, seus corações começaram a estar distantes dele, e a abrir caminho para o mundo presente. Não muito logo, a perseguição cessou, e os pobres, menosprezados e perseguidos cristãos se envolveram com poder, e estabeleceram-se na comodidade e abundância, mas uma mudança de circunstância trouxe uma mudança de espírito. Riquezas e honras logo produziram seus efeitos usuais. Tendo o mundo, eles rapidamente amaram o mundo: Eles murmuraram em busca do céu, não muito tempo além, tornando-se, mais e mais, atados às coisas da terra. De modo que, em alguns poucos anos, um que os conheceu bem e os amou, e foi um juiz irrepreensível de homens e maneiras, (Dr. Owen), lamentou profundamente sobre eles, como tendo perdido todo a vida e poder da religião, e se tornando justo do mesmo espírito que esses a quem eles menosprezaram, como a lama das ruas.
12. Que uma religião desprezível foi deixada na terra, recebendo um outro ferimento mortal, na Restauração [no reinado de Carlos II], por um dos piores príncipes que alguma vez se sentou no trono inglês, e através da mais abandonada corte na Europa. E a infidelidade agora irrompeu, com toda a velocidade e cobriu a terra como uma inundação. É evidente que todos os tipos de imoralidade veio com ela, e cresceu para o fim do século. Algumas tentativas ineficazes foram feitas para represar a torrente, durante o reinado da Rainha Anne; mas ela ainda aumentou por volta do ano de 1725, quando o Sr. Law publicou seu 'Tratado Prático sobre a Perfeição Cristã',  e, não muito tempo depois, seu 'Chamado Sério para uma Vida Santa e Devotada'. Aqui as sementes foram plantadas, e logo cresceram, e se espalharam por Oxford, Londres, Bristol, Leeds, York, e, em poucos anos, para a maior parte da Inglaterra, Escócia e Irlanda.
13. Mas quais os meios, a sabedoria de Deus fez uso, no resultado dessa grande obra? Ela estendeu tais trabalhadores dentro de suas colheitas, como a sabedoria dos homens nunca teria pensado a respeito. Ela escolheu as coisas fracas para  confundirem o forte; e as coisas tolas, para confundirem o sábio. Ela escolheu alguns poucos homens jovens, pobres e ignorantes, sem experiência de aprendizado ou arte; mas simples de coração, devotados a Deus, cheios de fé e zelo, buscando nenhuma honra, nenhum proveito, nenhum prazer, nenhuma comodidade, mas meramente salvar almas; temendo, nem a necessidade, dor, perseguição, nem o que os homens pudessem fazer junto a eles; sim, não considerando suas vidas preciosas a si mesmos, para que pudessem terminar seu curso com alegria. Do mesmo espírito, foram as pessoas a quem Deus, através da palavra deles trouxe da escuridão para a sua maravilhosa luz; muitos dos quais logo concordaram em se reunirem, com o objetivo de fortalecerem um ao outro em Deus. Esses também eram simples de coração, devotados a Deus, zelosos das boas obras; desejando nem honra, nem riqueza, nem prazer, nem comodidade, nem coisa alguma debaixo do sol; mas obter a total imagem de Deus, e habitar com Ele na glória. 
14. Mas, na mesma medida em que esses jovens pregadores cresceram nos anos, eles não cresceram todos na graça. Diversos deles, realmente, tiveram progresso em outro conhecimento, mas não proporcionalmente no conhecimento de Deus. Eles cresceram menos puros, menos vivos para Deus, e menos devotados a Ele. Eles foram menos zelosos por Deus; e, conseqüentemente, menos ativos, menos diligentes em seu serviço. Alguns deles começaram a desejar o louvor de homens, e não o louvor de Deus apenas; alguns por estarem fatigados de uma vida errante, e também, de buscarem comodidade e sossego. Alguns começaram novamente a temer as faces dos homens; começaram a estar envergonhados de seu chamado; a estar relutantes em negarem a si mesmos, a tomar a cruz diária deles, 'e suportar provação como bons soldados de Jesus Cristo'. Aonde esses pregadores trabalharam, não houve muitos frutos do trabalho. A palavra deles não estava, como antigamente, revestida com poder. Elas não carregavam consigo alguma demonstração do Espírito. A mesma fraqueza de espírito estava em sua conversa privada. Eles estavam por mais tempo 'presente na época, fora de época'; 'advertindo todo homem, e exortando todo homem', 'se por quaisquer meios eles pudessem salvar alguns'. 
 15. Mas, assim como alguns pregadores, muitas pessoas declinaram de seu primeiro amor. Elas foram igualmente assaltadas por todos os lados, cercadas por múltiplas tentações: E, enquanto muitos deles triunfaram sobre todas, e foram 'mais do que vencedores, através Dele que os amou', outros deram lugar ao mundo, à carne, ou ao diabo, e, então, 'caíram em tentação'. Alguns deles 'arruinaram a sua fé', imediatamente; alguns, através de graus vagarosos e imperceptíveis. Não poucos, estando carentes das necessidades da vida, foram dominados com os cuidados do mundo; muitos recaíram nos 'desejos de outras coisas', que 'asfixiaram a boa semente, e ela se tornou infértil'. 
 16. Mas de todas as tentações, nenhuma afetou tanto toda a obra de Deus, como 'a falsidade das riquezas; milhares de provas melancólicas do que eu tenho visto, nestes últimos cinqüenta anos. Elas são enganosas, de fato! Porque quem irá acreditar que elas causam a Ele o menor dano? E, ainda assim, eu não tenho conhecido sessenta pessoas ricas, talvez, nem metade do número, durante sessenta anos, as quais, até onde eu posso julgar, não eram menos santas do que elas poderiam ter sido, tivessem sido pobres. Através das riquezas, eu quero dizer, não milhares de libras, mas algo mais do que obter as conveniências da vida. Assim sendo, eu considero um homem rico, aquele que tem alimento e vestuário para si mesmo e a família, sem entrar em dívidas, e alguma coisa além. E quão poucos existem nessas circunstâncias que não estão feridos, se não, destruídos, por isto? Mesmo assim, quem toma cuidado? Quem se preocupa seriamente com aquela terrível declaração do Apóstolo: Até mesmo 'eles que desejam ser ricos caem em tentação e na armadilha, e mergulham em desejos tolos e danosos, que conduzem os homens à destruição e perdição?'. Quantos exemplos tristes nós temos visto disto, em Londres, Bristol, Newcastle; em todas as grandes cidades mercantis, através do reino, onde Deus tem recentemente tornado seu poder conhecido! Veja como muitos desses que, uma vez, foram simples de coração, desejando nada mais a não ser Deus, estão agora gratificando 'o desejo da carne'; arquitetando agradar seus sentidos, particularmente seu paladar; esforçando-se para aumentarem os prazeres deste, tanto quanto possível. 
Você não faz parte desse número? De fato, vocês não são alcoólicos, e não são glutões; mas vocês não favorecem a si mesmos, em uma espécie de sensualidade regular? Você não está comendo e bebendo os maiores prazeres da vida: A parte mais considerável de sua felicidade? Se for assim, eu temo que Paulo tivesse dado a você um lugar entre aqueles 'cujo deus é sua barriga!'. Quantos deles estão agora favorecendo novamente 'o desejo do olho!; usando de todos os meios que estão em seu poder, para aumentarem os prazeres de sua imaginação! Se não, na grandeza, do que ainda está fora do caminho deles; mesmo assim, em coisas novas e bonitas! Você não está buscando felicidade em adornos bonitos e elegantes, ou mobília? Ou em roupas novas, ou livros, ou pinturas, ou jardins? 'Por que, que dano existe nessas coisas?'. Existe este dano, o de que elas gratificam 'o desejo do olho', e, por meio disto, o fortalecem e o aumentam; tornando você, mais e mais morto para Deus, e mais e mais vivo para o mundo. Quantos estão favorecendo 'o orgulho da vida!', buscando a honra que vem de homens! Ou 'ajuntando tesouros na terra!'. Eles obtêm tudo o que podem, honesta e conscientemente. Eles poupam tudo o que podem, cortando todas as despesas desnecessárias; acrescentando moderação à diligência. E até aí, tudo está certo. Este é o dever de todo aquele que teme a Deus. Mas eles não dão tudo o que podem; sem o que, suas necessidades devem se tornar, cada vez mais, mundanas. Suas afeições aderir-se-ão, mais e mais, ao pó; e eles terão, cada vez menos, comunhão com Deus. 
Não é este o seu caso? Você não busca o louvor de homens mais do que o louvor de Deus? Você não ajunta, ou, pelo menos, não deseja e se esforça para 'ajuntar tesouros na terra?'. Você não está, então, (negociando fielmente com sua própria alma!) mais e mais vivo para o mundo, e, conseqüentemente, mais e mais morto para Deus? Não poderá ser de outra forma. Isto deve acontecer, a menos que você dê tudo o que puder, tanto quanto ganhar e poupar tudo o que puder. Não existe outro caminho, debaixo dos céus, para impedir seu dinheiro de fazer você  mergulhar, mais baixo do que a sepultura! Porque, 'se algum homem ama o mundo, o amor do Pai não está nele'. E se ele está, mesmo em tão alto grau, ainda assim, se ele desliza para o amor do mundo, através daqueles mesmos graus que isto entra nele, o amor de Deus irá embora do coração.
17. E, talvez, exista alguma coisa mais do que tudo isto contido nessas palavras: 'Não ame o mundo, nem as coisas do mundo'. Aqui, nós estamos expressamente advertindo contra amar o mundo, assim como, contra amar 'as coisas do mundo'. O mundo representa os homens que não conhecem a Deus, que nem amam, nem temem a Ele. Aqui, é absolutamente proibido amar a esses, com o amor do deleite e complacência, e fixar nossas afeições sobre eles; e, por analogia, conversar ou ter qualquer intercurso com eles, mais do que a atividade necessária requeira. Tiago não tem escrúpulos de denominar adultério, ter amizade ou intimidade com eles. (Tiago 4:4) 'Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus'. Não se esforcem para tirar ou livrar-se do significado dessas fortes palavras. Elas plenamente requerem que fiquemos distante deles, e que tenhamos nenhum comércio desnecessário com homens não santos. Por outro lado, nós certamente podemos escorregar para a conformidade com o mundo; às suas máximas, espírito e costumes. Porque não apenas as palavras deles, inofensivas como parecem, corroem, como uma úlcera, mas mesmo sua respiração é infecciosa: O espírito deles imperceptivelmente influencia nosso espírito. Ele rouba 'como a água em nossas entranhas, e como o óleo em nossos ossos'. 
18. Porém, todos os homens ricos estão debaixo de uma tentação contínua de familiaridade e intercâmbio com os homens mundanos. Eles estão igualmente debaixo da tentação do orgulho; de pensarem mais altamente em si mesmos do que deveriam. Eles são fortemente tentados a se vingarem, mesmo quando eles são, tão pouco afrontados: E, tendo os meios em suas próprias mãos, quão poucos existem que resistem à tentação! Eles são tentados continuamente à preguiça, indolência, amor à comodidade, facilidade, cortesia;  a odiarem a abnegação, e o tomarem sua cruz, até mesmo jejuar e levantar-se cedo, sem o que, é impossível crescer na graça. Se você cresceu em seus bens, você não sabe que essas coisas são assim? Você não contrai intimidade com os homens mundanos? Você não conversa com eles, mais do que a obrigação requer? Você não corre o risco do orgulho? De pensar em si mesmo, mais do que em seu próximo pobre e sujo? Você nunca se ressente; nunca se vinga de uma afronta? Você nunca paga o mal com o mal? Você não dá oportunidade para a indolência ou o amor à comodidade? Você nega a si mesmo, e toma sua cruz diariamente? Você constantemente se levanta, tão cedo quanto você fazia, outrora? Por que não? A sua alma não é tão preciosa agora, como ela era, então? Quão freqüentemente você jejua? Isto não é uma obrigação para você, tanto quanto é para um diarista? Mas, se você está em falta nisto, ou em qualquer outro respeito, quem irá dizer isto a você? Quem se atreverá a lhe dizer a verdade clara, a não ser aqueles que nem esperam, nem temem alguma coisa de você? E se alguém se aventura a tratar francamente com você, quão difícil é para você suportar isto? Você não é muito menos repreensível, muito menos oportuno, do que quando você era pobre?
Uma vez mais, portanto, eu digo: tendo ganhado e poupado tudo que pôde, você dá tudo o que pode: Do contrário, seu dinheiro irá comer sua carne como fogo, e irá mergulhar você no inferno mais baixo! Ó cuide de não 'juntar tesouros na terra!'. Isto não é ajuntar ira contra o dia da ira? Senhor, eu os tenho advertido! Mas, se eles não estiverem alertas, o que mais posso fazer? Eu posso apenas 'entregá-los às próprias luxúrias de seus corações, e permitir que eles sigam suas próprias imaginações!'. 
19. Por não aceitarem este conselho, é certo que muitos dos Metodistas já caíram; muitos estão caindo nesse mesmo momento; e existe uma grande razão para temer que muitos mais irão cair, e a maioria deles não irá se erguer mais! Mas que método pode-se esperar que o todo sábio Deus vá usar, para reparar o declínio de sua obra? Se ele não remove o castiçal dessas, e levanta outras pessoas, que serão mais fiéis à sua graça, é provável que ele irá proceder, da mesma maneira que Ele tem fez no passado. E este, até aqui, tem sido seu método: Quando alguns dos antigos pregadores deixaram seu primeiro amor; perderam sua simplicidade e zelo, e se afastaram do trabalho, Ele ergueu homens jovens que eram como eles, e os enviou para a colheita, em seus lugares. O mesmo, Ele tem feito, quando se agradou de remover algum de seus fieis colaboradores para o seio de Abraão. Assim, quando Henry Millard, Edward Dunstone, John Manners, Thomas Walsh, ou outros, descansaram de suas tarefas, levantou outros homens jovens, de tempos em tempos, dispostos e capazes de executarem o mesmo serviço. É altamente provável que Ele irá usar o mesmo método, para o tempo a vir. O lugar desses pregadores que tanto morrem no Senhor, ou perdem a vida espiritual que Deus tem dado a eles, Ele irá suprir, através de outros que estão vivos para Deus, e desejam apenas usarem e serem usados por Ele.
 20. Ouçam isto, todos vocês pregadores que não têm a mesma vida, a mesma  comunhão com Deus; o mesmo zelo pela causa Dele; o mesmo amor ardente pelas almas, que vocês tiveram outrora! 'Estejam atentos para que não percam as coisas que têm forjado, mas que recebam a recompensa completa'. Cuidem, a fim de que Deus não declare em sua ira que vocês não têm mais carregado o estandarte Dele! A fim de que ele não seja provocado a tirar a palavra de sua graça, totalmente fora de suas bocas! Estejam seguros de que o Senhor não precisa de vocês; a obra Dele não depende da ajuda de vocês. Já que Ele é capaz de 'erguer os filhos de Abraão dos túmulos'; ele é capaz de levantar os pregadores em busca do próprio coração Dele! Ó, apressem-se! Lembrem-se, de onde vocês estão caídos; e arrependam-se e façam as primeiras obras!
21. O Senhor das colheitas não seria provocado a deixá-los de lado, se vocês menosprezassem os trabalhadores que Ele tem erguido, meramente porque eles são jovens? Isto comumente fora feito a nós, entre quarenta ou cinqüenta anos atrás, quando nos mandaram sair. Homens anciãos e sábios perguntaram: 'o que essas cabeças jovens poderão fazer?'. Assim, o fez, o então, Bispo de Londres, em particular. Mas nós devemos adotar a linguagem deles? Deus proíbe! Nós devemos ensinar Aquele que nos enviou; Aquele que nos emprega em sua própria obra? Somos, então, os homens; e a sabedoria morre conosco? A obra de Deus depende de nós? Ò, humilhem-se, diante de Deus, a fim de que Ele não os arrebate, e não haja alguém para livrar!
22. Vamos considerar qual método tem a sabedoria de Deus se utilizado, durante esses quarenta e cinco anos, quando milhares de pessoas que uma vez prosseguiram bem, uma após a outra, 'retiraram-se para a perdição?'. Porque, tão rápido quanto alguns dos pobres foram dominados pelos cuidados mundanos, de modo que a semente que eles receberam tornaram-se inférteis; tão rápido quanto alguns dos ricos retornaram para a perdição, dando caminho para o amor do mundo, aos desejos tolos e pecaminosos, ou a quaisquer outras dessas tentações inumeráveis que são inseparáveis das riquezas; Deus tem erguido homens, constantemente, de tempos em tempos, e os tem dotado com o espírito que eles tinham perdido: Sim, e geralmente essa mudança tem sido feita com considerável vantagem: Já que os últimos eram, não apenas (para a maioria) mais numerosos do que os primeiros, mas, mais cuidadosos, tirando proveito do exemplo deles; mais espirituais, mais devotos, mais zelosos, mais vivos para Deus, e, ainda mais mortos para as coisas aqui embaixo.
23. E, abençoado seja Deus, porque nós vemos que Ele tem feito agora a mesma coisa em várias partes do reino. Na sala daqueles que caíram de sua firmeza, ou estão caindo nesse momento, Ele está continuamente erguendo das pedras outros filhos de Abraão. Isto Ele faz imediatamente ou não, de acordo com sua própria vontade; derramando seu Espírito avivado, nesta ou naquela pessoa, justamente como agrada a Ele. Ele tem erguido estes de todas as idades e níveis; homens jovens, e donzelas; idosos e crianças, para serem 'a geração escolhida;o sacerdócio real; a nação santa; um povo peculiar; para mostrar adiante Seu louvor; aquele que os tem chamado para fora da escuridão, e para dentro da luz maravilhosa'. E nós não temos razão para duvidar, mas Ele irá continuar a assim fazer, até que a grande promessa seja cumprida; até que a 'terra seja preenchida com o conhecimento da glória do Senhor, assim como as águas cobrem o mar; até que toda Israel seja salva, e a plenitude dos gentios entre'.  
24. Mas todos os que sucumbiram às múltiplas tentações; os que assim caíram, eles não poderão mais se erguer? O Senhor os excluiu todos para sempre, e Ele não mais poderá ser solicitado? A promessa Dele chega terminantemente a um fim, para sempre? Deus proíbe que afirmemos isto! Ele é capaz de curar todas as apostasias deles: porque com Deus, palavra alguma é impossível. E Ele não está disposto também? Ele é 'Deus, e não homem; portanto, suas compaixões não falham'. Que os apóstatas não se desesperem. 'Retornem ao Senhor, e Ele terá misericórdia para com eles; junto ao nosso Deus, eles serão abundantemente redimidos'. 
 
 Entretanto, assim diz o Senhor a vocês que agora suprem o lugar deles: 'Não sejam generosos, mas temam! Se o Senhor não poupou' seus irmãos mais antigos, 'prestem atenção, que Ele não poupa vocês!'. Temam, embora não com um medo servil e torturante, para que não caiam em nenhuma das mesmas tentações; tanto pelos cuidados do mundo, a falsidade dos ricos, quanto pelo desejo de outras coisas. Vocês serão tentados de milhares de maneiras diferentes; talvez, por quanto tempo vocês permanecerem no corpo; mas por quanto tempo vocês continuarem a vigiar e orar, vocês não 'cairão em tentações'. A graça Dele tem sido, até aqui, suficiente para vocês; de maneira que ela será assim até o fim. 
25. Irmãos, vocês vêm aqui um esboço resumido e geral da maneira como Deus opera sobre a terra, na reparação desse trabalho da graça, onde quer que ele esteja deteriorado, através da sutileza de satanás, e a infidelidade de homens, dando lugar à fraude e malícia do diabo. Assim, Ele está agora conduzindo sua própria obra; e, assim, Ele fará até o fim dos tempos. E quão maravilho, claro e simples é Seu caminho de realização, no mundo espiritual, assim como no mundo material! Ou seja, seu plano geral de trabalho, de reparar o que quer que esteja deteriorado. Mas quanto aos pormenores inumeráveis, nós devemos ainda clamar, 'Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!' (Romanos 11:33)
[Editado por Tracey Bryan, estudante da Northwest Nazarene College (Nampa, ID), com correções através de George Lyons para a Wesley Center for Applied Theology.]
sábado, 19 de fevereiro de 2011
A reforma da Conduta
"Quem se levantará a meu favor, contra os perversos?" (Salmos 94:16)
1. Em todos os tempos, os homens, que nem temeram a Deus, nem consideraram o homem, têm se unido, e formado alianças, para levarem adiante as obras da escuridão. E nisso, eles têm mostrado, a si mesmos, sábios, em suas gerações; porque, desse modo, eles efetivamente promovem mais o reino do pai deles, o diabo. Por outro lado, os homens, que temeram a Deus, e desejaram a felicidade de seus companheiros, têm achado necessário, em todos os tempos, reunirem-se, com o propósito de se oporem aos trabalhos da escuridão, para expandirem o conhecimento de Deus, o Salvador deles, e promoverem seu reino sobre a terra. De fato, Ele próprio os tem instruído a fazer assim. Desde que os homens estão sobre a terra, Ele os tem ensinado a se reunirem, em seu serviço ministerial, e os tem unido, em um só corpo, através de um Espírito único. E, para esse mesmo propósito, Deus os tem juntado, "para que eles possam destruir as obras do mal"; primeiro, neles que já estão unidos, e, através deles, a todos que necessitam ao redor deles.
2. Esse é o desígnio original da Igreja de Cristo. Ela é um corpo de homens compactados, com o propósito, primeiro de salvar, cada um, a sua própria alma; então, assistir, um ao outro, no trabalho da salvação; e, mais tarde, tão longe quanto esteja colocado neles, salvar todos os homens da miséria presente e futura, para aniquilar o reino do mal, e estabelecer o reino de Cristo. E este deve ser o cuidado e esforço contínuos de cada membro de sua Igreja; do contrário, este será merecedor de ser chamado um membro dela, uma vez que ele não é um membro vivo de Cristo.
