'Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo'. (I João 3:8)
1. Muitos escritores eminentes, pagãos, assim como cristãos, nos séculos, precedentes e recentes, têm empregado todo seu trabalho e habilidade em retratar a beleza da virtude. E os mesmos esforços têm sido tomados para descrever, nas cores mais vivas, a deformidade da imoralidade; da imoralidade em geral, e daquelas específicas, as quais foram mais predominantes, em suas respectivas épocas e regiões. Com igual cuidado, eles colocaram, sob uma luz mais convincente, a felicidade que atende a virtude, e a miséria que usualmente acompanha a imoralidade, e sempre a segue.
Pode-se reconhecer que tratados deste tipo não são totalmente sem seu uso. Provavelmente, por meio deles, alguns, por um lado, têm sido estimulados a desejarem e a seguirem em busca da virtude; e alguns, por outro, têm interrompido sua carreira de imoralidade, -- talvez, reclamando dela, pelo menos, por algum tempo. Mas a mudança efetuada nos homens, através desses meios, raramente é profunda ou total: Muito menos, é durável; em um pequeno espaço de tempo, ela desaparece, como uma nuvem matutina. Tais motivos são muito fracos para superarem as tentações inumeráveis que nos circundam. Tudo que se possa dizer a respeito da beleza e vantagem da virtude, e da deformidade, e os efeitos danosos da imoralidade, não pode resistir, e muito menos superar e remediar um apetite e paixões irregulares.
2. Existe, portanto, uma necessidade absoluta, se, alguma vez, pudermos subjugar a imoralidade, ou perseverarmos firmemente na prática da virtude, de termos armas de um tipo melhor do que essas; do contrário, veremos o que é certo, mas não poderemos alcançá-lo. Muitos homens de reflexão, em meios aos próprios ateus estiveram profundamente sensíveis disto.
Quão exatamente concordante com as palavras do Apóstolo: (Personalizando um homem consciente do pecado, mas não ainda o subjugando) 'O bem que eu poderia, eu não faço; mas o mal que eu não poderia, este eu faço!'. A impotência da mente humana, mesmo do filósofo romano poderia descobrir: 'Existe em qualquer homem', diz ele, 'essa fraqueza'; (ele poderia ter dito, esta ferida inflamada) – a sede pela glória. A natureza indica a enfermidade; mas a natureza não nos mostra remédio'.
3. Nem é de se admirar que, embora eles buscassem por um remédio, ainda assim, eles não encontraram remédio algum. Porque eles o buscaram onde ele nunca foi, e nunca será encontrado, ou seja, em si mesmos; na razão, na Filosofia: Em que não se pode confiar, bolhas, fumaça! Eles não o buscaram em Deus, em quem, tão somente, é possível encontrá-lo. Em Deus! Não; eles repudiaram totalmente isto; e em termos mais fortes. Porque, embora Cícero, um de seus oráculos, tenha uma vez tropeçado sobre aquela estranha verdade: 'Nunca houve algum grande homem que não tenha sido divinamente inspirado'; ainda assim, no mesmo trato, ele contradiz a si mesmo, e subverte sua própria afirmativa, por perguntar: 'Quem, alguma vez, retribuiu a Deus agradecimento pela própria virtude ou sabedoria?'. O poeta romano é, se possível, mais explícito; quem, depois de mencionar diversas bênçãos exteriores, honestamente acrescenta: -- Nós perguntamos a Deus, o que ele pode dar ou tomar, -- vida; posses; mas virtuoso eu mesmo me faço.
4. Os melhores deles, tanto buscaram a virtude parcialmente de Deus, e parcialmente de si mesmos; quanto a buscaram desses deuses que eram, de fato, diabos, e assim, não igualmente para tornarem seus adoradores melhores do que si mesmos. Tão sombria foi a luz do mais sábio dos homens, até que a 'vida e imortalidade fossem trazidas para a luz, através do Evangelho'; até que 'o Filho de Deus foi manifestado para destruir as obras do diabo!'.
I. Mas quais são 'as obras do diabo', aqui mencionadas?
II. Como 'o Filho de Deus foi manifestado' para destruí-las?
III. E como, de que maneira, e através de que passos, ele atualmente as 'destrói'?
Esses três pontos muito importantes, nós iremos considerar em sua ordem.
I
1. Quais são as obras do diabo, nós aprendemos das palavras precedentes e seguintes do texto:
(I João 3:3-6) 'E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro. Qualquer que comete pecado, também comete iniqüidade; porque o pecado é iniqüidade. E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado. Qualquer que permanece nele não peca; qualquer que peca não o viu nem o conheceu'; porque o diabo peca desde o começo. Para este propósito, foi que o Filho de Deus se manifestou, para que pudesse destruir as obras do diabo:
(I João 3:8) 'Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo'.