3. Conseqüentemente, esse deve ser o cuidado e esforço constante de todos esses que estão unidos nesses reinos, e são comumente chamados de A Igreja da Inglaterra. Eles estão unidos, para esse mesmo propósito: oporem-se ao mal e a todas as suas obras, e empreenderem uma guerra contra o mundo e a carne, os aliados constantes e fiéis dele. Mas eles, de fato, respondem pela finalidade dessa união? Todos aqueles que se intitulam "membros da Igreja da Inglaterra", opondo-se de todo coração às obras do mal, e lutando contra o mundo e a carne? Ai de mim! Nós não podemos dizer isso! Bem longe desse propósito, é que a grande parte; eu temo, a maior parte deles é também do mundo, -- as pessoas que não conhecem a Deus para algum propósito de salvação, estão favorecendo a carne, dia a dia, com as afeições e desejos, em vez de "mortificá-la", e fazendo, eles mesmos, esses trabalhos do mal, que eles estão peculiarmente engajados a destruírem.
4. Existe ainda, entretanto, mesmo nesses condados cristãos, (como nós cortesmente intitulamos a Grã-Bretanha), sim, nessas igrejas cristãs (se nós podemos dar este titulo para a parte principal de nossa nação), alguns para "se erguem contra o iníquo", e reúnem-se "contra os malfeitores". Mais do que isso, nunca houve mais necessidade, do que nesses dias, daqueles "que temem ao Senhor, de falarem, freqüentemente", sobre esse mesmo assunto: como eles poderiam "levantar um estandarte contra a iniqüidade", que inunda a terra. Existe motivo abundante para todos os servos de Deus reunirem-se contra as obras do mal; com os corações, desígnios e esforços unidos, para construírem um suporte para Deus, e para reprimirem, tanto quanto está colocado neles, essas "inundações de incredulidade".
5. Para esse mesmo propósito, poucas pessoas, em Londres, já no fim do último século, uniram-se, e, depois de algum tempo, estabeleceram a Sociedade para a Reforma das Maneiras; realizando um trabalho inacreditável, durante quase quarenta anos. Mas, então, a maioria dos membros originais, tendo ido buscar o seu galardão, aqueles que os sucederam, cresceram fracos, em suas mentes, e se afastaram da obra: De modo que, uns poucos anos atrás, a Sociedade cessou; nem alguma outra do tipo permaneceu no reino.
6. É uma sociedade com as mesmas características, a que tem se formado ultimamente. Eu proponho mostrar: (1) A natureza do objetivo deles, e os passos que eles têm tomado nessa direção; (2) A excelência dela; com as várias objeções que têm sido levantadas contra; (3) Como devem ser os homens que pretendem engajar-se, em tal propósito; (4) Com que espírito, e de que maneira, eles deveriam prosseguir na execução dela. Eu devo concluir com uma aplicação, a eles e a todos os que temem a Deus.
I
(1) Eu, Primeiro, vou mostrar a natureza do objetivo deles, e os passos que eles terão que tomar nessa direção.
A primeira menção feita sobre a profanação grosseira e aberta do dia sagrado, por pessoas comprando, vendendo e mantendo as lojas abertas, tomando bebida alcoólica nas tabernas, de pé, ou sentadas, nas estradas e campos, mascateando suas mercadorias, como nos dias comuns; especialmente, em Moorfields, que ficava, então, cheia, todo domingo, de uma extremidade à outra, aconteceu no dia do Senhor, em Agosto de 1757, em um pequeno grupo que se encontrava comigo para oração e conversas religiosas. Nesse dia, foi considerado qual método seria usado para remediar tais calamidades, ficando acertado que seis pessoas do grupo poderiam, de manhã, esperar pelo Sr. John Fielding para instrução. Eles assim o fizeram. O Sr. Fielding aprovou o que fora designado, e os dirigiu a como levar isso em execução.
(2) Eles, primeiro, entregaram petições ao ilustre Sr. Prefeito, e ao Conselho Municipal; para sala de Justiça, em Hick's Hall; e aquelas em Westminster, e receberam de todos esses honrados cavalheiros muitos incentivos para prosseguirem.
(3) Em seguida foi julgado apropriado expressarem o objetivo deles para as muitas pessoas notáveis do grupo, e para o corpo de clérigos, assim como para os Ministros de outras denominações, pertencentes às diversas igrejas e assembléias, dentro e nos arredores das cidades de Londres e Westminster, e ele tiveram a satisfação de se encontrarem com o consentimento afetuoso e a aprovação universal deles.
(4) Eles, então, imprimiram e distribuíram, às próprias custas, diversos milhares de livros de instrução para os Condestáveis (guardas) e outros Oficiais Paroquianos, explicando e reforçando as diversas obrigações deles: E, para prevenir, tanto quanto possível, a necessidade de procedimento, para uma execução atual das leis, eles igualmente imprimiram e distribuíram, em todas as partes da cidade, dissuasivos da profanação do Sabbath, extraído dos Atos do Parlamento contra isso, e notificações para os ofensores.
(5) O caminho sendo pavimentado por essas precauções, no início do ano de 1758, depois das notificações serem entregues, várias vezes, e de serem freqüentemente desprezadas, foi que as informações atuais foram feitas para os Magistrados contra as pessoas que profanavam o dia do Senhor. Dessa forma, eles primeiro limparam as ruas e campos desses ofensores notórios, que, sem qualquer cuidado, tanto para com Deus, quanto para com o rei, estavam vendendo suas mercadorias de manhã à noite. Daí, prosseguiram em direção à mais difícil das tentativas: prevenir o uso de bebidas alcoólicas, no dia do Senhor, quando o homem gasta na taberna, o tempo que deveria ser gasto no trabalho mais imediato de adoração a Deus.
Com isso, eles foram expostos a uma abundância de reprimendas, insultos e abusos de todo tipo; tendo não apenas os grandes bebedores, e aqueles que os entretinham, os donos das tabernas, para lutarem contra eles, mas os homens ricos e honoráveis — em parte, os senhorios desses donos das cervejarias — em parte, aqueles que as abasteciam com bebidas, e, em geral, todos que ganhavam através dos pecados deles. Alguns desses eram, não apenas homens de posses, mas homens, na autoridade; além do que, eles eram as mesmas pessoas, diante dos quais os delinqüentes eram trazidos, em mais de uma ocasião. E o tratamento que eles deram a esses que forneceram as notificações, naturalmente encorajou "as pessoas selvagens" a seguirem o exemplo, tratando-os como indivíduos não adequados a viverem sobre a terra. Em conseqüência disso, não tiveram escrúpulo, não apenas para tratá-los com a linguagem mais vil, atirando neles lama e pedras, ou o que viesse a mão, mas, muitas vezes, batendo neles, sem misericórdia, e arrastando-os contra as pedras, ou pelas sarjetas. E se eles não os assassinaram, não foi por falta de vontade, mas porque a rédea estava em seus dentes.
(6) Então, tendo recebido ajuda de Deus, eles seguiram restringindo os padeiros igualmente, de gastarem tão grande parte do dia do Senhor, exercitando o trabalho de sua profissão. Mas muitos desses eram mais nobres do que taverneiros. Eles estavam longe de se ressentirem, ou olharem para isso, como uma afronta, e mesmo os que tinham se precipitado a agir, contrário às suas próprias consciências, sinceramente agradeceram o trabalho deles, e reconheceram isso como uma real generosidade.
(7) Da limpeza das ruas, campos e bares dos profanadores do Sabbath, eles se lançaram sobre uma outra espécie de ofensores, tão danosos para a sociedade, quanto qualquer outro, isto é, os vários tipos de jogadores. Alguns desses eram da classe mais baixa e mais vil, comumente chamados apostadores; cujo comércio é apanhar os homens jovens e inexperientes, desviando a atenção de todo o dinheiro deles; e, depois de levá-los à miséria, freqüentemente lhes ensinarem o mesmo mistério da iniqüidade. Diversos ninhos desses, eles têm extirpado; e, não poucos deles têm sido constrangidos a honestamente ganharem o pão de cada dia, através do suor do seu rosto e do trabalho de suas mãos.
(8) Crescendo em número e força, eles estenderam seus horizontes, e começaram não apenas a reprimir a blasfêmia profana, mas a remover de nossas ruas, outra praga pública, e escândalo para o nome Cristão, as prostitutas comuns. Muitas dessas foram impedidas de exercerem seus meios de vida da maldade audaciosa. E, com o objetivo de ir até a raiz do mal, muitas das casas que as abrigavam foram detectadas, acionadas de acordo com a lei, e totalmente suprimidas. E algumas dessas mulheres pobres e desoladas, embora caídas na linha mais baixa da infâmia humana, têm reconhecido a providência graciosa de Deus, e romperam com seus pecados através do arrependimento eterno. Diversas dessas foram removidas, e diversas recebidas no Hospital Magdalene.
(9) Se uma pequena digressão é possível ser permitida, quem poderá admirar suficientemente a sabedoria da Providência Divina, na disposição dos tempos e épocas, de maneira a ajustar uma ocorrência a outra? Por exemplo: Justamente, no momento em que muitas dessas pobres criaturas tendo cessado o curso do pecado, encontraram um desejo de levarem uma vida melhor, como em resposta àquela triste questão: "Mas, e se eu abandonar essa vida, o que eu posso fazer para viver, já que eu não sou dona de algum comércio; e não tenho amigos que irão me receber?". Eu digo, exatamente nesse momento, que Deus tem preparado o Hospital Magdalen. Aqui, aquelas que não têm comércio, nem qualquer amigo para recebê-las, são recebidas com toda a ternura; sim, elas podem viver, e com conforto, sendo providas com todas as coisas que são necessárias "para a vida e santidade".
(10) Mas, retornando. O número de pessoas trazidas para a justiça, de Agosto de 1757, a Agosto de 1762, foi de 9.596. Dessa data, até o presente momento, por causa dos jogos ilícitos e blasfêmias profanas (40); por terem quebrado o Sabbath (400); mulheres lascivas, e mantenedoras das casas de má fama (550); pelo oferecimento para venda, de impressos obscenos (02). Ao todo foram 10.588 pessoas.
(11) Na admissão dos membros na Sociedade, nenhuma atenção é dada, com respeito a alguma seita ou grupo em particular. Quem quer que seja considerado, em um inquérito, ser um homem de bem, é admitido prontamente. E ninguém que tenha objetivos egoístas ou pecuniários, irá continuar por muito tempo nisso; não apenas porque ele não pode ganhar coisa alguma, por esse meio, mas porque ele poderia tornar-se rapidamente um perdedor, visto que ele deve começar a subscrever, tão logo seja um membro. De fato, o clamor vulgar é: "Esses são todos os Whitefieldites". Mas isso é um grande erro. Por volta de vinte dos membros constantemente subscritos estão todos os que estão em conexão com o Sr. Whitefield; por volta de cinqüenta, os que estão em conexão com o Sr. Wesley; por volta de vinte, e que são das Igrejas Estabelecidas, não têm conexão com qualquer um deles; e, por volta de setenta são Dissidentes; que perfazem ao todo, cento e sessenta. Há, realmente, muitos mais que assistem nos trabalhos em subscrições ocasionais.
II
Esses são os passos que têm sido tomados, até aqui, na execução desse objetivo. Eu vou, em Segundo Lugar, mostrar a excelência dessa medida, não obstante as objeções, as quais têm se erguido contra ela. E isso pode surgir das considerações diversas:
(1) Colocar-se abertamente contra toda a descrença e iniqüidade, que se espalha sobre a nossa terra, como uma inundação, é um dos mais nobres caminhos de confessar Cristo na cara de seus inimigos. Dando glória a Deus, e mostrando para a Humanidade, que, mesmo nesses resíduos de tempo, há quem prefira a fé; embora poucos, e fidelidade para com Deus. E o que mais excelente do que render a Deus a honra devida a seu nome? Declarar por meio de provas mais fortes do que palavras, mesmo através de sofrimento, e correndo todos os riscos, que "Verdadeiramente há uma recompensa para o justo; e sem dúvida há um Deus que julga a terra".
(2) Quão excelente é o objetivo de prevenir a qualquer grau a desonra feita ao seu nome glorioso, o desrespeito que brotou sobre sua autoridade, e o escândalo trazido sobre nossa religião santa, pela maldade grosseira e flagrante desses que são ainda chamados pelo nome de Cristo! Para estancar, de qualquer forma, a torrente de vícios; para represar as inundações da descrença; para remover, nas horas vagas, essas ocasiões de blasfêmias o nome honrado, por meio do qual nós somos chamados, é um dos mais nobres desígnios que pode possivelmente ser concebido no coração do homem.
(3) E como esse desígnio evidentemente tende a trazer "glória a Deus, nas Alturas", então, não menos evidentemente conduz ao estabelecimento da "paz na terra". Porque, como todo pecado diretamente tende a destruir nossa paz com Deus, colocando-o na rebeldia declarada, com o propósito de banir a paz de nosso próprio peito, e colocar a espada de cada homem contra seu próximo; então, o que quer que previna ou remova o pecado, promove, da mesma maneira a paz – da nossa própria alma, paz com Deus, e paz com o outro. Tais são os frutos genuínos desse objetivo, mesmo no presente mundo. Mas, por que nós devemos confinar nossos horizontes aos limites estreitos do tempo e espaço, ao invés de passar por esses para a eternidade? E qual o fruto dele que devemos encontrar lá? Vamos deixar o Apóstolo falar em (Tiago 5:19-20) "Irmãos, se um de vocês se desviar da verdade, e um convertê-lo" (não para essa, ou aquela opinião, mas para Deus!) "deixe-o saber que aquele que converteu o pecador do erro de seu caminho, salvou uma alma da morte, e afastou uma multidão de pecados".
(4) Nem são para os indivíduos apenas, quaisquer que sejam os que induzem o outro ao pecado, ou aqueles que estejam sujeitos a serem induzidos ou destruídos por eles, que os benefícios desse objetivo redundam, mas para a comunidade da qual somos membros. Porque não é uma observação correta, "a retidão exalta a nação?". E não é certo, por outro lado, que "o pecado é uma desgraça para qualquer pessoa?". Sim, e traz a ira de Deus sobre elas? Tão longe quanto a retidão, em qualquer ramo é fomentada, tão longe é o interesse nacional desenvolvido. Tão longe o pecado — especialmente, o pecado declarado — é restringido, a assolação e a reprovação são removidas de nós. Quem quer, então, que trabalhe nisso, são em geral benfeitores. Eles são os verdadeiros amigos de seu rei e país. E, na mesma proporção, que esse objetivo toma lugar, não existe dúvida de que Deus dará prosperidade nacional, em cumprimento à sua palavra fiel: "Aqueles que me honrarem, eu irei honrar".
(5) Mas objeta-se: "Como quer que seja a excelência desse objetivo, ele não diz respeito a você. Visto que não existem pessoas, a quem essas ofensas estejam sendo feitas (a não ser a Deus), e a quem a punição correta aos ofensores pertença? Não existem Condestáveis (guardas), e outros Oficiais Paroquianos, que estejam constrangidos pelo juramento dessa mesma coisa? Existem. Condestáveis e Curadores da Igreja, em particular, estão engajados pelo juramento solene a dar informações contra os profanadores do dia do Senhor, e todos os outros pecadores escandalosos. Mas, se eles deixam, sem ser feito; se, não obstante o juramento, eles não se preocupam com o assunto, isso concerne a todo aquele que teme a Deus, que ama a Humanidade, e que deseja o bem para seu rei e país, executar esse desígnio, com o mesmo vigor, como se não existisse Oficial algum".
(6) "Mas essa é apenas uma pretensão: O verdadeiro objetivo é ganhar dinheiro, dando informações".
Isso é o que tem sido, freqüentemente e redondamente, afirmado, mas sem a menor sombra de verdade. O contrário pode ser provado por milhares de exemplos: Nenhum membro da Sociedade toma qualquer parte do dinheiro, o qual é, pela lei, repartido ao informante. Eles nunca fizeram no começo; nem qualquer um deles alguma vez recebeu alguma coisa para suprimir ou privar as informações deles. Esse é um outro erro, se não, uma calúnia proposital, já que não existe o menor fundamento.
(7) "Mas esse objetivo é impraticável. Os vícios se erguem, de tal maneira, que é impossível suprimi-lo; especialmente por esses meios. O que pode um punhado de pobres pessoas fazer, em oposição ao mundo?".
"Com os homens é impossível, mas não com Deus". E eles confiam, não em si mesmos, mas nele. Sejam, então, os patrocinadores dos vícios, sempre tão fortes, para Ele, esses não passam de gafanhotos. E todos os meios são semelhantes a Ele: É a mesma coisa com Deus "liberto por muitos ou por poucos". O pequeno número, entretanto, desses que estão do lado do Senhor é nada; nem o grande número daqueles que são contra ele. Ainda que Ele faça o que lhe agrada; e "não exista deliberação ou força contra o Senhor".
(8) "Mas, se a finalidade que você planeja é realmente reformar os pecadores, você escolheu os meios errados. É a Palavra de Deus que deve fazer isso, e não as leis humanas; e é trabalho dos Ministros, não dos Magistrados; de qualquer forma, a aplicação desses pode apenas produzir uma reforma externa. Não faz mudança alguma no coração".
É verdade que a Palavra de Deus é o meio principal e superior, por meio do qual, pode mudar os corações, assim como as vidas dos pecadores, e faz isso, principalmente, através dos Ministros do Evangelho. Mas é igualmente verdadeiro que o Magistrado é "um ministro de Deus"; e que ele é designado de Deus "para ser o terror dos fazedores de mal", executando as leis humanas sobre eles. Se isso não muda o coração, pelo menos, previne o pecado externo, o que é um ponto valioso ganho. Há, assim, menos desonra feita a Deus; menos escândalo trazido sobre nossa santa religião; menos maldição ou reprovação para com nossa nação; menos tentação colocada no caminho de outros; sim, e menos ira sobre os mesmos pecadores, no dia da ira do Senhor.
(9) "Não apenas isso; já que muitos deles podem se tornar hipócritas, fingindo serem o que não são. Outros, por serem expostos à vergonha, ou terem imputado neles despesas, podem se tornar impudentes e sem esperança na maldade; de modo que, na realidade, nenhum deles se torna uma pessoa melhor; isso, se não tornarem piores do que eram antes".
Isso é um erro por completo. Porque, (1) Onde estão esses hipócritas? Nós não conhecemos alguém que tenha fingido ser o que não eram; (2) Expor os ofensores obstinados à vergonha, e imputando neles despesas, não os torna sem esperança na ofensa, mas temerosos de ofender; (3) Algum deles, longe de se tornarem piores, estão substancialmente melhores, tendo todo o teor de suas vidas sendo mudado. Sim, (4) alguns mudaram interiormente, sempre "da escuridão para a luz, e do poder do diabo, para o poder de Deus".
(10) "Mas muitos não estão convencidos de que comprar ou vender no dia do Senhor é um pecado".
Se eles não estão convencidos, eles devem ser: já é mais do que hora de saberem. O caso é simples, como a simplicidade pode ser. Porque, se uma brecha aberta e obstinada, tanto para a lei de Deus, quanto para a lei da terra, não é pecado; por favor, diga-me o que é? E se tal brecha para as leis divinas e humanas não é para ser punida, porque o homem não está convencido de que é um pecado, existe um fim para toda a execução da justiça, e todos os homens podem viver como melhor lhe agradar.
(11) "Mas métodos brandos devem ser experimentados primeiro".
Eles devem: e, eles são. A repreensão branda, dada a todo ofensor diante da lei, é colocada em execução contra ele; homem algum é processado, até que ele seja expressamente notificado de que esse será o caso, a menos que ele impeça o processo, removendo a causa dele. Em toda situação, o método mais brando é usado; o que a natureza da questão irá determinar; nem os meios mais severos são aplicados, a não ser que isto seja absolutamente necessário a esta finalidade.
(12) "Mas, depois disso tudo mexer, no que diz respeito à reforma, qual o bem real que terá sido feito?".
  
Inexprimível bem; e abundantemente mais do que qualquer um poderia esperar, em tão curto espaço de tempo, considerando o pequeno número de instrumentos, e as dificuldades que eles encontrariam. Muitas das ações más tinham sido prevenidas, e muito mais, removidas. Muitos pecadores tinham sido reformados exteriormente, e mudado interiormente. A honra dele, de cujo nome somos testemunhas, tão abertamente afrontada, tem sido abertamente defendida. E não é fácil determinar a quantidade e quão grandes bênçãos essa pequena defesa, feita para Deus e a sua causa, contra seus inimigos audazes, já têm derivado sobre toda a nossa nação. No todo, então, depois de toda objeção feita, homens razoáveis podem ainda concluir um objetivo mais excelente, que raramente entrou no coração do homem.
III
(1) Mas como devem ser esses homens que se engajam em tais projetos?
Alguns podem imaginar que, qualquer um que deseje assistir nisso, deve rapidamente ser admitido; e que o maior número de membros, quanto maior, será a influência deles. Mas isso, de forma alguma, é verdadeiro: Na verdade, inegavelmente prova o contrário. Enquanto a Sociedade anterior para a Reforma das Maneiras consistiu da escolha de membros apenas, embora nem muitos, nem ricos, nem poderosos, eles abriram caminho, através de toda oposição, e foram eminentemente bem sucedidos, em todos os ramos de empreendimentos deles; mas, quando um número de homens foi escolhido, menos criteriosamente, e foi recebido, dentro da Sociedade, tornou-se cada vez menos útil, até que, por graus insensíveis, esses homens definharam no nada.
(2) O número de membros, entretanto, não é mais para ser atendido por riqueza e eminência. Esse é um trabalho de Deus. Ele é para ser empreendido, no nome de Deus, e por causa dele. Segue-se que homens que, nem amam ou temem a Deus, não têm parte ou porção nesse propósito. "Por que tu tomas minha aliança em tua boca?". Possa Deus dizer a qualquer um desses: "considerando que tu odeias ser reformado, e tens lançado minhas palavras longe de ti?". Quem quer que, entretanto, viva em algum pecado conhecido, não está capacitado para engajar-se no trabalho de reforma dos pecadores: Mais especialmente, se ele é culpado, em alguma instância, ou, no último grau, de profanar o nome de Deus, comprando, vendendo ou fazendo algum trabalho desnecessário, no dia do Senhor; ou ofendendo, em algumas dessas outras instâncias, as quais essa sociedade é peculiarmente designada reformar. Não; não deixe que alguém que necessite dessa reforma presuma intrometer-se com tal incumbência. Primeiro deixe que ele "arranque a trava do próprio olho": que ele primeiro seja irrepreensível em todas as coisas.
(3) Nem isso será suficiente: Todo aquele que estiver engajado nele deve ser mais do que um homem inofensivo. Ele deve ser um homem de fé; tendo pelo menos, tal grau daquela "evidência das coisas não vistas", almejar não as coisas que são vistas, e que são temporais, mas aquelas que não são vistas, e que são eternas; tal fé que produz um medo firme de Deus, com a resolução eterna, pela sua graça, de abster-se de tudo aquilo que ele tem proibido, e fazer tudo o que ele tem ordenado. Ele irá, mais especialmente, precisar daquele ramo particular de fé: a confiança em Deus. Essa é a fé que "remove montanhas"; que "extingue a violência do fogo"; que abre caminho através de toda oposição; e capacita a permanecer contra, e "afugentar milhares", sabendo em quem sua força se situa, e, mesmo quanto ele tem "a sentença da morte, em si mesmo, confia nele que se ergueu de entre os mortos".
(4) Ele, que tem fé e confiança em Deus, irá, em conseqüência, ser um homem de coragem. E tal coragem é altamente necessária a todo aquele que estiver engajado nesse empreendimento: já que muitas coisas irão ocorrer, na execução dele, que são terríveis para a natureza; de fato, tão terríveis, que todo aquele que "conferencia com a carne e o sangue" estará temeroso de conflitar-se com elas. Aqui, entretanto, a coragem verdadeira tem seu lugar próprio, e é necessária no mais alto grau. E isso, tão somente a fé pode fornecer. Um crente pode dizer: "Eu não temo a rejeição; nenhum perigo eu temo; nem começar a prova; já que Jesus está por perto".
(5) Para a coragem, a paciência é a aliada mais próxima; uma cuida da maldade futura, a outra da maldade presente. E o que quer que se envolva para continuar um objetivo dessa natureza, terá uma grande oportunidade para isso. Já que, não obstante, toda sua correção, ele se achará na situação de Ismael: "sua mão contra todo homem, e a mão de todo homem contra ele". E não é de se admirar: se for verdade, que "todo aquele que viver a Palavra de Deus, deva sofrer perseguição", quão eminentemente deve isso ser cumprido naqueles que, não contentes de viverem eles mesmos a Palavra, constrangem os descrentes a também fazê-lo, ou, pelo menos, se absterem da incredulidade notória. Isso não é declarar guerra contra o mundo? Colocar todos os filhos do mal na oposição? E não irá o próprio Satã, "o príncipe desse mundo, o soberano da escuridão", por meio disso, mostrar toda sua sutileza e toda sua força, em defesa de seu cambaleante reino? Quem poderá esperar que o leão que ruge, se submeterá, mansamente, a tirar a presa de seus dentes? "Nós temos", entretanto, "de ter paciência; que, depois de fazermos a vontade de Deus, nós possamos receber a promessa".
(6) E nós devemos estar certos de que nós podemos "segurar com firmeza" essa "profissão de nossa fé, sem hesitar". Isto também deve ser encontrado, em todo aquele que se une a essa Sociedade; o que não é uma incumbência para o "homem irresoluto"; por aquele que é "inconstante em seus caminhos". Ele, que é como um junco trêmulo pelo vento, não é adequado para esse combate; o qual demanda um propósito firme de alma, uma resolução constante e determinada. Aquele que atende a isso pode "colocar mãos à obra"; mas quão logo ele irá "rememorar!". Ele pode, realmente, "suportar por um tempo; mas, quando a perseguição ou tribulação"; problemas públicos ou pessoais, "erguerem-se por causa do trabalho, ele se sentirá imediatamente ofendido".
(7) De fato, é difícil para qualquer um perseverar, em um trabalho tão desagradável, a menos que o amor subjugue tanto a dor quanto o medo. E, por conseguinte, é um recurso valoroso que todo aquele que esteja engajado nisso tenha o "amor de Deus derramado por todo seu coração"; para que estejam capacitados a declarar que "nós o amamos, porque Ele nos amou primeiro". A presença Dele a quem suas almas amam, irá tornar o trabalho leve. Eles poderão dizer, então, não da impetuosidade de uma imaginação exaltada, mas com a mais extrema verdade e sobriedade: "Com tua convivência, eu esqueço, todo o tempo, e labuta, e cuidado: O trabalho é descanso, e a dor é doce, enquanto tu, meu Deus, estás aqui".
(8) O que acrescenta ainda uma grande suavidade, mesmo para a labuta e dor, é o "amor cristão ao nosso próximo". Quando eles "amam o próximo", isto é, toda a alma do homem, "como a si mesmos", como suas próprias almas; quando "o amor de Cristo os constrange" a amar um ao outro, "assim como Ele nos amou"; quando, assim como Ele "experimentou a morte, por causa de todo homem", eles estão "prontos a colocar suas vidas por seus irmãos"; (incluindo, nesse número, a alma de todo aquele por quem Cristo morreu), que possibilidade de perigo será capaz, então, de amedrontá-los de seus "trabalhos de amor?". Que sofrimento eles não estarão prontos a suportar para salvar a alma de alguém das chamas eternas? Que continuação de tarefa, desapontamento, e dor irão reprimir a resolução fixa deles? Eles não serão contra toda repulsa fortalecidos, nunca se sentindo cansados do dia penoso e da noite mal sucedida; já que o amor tanto "socorre" como "suporta" todas as coisas: de modo que a "misericórdia nunca fracasse?".
(9) O amor é necessário para todos os membros de tal Sociedade, por outro lado igualmente; mesmo porque, ele "não se ensoberbece": ele produz não apenas coragem e paciência, mas humildade. E quão necessário é isso para todo aquele que está tão engajado nessa tarefa! O que pode ser de maior importância do que eles serem pequenos, e inferiores, e insignificantes, e desprezíveis a seus próprios olhos? Porque, do contrário, pudessem eles pensar alguma coisa deles mesmos; pudessem eles imputar alguma coisa a si mesmos; pudessem eles admitir alguma coisa de um espírito farisaico, "confiando em si mesmos que eles são retos, e menosprezando outros"; nada poderia tender mais diretamente a subverter todo o desígnio. Uma vez que, então, eles não poderiam apenas ter todo o mundo, mas também o próprio Deus, para lutar contra; vendo que ele "deteria o orgulho, e daria graça" apenas "ao humilde". Profundamente consciente, entretanto, deve todo membro dessa sociedade ser de sua própria insensatez, fragilidade e impotência; continuamente implorando, com toda sua alma por Ele que sozinho tem sabedoria e força, com uma convicção inexprimível de que "a ajuda que é feita sobre a terra, é o próprio Deus quem faz"; e que é Ele apenas "que opera em nós o desejo e o fazer o que lhe agrada".
(10) Um ponto mais para quem quer que se engaje nesse objetivo deve estar profundamente impresso em seu coração, isto é, que "a ira do homem não opera a retidão de Deus". Que o homem, entretanto, aprenda Dele que foi manso e humilde; e que ele habite na mansidão, assim como na humildade: e "com toda sua humildade e mansidão", que ele "caminhe meritório da vocação para a qual ele é chamado". Que ele seja "gentil para com todos os homens", bons ou maus, por sua própria causa, por causa deles, por causa de Cristo. Existem alguns "ignorantes ou fora do caminho?" Que ele tenha "compaixão" por eles. Eles sempre se opõem à palavra e trabalho de Deus; sim, eles se colocam em ordem de batalha contra ele? Tanto mais ele precisa "na mansidão, instruir aqueles que assim se opõem"; se, por acaso, eles puderem "escapar da armadilha do diabo", e não mais se "tornarem cativo da vontade dele".
IV
(1) Das qualificações daqueles que são apropriados para engajar-se em tal empreendimento como esse, eu continuo a mostrar, em Quarto Lugar, com que espírito e de que maneira ele deve ser desempenhado. Com que espírito: Agora isso primeiro considera o motivo, que deve ser preservado em cada passo que é dado; já que se, a qualquer tempo "a luz que há em ti for escurecida, quão grande será aquela escuridão! Mas, se teu olho for único, todo teu corpo estará cheio de luz". Isto é, entretanto, para ser continuamente lembrado, e transportado em toda palavra e ação. Nada deve ser falado ou feito – grande ou pequeno -, com o objetivo de uma vantagem temporal; nada, com um objetivo de favor ou estima, de amor ou de exaltação dos homens. Mas a intenção - o olho da mente - deverá estar sempre fixada na glória de Deus e bem do homem.
(2) Mas o espírito com o qual todas as coisas devem ser feitas concerne ao temperamento, assim como ao motivo. E isto não é outra coisa do que aquilo que foi descrito acima. Porque a mesma coragem, paciência, e firmeza que qualificam um homem para o trabalho, deverão ser exercidas nele. Acima de tudo, que ele "tome o escudo da fé": Isso irá extinguir milhares de dardos de fogo. Que ele manifeste toda a fé que Deus tem lhe dado, em todo momento difícil. E que todos os seus feitos sejam realizados no amor: que isto nunca seja arrancado dele. Nem deverão as águas agitadas extinguirem esse amor, nem as correntezas da ingratidão submergi-lo. Que, igualmente, aquela mente humilde que estava em Cristo Jesus, também esteja nele; sim, e que ele "seja coberto com humildade", preenchendo seu coração e adornando todo seu comportamento. Ao mesmo tempo, que ele "se cubra de misericórdia, bondade e longanimidade"; evitando a menor aparência de malícia, amargura, raiva ou ressentimento; sabendo que esse é nosso chamado, não para "superar o mal com o mal, mas para superar o mal com o bem". Com o objetivo de preservar esse amor humilde e gentil, é necessário fazer todas as coisas com reminiscência de espírito; em oposição a toda pressa, ou dissipação de pensamento, assim como em oposição ao orgulho, à ira ou ao mau humor; Mas isso não pode ser, ao contrário, preservado, do que por um "instante contínuo na oração", antes e depois de ele entrar no campo, e durante toda a ação; e fazendo tudo, no espírito de sacrifício, oferecendo tudo a Deus, através do Filho de seu amor.
(3) Com respeito à maneira de agir exterior, a regra geral é que seja expressiva desses temperamentos interiores. Para ser mais particular: Que cada homem cuide de não "causar mal para que o bem possa vir". Por conseguinte, "deixando de lado toda mentira, que todos os homens falem a verdade para seu próximo". Não use de fraude ou malícia, tanto com o objetivo de detectar, como de punir qualquer homem, mas "através da simplicidade e sinceridade divina" recomendar a si mesmo às consciências dos homens aos olhos de Deus. É provável que, pela sua adesão à essas regras, menos ofensores sejam convencidos; mas tão mais as bênçãos de Deus acompanharão todo o empreendimento.
(4) Mas que a inocência seja unida com a prudência, propriamente assim chamada; -- não aquele fruto do inferno a que o mundo chama de prudência, e que é mera astúcia, esperteza e dissimulação; mas com aquela "sabedoria que vem do alto", e que nosso Senhor peculiarmente recomenda a todo aquele que promove seu reino sobre a terra. "Seja você, portanto, sábio como serpentes", enquanto você é "inofensivo como pombos". Essa sabedoria irá instruir você a como adequar suas palavras com todo seu comportamento, às pessoas com quem você terá de lidar; ao tempo, lugar, e às todas as outras circunstâncias. Isso irá instruí-lo a eliminar as oportunidades de ofensa, mesmo daqueles que buscam ocasião para isso, e a fazer as coisas de natureza mais ofensiva, da maneira menos ofensiva possível.
(5) Sua maneira de falar, particularmente aos ofensores, deve, todo o tempo, ser profundamente séria (a fim de que não pareça ser insulto ou triunfo sobre eles); e, mais propriamente, propensa à preocupação; mostrando que você tem pena deles, pelo que eles fazem; e simpatia para com eles, pelo que eles sofrem. Que a aparência e o tom de sua voz, tanto quanto suas palavras, sejam imparciais, calmos e moderados; sim, onde não se assemelhariam à dissimulação, mesmo que gentis e amigáveis. Em alguns casos, onde suas palavras serão recebidas como elas significam, você pode reconhecer a disposição com que você os tolera; mas ao mesmo tempo, (para que eles não pensem que procedem do medo, ou de qualquer inclinação errônea), professando a sua intrepidez, e resolução inflexível para objetar e punir vícios ao extremo.
V
(1) Resta apenas fazer algumas aplicações do que tem sido falado; em parte, a você que já está engajado nessa tarefa; em parte, a todo aquele que teme a Deus; e, mais especialmente, a eles que amam, assim como, o temem. Com respeito a você que já está engajado nesse trabalho, o primeiro conselho que eu daria é que você considere profundamente e calmamente a natureza de seu empreendimento. Conhecendo o seu meio; estando completamente familiarizado com o que você tem à mão; considerando as objeções as quais são feitas a toda a sua incumbência; e, antes de prosseguir, estar convencido de que aquelas objeções não têm peso real: Assim sendo, todo homem pode agir já que ele está completamente persuadido em sua própria mente.
(2) Em segundo lugar, eu aconselho a você a não estar com pressa de aumentar seu número: E, em acrescentando, a isso, que você não considere riqueza, prestígio, ou qualquer outra circunstância exterior; apenas com respeito às qualificações acima descritas. Inquirindo diligentemente, se a pessoa proposta tem um comportamento irrepreensível, e se ele é um homem de fé, coragem, paciência, firmeza; se ele é um amante de Deus e homem. Se for assim, ele irá acrescentar à sua força, tanto quanto ao seu número: Se não, você irá perder com ele, mais do que irá ganhar; porque você irá desagradar a Deus. E não esteja temeroso de purgar fora do seu meio, qualquer um que não responda ao caráter precedente. Dessa forma, diminuindo seu número, você irá aumentar sua força: você será "instrumento adequado para o uso de seu Mestre".
(3) Em terceiro lugar, eu aconselho você a estreitamente observar por qual motivo você, a qualquer tempo, age ou fala. Cuidando, para que sua intenção não seja manchada com qualquer consideração ao proveito e reconhecimento. O que quer que você faça, "faça-o para o Senhor; como os servos de Cristo. Não almeje agradar a si mesmo, em qualquer ponto, mas agradar a Ele de quem você é, e a quem você serve. Que seu olho seja único, do começo ao fim; o olho de Deus apenas em toda palavra e obra".
(4) Em quarto lugar, eu aconselho você, a observar que você faça tudo, com um temperamento correto; com humildade e suavidade; com paciência e gentileza, em conformidade com o Evangelho de Cristo. Dê cada passo, confiando em Deus, com o espírito mais terno e amoroso de que você seja capaz. Nesse meio tempo, esteja atento sempre contra toda precipitação e dissipação de espírito; e ore sempre, com toda sinceridade e perseverança, para que sua fé não fracasse. E não permita que alguma coisa interrompa este espírito de sacrifício de tudo que você tem e é; de tudo que você suporta e faz, e que ele possa ser uma oferta de aroma perfumado a Deus, através de Jesus Cristo!
(5) Para a maneira de agir e falar, eu aconselho a você a fazê-lo com toda inocência e simplicidade; prudência e seriedade. Acrescentando a essas, toda calma e moderação possíveis; mais ainda, toda ternura que o caso merecer. Você não deve comportar-se como carniceiros ou carrascos; mas como cirurgiões preferivelmente; aquele que dá ao paciente não mais dor do que seja necessária para a cura. Para esse propósito, cada um, igualmente, tem necessidade da "mão de uma lady, com um coração de um leão". Assim, muito devem, mesmo aqueles aos quais você está constrangido a punir, "glorificar a Deus no dia da visitação".
(6) Eu exorto todos vocês que temem a Deus, já que vocês sempre esperam encontrar misericórdia nas mãos dele; já que vocês temem serem encontrados (embora vocês não saibam disso) "lutando contra Deus", que, em qualquer circunstância, razão, ou pretensão que seja, tanto diretamente, quanto indiretamente, não se oponham ou impeçam tão misericordioso desígnio, e algo tão condutivo para sua glória. Mas isso não é tudo: se vocês amam a humanidade; se vocês cobiçam diminuir os pecados e misérias do seu próximo, poderão vocês satisfazer a si mesmos; poderão vocês ser limpos diante de Deus, por meramente não se oporem a isso? Vocês não estão também compelidos, pela aliança mais sagrada, "já que vocês têm a oportunidade, a fazer o bem a todos os homens?" E aqui não existe a oportunidade de vocês fazerem o bem a muitos, mesmo o bem da mais alta espécie? Em nome de Deus, então, abracem essa oportunidade! Ajudem a fazer esse bem; se não, por outro lado, ainda que através das orações sinceras por aqueles que estão imediatamente empregados nesta tarefa. Auxiliá-los de acordo com a sua habilidade, a custear os gastos que, necessariamente, atendem a ela, e que, sem a assistência das pessoas misericordiosas, seria um peso que eles não poderiam suportar. Ajudá-los, se puderem, sem inconveniência, através de subscrições trimestrais ou anuais. Pelo menos, assistindo-os agora, usando a presente hora, fazendo o que Deus coloca em seus corações. Que não seja dito que vocês viram seu irmão trabalhando para Deus, e sem auxiliá-los, com um de seus dedos. Nesse caminho, entretanto, "venha ajudar ao Senhor; ajudar o Senhor contra o poderoso!".
(7) Eu tenho a mais alta pretensão com respeito a você que ama, tanto quanto teme a Deus. Aquele a quem você teme; aquele a quem você ama, tem qualificado você para promover seu trabalho, da maneira mais excelente. Porque você ama a Deus, você ama também o seu irmão: Você ama, não apenas seus amigos, mas seus inimigos; não apenas os amigos de Deus, mas também os inimigos dele. Você "se vestiu, como eleito de Deus, de humildade, gentileza, e longanimidade". Você tem fé em Deus, e em Jesus Cristo a quem ele enviou; a fé que supera o mundo: E, por meio disto, você subjuga tanto a vergonha do diabo, quanto aquele "medo do homem que traz a armadilha"; de modo que você pode se colocar com coragem, diante daqueles que o desdenham, e não tomam conhecimento do seu trabalho. Qualificado, então, como você está, e armado para a luta, você será como os filhos de Efraim, "que arrearam os cavalos, e arcos, e voltaram atrás no dia da batalha?". Você irá deixar alguns de seus irmãos permanecerem sozinhos, contra todos os hóspedes dos forasteiros?
Oh! Não diga que "essa é uma cruz bastante pesada; eu não tenho forças ou coragem para suportá-la!". Verdade; você mesmo, não: Mas você que crê, "pode fazer todas as coisas, através de Cristo que o fortalece". "Se tu podes crer, todas as coisas são possíveis àquele que crê". Nenhuma cruz é tão pesada para ele suportar; sabendo que eles que "sofrem com ele, reinam com ele".
Não diga, "além disso, eu não posso suportar por ser excepcional". Então, você não pode entrar no reino dos céus! Ninguém pode entrar lá, a não ser através de um caminho estreito; e todos os que caminham nele são singulares.
Não diga, "mas eu não posso tolerar a reprovação, o nome odioso de um informante". E existiu algum homem que salvou sua alma, que não tenha sido um exemplo e um provérbio de reprovação? Nem tu podes salvar a tua alma, a menos que aceites, de boa vontade, que os homens possam dizer toda sorte de coisas más sobre ti.
Não diga, "mas se eu estiver ativo nesse trabalho, eu irei perder, não apenas, minha reputação, mas meus amigos, meus clientes (no caso de comerciantes), meu trabalho, meu sustento; de maneira que eu serei levado ao empobrecimento". Tu não irás; tu não podes: isto é absolutamente impossível, a menos que o próprio Deus escolha isso; já que seu "reino está sobre tudo", e "mesmo os cabelos de tua cabeça são todos contados". Mas, se a sabedoria e a graciosidade de Deus escolher isso para ti, você irá murmurar ou queixar-se? Irá você preferivelmente dizer, "o cálice que meu Pai me deu, eu não devo beber?". Se você "sofrer pela causa de Cristo, feliz você será; o Espírito da glória e de Deus descansará sobre você".
Não diga, "eu iria sofrer todas as coisas, mas minha esposa não consentiria nisso; e, certamente, um homem deve deixar pai e mãe e tudo o mais, para unir-se à sua esposa". Verdade; tudo, a não ser Deus; tudo, a não ser Cristo: Ele não deve deixar Deus, pela sua esposa! Ele não pode deixar esse trabalho, sem ser realizado, por causa de um ente querido. O próprio nosso Senhor tem dito, nesse sentido, "se algum homem ama seu pai, ou mãe, ou esposa, ou filhos, mais do que a mim, ele não é merecedor de mim!".
Não diga, "bem, eu poderia renunciar a tudo por Cristo; mas um dever não deve impedir o outro; e isso poderia freqüentemente impedir meu atendimento à adoração pública". Algumas vezes, provavelmente, pode ser. "Vá, então, e aprenda o que isso significa, eu irei ter misericórdia e não sacrifício". E, o que quer que esteja perdido, por mostrar essa misericórdia, Deus irá recompensar sete vezes outro tanto em teus desejos secretos.
Não diga, "Mas, eu posso ferir minha própria alma. Eu sou um homem jovem, e estar em contato livremente com mulheres, irá me expor à tentação". Sim, se você fez isso, com suas próprias forças, ou para seu próprio prazer. Mas este não é o caso. Você confia em Deus; e você almeja agradar somente a ele. E se ele pode chamar você, mesmo no meio de uma fornalha fervente, "embora tu caminhes através do fogo, tu não serás queimado; nem as chamas incidirão sobre ti". "Verdade; se ele me chamar para dentro da fornalha; mas eu não vejo que eu tenha sido chamado para isso". Talvez, você não esteja disposto a ver isso. Entretanto, se tu não fostes chamado antes, eu te chamo agora, em nome de Cristo: Tome a tua cruz, e o siga! Não raciocine mais com a carne e o sangue, mas resolva participar da mesma sorte com os mais desprezados, os mais mal-afamados dos seguidores dele; a imundície e refugo do mundo! Eu chamo a ti, em particular, que, uma vez, tornou forte a mão deles, quando voltastes atrás. Tome coragem! Seja forte! Preencham a alegria deles, retornando com o coração e mão! Deixe transparecer que tu "partistes por um tempo, e que eles deveriam receber-te novamente, para sempre".
 
Oh! Não seja "desobediente ao chamado dos céus!". E, assim como para todos vocês que sabem para o que foram chamados, considerem todas as coisas perdidas, de modo que vocês possam salvar uma alma pela qual Cristo morreu! E, nisso, "não deixe nada para o dia seguinte", mas "lance todas as suas preocupações nele, que se preocupa com você!". Confie suas almas, corpos, e tudo o mais, a ele, "como a um Criador misericordioso e fiel!".
1. Em todos os tempos, os homens, que nem temeram a Deus, nem consideraram o homem, têm se unido, e formado alianças, para levarem adiante as obras da escuridão. E nisso, eles têm mostrado, a si mesmos, sábios, em suas gerações; porque, desse modo, eles efetivamente promovem mais o reino do pai deles, o diabo. Por outro lado, os homens, que temeram a Deus, e desejaram a felicidade de seus companheiros, têm achado necessário, em todos os tempos, reunirem-se, com o propósito de se oporem aos trabalhos da escuridão, para expandirem o conhecimento de Deus, o Salvador deles, e promoverem seu reino sobre a terra. De fato, Ele próprio os tem instruído a fazer assim. Desde que os homens estão sobre a terra, Ele os tem ensinado a se reunirem, em seu serviço ministerial, e os tem unido, em um só corpo, através de um Espírito único. E, para esse mesmo propósito, Deus os tem juntado, "para que eles possam destruir as obras do mal"; primeiro, neles que já estão unidos, e, através deles, a todos que necessitam ao redor deles.
2. Esse é o desígnio original da Igreja de Cristo. Ela é um corpo de homens compactados, com o propósito, primeiro de salvar, cada um, a sua própria alma; então, assistir, um ao outro, no trabalho da salvação; e, mais tarde, tão longe quanto esteja colocado neles, salvar todos os homens da miséria presente e futura, para aniquilar o reino do mal, e estabelecer o reino de Cristo. E este deve ser o cuidado e esforço contínuos de cada membro de sua Igreja; do contrário, este será merecedor de ser chamado um membro dela, uma vez que ele não é um membro vivo de Cristo.
3. Conseqüentemente, esse deve ser o cuidado e esforço constante de todos esses que estão unidos nesses reinos, e são comumente chamados de A Igreja da Inglaterra. Eles estão unidos, para esse mesmo propósito: oporem-se ao mal e a todas as suas obras, e empreenderem uma guerra contra o mundo e a carne, os aliados constantes e fiéis dele. Mas eles, de fato, respondem pela finalidade dessa união? Todos aqueles que se intitulam "membros da Igreja da Inglaterra", opondo-se de todo coração às obras do mal, e lutando contra o mundo e a carne? Ai de mim! Nós não podemos dizer isso! Bem longe desse propósito, é que a grande parte; eu temo, a maior parte deles é também do mundo, -- as pessoas que não conhecem a Deus para algum propósito de salvação, estão favorecendo a carne, dia a dia, com as afeições e desejos, em vez de "mortificá-la", e fazendo, eles mesmos, esses trabalhos do mal, que eles estão peculiarmente engajados a destruírem.
4. Existe ainda, entretanto, mesmo nesses condados cristãos, (como nós cortesmente intitulamos a Grã-Bretanha), sim, nessas igrejas cristãs (se nós podemos dar este titulo para a parte principal de nossa nação), alguns para "se erguem contra o iníquo", e reúnem-se "contra os malfeitores". Mais do que isso, nunca houve mais necessidade, do que nesses dias, daqueles "que temem ao Senhor, de falarem, freqüentemente", sobre esse mesmo assunto: como eles poderiam "levantar um estandarte contra a iniqüidade", que inunda a terra. Existe motivo abundante para todos os servos de Deus reunirem-se contra as obras do mal; com os corações, desígnios e esforços unidos, para construírem um suporte para Deus, e para reprimirem, tanto quanto está colocado neles, essas "inundações de incredulidade".
5. Para esse mesmo propósito, poucas pessoas, em Londres, já no fim do último século, uniram-se, e, depois de algum tempo, estabeleceram a Sociedade para a Reforma das Maneiras; realizando um trabalho inacreditável, durante quase quarenta anos. Mas, então, a maioria dos membros originais, tendo ido buscar o seu galardão, aqueles que os sucederam, cresceram fracos, em suas mentes, e se afastaram da obra: De modo que, uns poucos anos atrás, a Sociedade cessou; nem alguma outra do tipo permaneceu no reino.
6. É uma sociedade com as mesmas características, a que tem se formado ultimamente. Eu proponho mostrar: (1) A natureza do objetivo deles, e os passos que eles têm tomado nessa direção; (2) A excelência dela; com as várias objeções que têm sido levantadas contra; (3) Como devem ser os homens que pretendem engajar-se, em tal propósito; (4) Com que espírito, e de que maneira, eles deveriam prosseguir na execução dela. Eu devo concluir com uma aplicação, a eles e a todos os que temem a Deus.
I
(1) Eu, Primeiro, vou mostrar a natureza do objetivo deles, e os passos que eles terão que tomar nessa direção.
A primeira menção feita sobre a profanação grosseira e aberta do dia sagrado, por pessoas comprando, vendendo e mantendo as lojas abertas, tomando bebida alcoólica nas tabernas, de pé, ou sentadas, nas estradas e campos, mascateando suas mercadorias, como nos dias comuns; especialmente, em Moorfields, que ficava, então, cheia, todo domingo, de uma extremidade à outra, aconteceu no dia do Senhor, em Agosto de 1757, em um pequeno grupo que se encontrava comigo para oração e conversas religiosas. Nesse dia, foi considerado qual método seria usado para remediar tais calamidades, ficando acertado que seis pessoas do grupo poderiam, de manhã, esperar pelo Sr. John Fielding para instrução. Eles assim o fizeram. O Sr. Fielding aprovou o que fora designado, e os dirigiu a como levar isso em execução.
(2) Eles, primeiro, entregaram petições ao ilustre Sr. Prefeito, e ao Conselho Municipal; para sala de Justiça, em Hick's Hall; e aquelas em Westminster, e receberam de todos esses honrados cavalheiros muitos incentivos para prosseguirem.
(3) Em seguida foi julgado apropriado expressarem o objetivo deles para as muitas pessoas notáveis do grupo, e para o corpo de clérigos, assim como para os Ministros de outras denominações, pertencentes às diversas igrejas e assembléias, dentro e nos arredores das cidades de Londres e Westminster, e ele tiveram a satisfação de se encontrarem com o consentimento afetuoso e a aprovação universal deles.
(4) Eles, então, imprimiram e distribuíram, às próprias custas, diversos milhares de livros de instrução para os Condestáveis (guardas) e outros Oficiais Paroquianos, explicando e reforçando as diversas obrigações deles: E, para prevenir, tanto quanto possível, a necessidade de procedimento, para uma execução atual das leis, eles igualmente imprimiram e distribuíram, em todas as partes da cidade, dissuasivos da profanação do Sabbath, extraído dos Atos do Parlamento contra isso, e notificações para os ofensores.
(5) O caminho sendo pavimentado por essas precauções, no início do ano de 1758, depois das notificações serem entregues, várias vezes, e de serem freqüentemente desprezadas, foi que as informações atuais foram feitas para os Magistrados contra as pessoas que profanavam o dia do Senhor. Dessa forma, eles primeiro limparam as ruas e campos desses ofensores notórios, que, sem qualquer cuidado, tanto para com Deus, quanto para com o rei, estavam vendendo suas mercadorias de manhã à noite. Daí, prosseguiram em direção à mais difícil das tentativas: prevenir o uso de bebidas alcoólicas, no dia do Senhor, quando o homem gasta na taberna, o tempo que deveria ser gasto no trabalho mais imediato de adoração a Deus.
Com isso, eles foram expostos a uma abundância de reprimendas, insultos e abusos de todo tipo; tendo não apenas os grandes bebedores, e aqueles que os entretinham, os donos das tabernas, para lutarem contra eles, mas os homens ricos e honoráveis — em parte, os senhorios desses donos das cervejarias — em parte, aqueles que as abasteciam com bebidas, e, em geral, todos que ganhavam através dos pecados deles. Alguns desses eram, não apenas homens de posses, mas homens, na autoridade; além do que, eles eram as mesmas pessoas, diante dos quais os delinqüentes eram trazidos, em mais de uma ocasião. E o tratamento que eles deram a esses que forneceram as notificações, naturalmente encorajou "as pessoas selvagens" a seguirem o exemplo, tratando-os como indivíduos não adequados a viverem sobre a terra. Em conseqüência disso, não tiveram escrúpulo, não apenas para tratá-los com a linguagem mais vil, atirando neles lama e pedras, ou o que viesse a mão, mas, muitas vezes, batendo neles, sem misericórdia, e arrastando-os contra as pedras, ou pelas sarjetas. E se eles não os assassinaram, não foi por falta de vontade, mas porque a rédea estava em seus dentes.
(6) Então, tendo recebido ajuda de Deus, eles seguiram restringindo os padeiros igualmente, de gastarem tão grande parte do dia do Senhor, exercitando o trabalho de sua profissão. Mas muitos desses eram mais nobres do que taverneiros. Eles estavam longe de se ressentirem, ou olharem para isso, como uma afronta, e mesmo os que tinham se precipitado a agir, contrário às suas próprias consciências, sinceramente agradeceram o trabalho deles, e reconheceram isso como uma real generosidade.
(7) Da limpeza das ruas, campos e bares dos profanadores do Sabbath, eles se lançaram sobre uma outra espécie de ofensores, tão danosos para a sociedade, quanto qualquer outro, isto é, os vários tipos de jogadores. Alguns desses eram da classe mais baixa e mais vil, comumente chamados apostadores; cujo comércio é apanhar os homens jovens e inexperientes, desviando a atenção de todo o dinheiro deles; e, depois de levá-los à miséria, freqüentemente lhes ensinarem o mesmo mistério da iniqüidade. Diversos ninhos desses, eles têm extirpado; e, não poucos deles têm sido constrangidos a honestamente ganharem o pão de cada dia, através do suor do seu rosto e do trabalho de suas mãos.
(8) Crescendo em número e força, eles estenderam seus horizontes, e começaram não apenas a reprimir a blasfêmia profana, mas a remover de nossas ruas, outra praga pública, e escândalo para o nome Cristão, as prostitutas comuns. Muitas dessas foram impedidas de exercerem seus meios de vida da maldade audaciosa. E, com o objetivo de ir até a raiz do mal, muitas das casas que as abrigavam foram detectadas, acionadas de acordo com a lei, e totalmente suprimidas. E algumas dessas mulheres pobres e desoladas, embora caídas na linha mais baixa da infâmia humana, têm reconhecido a providência graciosa de Deus, e romperam com seus pecados através do arrependimento eterno. Diversas dessas foram removidas, e diversas recebidas no Hospital Magdalene.
(9) Se uma pequena digressão é possível ser permitida, quem poderá admirar suficientemente a sabedoria da Providência Divina, na disposição dos tempos e épocas, de maneira a ajustar uma ocorrência a outra? Por exemplo: Justamente, no momento em que muitas dessas pobres criaturas tendo cessado o curso do pecado, encontraram um desejo de levarem uma vida melhor, como em resposta àquela triste questão: "Mas, e se eu abandonar essa vida, o que eu posso fazer para viver, já que eu não sou dona de algum comércio; e não tenho amigos que irão me receber?". Eu digo, exatamente nesse momento, que Deus tem preparado o Hospital Magdalen. Aqui, aquelas que não têm comércio, nem qualquer amigo para recebê-las, são recebidas com toda a ternura; sim, elas podem viver, e com conforto, sendo providas com todas as coisas que são necessárias "para a vida e santidade".
(10) Mas, retornando. O número de pessoas trazidas para a justiça, de Agosto de 1757, a Agosto de 1762, foi de 9.596. Dessa data, até o presente momento, por causa dos jogos ilícitos e blasfêmias profanas (40); por terem quebrado o Sabbath (400); mulheres lascivas, e mantenedoras das casas de má fama (550); pelo oferecimento para venda, de impressos obscenos (02). Ao todo foram 10.588 pessoas.
(11) Na admissão dos membros na Sociedade, nenhuma atenção é dada, com respeito a alguma seita ou grupo em particular. Quem quer que seja considerado, em um inquérito, ser um homem de bem, é admitido prontamente. E ninguém que tenha objetivos egoístas ou pecuniários, irá continuar por muito tempo nisso; não apenas porque ele não pode ganhar coisa alguma, por esse meio, mas porque ele poderia tornar-se rapidamente um perdedor, visto que ele deve começar a subscrever, tão logo seja um membro. De fato, o clamor vulgar é: "Esses são todos os Whitefieldites". Mas isso é um grande erro. Por volta de vinte dos membros constantemente subscritos estão todos os que estão em conexão com o Sr. Whitefield; por volta de cinqüenta, os que estão em conexão com o Sr. Wesley; por volta de vinte, e que são das Igrejas Estabelecidas, não têm conexão com qualquer um deles; e, por volta de setenta são Dissidentes; que perfazem ao todo, cento e sessenta. Há, realmente, muitos mais que assistem nos trabalhos em subscrições ocasionais.
II
Esses são os passos que têm sido tomados, até aqui, na execução desse objetivo. Eu vou, em Segundo Lugar, mostrar a excelência dessa medida, não obstante as objeções, as quais têm se erguido contra ela. E isso pode surgir das considerações diversas:
(1) Colocar-se abertamente contra toda a descrença e iniqüidade, que se espalha sobre a nossa terra, como uma inundação, é um dos mais nobres caminhos de confessar Cristo na cara de seus inimigos. Dando glória a Deus, e mostrando para a Humanidade, que, mesmo nesses resíduos de tempo, há quem prefira a fé; embora poucos, e fidelidade para com Deus. E o que mais excelente do que render a Deus a honra devida a seu nome? Declarar por meio de provas mais fortes do que palavras, mesmo através de sofrimento, e correndo todos os riscos, que "Verdadeiramente há uma recompensa para o justo; e sem dúvida há um Deus que julga a terra".
(2) Quão excelente é o objetivo de prevenir a qualquer grau a desonra feita ao seu nome glorioso, o desrespeito que brotou sobre sua autoridade, e o escândalo trazido sobre nossa religião santa, pela maldade grosseira e flagrante desses que são ainda chamados pelo nome de Cristo! Para estancar, de qualquer forma, a torrente de vícios; para represar as inundações da descrença; para remover, nas horas vagas, essas ocasiões de blasfêmias o nome honrado, por meio do qual nós somos chamados, é um dos mais nobres desígnios que pode possivelmente ser concebido no coração do homem.
(3) E como esse desígnio evidentemente tende a trazer "glória a Deus, nas Alturas", então, não menos evidentemente conduz ao estabelecimento da "paz na terra". Porque, como todo pecado diretamente tende a destruir nossa paz com Deus, colocando-o na rebeldia declarada, com o propósito de banir a paz de nosso próprio peito, e colocar a espada de cada homem contra seu próximo; então, o que quer que previna ou remova o pecado, promove, da mesma maneira a paz – da nossa própria alma, paz com Deus, e paz com o outro. Tais são os frutos genuínos desse objetivo, mesmo no presente mundo. Mas, por que nós devemos confinar nossos horizontes aos limites estreitos do tempo e espaço, ao invés de passar por esses para a eternidade? E qual o fruto dele que devemos encontrar lá? Vamos deixar o Apóstolo falar em (Tiago 5:19-20) "Irmãos, se um de vocês se desviar da verdade, e um convertê-lo" (não para essa, ou aquela opinião, mas para Deus!) "deixe-o saber que aquele que converteu o pecador do erro de seu caminho, salvou uma alma da morte, e afastou uma multidão de pecados".
(4) Nem são para os indivíduos apenas, quaisquer que sejam os que induzem o outro ao pecado, ou aqueles que estejam sujeitos a serem induzidos ou destruídos por eles, que os benefícios desse objetivo redundam, mas para a comunidade da qual somos membros. Porque não é uma observação correta, "a retidão exalta a nação?". E não é certo, por outro lado, que "o pecado é uma desgraça para qualquer pessoa?". Sim, e traz a ira de Deus sobre elas? Tão longe quanto a retidão, em qualquer ramo é fomentada, tão longe é o interesse nacional desenvolvido. Tão longe o pecado — especialmente, o pecado declarado — é restringido, a assolação e a reprovação são removidas de nós. Quem quer, então, que trabalhe nisso, são em geral benfeitores. Eles são os verdadeiros amigos de seu rei e país. E, na mesma proporção, que esse objetivo toma lugar, não existe dúvida de que Deus dará prosperidade nacional, em cumprimento à sua palavra fiel: "Aqueles que me honrarem, eu irei honrar".
(5) Mas objeta-se: "Como quer que seja a excelência desse objetivo, ele não diz respeito a você. Visto que não existem pessoas, a quem essas ofensas estejam sendo feitas (a não ser a Deus), e a quem a punição correta aos ofensores pertença? Não existem Condestáveis (guardas), e outros Oficiais Paroquianos, que estejam constrangidos pelo juramento dessa mesma coisa? Existem. Condestáveis e Curadores da Igreja, em particular, estão engajados pelo juramento solene a dar informações contra os profanadores do dia do Senhor, e todos os outros pecadores escandalosos. Mas, se eles deixam, sem ser feito; se, não obstante o juramento, eles não se preocupam com o assunto, isso concerne a todo aquele que teme a Deus, que ama a Humanidade, e que deseja o bem para seu rei e país, executar esse desígnio, com o mesmo vigor, como se não existisse Oficial algum".
(6) "Mas essa é apenas uma pretensão: O verdadeiro objetivo é ganhar dinheiro, dando informações".
Isso é o que tem sido, freqüentemente e redondamente, afirmado, mas sem a menor sombra de verdade. O contrário pode ser provado por milhares de exemplos: Nenhum membro da Sociedade toma qualquer parte do dinheiro, o qual é, pela lei, repartido ao informante. Eles nunca fizeram no começo; nem qualquer um deles alguma vez recebeu alguma coisa para suprimir ou privar as informações deles. Esse é um outro erro, se não, uma calúnia proposital, já que não existe o menor fundamento.
(7) "Mas esse objetivo é impraticável. Os vícios se erguem, de tal maneira, que é impossível suprimi-lo; especialmente por esses meios. O que pode um punhado de pobres pessoas fazer, em oposição ao mundo?".
"Com os homens é impossível, mas não com Deus". E eles confiam, não em si mesmos, mas nele. Sejam, então, os patrocinadores dos vícios, sempre tão fortes, para Ele, esses não passam de gafanhotos. E todos os meios são semelhantes a Ele: É a mesma coisa com Deus "liberto por muitos ou por poucos". O pequeno número, entretanto, desses que estão do lado do Senhor é nada; nem o grande número daqueles que são contra ele. Ainda que Ele faça o que lhe agrada; e "não exista deliberação ou força contra o Senhor".
(8) "Mas, se a finalidade que você planeja é realmente reformar os pecadores, você escolheu os meios errados. É a Palavra de Deus que deve fazer isso, e não as leis humanas; e é trabalho dos Ministros, não dos Magistrados; de qualquer forma, a aplicação desses pode apenas produzir uma reforma externa. Não faz mudança alguma no coração".
É verdade que a Palavra de Deus é o meio principal e superior, por meio do qual, pode mudar os corações, assim como as vidas dos pecadores, e faz isso, principalmente, através dos Ministros do Evangelho. Mas é igualmente verdadeiro que o Magistrado é "um ministro de Deus"; e que ele é designado de Deus "para ser o terror dos fazedores de mal", executando as leis humanas sobre eles. Se isso não muda o coração, pelo menos, previne o pecado externo, o que é um ponto valioso ganho. Há, assim, menos desonra feita a Deus; menos escândalo trazido sobre nossa santa religião; menos maldição ou reprovação para com nossa nação; menos tentação colocada no caminho de outros; sim, e menos ira sobre os mesmos pecadores, no dia da ira do Senhor.
(9) "Não apenas isso; já que muitos deles podem se tornar hipócritas, fingindo serem o que não são. Outros, por serem expostos à vergonha, ou terem imputado neles despesas, podem se tornar impudentes e sem esperança na maldade; de modo que, na realidade, nenhum deles se torna uma pessoa melhor; isso, se não tornarem piores do que eram antes".
Isso é um erro por completo. Porque, (1) Onde estão esses hipócritas? Nós não conhecemos alguém que tenha fingido ser o que não eram; (2) Expor os ofensores obstinados à vergonha, e imputando neles despesas, não os torna sem esperança na ofensa, mas temerosos de ofender; (3) Algum deles, longe de se tornarem piores, estão substancialmente melhores, tendo todo o teor de suas vidas sendo mudado. Sim, (4) alguns mudaram interiormente, sempre "da escuridão para a luz, e do poder do diabo, para o poder de Deus".
(10) "Mas muitos não estão convencidos de que comprar ou vender no dia do Senhor é um pecado".
Se eles não estão convencidos, eles devem ser: já é mais do que hora de saberem. O caso é simples, como a simplicidade pode ser. Porque, se uma brecha aberta e obstinada, tanto para a lei de Deus, quanto para a lei da terra, não é pecado; por favor, diga-me o que é? E se tal brecha para as leis divinas e humanas não é para ser punida, porque o homem não está convencido de que é um pecado, existe um fim para toda a execução da justiça, e todos os homens podem viver como melhor lhe agradar.
(11) "Mas métodos brandos devem ser experimentados primeiro".
Eles devem: e, eles são. A repreensão branda, dada a todo ofensor diante da lei, é colocada em execução contra ele; homem algum é processado, até que ele seja expressamente notificado de que esse será o caso, a menos que ele impeça o processo, removendo a causa dele. Em toda situação, o método mais brando é usado; o que a natureza da questão irá determinar; nem os meios mais severos são aplicados, a não ser que isto seja absolutamente necessário a esta finalidade.
(12) "Mas, depois disso tudo mexer, no que diz respeito à reforma, qual o bem real que terá sido feito?".
Inexprimível bem; e abundantemente mais do que qualquer um poderia esperar, em tão curto espaço de tempo, considerando o pequeno número de instrumentos, e as dificuldades que eles encontrariam. Muitas das ações más tinham sido prevenidas, e muito mais, removidas. Muitos pecadores tinham sido reformados exteriormente, e mudado interiormente. A honra dele, de cujo nome somos testemunhas, tão abertamente afrontada, tem sido abertamente defendida. E não é fácil determinar a quantidade e quão grandes bênçãos essa pequena defesa, feita para Deus e a sua causa, contra seus inimigos audazes, já têm derivado sobre toda a nossa nação. No todo, então, depois de toda objeção feita, homens razoáveis podem ainda concluir um objetivo mais excelente, que raramente entrou no coração do homem.
III
(1) Mas como devem ser esses homens que se engajam em tais projetos?
Alguns podem imaginar que, qualquer um que deseje assistir nisso, deve rapidamente ser admitido; e que o maior número de membros, quanto maior, será a influência deles. Mas isso, de forma alguma, é verdadeiro: Na verdade, inegavelmente prova o contrário. Enquanto a Sociedade anterior para a Reforma das Maneiras consistiu da escolha de membros apenas, embora nem muitos, nem ricos, nem poderosos, eles abriram caminho, através de toda oposição, e foram eminentemente bem sucedidos, em todos os ramos de empreendimentos deles; mas, quando um número de homens foi escolhido, menos criteriosamente, e foi recebido, dentro da Sociedade, tornou-se cada vez menos útil, até que, por graus insensíveis, esses homens definharam no nada.
(2) O número de membros, entretanto, não é mais para ser atendido por riqueza e eminência. Esse é um trabalho de Deus. Ele é para ser empreendido, no nome de Deus, e por causa dele. Segue-se que homens que, nem amam ou temem a Deus, não têm parte ou porção nesse propósito. "Por que tu tomas minha aliança em tua boca?". Possa Deus dizer a qualquer um desses: "considerando que tu odeias ser reformado, e tens lançado minhas palavras longe de ti?". Quem quer que, entretanto, viva em algum pecado conhecido, não está capacitado para engajar-se no trabalho de reforma dos pecadores: Mais especialmente, se ele é culpado, em alguma instância, ou, no último grau, de profanar o nome de Deus, comprando, vendendo ou fazendo algum trabalho desnecessário, no dia do Senhor; ou ofendendo, em algumas dessas outras instâncias, as quais essa sociedade é peculiarmente designada reformar. Não; não deixe que alguém que necessite dessa reforma presuma intrometer-se com tal incumbência. Primeiro deixe que ele "arranque a trava do próprio olho": que ele primeiro seja irrepreensível em todas as coisas.
(3) Nem isso será suficiente: Todo aquele que estiver engajado nele deve ser mais do que um homem inofensivo. Ele deve ser um homem de fé; tendo pelo menos, tal grau daquela "evidência das coisas não vistas", almejar não as coisas que são vistas, e que são temporais, mas aquelas que não são vistas, e que são eternas; tal fé que produz um medo firme de Deus, com a resolução eterna, pela sua graça, de abster-se de tudo aquilo que ele tem proibido, e fazer tudo o que ele tem ordenado. Ele irá, mais especialmente, precisar daquele ramo particular de fé: a confiança em Deus. Essa é a fé que "remove montanhas"; que "extingue a violência do fogo"; que abre caminho através de toda oposição; e capacita a permanecer contra, e "afugentar milhares", sabendo em quem sua força se situa, e, mesmo quanto ele tem "a sentença da morte, em si mesmo, confia nele que se ergueu de entre os mortos".
(4) Ele, que tem fé e confiança em Deus, irá, em conseqüência, ser um homem de coragem. E tal coragem é altamente necessária a todo aquele que estiver engajado nesse empreendimento: já que muitas coisas irão ocorrer, na execução dele, que são terríveis para a natureza; de fato, tão terríveis, que todo aquele que "conferencia com a carne e o sangue" estará temeroso de conflitar-se com elas. Aqui, entretanto, a coragem verdadeira tem seu lugar próprio, e é necessária no mais alto grau. E isso, tão somente a fé pode fornecer. Um crente pode dizer: "Eu não temo a rejeição; nenhum perigo eu temo; nem começar a prova; já que Jesus está por perto".
(5) Para a coragem, a paciência é a aliada mais próxima; uma cuida da maldade futura, a outra da maldade presente. E o que quer que se envolva para continuar um objetivo dessa natureza, terá uma grande oportunidade para isso. Já que, não obstante, toda sua correção, ele se achará na situação de Ismael: "sua mão contra todo homem, e a mão de todo homem contra ele". E não é de se admirar: se for verdade, que "todo aquele que viver a Palavra de Deus, deva sofrer perseguição", quão eminentemente deve isso ser cumprido naqueles que, não contentes de viverem eles mesmos a Palavra, constrangem os descrentes a também fazê-lo, ou, pelo menos, se absterem da incredulidade notória. Isso não é declarar guerra contra o mundo? Colocar todos os filhos do mal na oposição? E não irá o próprio Satã, "o príncipe desse mundo, o soberano da escuridão", por meio disso, mostrar toda sua sutileza e toda sua força, em defesa de seu cambaleante reino? Quem poderá esperar que o leão que ruge, se submeterá, mansamente, a tirar a presa de seus dentes? "Nós temos", entretanto, "de ter paciência; que, depois de fazermos a vontade de Deus, nós possamos receber a promessa".
(6) E nós devemos estar certos de que nós podemos "segurar com firmeza" essa "profissão de nossa fé, sem hesitar". Isto também deve ser encontrado, em todo aquele que se une a essa Sociedade; o que não é uma incumbência para o "homem irresoluto"; por aquele que é "inconstante em seus caminhos". Ele, que é como um junco trêmulo pelo vento, não é adequado para esse combate; o qual demanda um propósito firme de alma, uma resolução constante e determinada. Aquele que atende a isso pode "colocar mãos à obra"; mas quão logo ele irá "rememorar!". Ele pode, realmente, "suportar por um tempo; mas, quando a perseguição ou tribulação"; problemas públicos ou pessoais, "erguerem-se por causa do trabalho, ele se sentirá imediatamente ofendido".
(7) De fato, é difícil para qualquer um perseverar, em um trabalho tão desagradável, a menos que o amor subjugue tanto a dor quanto o medo. E, por conseguinte, é um recurso valoroso que todo aquele que esteja engajado nisso tenha o "amor de Deus derramado por todo seu coração"; para que estejam capacitados a declarar que "nós o amamos, porque Ele nos amou primeiro". A presença Dele a quem suas almas amam, irá tornar o trabalho leve. Eles poderão dizer, então, não da impetuosidade de uma imaginação exaltada, mas com a mais extrema verdade e sobriedade: "Com tua convivência, eu esqueço, todo o tempo, e labuta, e cuidado: O trabalho é descanso, e a dor é doce, enquanto tu, meu Deus, estás aqui".
(8) O que acrescenta ainda uma grande suavidade, mesmo para a labuta e dor, é o "amor cristão ao nosso próximo". Quando eles "amam o próximo", isto é, toda a alma do homem, "como a si mesmos", como suas próprias almas; quando "o amor de Cristo os constrange" a amar um ao outro, "assim como Ele nos amou"; quando, assim como Ele "experimentou a morte, por causa de todo homem", eles estão "prontos a colocar suas vidas por seus irmãos"; (incluindo, nesse número, a alma de todo aquele por quem Cristo morreu), que possibilidade de perigo será capaz, então, de amedrontá-los de seus "trabalhos de amor?". Que sofrimento eles não estarão prontos a suportar para salvar a alma de alguém das chamas eternas? Que continuação de tarefa, desapontamento, e dor irão reprimir a resolução fixa deles? Eles não serão contra toda repulsa fortalecidos, nunca se sentindo cansados do dia penoso e da noite mal sucedida; já que o amor tanto "socorre" como "suporta" todas as coisas: de modo que a "misericórdia nunca fracasse?".
(9) O amor é necessário para todos os membros de tal Sociedade, por outro lado igualmente; mesmo porque, ele "não se ensoberbece": ele produz não apenas coragem e paciência, mas humildade. E quão necessário é isso para todo aquele que está tão engajado nessa tarefa! O que pode ser de maior importância do que eles serem pequenos, e inferiores, e insignificantes, e desprezíveis a seus próprios olhos? Porque, do contrário, pudessem eles pensar alguma coisa deles mesmos; pudessem eles imputar alguma coisa a si mesmos; pudessem eles admitir alguma coisa de um espírito farisaico, "confiando em si mesmos que eles são retos, e menosprezando outros"; nada poderia tender mais diretamente a subverter todo o desígnio. Uma vez que, então, eles não poderiam apenas ter todo o mundo, mas também o próprio Deus, para lutar contra; vendo que ele "deteria o orgulho, e daria graça" apenas "ao humilde". Profundamente consciente, entretanto, deve todo membro dessa sociedade ser de sua própria insensatez, fragilidade e impotência; continuamente implorando, com toda sua alma por Ele que sozinho tem sabedoria e força, com uma convicção inexprimível de que "a ajuda que é feita sobre a terra, é o próprio Deus quem faz"; e que é Ele apenas "que opera em nós o desejo e o fazer o que lhe agrada".
(10) Um ponto mais para quem quer que se engaje nesse objetivo deve estar profundamente impresso em seu coração, isto é, que "a ira do homem não opera a retidão de Deus". Que o homem, entretanto, aprenda Dele que foi manso e humilde; e que ele habite na mansidão, assim como na humildade: e "com toda sua humildade e mansidão", que ele "caminhe meritório da vocação para a qual ele é chamado". Que ele seja "gentil para com todos os homens", bons ou maus, por sua própria causa, por causa deles, por causa de Cristo. Existem alguns "ignorantes ou fora do caminho?" Que ele tenha "compaixão" por eles. Eles sempre se opõem à palavra e trabalho de Deus; sim, eles se colocam em ordem de batalha contra ele? Tanto mais ele precisa "na mansidão, instruir aqueles que assim se opõem"; se, por acaso, eles puderem "escapar da armadilha do diabo", e não mais se "tornarem cativo da vontade dele".
IV
(1) Das qualificações daqueles que são apropriados para engajar-se em tal empreendimento como esse, eu continuo a mostrar, em Quarto Lugar, com que espírito e de que maneira ele deve ser desempenhado. Com que espírito: Agora isso primeiro considera o motivo, que deve ser preservado em cada passo que é dado; já que se, a qualquer tempo "a luz que há em ti for escurecida, quão grande será aquela escuridão! Mas, se teu olho for único, todo teu corpo estará cheio de luz". Isto é, entretanto, para ser continuamente lembrado, e transportado em toda palavra e ação. Nada deve ser falado ou feito – grande ou pequeno -, com o objetivo de uma vantagem temporal; nada, com um objetivo de favor ou estima, de amor ou de exaltação dos homens. Mas a intenção - o olho da mente - deverá estar sempre fixada na glória de Deus e bem do homem.
(2) Mas o espírito com o qual todas as coisas devem ser feitas concerne ao temperamento, assim como ao motivo. E isto não é outra coisa do que aquilo que foi descrito acima. Porque a mesma coragem, paciência, e firmeza que qualificam um homem para o trabalho, deverão ser exercidas nele. Acima de tudo, que ele "tome o escudo da fé": Isso irá extinguir milhares de dardos de fogo. Que ele manifeste toda a fé que Deus tem lhe dado, em todo momento difícil. E que todos os seus feitos sejam realizados no amor: que isto nunca seja arrancado dele. Nem deverão as águas agitadas extinguirem esse amor, nem as correntezas da ingratidão submergi-lo. Que, igualmente, aquela mente humilde que estava em Cristo Jesus, também esteja nele; sim, e que ele "seja coberto com humildade", preenchendo seu coração e adornando todo seu comportamento. Ao mesmo tempo, que ele "se cubra de misericórdia, bondade e longanimidade"; evitando a menor aparência de malícia, amargura, raiva ou ressentimento; sabendo que esse é nosso chamado, não para "superar o mal com o mal, mas para superar o mal com o bem". Com o objetivo de preservar esse amor humilde e gentil, é necessário fazer todas as coisas com reminiscência de espírito; em oposição a toda pressa, ou dissipação de pensamento, assim como em oposição ao orgulho, à ira ou ao mau humor; Mas isso não pode ser, ao contrário, preservado, do que por um "instante contínuo na oração", antes e depois de ele entrar no campo, e durante toda a ação; e fazendo tudo, no espírito de sacrifício, oferecendo tudo a Deus, através do Filho de seu amor.
(3) Com respeito à maneira de agir exterior, a regra geral é que seja expressiva desses temperamentos interiores. Para ser mais particular: Que cada homem cuide de não "causar mal para que o bem possa vir". Por conseguinte, "deixando de lado toda mentira, que todos os homens falem a verdade para seu próximo". Não use de fraude ou malícia, tanto com o objetivo de detectar, como de punir qualquer homem, mas "através da simplicidade e sinceridade divina" recomendar a si mesmo às consciências dos homens aos olhos de Deus. É provável que, pela sua adesão à essas regras, menos ofensores sejam convencidos; mas tão mais as bênçãos de Deus acompanharão todo o empreendimento.
(4) Mas que a inocência seja unida com a prudência, propriamente assim chamada; -- não aquele fruto do inferno a que o mundo chama de prudência, e que é mera astúcia, esperteza e dissimulação; mas com aquela "sabedoria que vem do alto", e que nosso Senhor peculiarmente recomenda a todo aquele que promove seu reino sobre a terra. "Seja você, portanto, sábio como serpentes", enquanto você é "inofensivo como pombos". Essa sabedoria irá instruir você a como adequar suas palavras com todo seu comportamento, às pessoas com quem você terá de lidar; ao tempo, lugar, e às todas as outras circunstâncias. Isso irá instruí-lo a eliminar as oportunidades de ofensa, mesmo daqueles que buscam ocasião para isso, e a fazer as coisas de natureza mais ofensiva, da maneira menos ofensiva possível.
(5) Sua maneira de falar, particularmente aos ofensores, deve, todo o tempo, ser profundamente séria (a fim de que não pareça ser insulto ou triunfo sobre eles); e, mais propriamente, propensa à preocupação; mostrando que você tem pena deles, pelo que eles fazem; e simpatia para com eles, pelo que eles sofrem. Que a aparência e o tom de sua voz, tanto quanto suas palavras, sejam imparciais, calmos e moderados; sim, onde não se assemelhariam à dissimulação, mesmo que gentis e amigáveis. Em alguns casos, onde suas palavras serão recebidas como elas significam, você pode reconhecer a disposição com que você os tolera; mas ao mesmo tempo, (para que eles não pensem que procedem do medo, ou de qualquer inclinação errônea), professando a sua intrepidez, e resolução inflexível para objetar e punir vícios ao extremo.
V
(1) Resta apenas fazer algumas aplicações do que tem sido falado; em parte, a você que já está engajado nessa tarefa; em parte, a todo aquele que teme a Deus; e, mais especialmente, a eles que amam, assim como, o temem. Com respeito a você que já está engajado nesse trabalho, o primeiro conselho que eu daria é que você considere profundamente e calmamente a natureza de seu empreendimento. Conhecendo o seu meio; estando completamente familiarizado com o que você tem à mão; considerando as objeções as quais são feitas a toda a sua incumbência; e, antes de prosseguir, estar convencido de que aquelas objeções não têm peso real: Assim sendo, todo homem pode agir já que ele está completamente persuadido em sua própria mente.
(2) Em segundo lugar, eu aconselho a você a não estar com pressa de aumentar seu número: E, em acrescentando, a isso, que você não considere riqueza, prestígio, ou qualquer outra circunstância exterior; apenas com respeito às qualificações acima descritas. Inquirindo diligentemente, se a pessoa proposta tem um comportamento irrepreensível, e se ele é um homem de fé, coragem, paciência, firmeza; se ele é um amante de Deus e homem. Se for assim, ele irá acrescentar à sua força, tanto quanto ao seu número: Se não, você irá perder com ele, mais do que irá ganhar; porque você irá desagradar a Deus. E não esteja temeroso de purgar fora do seu meio, qualquer um que não responda ao caráter precedente. Dessa forma, diminuindo seu número, você irá aumentar sua força: você será "instrumento adequado para o uso de seu Mestre".
(3) Em terceiro lugar, eu aconselho você a estreitamente observar por qual motivo você, a qualquer tempo, age ou fala. Cuidando, para que sua intenção não seja manchada com qualquer consideração ao proveito e reconhecimento. O que quer que você faça, "faça-o para o Senhor; como os servos de Cristo. Não almeje agradar a si mesmo, em qualquer ponto, mas agradar a Ele de quem você é, e a quem você serve. Que seu olho seja único, do começo ao fim; o olho de Deus apenas em toda palavra e obra".
(4) Em quarto lugar, eu aconselho você, a observar que você faça tudo, com um temperamento correto; com humildade e suavidade; com paciência e gentileza, em conformidade com o Evangelho de Cristo. Dê cada passo, confiando em Deus, com o espírito mais terno e amoroso de que você seja capaz. Nesse meio tempo, esteja atento sempre contra toda precipitação e dissipação de espírito; e ore sempre, com toda sinceridade e perseverança, para que sua fé não fracasse. E não permita que alguma coisa interrompa este espírito de sacrifício de tudo que você tem e é; de tudo que você suporta e faz, e que ele possa ser uma oferta de aroma perfumado a Deus, através de Jesus Cristo!
(5) Para a maneira de agir e falar, eu aconselho a você a fazê-lo com toda inocência e simplicidade; prudência e seriedade. Acrescentando a essas, toda calma e moderação possíveis; mais ainda, toda ternura que o caso merecer. Você não deve comportar-se como carniceiros ou carrascos; mas como cirurgiões preferivelmente; aquele que dá ao paciente não mais dor do que seja necessária para a cura. Para esse propósito, cada um, igualmente, tem necessidade da "mão de uma lady, com um coração de um leão". Assim, muito devem, mesmo aqueles aos quais você está constrangido a punir, "glorificar a Deus no dia da visitação".
(6) Eu exorto todos vocês que temem a Deus, já que vocês sempre esperam encontrar misericórdia nas mãos dele; já que vocês temem serem encontrados (embora vocês não saibam disso) "lutando contra Deus", que, em qualquer circunstância, razão, ou pretensão que seja, tanto diretamente, quanto indiretamente, não se oponham ou impeçam tão misericordioso desígnio, e algo tão condutivo para sua glória. Mas isso não é tudo: se vocês amam a humanidade; se vocês cobiçam diminuir os pecados e misérias do seu próximo, poderão vocês satisfazer a si mesmos; poderão vocês ser limpos diante de Deus, por meramente não se oporem a isso? Vocês não estão também compelidos, pela aliança mais sagrada, "já que vocês têm a oportunidade, a fazer o bem a todos os homens?" E aqui não existe a oportunidade de vocês fazerem o bem a muitos, mesmo o bem da mais alta espécie? Em nome de Deus, então, abracem essa oportunidade! Ajudem a fazer esse bem; se não, por outro lado, ainda que através das orações sinceras por aqueles que estão imediatamente empregados nesta tarefa. Auxiliá-los de acordo com a sua habilidade, a custear os gastos que, necessariamente, atendem a ela, e que, sem a assistência das pessoas misericordiosas, seria um peso que eles não poderiam suportar. Ajudá-los, se puderem, sem inconveniência, através de subscrições trimestrais ou anuais. Pelo menos, assistindo-os agora, usando a presente hora, fazendo o que Deus coloca em seus corações. Que não seja dito que vocês viram seu irmão trabalhando para Deus, e sem auxiliá-los, com um de seus dedos. Nesse caminho, entretanto, "venha ajudar ao Senhor; ajudar o Senhor contra o poderoso!".
(7) Eu tenho a mais alta pretensão com respeito a você que ama, tanto quanto teme a Deus. Aquele a quem você teme; aquele a quem você ama, tem qualificado você para promover seu trabalho, da maneira mais excelente. Porque você ama a Deus, você ama também o seu irmão: Você ama, não apenas seus amigos, mas seus inimigos; não apenas os amigos de Deus, mas também os inimigos dele. Você "se vestiu, como eleito de Deus, de humildade, gentileza, e longanimidade". Você tem fé em Deus, e em Jesus Cristo a quem ele enviou; a fé que supera o mundo: E, por meio disto, você subjuga tanto a vergonha do diabo, quanto aquele "medo do homem que traz a armadilha"; de modo que você pode se colocar com coragem, diante daqueles que o desdenham, e não tomam conhecimento do seu trabalho. Qualificado, então, como você está, e armado para a luta, você será como os filhos de Efraim, "que arrearam os cavalos, e arcos, e voltaram atrás no dia da batalha?". Você irá deixar alguns de seus irmãos permanecerem sozinhos, contra todos os hóspedes dos forasteiros?
Oh! Não diga que "essa é uma cruz bastante pesada; eu não tenho forças ou coragem para suportá-la!". Verdade; você mesmo, não: Mas você que crê, "pode fazer todas as coisas, através de Cristo que o fortalece". "Se tu podes crer, todas as coisas são possíveis àquele que crê". Nenhuma cruz é tão pesada para ele suportar; sabendo que eles que "sofrem com ele, reinam com ele".
Não diga, "além disso, eu não posso suportar por ser excepcional". Então, você não pode entrar no reino dos céus! Ninguém pode entrar lá, a não ser através de um caminho estreito; e todos os que caminham nele são singulares.
Não diga, "mas eu não posso tolerar a reprovação, o nome odioso de um informante". E existiu algum homem que salvou sua alma, que não tenha sido um exemplo e um provérbio de reprovação? Nem tu podes salvar a tua alma, a menos que aceites, de boa vontade, que os homens possam dizer toda sorte de coisas más sobre ti.
Não diga, "mas se eu estiver ativo nesse trabalho, eu irei perder, não apenas, minha reputação, mas meus amigos, meus clientes (no caso de comerciantes), meu trabalho, meu sustento; de maneira que eu serei levado ao empobrecimento". Tu não irás; tu não podes: isto é absolutamente impossível, a menos que o próprio Deus escolha isso; já que seu "reino está sobre tudo", e "mesmo os cabelos de tua cabeça são todos contados". Mas, se a sabedoria e a graciosidade de Deus escolher isso para ti, você irá murmurar ou queixar-se? Irá você preferivelmente dizer, "o cálice que meu Pai me deu, eu não devo beber?". Se você "sofrer pela causa de Cristo, feliz você será; o Espírito da glória e de Deus descansará sobre você".
Não diga, "eu iria sofrer todas as coisas, mas minha esposa não consentiria nisso; e, certamente, um homem deve deixar pai e mãe e tudo o mais, para unir-se à sua esposa". Verdade; tudo, a não ser Deus; tudo, a não ser Cristo: Ele não deve deixar Deus, pela sua esposa! Ele não pode deixar esse trabalho, sem ser realizado, por causa de um ente querido. O próprio nosso Senhor tem dito, nesse sentido, "se algum homem ama seu pai, ou mãe, ou esposa, ou filhos, mais do que a mim, ele não é merecedor de mim!".
Não diga, "bem, eu poderia renunciar a tudo por Cristo; mas um dever não deve impedir o outro; e isso poderia freqüentemente impedir meu atendimento à adoração pública". Algumas vezes, provavelmente, pode ser. "Vá, então, e aprenda o que isso significa, eu irei ter misericórdia e não sacrifício". E, o que quer que esteja perdido, por mostrar essa misericórdia, Deus irá recompensar sete vezes outro tanto em teus desejos secretos.
Não diga, "Mas, eu posso ferir minha própria alma. Eu sou um homem jovem, e estar em contato livremente com mulheres, irá me expor à tentação". Sim, se você fez isso, com suas próprias forças, ou para seu próprio prazer. Mas este não é o caso. Você confia em Deus; e você almeja agradar somente a ele. E se ele pode chamar você, mesmo no meio de uma fornalha fervente, "embora tu caminhes através do fogo, tu não serás queimado; nem as chamas incidirão sobre ti". "Verdade; se ele me chamar para dentro da fornalha; mas eu não vejo que eu tenha sido chamado para isso". Talvez, você não esteja disposto a ver isso. Entretanto, se tu não fostes chamado antes, eu te chamo agora, em nome de Cristo: Tome a tua cruz, e o siga! Não raciocine mais com a carne e o sangue, mas resolva participar da mesma sorte com os mais desprezados, os mais mal-afamados dos seguidores dele; a imundície e refugo do mundo! Eu chamo a ti, em particular, que, uma vez, tornou forte a mão deles, quando voltastes atrás. Tome coragem! Seja forte! Preencham a alegria deles, retornando com o coração e mão! Deixe transparecer que tu "partistes por um tempo, e que eles deveriam receber-te novamente, para sempre".
Oh! Não seja "desobediente ao chamado dos céus!". E, assim como para todos vocês que sabem para o que foram chamados, considerem todas as coisas perdidas, de modo que vocês possam salvar uma alma pela qual Cristo morreu! E, nisso, "não deixe nada para o dia seguinte", mas "lance todas as suas preocupações nele, que se preocupa com você!". Confie suas almas, corpos, e tudo o mais, a ele, "como a um Criador misericordioso e fiel!".
A Retidão da Fé
'Ora Moisés descreve a justiça que é pela lei, dizendo: O homem que fizer estas coisas viverá por elas. Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu? (isto é, a trazer do alto a Cristo.) Ou: Quem descerá ao abismo? (isto é, a tornar a trazer dentre os mortos a Cristo.) Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos'
(Romanos 10:5-8)
 
1. O Apóstolo não contrapõe a aliança dada por Moisés, com a aliança dada por Cristo. Se nós, alguma vez, imaginamos isto, foi por falta de observar que a última, tanto quanto a primeira parte dessas palavras, foi falada pelo próprio Moisés para o povo de Israel, e isto, concernente à aliança que, então, havia. (Deuteronômio 30:11-14) 'Porque este mandamento, que hoje te ordeno, não te é encoberto, e tampouco está longe de ti. Não está nos céus, para dizeres: Quem subirá por nós aos céus, que no-lo traga, e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos? Nem tampouco está além do mar, para dizeres: Quem passará por nós além do mar, para que no-lo traga, e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos? Porque esta palavra está mui perto de ti, na tua boca, e no teu coração, para a cumprires'. Mas é a aliança da graça, que Deus, através de Cristo, tem estabelecido, com homens de todas as épocas, (tanto quanto diante e sob o desígnio judeu, desde que Deus foi manifestado na carne) que Paulo confronta com as obras feitas com Adão, enquanto no paraíso, mas comumente supôs ser apenas a aliança que Deus tem feito com o homem, particularmente por aqueles judeus a quem o Apóstolo escreve.
2. É destes que ele fala tão afetuosamente, no início desse capítulo: (Romanos 10:1-3) 'Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação. Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento. Porque sendo ignorantes da justiça de Deus', (da justificação que flui de sua mera graça e misericórdia, livremente perdoando nossos pecados através do Filho de seu amor, pela redenção que está em Jesus), 'buscando estabelecer a sua própria retidão', (a própria santidade deles, antecedente à fé 'nele que justifica o descrente' como o alicerce do perdão e aceitação deles) 'não têm se submetido à retidão de Deus', e, conseqüentemente buscam a morte no erro de suas vidas.
3. Eles eram ignorantes de que 'Cristo é a finalidade da lei, para a retidão a todo aquele que crê'; -- que, através da oblação de si mesmo, uma vez oferecida, Ele colocou um fim à primeira lei ou aliança, (que, realmente, não foi dada por Deus a Moisés, mas à Adão, em seu estado de inocência), o estrito teor, a respeito do qual, sem qualquer diminuição, foi, 'Faça isto, e viverá'; e, ao mesmo tempo, conseguido por nós aquela aliança melhor, 'Creia, e viverá'; creia, e você será salvo; agora salvo, ambos da culpa e do poder do pecado, e, da conseqüência, da paga dele.
4. E quantos são igualmente ignorantes disto agora, mesmo entre esses que são chamados pelo nome de Cristo! Quantos têm agora um 'zelo por Deus', ainda assim, não o têm de 'acordo com o conhecimento'; mas estão ainda buscando 'estabelecer sua própria justiça', como o alicerce do perdão e aceitação deles; e, portanto, veementemente recusando-se a 'submeterem a si mesmos à retidão de Deus!'. Certamente, o desejo de meu coração, e oração para o Deus por vocês, irmãos, é que possam ser salvos. E, com o objetivo de remover essa grande pedra de tropeço de nosso caminho, eu vou me esforçar para mostrar, Primeiro, qual a retidão, que é pela lei, e qual 'a retidão que é pela fé'. Em Segundo Lugar, a insensatez de se acreditar na retidão da lei, e a sabedoria de submeter-se àquela que é da fé.
I
1. E, Primeiro, 'a retidão que é a da lei diz, o homem que faz tais coisas, deverá viver por elas'. Observem constantemente e perfeitamente todas essas coisas para fazê-las, e então, você viverá para sempre. Essa lei, ou aliança, (usualmente chamada de Aliança das Obras), dada por Deus ao homem no paraíso, requeria uma perfeita obediência em todas as suas partes, completa e não faltando em coisa alguma, como a condição de sua permanência eterna na santidade e felicidade, por meio dos quais, ele foi criado.
2. Requeria-se que aquele homem preenchesse toda retidão interior ou exterior, negativa ou positiva: Que ele pudesse, não apenas abster-se de toda palavra inútil, e evitar toda obra pecaminosa, mas que mantivesse toda afeição, todo desejo, todo pensamento, em obediência à vontade de Deus: Que ele pudesse continuar santo, como Aquele que o havia criado era santo, ambos no coração, e em toda a forma de conversação: Que ele pudesse ser puro no coração, assim como Deus é puro; perfeito como seu Pai nos céus era perfeito: Que ele pudesse amar o Senhor, seu Deus, com todo seu coração, com toda sua alma, com toda sua mente, e com toda sua força; que ele pudesse amar cada alma que Deus fez, assim como Deus o amava: Que, através dessa benevolência universal, ele pudesse habitar em Deus (que é amor), e Deus nele: Que ele pudesse servir ao Senhor, seu Deus, com toda as suas forças, e em todas as coisas, simplesmente objetivando a sua glória.
3. Essas eram as coisas que a retidão da lei requereu, para que aquele que as cumprisse, pudesse viver por meio disto. Mas, mais além, requereu-se que essa obediência completa a Deus; essa santidade interior e exterior; essa conformidade, ambos do coração e vida para sua vontade, seria perfeita em escalas. Nenhuma diminuição, nenhuma permissão poderia possivelmente ser feita, por escassez, em algum nível, como de um jota ou um til, tanto da lei exterior, quanto da interior. Se todo mandamento relacionado às coisas exteriores fosse obedecido, ainda assim, isto não seria suficiente, a menos que cada um fosse obedecido, com toda a força, na mais alta medida, e da maneira mais perfeita. Nem respondia à pretensão dessa aliança, o amar a Deus, com todo poder e faculdade, a menos que Ele fosse amado, com a completa capacidade de cada um, e com toda a possibilidade da alma.
4. Uma coisa a mais era indispensavelmente requerida pela retidão da lei, ou seja, que esta obediência universal, essa perfeita santidade, ambos do coração e vida, pudesse ser perfeitamente ininterrupta também; pudesse continuar, sem qualquer interrupção, do momento em que Deus criou o homem, e soprou em suas narinas o fôlego da vida, até os dias, em que seu julgamento tivesse terminado, e ele pudesse ser confirmado na vida eterna.
5. A retidão, então, que é da lei, fala dessa maneira: "Tu, ó homem de Deus, permanecerás firme no amor, na imagem de Deus, por meio do qual foste criado. Se tu permaneceres na vida, mantenhas os mandamentos, que agora foram escritos em teu coração. Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Amarás, toda alma que Ele criou, como a ti mesmo.. Desejarás nada, a não ser, Deus. Almejarás a Deus, em todos os teus pensamentos, em toda palavra e obra. Não te desviarás, em um só movimento de corpo ou alma, Dele, a tua marca, a recompensa de teu alto chamado; e que tudo que existe em ti, seja um louvor ao Seu santo nome; todo poder e faculdade de tua alma, de todo o tipo, em qualquer grau, e em todo o momento de tua existência. 'Isto faças, e viverás': Tua luz brilhará; teu amor inflamar-se-á, cada vez mais, até que sejas recebido no alto, na casa de Deus, nos céus, para reinares com ele, para todo o sempre'".
6. Mas a retidão que é da fé fala dessa maneira: Não diga ao teu coração, Quem subirá aos céus, ou seja, trará Cristo do alto para a terra'; (como se fosse alguma tarefa impossível a que Deus requereu que tu executasses previamente, com o objetivo de tua aceitação); ou, Quem deverá descer para as profundezas: ou seja, trazer Cristo de entre os mortos'; (como se isto ainda restasse ser feito, pelo que tu deverás ser aceito); 'mas o que ela diz?'. A palavra, conforme o teor do qual tu podes agora ser aceito, como herdeiro da vida eterna, 'está próxima a ti, mesmo em tua boca, e em teu coração; ou seja, a palavra da fé que nós pregamos',-- a nova aliança que Deus tem agora estabelecido com o homem pecador, através de Jesus Cristo.
7. Através da 'retidão que é da fé', significa, aquela condição de justificação, (e, em conseqüência, de salvação presente e final, se nós resistirmos nisto até o fim) que foi dada por Deus ao homem caído, através dos méritos e mediação de seu Unigênito. Esta foi a parte revelada a Adão, logo após a sua queda; estando contida em sua promessa original, feita a ele e sua semente, concernente a Semente da Mulher, que deveria 'esmagar a cabeça da serpente'. (Gênesis 3:15) 'E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar'. Ela foi um pouco mais claramente revelada a Abrão, através do anjo de Deus, dos céus, dizendo: (Gênesis 17:16) 'Porque eu a hei de abençoar, e te darei dela um filho; e a abençoarei, e será mãe das nações; reis de povos sairão dela'. E foi ainda mais completamente conhecida a Moisés, Davi, e todos os profetas que se seguiram; e, através deles, às muitas pessoas de Deus, em suas respectivas gerações. Mas, ainda a maior parte, mesmo desses, era ignorante dela; e muito poucos entenderam-na claramente. Entretanto, 'vida e imortalidade' não foram assim 'trazidas à luz', aos judeus do passado, como elas são agora trazidas a nós, 'através do Evangelho'.
8. Agora, essa aliança não diz ao homem pecador: 'Execute a obediência, sem pecado, e viva'. Se este fosse o termo, ela teria nenhum proveito, através de tudo que Cristo fez e sofreu por ele, do que se lhe fosse requerido, com o objetivo da vida, 'ascender ao céu e trazer Cristo do alto'; ou 'descer às profundezas', para o mundo invisível, e 'erguer Jesus de entre os mortos'. Ela não requer qualquer impossibilidade de ser feita: (Embora ao homem comum, o que ela requer seja impossível; não o será para o homem assistido pelo Espírito de Deus): Esta era apenas para escarnecer a fraqueza humana. De fato, falando estritamente, a aliança da graça não requer que façamos alguma coisa, afinal, como sendo absoluta e indispensavelmente necessária, com o objetivo de nossa justificação; mas apenas, crer Nele que, por causa de seu Filho, e da expiação que Ele fez, 'justifica o não santo, que não trabalha', e imputa sua fé, a ele por retidão. Assim sendo Abraão 'creu no Senhor, e ele imputou isto a ele por retidão'. (Gênesis 15:6) 'E creu ele no Senhor, e imputou-lhe isto por justiça'.'E ele recebeu o sinal da circuncisão, o selo da retidão da fé, -- para que ele pudesse ser o pai de todos os que crêem, -- para que a retidão pudesse ser imputada junto a eles também'.
'Agora ela não foi escrita por causa de um apenas, ou seja', por exemplo, a fé 'foi imputada a Ele; mas por nós também, a quem ela deveria ser imputada'; a quem a fé deveria ser imputada por retidão; deveria permanecer no lugar da obediência perfeita, com o objetivo da aceitação com Deus; 'se nós crêssemos Nele, que ressuscitou Jesus, nosso Senhor, dos mortos; que foi entregue' à morte, 'por nossas ofensas, e ressuscitou para nossa justificação'.
(Romanos 4:11) 'E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé, quando estava na incircuncisão, para que fosse pai de todos os que crêem, estando eles também na incircuncisão; a fim de que também a justiça lhes seja imputada'.
Pela segurança da remissão de nossos pecados, e da segunda vida a vir, àqueles que crêem:
(Romanos 4:23-25) 'Ora, não só por causa dele está escrito, que lhe fosse tomado em conta, mas também por nós, a quem será tomado em conta, os que cremos naquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor o qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação'.
9. O que diz, então, a aliança do amor clemente e imerecido, e a misericórdia redentora? 'Crê no Senhor Jesus Cristo, e tu serás salvo'. No dia em que tu creres, certamente viverás. Serás restaurado, para o favor de Deus; e em seu prazer é vida. Deverás ser salvo da maldição, e da ira de Deus. Deverás ser vivificado da morte do pecado, na vida da retidão. E, se tu resistires, até o fim, crendo em Jesus, nunca irás provar a segunda morte; mas, tendo sofrido com teu Senhor, deverás também viver e reinar com Ele, para todo o sempre.
 
10. Agora 'esta palavra está próxima a ti'. Esta condição de vida é clara e fácil, e está sempre à mão. 'Está em tua boca, e em teu coração', através da operação do Espírito de Deus. No momento em que 'tu creres em teu coração', Nele, a quem Deus ergueu de entre os mortos', e 'confessares com tua boca, o Senhor Jesus', como teu Senhor e teu Deus, 'tu deverás ser salvo', da condenação, da culpa e punição de teus primeiros pecados, e terás poder, para servires a Deus, na santidade verdadeira, todos os dias restantes de tua vida.
11. Qual é a diferença, então, entre a 'retidão que é da lei', e a 'retidão que é da fé:' – entre a primeira aliança, ou a aliança das obras, e a segunda, a aliança da graça? A diferença essencial e imutável é esta: Uma supõe que ele, a quem ela é dada, já seja santo e feliz, criado na imagem, e desfrutando do favor de Deus; e prescreve a condição em que ele poderá continuar nela, no amor e alegria, vida e imortalidade: A outra supõe que ele, a quem ela é dada, seja agora impuro e infeliz, expulso da gloriosa imagem de Deus, tendo a ira de Deus habitando nele, e precipitando-se, através do pecado, por meio do qual sua alma está morta, para a vida corpórea, e morte eterna; e para o homem neste estado, ela prescreve a condição, por meio da qual ele poderá recuperar a pérola que ele perdeu, poderá recuperar o favor e a imagem de Deus, recuperar a vida de Deus em sua alma, e ser restaurado para o conhecimento e amor de Deus, que é o início da vida eterna.
12. Novamente: A aliança de obras, com o objetivo da continuidade do homem no favor de Deus, em seu conhecimento e amor, na santidade e felicidade, requereu do homem perfeito, uma obediência perfeita e ininterrupta a cada ponto da lei de Deus. Enquanto que a aliança da graça, com o objetivo da recuperação do homem do favor, e da vida de Deus, requer apenas fé; fé viva, Nele que, através de Deus, justifica aquele que não o obedeceu.
13. Ainda, novamente: A aliança das obras requereu de Adão e todos os seus filhos, pagarem o preço, eles mesmos, em razão do que, eles receberiam todas as bênçãos futuras de Deus. Mas, na aliança da graça, vendo que não temos nada a pagar, Deus 'livremente nos perdoa a todos': Contanto, apenas, que acreditemos Nele que pagou o preço por nós; que deu a si mesmo como 'Sacrifício expiatório, pelos nossos pecados; pelos pecados do mundo todo'.
14. Assim, a primeira aliança requereu o que está agora longe de todos os filhos dos homens; ou seja, uma obediência, sem pecado, que está distante daqueles que 'são concebidos e nascidos no pecado'. Ao passo que a segunda requer o que está à mão; como se pudesse ser dito: 'Tu és pecado! Deus é amor! Tu, pelo pecado, foste excluído da glória de Deus; ainda assim, existe misericórdia Nele. Traze, então, todos os seus pecados para o perdão de Deus, e eles se extinguirão como uma nuvem. Se tu não fosses impuro, não haveria porque Ele justificar a ti como impuro. Mas, agora, aproxima-te, na completa segurança da fé. Ele fala, e ela é feita. Tu não deves temer, apenas crer; porque, sempre o justo Deus justifica todos que crêem em Jesus'.
II
1. Uma vez, essas coisas, consideradas, seria fácil mostrar, como eu propus fazer, em Segundo Lugar, a tolice de confiar na 'retidão que é da lei', e a sabedoria que é submeter-se 'à retidão que é da fé'. A insensatez desses que ainda confiam na 'retidão que é da lei', cujos termos são, 'Faça isto, e viva', pode aparecer abundantemente por esta razão: Ela parte de um erro: mesmo o seu primeiro passo é um equívoco básico: Porque, antes que eles pudessem, alguma vez, pensar em clamar por alguma bênção, nos termos dessa aliança, eles deveriam supor que eles mesmos estivessem, nas mesmas condições que aqueles, aos quais essa aliança fora feita. Mas que suposição inútil é esta; já que foi feita a Adão, em um estado de inocência. Quão deficiente deve ser aquela construção que se situa em tais fundações. E quão tolos são os que, assim, constroem sobre areia! Que parece nunca ter considerado que a aliança das obras não foi dada para o homem, quando ele estava 'morto nas transgressões e pecados',, mas quando ele estava vivo para Deus, quando ele conheceu nenhum pecado, mas era santo, como Deus é santo; que se esqueceu de que ela nunca foi designada para a recuperação do favor e vida de Deus, uma vez perdida, mas apenas para a continuação e crescimento, disto, até que possa ser completa na vida eterna.
2. Nem quem está, assim, buscando estabelecer a sua 'própria retidão, que é da lei', cogita qual seja aquela maneira de obediência ou retidão, que a lei indispensavelmente requer. Ela deve ser perfeita e completa em todo ponto, ou ela não responde à pretensão da lei. Mas qual de vocês é capaz de executar tal obediência; ou, conseqüentemente, viver por meio dela? Quem entre vocês cumpre cada jota e til, mesmo dos mandamentos exteriores de Deus? – fazendo nada, grande ou pequeno, daquilo que Deus proíbe? – deixando nada do que Ele ordenou, inacabado? – dizendo nenhuma palavra inútil? – tendo sua conversa sempre 'adequada para ministrar a graça para seus ouvintes?' – e, 'o que quer que coma ou beba; ou o que quer que você faça, fazendo tudo para a glória de Deus?'. E quão menos, você é capaz de cumprir todos os mandamentos interiores de Deus! – aqueles que requerem que cada temperamento e movimento de sua alma possam ser santidade junto ao Senhor! Você é capaz de 'amar a Deus com todo o seu coração?' – amar toda a humanidade, como a sua própria alma? –'orar sem cessar? – em todas as coisas dando graças?' – ter Deus sempre diante de você? – e manter cada afeição, desejo e pensamento, em obediência à sua lei?
3. Você pode considerar mais além que a retidão da lei não requer apenas a obediência a todo comando de Deus, negativo e positivo, interno e externo, mas igualmente no grau perfeito. Em qualquer instância que seja, a voz da lei é, 'tu servirás ao Senhor teu Deus com toda a tua força'. Ela não permite qualquer redução dessa espécie: ela não perdoa falha: ela condena todo que se exclui da completa medida da obediência, e imediatamente pronuncia uma punição sobre o ofensor: Ela considera apenas as regras invariáveis da justiça, e diz, 'Eu não sei mostrar misericórdia'.
4. Quem, então, pode se apresentar, diante de tal Juiz, que é 'extremado para marcar o que é feito de errado?'. Quão fracos são aqueles que desejam ser tentados, no obstáculo onde 'nenhuma carne viva pode ser justificada!' -- ninguém da descendência de Adão. Porque, suponha que nós agora mantenhamos todo mandamento, com toda nossa força; ainda assim, uma simples brecha que fosse, destruiria completamente toda nossa reivindicação para a vida. Se ofendermos, alguma vez, em algum ponto, essa retidão está no fim. Porque a lei condena todo aquele que não executa tanto a obediência ininterrupta quanto a perfeita. De modo que, de acordo com a sentença desta, para aquele que uma vez pecou, em algum grau, 'resta apenas um olhar temeroso, por causa da indignação irascível que deverá devorar os adversários' de Deus.
5. Não é, então, o supra-sumo da tolice, o homem caído buscar vida, através da retidão? -- o homem que foi 'moldado na maldade, e que foi concebido no pecado?' -- que é, pela natureza, toda mundana, sensual, diabólica; completamente corrupta e abominável; em quem, até que ele encontre graça, 'nenhuma coisa boa habita'; mais ainda, quem não pode ter, por si mesmo, pensamento algum bom; quem é, de fato, todo pecado, uma mera protuberância da descrença; e quem comete pecado, em todo fôlego que toma; cujas transgressões atuais, em palavra e ação, são mais em número do que os cabelos de sua cabeça? Que estupidez, que insensibilidade deve ser para tal verme impuro, culpado, desamparado, como este, sonhar em buscar aceitação, através de sua própria retidão, de viver pela 'retidão que é da lei!'.
6. Agora, o que quer que as considerações provem da tolice de se confiar na 'retidão que é da lei', elas provam, igualmente, a sabedoria de se submeter à 'retidão que é de Deus pela fé'. Isto foi fácil de ser mostrado, com respeito a cada uma das considerações precedentes. Mas, para acenar isto, a sabedoria do primeiro passo, até aqui, o desaprovar nossa própria retidão, claramente aparece disto, agir de acordo com a verdade, com a real natureza das coisas. Porque, o que é mais do que reconhecer, com nosso coração, assim como lábios, o verdadeiro estado em que nos encontramos? Reconhecer que trazemos conosco, para este mundo, uma natureza corrupta e pecadora; mais corrupta, realmente, do que podemos conceber facilmente, ou podemos encontrar palavras para expressar? – que, por isso, nós estamos propensos a tudo que é mau, e avesso a tudo que é bom; que somos cheios de orgulho, vontade própria, paixões obstinadas, desejos insensatos, afeições vis e excessivas; amantes do mundo; amantes do prazer, mais do que amantes de Deus? – que nossas vidas têm sido nada melhores do que nossos corações, mas, de muitas formas, pecaminosas e ímpias; de tal maneira, que nossos pecados atuais, ambos na palavra e ação, têm sido como as estrelas do firmamento, pela quantidade; que, sobre todos esses relatos, nós estamos desagradando a Ele que tem os olhos mais puros, do que para observar iniqüidade; e merecendo nada Dele, a não ser indignação, ira e morte, o devido salário do pecado? -- que nós não podemos, através de alguma de nossas retidões (porque, na verdade, temos nenhuma, afinal); nem, através de alguma de nossas obras (porque elas são como a árvore, sobre a qual, elas florescem), submetermo-nos à ira de Deus, ou impedirmos a punição que temos justamente merecido; sim, que, se deixados por nossa conta, nós deveremos ser, unicamente, cada vez piores; mergulharemos, mais e mais profundamente no pecado; ofenderemos a Deus, mais e mais, com nossas obras diabólicas, e com os temperamentos pecaminosos da nossa mente carnal, até que atinjamos completamente a medida de nossas iniqüidades, e tragamos, sobre nós mesmos, a destruição imediata? E este não é o mesmo estado, em que, através da natureza nós estamos? Reconhecer isto, então, ambos com nosso coração e lábios, ou seja, repudiar nossa própria retidão, 'a retidão que é da lei', é agir de acordo com a real natureza das coisas, e, conseqüentemente, é um exemplo da verdadeira sabedoria.
7. A sabedoria de submeter-se á 'retidão da fé' aparece mais além dessa consideração, que é a retidão de Deus: Eu quero dizer aqui, que se trata daquele método de reconciliação com Deus, que tem sido escolhido e estabelecido, através do próprio Criador, não apenas, porque Ele é o Deus da sabedoria, mas porque Ele é o Senhor soberano do céu e terra, e de toda criatura que Ele criou. Agora, como não é adequado ao homem dizer junto a Deus, 'O que fazes tu?' -- como ninguém, que não esteja extremamente isento de entendimento, irá contender com Aquele que é mais poderoso do que ele; com Ele cujo reino governa sobre tudo; então, esta é verdadeira sabedoria; é a marca do profundo entendimento: sujeitar-se ao que quer que ele tenha escolhido; dizer nisso, como em todas as coisas, 'É o Senhor, que ele faça como lhe parece bom'.
8. Pode ser, mais além, considerado que foi da mera graça, do amor livre, da misericórdia imerecida, que Deus tem concedido ao homem pecador algum caminho de reconciliação consigo mesmo; que nós não fomos tirados de Suas mãos, e inteiramente apagados de Sua lembrança. Portanto, qualquer que seja o método que Ele se agradou indicar, de sua misericórdia terna, de sua bondade imerecida, por meio do qual seus inimigos, que têm tão profundamente se revoltado com Ele, e há tanto tempo e obstinadamente, se rebelado contra Ele, podem ainda encontrar favor aos seus olhos, é, sem dúvida, nossa sabedoria aceitar isto com toda gratidão.
9. Para mencionar, a não ser uma consideração mais: É sabedoria objetivar, a melhor finalidade, através dos melhores meios. Agora, a melhor finalidade que alguma criatura pode buscar é a felicidade em Deus. E a melhor finalidade que a criatura caída pode perseguir é a recuperação do favor e imagem de Deus. Mas o melhor; de fato, o único meio debaixo do céu, dado ao homem, por meio do qual, ele pode recuperar o favor de Deus, que é melhor do que a própria vida, ou a imagem de Deus; que é a verdadeira vida da alma, é submeter-se 'à retidão que é da fé', o acreditar no Unigênito Filho de Deus.
III
1. Portanto, quem quer que tu sejas, que desejas ser perdoado, e reconciliado, para o favor de Deus, não digas, em teu coração, 'Eu devo, primeiro, fazer isto; eu devo, primeiro, subjugar todo pecado; interromper toda palavra e obra pecaminosa, e fazer todo bem a todos os homens; ou, eu devo, primeiro, ir para a igreja receber a Ceia do Senhor, ouvir mais sermões, e fazer mais orações'. Ai de mim, meu irmão! Tu estás claramente saindo fora do caminho. Tu és ainda 'ignorante da retidão de Deus', e estás 'buscando estabelecer tua própria retidão', como o alicerce de tua reconciliação. Tu não sabes que tu não podes fazer nada, a não ser pecar, até que sejas reconciliado para Deus? Por que, então, tu dizes, 'eu devo fazer isto, e isto, primeiro, e, então, eu devo crer?'. Não! Que, primeiro, tu creias! Creias no Senhor Jesus Cristo, o Conciliador para teus pecados. Permite que seu bom alicerce, primeiro seja colocado, e, então, deverás fazer todas as coisas, bem.
2. Nem digas, em teu coração, 'Eu não posso ser ainda aceito, porque não sou bom o suficiente'. Quem é bom o suficiente – quem, alguma vez, foi – para merecer aceitação nas mãos de Deus? Algum filho de Adão foi bom o suficiente para isto? – ou alguém será, até a consumação de todas as coisas? E como para ti, tu não és bom, afinal: Em ti não habita coisa alguma boa. E tu nunca serás, até que tu creias em Jesus. Antes, tu te acharás cada vez pior. Mas existe alguma necessidade em se ser pior, para que se seja aceito? Tu já não és mau o suficiente? Decerto que tu és, e Deus sabe. E tu mesmo não podes negar isto. Então, não demora. Todas as coisas estão agora prontas. 'Levanta-te, e limpa teus pecados'. A fonte está aberta. Agora é o tempo de deixar-te limpo do sangue do Cordeiro. Agora ele irá 'purificar' a ti, e tu serás 'alvo como a neve'.
3. Não digas, 'Mas eu não estou contrito o suficiente: Eu não estou suficientemente consciente dos meus pecados'. Eu sei disso. Eu gostaria, em Deus, que tu estivesses mais consciente deles; mais arrependido, milhares de vezes mais do que tu estás. Mas não seja por isto. Pode ser que Deus te torne assim, não antes que tu creias, mas, em crendo. Pode ser que tu não mais irás murmurar, até que tu ames muito, porque tu tens tido muito perdão. Nesse meio tempo, olhe para Jesus. Observe o quanto Ele te ama! O que mais Ele poderá fazer por ti, que Ele já não tenha feito?
Ó, o Cordeiro de Deus, alguma vez foi dor; alguma vez foi amor como o teu? Olhe firmemente para Ele, até que Ele olhe para ti, e penetre em teu duro coração. Então, que tua 'cabeça' possa ser 'águas', e teus 'olhos fontes de lágrimas'.
4. Nem ainda digas, 'Eu devo fazer alguma coisa mais, antes de vier para Cristo'. Eu admito, supondo que teu Senhor possa demorar em sua vinda, seria adequado e certo esperar por ela, fazendo, tanto quanto tu tens poder, o que Ele ordenou a ti. Mas não existe necessidade de fazer tal suposição. Como tu sabes que Ele irá demorar? Talvez, Ele vá aparecer, ao romper do dia nas alturas, antes da luz da manhã. Ó, não estabelece para Ele um horário! Espera por Ele todo o momento! Agora Ele está próximo! Até mesmo à porta!
5. E para que finalidade, tu esperarás por mais sinceridade, antes que teus pecados sejam apagados? – para tornar a ti mais merecedor da graça de Deus? Ai de mim! Tu ainda 'estabeleces tua própria retidão'. Ele irá ter misericórdia, não porque tu a mereces, mas porque a compaixão Dele não falha; não porque tu és reto, mas porque Jesus Cristo expiou por teus pecados.
Novamente, se existir alguma coisa boa na sinceridade, por que tu esperas por ela, antes que tu tenhas fé? – vendo que a própria fé é apenas a raiz do que quer que seja realmente bom e santo. Acima de tudo, por quanto tempo tu irás esquecer, que o quer que faças, ou o que quer que tenhas feito, antes que teus pecados sejam perdoados de ti, não importa em nada com Deus, quanto a procurar por teu perdão? -- sim, e que todos eles devem ser deixados para trás, pisoteados, tendo nenhuma consideração a respeito, ou tu nunca irás encontrar favor às vistas de Deus; porque, até então, tu não pudeste pedir isto, como um mero pecador, culpado, perdido, inacabado, tendo nada a pleitear, nada a oferecer a Deus, mas apenas os méritos de seu bem amado Filho, 'que amou a ti, e deu a si mesmo por ti!'.
6. Para concluir. Quem quer que tu sejas, Ó homem, que tenhas a sentença da morte em ti mesmo; que sentes a ti mesmo um pecador condenado, e tens a ira de Deus habitando sobre ti: Junto a ti, diz o Senhor, não, 'Faças isto' – obedeças, perfeitamente, todos os meus mandamentos, -- e 'viverás'; mas, 'Creias no Senhor Jesus Cristo, e tu serás salvo'. A palavra da fé está próxima a ti: Agora, neste momento, neste exato momento, em teu estado presente, pecador como tu és, exatamente como tu és, creia no Evangelho; e 'Eu serei misericordioso, junto à tua misericórdia, e de tuas iniqüidades não mais me lembrarei'.
(Romanos 10:5-8)
1. O Apóstolo não contrapõe a aliança dada por Moisés, com a aliança dada por Cristo. Se nós, alguma vez, imaginamos isto, foi por falta de observar que a última, tanto quanto a primeira parte dessas palavras, foi falada pelo próprio Moisés para o povo de Israel, e isto, concernente à aliança que, então, havia. (Deuteronômio 30:11-14) 'Porque este mandamento, que hoje te ordeno, não te é encoberto, e tampouco está longe de ti. Não está nos céus, para dizeres: Quem subirá por nós aos céus, que no-lo traga, e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos? Nem tampouco está além do mar, para dizeres: Quem passará por nós além do mar, para que no-lo traga, e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos? Porque esta palavra está mui perto de ti, na tua boca, e no teu coração, para a cumprires'. Mas é a aliança da graça, que Deus, através de Cristo, tem estabelecido, com homens de todas as épocas, (tanto quanto diante e sob o desígnio judeu, desde que Deus foi manifestado na carne) que Paulo confronta com as obras feitas com Adão, enquanto no paraíso, mas comumente supôs ser apenas a aliança que Deus tem feito com o homem, particularmente por aqueles judeus a quem o Apóstolo escreve.
2. É destes que ele fala tão afetuosamente, no início desse capítulo: (Romanos 10:1-3) 'Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação. Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento. Porque sendo ignorantes da justiça de Deus', (da justificação que flui de sua mera graça e misericórdia, livremente perdoando nossos pecados através do Filho de seu amor, pela redenção que está em Jesus), 'buscando estabelecer a sua própria retidão', (a própria santidade deles, antecedente à fé 'nele que justifica o descrente' como o alicerce do perdão e aceitação deles) 'não têm se submetido à retidão de Deus', e, conseqüentemente buscam a morte no erro de suas vidas.
3. Eles eram ignorantes de que 'Cristo é a finalidade da lei, para a retidão a todo aquele que crê'; -- que, através da oblação de si mesmo, uma vez oferecida, Ele colocou um fim à primeira lei ou aliança, (que, realmente, não foi dada por Deus a Moisés, mas à Adão, em seu estado de inocência), o estrito teor, a respeito do qual, sem qualquer diminuição, foi, 'Faça isto, e viverá'; e, ao mesmo tempo, conseguido por nós aquela aliança melhor, 'Creia, e viverá'; creia, e você será salvo; agora salvo, ambos da culpa e do poder do pecado, e, da conseqüência, da paga dele.
4. E quantos são igualmente ignorantes disto agora, mesmo entre esses que são chamados pelo nome de Cristo! Quantos têm agora um 'zelo por Deus', ainda assim, não o têm de 'acordo com o conhecimento'; mas estão ainda buscando 'estabelecer sua própria justiça', como o alicerce do perdão e aceitação deles; e, portanto, veementemente recusando-se a 'submeterem a si mesmos à retidão de Deus!'. Certamente, o desejo de meu coração, e oração para o Deus por vocês, irmãos, é que possam ser salvos. E, com o objetivo de remover essa grande pedra de tropeço de nosso caminho, eu vou me esforçar para mostrar, Primeiro, qual a retidão, que é pela lei, e qual 'a retidão que é pela fé'. Em Segundo Lugar, a insensatez de se acreditar na retidão da lei, e a sabedoria de submeter-se àquela que é da fé.
I
1. E, Primeiro, 'a retidão que é a da lei diz, o homem que faz tais coisas, deverá viver por elas'. Observem constantemente e perfeitamente todas essas coisas para fazê-las, e então, você viverá para sempre. Essa lei, ou aliança, (usualmente chamada de Aliança das Obras), dada por Deus ao homem no paraíso, requeria uma perfeita obediência em todas as suas partes, completa e não faltando em coisa alguma, como a condição de sua permanência eterna na santidade e felicidade, por meio dos quais, ele foi criado.
2. Requeria-se que aquele homem preenchesse toda retidão interior ou exterior, negativa ou positiva: Que ele pudesse, não apenas abster-se de toda palavra inútil, e evitar toda obra pecaminosa, mas que mantivesse toda afeição, todo desejo, todo pensamento, em obediência à vontade de Deus: Que ele pudesse continuar santo, como Aquele que o havia criado era santo, ambos no coração, e em toda a forma de conversação: Que ele pudesse ser puro no coração, assim como Deus é puro; perfeito como seu Pai nos céus era perfeito: Que ele pudesse amar o Senhor, seu Deus, com todo seu coração, com toda sua alma, com toda sua mente, e com toda sua força; que ele pudesse amar cada alma que Deus fez, assim como Deus o amava: Que, através dessa benevolência universal, ele pudesse habitar em Deus (que é amor), e Deus nele: Que ele pudesse servir ao Senhor, seu Deus, com toda as suas forças, e em todas as coisas, simplesmente objetivando a sua glória.
3. Essas eram as coisas que a retidão da lei requereu, para que aquele que as cumprisse, pudesse viver por meio disto. Mas, mais além, requereu-se que essa obediência completa a Deus; essa santidade interior e exterior; essa conformidade, ambos do coração e vida para sua vontade, seria perfeita em escalas. Nenhuma diminuição, nenhuma permissão poderia possivelmente ser feita, por escassez, em algum nível, como de um jota ou um til, tanto da lei exterior, quanto da interior. Se todo mandamento relacionado às coisas exteriores fosse obedecido, ainda assim, isto não seria suficiente, a menos que cada um fosse obedecido, com toda a força, na mais alta medida, e da maneira mais perfeita. Nem respondia à pretensão dessa aliança, o amar a Deus, com todo poder e faculdade, a menos que Ele fosse amado, com a completa capacidade de cada um, e com toda a possibilidade da alma.
4. Uma coisa a mais era indispensavelmente requerida pela retidão da lei, ou seja, que esta obediência universal, essa perfeita santidade, ambos do coração e vida, pudesse ser perfeitamente ininterrupta também; pudesse continuar, sem qualquer interrupção, do momento em que Deus criou o homem, e soprou em suas narinas o fôlego da vida, até os dias, em que seu julgamento tivesse terminado, e ele pudesse ser confirmado na vida eterna.
5. A retidão, então, que é da lei, fala dessa maneira: "Tu, ó homem de Deus, permanecerás firme no amor, na imagem de Deus, por meio do qual foste criado. Se tu permaneceres na vida, mantenhas os mandamentos, que agora foram escritos em teu coração. Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Amarás, toda alma que Ele criou, como a ti mesmo.. Desejarás nada, a não ser, Deus. Almejarás a Deus, em todos os teus pensamentos, em toda palavra e obra. Não te desviarás, em um só movimento de corpo ou alma, Dele, a tua marca, a recompensa de teu alto chamado; e que tudo que existe em ti, seja um louvor ao Seu santo nome; todo poder e faculdade de tua alma, de todo o tipo, em qualquer grau, e em todo o momento de tua existência. 'Isto faças, e viverás': Tua luz brilhará; teu amor inflamar-se-á, cada vez mais, até que sejas recebido no alto, na casa de Deus, nos céus, para reinares com ele, para todo o sempre'".
6. Mas a retidão que é da fé fala dessa maneira: Não diga ao teu coração, Quem subirá aos céus, ou seja, trará Cristo do alto para a terra'; (como se fosse alguma tarefa impossível a que Deus requereu que tu executasses previamente, com o objetivo de tua aceitação); ou, Quem deverá descer para as profundezas: ou seja, trazer Cristo de entre os mortos'; (como se isto ainda restasse ser feito, pelo que tu deverás ser aceito); 'mas o que ela diz?'. A palavra, conforme o teor do qual tu podes agora ser aceito, como herdeiro da vida eterna, 'está próxima a ti, mesmo em tua boca, e em teu coração; ou seja, a palavra da fé que nós pregamos',-- a nova aliança que Deus tem agora estabelecido com o homem pecador, através de Jesus Cristo.
7. Através da 'retidão que é da fé', significa, aquela condição de justificação, (e, em conseqüência, de salvação presente e final, se nós resistirmos nisto até o fim) que foi dada por Deus ao homem caído, através dos méritos e mediação de seu Unigênito. Esta foi a parte revelada a Adão, logo após a sua queda; estando contida em sua promessa original, feita a ele e sua semente, concernente a Semente da Mulher, que deveria 'esmagar a cabeça da serpente'. (Gênesis 3:15) 'E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar'. Ela foi um pouco mais claramente revelada a Abrão, através do anjo de Deus, dos céus, dizendo: (Gênesis 17:16) 'Porque eu a hei de abençoar, e te darei dela um filho; e a abençoarei, e será mãe das nações; reis de povos sairão dela'. E foi ainda mais completamente conhecida a Moisés, Davi, e todos os profetas que se seguiram; e, através deles, às muitas pessoas de Deus, em suas respectivas gerações. Mas, ainda a maior parte, mesmo desses, era ignorante dela; e muito poucos entenderam-na claramente. Entretanto, 'vida e imortalidade' não foram assim 'trazidas à luz', aos judeus do passado, como elas são agora trazidas a nós, 'através do Evangelho'.
8. Agora, essa aliança não diz ao homem pecador: 'Execute a obediência, sem pecado, e viva'. Se este fosse o termo, ela teria nenhum proveito, através de tudo que Cristo fez e sofreu por ele, do que se lhe fosse requerido, com o objetivo da vida, 'ascender ao céu e trazer Cristo do alto'; ou 'descer às profundezas', para o mundo invisível, e 'erguer Jesus de entre os mortos'. Ela não requer qualquer impossibilidade de ser feita: (Embora ao homem comum, o que ela requer seja impossível; não o será para o homem assistido pelo Espírito de Deus): Esta era apenas para escarnecer a fraqueza humana. De fato, falando estritamente, a aliança da graça não requer que façamos alguma coisa, afinal, como sendo absoluta e indispensavelmente necessária, com o objetivo de nossa justificação; mas apenas, crer Nele que, por causa de seu Filho, e da expiação que Ele fez, 'justifica o não santo, que não trabalha', e imputa sua fé, a ele por retidão. Assim sendo Abraão 'creu no Senhor, e ele imputou isto a ele por retidão'. (Gênesis 15:6) 'E creu ele no Senhor, e imputou-lhe isto por justiça'.'E ele recebeu o sinal da circuncisão, o selo da retidão da fé, -- para que ele pudesse ser o pai de todos os que crêem, -- para que a retidão pudesse ser imputada junto a eles também'.
'Agora ela não foi escrita por causa de um apenas, ou seja', por exemplo, a fé 'foi imputada a Ele; mas por nós também, a quem ela deveria ser imputada'; a quem a fé deveria ser imputada por retidão; deveria permanecer no lugar da obediência perfeita, com o objetivo da aceitação com Deus; 'se nós crêssemos Nele, que ressuscitou Jesus, nosso Senhor, dos mortos; que foi entregue' à morte, 'por nossas ofensas, e ressuscitou para nossa justificação'.
(Romanos 4:11) 'E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé, quando estava na incircuncisão, para que fosse pai de todos os que crêem, estando eles também na incircuncisão; a fim de que também a justiça lhes seja imputada'.
Pela segurança da remissão de nossos pecados, e da segunda vida a vir, àqueles que crêem:
(Romanos 4:23-25) 'Ora, não só por causa dele está escrito, que lhe fosse tomado em conta, mas também por nós, a quem será tomado em conta, os que cremos naquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor o qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação'.
9. O que diz, então, a aliança do amor clemente e imerecido, e a misericórdia redentora? 'Crê no Senhor Jesus Cristo, e tu serás salvo'. No dia em que tu creres, certamente viverás. Serás restaurado, para o favor de Deus; e em seu prazer é vida. Deverás ser salvo da maldição, e da ira de Deus. Deverás ser vivificado da morte do pecado, na vida da retidão. E, se tu resistires, até o fim, crendo em Jesus, nunca irás provar a segunda morte; mas, tendo sofrido com teu Senhor, deverás também viver e reinar com Ele, para todo o sempre.
10. Agora 'esta palavra está próxima a ti'. Esta condição de vida é clara e fácil, e está sempre à mão. 'Está em tua boca, e em teu coração', através da operação do Espírito de Deus. No momento em que 'tu creres em teu coração', Nele, a quem Deus ergueu de entre os mortos', e 'confessares com tua boca, o Senhor Jesus', como teu Senhor e teu Deus, 'tu deverás ser salvo', da condenação, da culpa e punição de teus primeiros pecados, e terás poder, para servires a Deus, na santidade verdadeira, todos os dias restantes de tua vida.
11. Qual é a diferença, então, entre a 'retidão que é da lei', e a 'retidão que é da fé:' – entre a primeira aliança, ou a aliança das obras, e a segunda, a aliança da graça? A diferença essencial e imutável é esta: Uma supõe que ele, a quem ela é dada, já seja santo e feliz, criado na imagem, e desfrutando do favor de Deus; e prescreve a condição em que ele poderá continuar nela, no amor e alegria, vida e imortalidade: A outra supõe que ele, a quem ela é dada, seja agora impuro e infeliz, expulso da gloriosa imagem de Deus, tendo a ira de Deus habitando nele, e precipitando-se, através do pecado, por meio do qual sua alma está morta, para a vida corpórea, e morte eterna; e para o homem neste estado, ela prescreve a condição, por meio da qual ele poderá recuperar a pérola que ele perdeu, poderá recuperar o favor e a imagem de Deus, recuperar a vida de Deus em sua alma, e ser restaurado para o conhecimento e amor de Deus, que é o início da vida eterna.
12. Novamente: A aliança de obras, com o objetivo da continuidade do homem no favor de Deus, em seu conhecimento e amor, na santidade e felicidade, requereu do homem perfeito, uma obediência perfeita e ininterrupta a cada ponto da lei de Deus. Enquanto que a aliança da graça, com o objetivo da recuperação do homem do favor, e da vida de Deus, requer apenas fé; fé viva, Nele que, através de Deus, justifica aquele que não o obedeceu.
13. Ainda, novamente: A aliança das obras requereu de Adão e todos os seus filhos, pagarem o preço, eles mesmos, em razão do que, eles receberiam todas as bênçãos futuras de Deus. Mas, na aliança da graça, vendo que não temos nada a pagar, Deus 'livremente nos perdoa a todos': Contanto, apenas, que acreditemos Nele que pagou o preço por nós; que deu a si mesmo como 'Sacrifício expiatório, pelos nossos pecados; pelos pecados do mundo todo'.
14. Assim, a primeira aliança requereu o que está agora longe de todos os filhos dos homens; ou seja, uma obediência, sem pecado, que está distante daqueles que 'são concebidos e nascidos no pecado'. Ao passo que a segunda requer o que está à mão; como se pudesse ser dito: 'Tu és pecado! Deus é amor! Tu, pelo pecado, foste excluído da glória de Deus; ainda assim, existe misericórdia Nele. Traze, então, todos os seus pecados para o perdão de Deus, e eles se extinguirão como uma nuvem. Se tu não fosses impuro, não haveria porque Ele justificar a ti como impuro. Mas, agora, aproxima-te, na completa segurança da fé. Ele fala, e ela é feita. Tu não deves temer, apenas crer; porque, sempre o justo Deus justifica todos que crêem em Jesus'.
II
1. Uma vez, essas coisas, consideradas, seria fácil mostrar, como eu propus fazer, em Segundo Lugar, a tolice de confiar na 'retidão que é da lei', e a sabedoria que é submeter-se 'à retidão que é da fé'. A insensatez desses que ainda confiam na 'retidão que é da lei', cujos termos são, 'Faça isto, e viva', pode aparecer abundantemente por esta razão: Ela parte de um erro: mesmo o seu primeiro passo é um equívoco básico: Porque, antes que eles pudessem, alguma vez, pensar em clamar por alguma bênção, nos termos dessa aliança, eles deveriam supor que eles mesmos estivessem, nas mesmas condições que aqueles, aos quais essa aliança fora feita. Mas que suposição inútil é esta; já que foi feita a Adão, em um estado de inocência. Quão deficiente deve ser aquela construção que se situa em tais fundações. E quão tolos são os que, assim, constroem sobre areia! Que parece nunca ter considerado que a aliança das obras não foi dada para o homem, quando ele estava 'morto nas transgressões e pecados',, mas quando ele estava vivo para Deus, quando ele conheceu nenhum pecado, mas era santo, como Deus é santo; que se esqueceu de que ela nunca foi designada para a recuperação do favor e vida de Deus, uma vez perdida, mas apenas para a continuação e crescimento, disto, até que possa ser completa na vida eterna.
2. Nem quem está, assim, buscando estabelecer a sua 'própria retidão, que é da lei', cogita qual seja aquela maneira de obediência ou retidão, que a lei indispensavelmente requer. Ela deve ser perfeita e completa em todo ponto, ou ela não responde à pretensão da lei. Mas qual de vocês é capaz de executar tal obediência; ou, conseqüentemente, viver por meio dela? Quem entre vocês cumpre cada jota e til, mesmo dos mandamentos exteriores de Deus? – fazendo nada, grande ou pequeno, daquilo que Deus proíbe? – deixando nada do que Ele ordenou, inacabado? – dizendo nenhuma palavra inútil? – tendo sua conversa sempre 'adequada para ministrar a graça para seus ouvintes?' – e, 'o que quer que coma ou beba; ou o que quer que você faça, fazendo tudo para a glória de Deus?'. E quão menos, você é capaz de cumprir todos os mandamentos interiores de Deus! – aqueles que requerem que cada temperamento e movimento de sua alma possam ser santidade junto ao Senhor! Você é capaz de 'amar a Deus com todo o seu coração?' – amar toda a humanidade, como a sua própria alma? –'orar sem cessar? – em todas as coisas dando graças?' – ter Deus sempre diante de você? – e manter cada afeição, desejo e pensamento, em obediência à sua lei?
3. Você pode considerar mais além que a retidão da lei não requer apenas a obediência a todo comando de Deus, negativo e positivo, interno e externo, mas igualmente no grau perfeito. Em qualquer instância que seja, a voz da lei é, 'tu servirás ao Senhor teu Deus com toda a tua força'. Ela não permite qualquer redução dessa espécie: ela não perdoa falha: ela condena todo que se exclui da completa medida da obediência, e imediatamente pronuncia uma punição sobre o ofensor: Ela considera apenas as regras invariáveis da justiça, e diz, 'Eu não sei mostrar misericórdia'.
4. Quem, então, pode se apresentar, diante de tal Juiz, que é 'extremado para marcar o que é feito de errado?'. Quão fracos são aqueles que desejam ser tentados, no obstáculo onde 'nenhuma carne viva pode ser justificada!' -- ninguém da descendência de Adão. Porque, suponha que nós agora mantenhamos todo mandamento, com toda nossa força; ainda assim, uma simples brecha que fosse, destruiria completamente toda nossa reivindicação para a vida. Se ofendermos, alguma vez, em algum ponto, essa retidão está no fim. Porque a lei condena todo aquele que não executa tanto a obediência ininterrupta quanto a perfeita. De modo que, de acordo com a sentença desta, para aquele que uma vez pecou, em algum grau, 'resta apenas um olhar temeroso, por causa da indignação irascível que deverá devorar os adversários' de Deus.
5. Não é, então, o supra-sumo da tolice, o homem caído buscar vida, através da retidão? -- o homem que foi 'moldado na maldade, e que foi concebido no pecado?' -- que é, pela natureza, toda mundana, sensual, diabólica; completamente corrupta e abominável; em quem, até que ele encontre graça, 'nenhuma coisa boa habita'; mais ainda, quem não pode ter, por si mesmo, pensamento algum bom; quem é, de fato, todo pecado, uma mera protuberância da descrença; e quem comete pecado, em todo fôlego que toma; cujas transgressões atuais, em palavra e ação, são mais em número do que os cabelos de sua cabeça? Que estupidez, que insensibilidade deve ser para tal verme impuro, culpado, desamparado, como este, sonhar em buscar aceitação, através de sua própria retidão, de viver pela 'retidão que é da lei!'.
6. Agora, o que quer que as considerações provem da tolice de se confiar na 'retidão que é da lei', elas provam, igualmente, a sabedoria de se submeter à 'retidão que é de Deus pela fé'. Isto foi fácil de ser mostrado, com respeito a cada uma das considerações precedentes. Mas, para acenar isto, a sabedoria do primeiro passo, até aqui, o desaprovar nossa própria retidão, claramente aparece disto, agir de acordo com a verdade, com a real natureza das coisas. Porque, o que é mais do que reconhecer, com nosso coração, assim como lábios, o verdadeiro estado em que nos encontramos? Reconhecer que trazemos conosco, para este mundo, uma natureza corrupta e pecadora; mais corrupta, realmente, do que podemos conceber facilmente, ou podemos encontrar palavras para expressar? – que, por isso, nós estamos propensos a tudo que é mau, e avesso a tudo que é bom; que somos cheios de orgulho, vontade própria, paixões obstinadas, desejos insensatos, afeições vis e excessivas; amantes do mundo; amantes do prazer, mais do que amantes de Deus? – que nossas vidas têm sido nada melhores do que nossos corações, mas, de muitas formas, pecaminosas e ímpias; de tal maneira, que nossos pecados atuais, ambos na palavra e ação, têm sido como as estrelas do firmamento, pela quantidade; que, sobre todos esses relatos, nós estamos desagradando a Ele que tem os olhos mais puros, do que para observar iniqüidade; e merecendo nada Dele, a não ser indignação, ira e morte, o devido salário do pecado? -- que nós não podemos, através de alguma de nossas retidões (porque, na verdade, temos nenhuma, afinal); nem, através de alguma de nossas obras (porque elas são como a árvore, sobre a qual, elas florescem), submetermo-nos à ira de Deus, ou impedirmos a punição que temos justamente merecido; sim, que, se deixados por nossa conta, nós deveremos ser, unicamente, cada vez piores; mergulharemos, mais e mais profundamente no pecado; ofenderemos a Deus, mais e mais, com nossas obras diabólicas, e com os temperamentos pecaminosos da nossa mente carnal, até que atinjamos completamente a medida de nossas iniqüidades, e tragamos, sobre nós mesmos, a destruição imediata? E este não é o mesmo estado, em que, através da natureza nós estamos? Reconhecer isto, então, ambos com nosso coração e lábios, ou seja, repudiar nossa própria retidão, 'a retidão que é da lei', é agir de acordo com a real natureza das coisas, e, conseqüentemente, é um exemplo da verdadeira sabedoria.
7. A sabedoria de submeter-se á 'retidão da fé' aparece mais além dessa consideração, que é a retidão de Deus: Eu quero dizer aqui, que se trata daquele método de reconciliação com Deus, que tem sido escolhido e estabelecido, através do próprio Criador, não apenas, porque Ele é o Deus da sabedoria, mas porque Ele é o Senhor soberano do céu e terra, e de toda criatura que Ele criou. Agora, como não é adequado ao homem dizer junto a Deus, 'O que fazes tu?' -- como ninguém, que não esteja extremamente isento de entendimento, irá contender com Aquele que é mais poderoso do que ele; com Ele cujo reino governa sobre tudo; então, esta é verdadeira sabedoria; é a marca do profundo entendimento: sujeitar-se ao que quer que ele tenha escolhido; dizer nisso, como em todas as coisas, 'É o Senhor, que ele faça como lhe parece bom'.
8. Pode ser, mais além, considerado que foi da mera graça, do amor livre, da misericórdia imerecida, que Deus tem concedido ao homem pecador algum caminho de reconciliação consigo mesmo; que nós não fomos tirados de Suas mãos, e inteiramente apagados de Sua lembrança. Portanto, qualquer que seja o método que Ele se agradou indicar, de sua misericórdia terna, de sua bondade imerecida, por meio do qual seus inimigos, que têm tão profundamente se revoltado com Ele, e há tanto tempo e obstinadamente, se rebelado contra Ele, podem ainda encontrar favor aos seus olhos, é, sem dúvida, nossa sabedoria aceitar isto com toda gratidão.
9. Para mencionar, a não ser uma consideração mais: É sabedoria objetivar, a melhor finalidade, através dos melhores meios. Agora, a melhor finalidade que alguma criatura pode buscar é a felicidade em Deus. E a melhor finalidade que a criatura caída pode perseguir é a recuperação do favor e imagem de Deus. Mas o melhor; de fato, o único meio debaixo do céu, dado ao homem, por meio do qual, ele pode recuperar o favor de Deus, que é melhor do que a própria vida, ou a imagem de Deus; que é a verdadeira vida da alma, é submeter-se 'à retidão que é da fé', o acreditar no Unigênito Filho de Deus.
III
1. Portanto, quem quer que tu sejas, que desejas ser perdoado, e reconciliado, para o favor de Deus, não digas, em teu coração, 'Eu devo, primeiro, fazer isto; eu devo, primeiro, subjugar todo pecado; interromper toda palavra e obra pecaminosa, e fazer todo bem a todos os homens; ou, eu devo, primeiro, ir para a igreja receber a Ceia do Senhor, ouvir mais sermões, e fazer mais orações'. Ai de mim, meu irmão! Tu estás claramente saindo fora do caminho. Tu és ainda 'ignorante da retidão de Deus', e estás 'buscando estabelecer tua própria retidão', como o alicerce de tua reconciliação. Tu não sabes que tu não podes fazer nada, a não ser pecar, até que sejas reconciliado para Deus? Por que, então, tu dizes, 'eu devo fazer isto, e isto, primeiro, e, então, eu devo crer?'. Não! Que, primeiro, tu creias! Creias no Senhor Jesus Cristo, o Conciliador para teus pecados. Permite que seu bom alicerce, primeiro seja colocado, e, então, deverás fazer todas as coisas, bem.
2. Nem digas, em teu coração, 'Eu não posso ser ainda aceito, porque não sou bom o suficiente'. Quem é bom o suficiente – quem, alguma vez, foi – para merecer aceitação nas mãos de Deus? Algum filho de Adão foi bom o suficiente para isto? – ou alguém será, até a consumação de todas as coisas? E como para ti, tu não és bom, afinal: Em ti não habita coisa alguma boa. E tu nunca serás, até que tu creias em Jesus. Antes, tu te acharás cada vez pior. Mas existe alguma necessidade em se ser pior, para que se seja aceito? Tu já não és mau o suficiente? Decerto que tu és, e Deus sabe. E tu mesmo não podes negar isto. Então, não demora. Todas as coisas estão agora prontas. 'Levanta-te, e limpa teus pecados'. A fonte está aberta. Agora é o tempo de deixar-te limpo do sangue do Cordeiro. Agora ele irá 'purificar' a ti, e tu serás 'alvo como a neve'.
3. Não digas, 'Mas eu não estou contrito o suficiente: Eu não estou suficientemente consciente dos meus pecados'. Eu sei disso. Eu gostaria, em Deus, que tu estivesses mais consciente deles; mais arrependido, milhares de vezes mais do que tu estás. Mas não seja por isto. Pode ser que Deus te torne assim, não antes que tu creias, mas, em crendo. Pode ser que tu não mais irás murmurar, até que tu ames muito, porque tu tens tido muito perdão. Nesse meio tempo, olhe para Jesus. Observe o quanto Ele te ama! O que mais Ele poderá fazer por ti, que Ele já não tenha feito?
Ó, o Cordeiro de Deus, alguma vez foi dor; alguma vez foi amor como o teu? Olhe firmemente para Ele, até que Ele olhe para ti, e penetre em teu duro coração. Então, que tua 'cabeça' possa ser 'águas', e teus 'olhos fontes de lágrimas'.
4. Nem ainda digas, 'Eu devo fazer alguma coisa mais, antes de vier para Cristo'. Eu admito, supondo que teu Senhor possa demorar em sua vinda, seria adequado e certo esperar por ela, fazendo, tanto quanto tu tens poder, o que Ele ordenou a ti. Mas não existe necessidade de fazer tal suposição. Como tu sabes que Ele irá demorar? Talvez, Ele vá aparecer, ao romper do dia nas alturas, antes da luz da manhã. Ó, não estabelece para Ele um horário! Espera por Ele todo o momento! Agora Ele está próximo! Até mesmo à porta!
5. E para que finalidade, tu esperarás por mais sinceridade, antes que teus pecados sejam apagados? – para tornar a ti mais merecedor da graça de Deus? Ai de mim! Tu ainda 'estabeleces tua própria retidão'. Ele irá ter misericórdia, não porque tu a mereces, mas porque a compaixão Dele não falha; não porque tu és reto, mas porque Jesus Cristo expiou por teus pecados.
Novamente, se existir alguma coisa boa na sinceridade, por que tu esperas por ela, antes que tu tenhas fé? – vendo que a própria fé é apenas a raiz do que quer que seja realmente bom e santo. Acima de tudo, por quanto tempo tu irás esquecer, que o quer que faças, ou o que quer que tenhas feito, antes que teus pecados sejam perdoados de ti, não importa em nada com Deus, quanto a procurar por teu perdão? -- sim, e que todos eles devem ser deixados para trás, pisoteados, tendo nenhuma consideração a respeito, ou tu nunca irás encontrar favor às vistas de Deus; porque, até então, tu não pudeste pedir isto, como um mero pecador, culpado, perdido, inacabado, tendo nada a pleitear, nada a oferecer a Deus, mas apenas os méritos de seu bem amado Filho, 'que amou a ti, e deu a si mesmo por ti!'.
6. Para concluir. Quem quer que tu sejas, Ó homem, que tenhas a sentença da morte em ti mesmo; que sentes a ti mesmo um pecador condenado, e tens a ira de Deus habitando sobre ti: Junto a ti, diz o Senhor, não, 'Faças isto' – obedeças, perfeitamente, todos os meus mandamentos, -- e 'viverás'; mas, 'Creias no Senhor Jesus Cristo, e tu serás salvo'. A palavra da fé está próxima a ti: Agora, neste momento, neste exato momento, em teu estado presente, pecador como tu és, exatamente como tu és, creia no Evangelho; e 'Eu serei misericordioso, junto à tua misericórdia, e de tuas iniqüidades não mais me lembrarei'.
Assinar:
Comentários (Atom)
 

 