(I João 3:9) ' Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus'. De maneira que parece que 'as obras do diabo', aqui faladas, são os pecados, e os frutos do pecado.
2. Mas, desde que a sabedoria de Deus dissipou as nuvens que, por tanto tempo cobriram a terra, e colocou um fim nas conjecturas infantis dos homens, concernentes à essas coisas, pode ser útil ter uma visão mais distinta dessas 'obras do diabo'; tanto quanto os oráculos de Deus nos instruem. É verdade que o objetivo do Espírito Santo foi assistir nossa fé, e não gratificar nossa curiosidade; e, portanto, o relato que ele tem dado, nos primeiros capítulos de Gênesis é excessivamente breve. Não obstante, ele é tão claro, que nós podemos aprender do que quer que nos concerne saber.
3. Para começar do início: 'O Senhor Deus' (literalmente, Jeová, os Deuses; ou seja, Um e Três) 'criou o homem a sua própria imagem'; -- em sua imagem natural, como para sua melhor parte; isto é, um espírito, como Deus é um espírito; dotado com entendimento; que, se não é a essência, parece ser a propriedade mais essencial de um espírito. Provavelmente o espírito humano, assim como o angelical, discerniu, então, a verdade, através da intuição. Conseqüentemente, ele nomeou cada criatura, tão logo ele a viu, de acordo com sua natureza íntima. Ainda assim, o conhecimento era limitado, já que ele era uma criatura: Portanto, a ignorância era inseparável dele; mas o erro não era; não parece que ele era um equivoco em qualquer coisa. Mas ele era capaz de errar; de se iludir, embora não fosse compelido a isto.
4. Ele era dotado também com a vontade, com as várias afeições; (que são apenas a vontade manifestando-se de várias maneiras), para que possa amar, desejar, e deleitar-se no que fosse bom: Do contrário, seu entendimento não teria tido propósito. Ele era igualmente dotado com a liberdade; o poder de escolher o que é bom, e recusar o que não é. Sem isto, ambos, a vontade e o entendimento, poderiam ter sido absolutamente inúteis. De fato, sem a liberdade, o homem teria estado longe de ser um agente livre; de tal modo que ele não poderia ter sido um agente, afinal. Porque toda existência, não livre, é puramente passiva; não ativa, em qualquer grau. Você tem uma espada em sua mão? Um homem, mais forte do que você poderia prendê-lo, e forçá-lo a ferir uma terceira pessoa? Nisto, você não seria o agente; não mais do que sua espada: A mão é tão passiva, quanto o aço. Assim é, em todo caso possível. Ele que não é livre, não é um agente, mas um paciente.
5. Portanto, parece que cada espírito no universo, como tal, é dotado com entendimento, e, em conseqüência, com uma vontade, e com uma medida de liberdade; e que esses três são inseparavelmente unidos em cada natureza inteligente. Liberdade forçada, ou dominada, não é liberdade, afinal. É uma contradição em termos. É o mesmo que liberdade não livre; ou seja, inequívoco contra-senso.
6. Pode ser observado, mais além, (e é uma observação importante) que onde não existe liberdade, não pode haver boa ou má moral; nenhuma virtude, ou depravação. O fogo nos aquece; ainda assim, não é capaz de virtude. Ele nos queima; ainda assim, não é depravação. Não existe virtude, mas onde criatura inteligente conhece, ama, e escolhe o que é bom; nem existe alguma imoralidade, mas onde tal criatura conhece, ama, e escolhe o que é mal.
7. E Deus criou o homem, não apenas à sua imagem natural, mas igualmente, à sua imagem moral. Ele o criou não apenas 'no conhecimento', mas também na retidão e santidade verdadeira. Como seu entendimento foi sem mancha, perfeito em sua espécie; assim, foram todas as suas afeições. Elas foram todas corrigidas, e devidamente exercitadas em seus objetivos apropriados. E como um agente livre, ele escolheu firmemente o que era bom, de acordo com a direção de seu entendimento. E em fazer isto, ele foi inexplicavelmente feliz; habitando em Deus, e Deus nele; tendo uma camaradagem ininterrupta com o Pai e o Filho, através do Espírito eterno; e o contínuo testemunho de sua consciência, para que todos os seus caminhos fossem bons e aceitáveis para Deus.
8. Ainda assim, sua liberdade (como foi observado antes), necessariamente, incluiu o poder de escolher ou recusar o bem e o mal. De fato, tem-se duvidado que o homem pudesse, então, escolher o mal, sabendo que ele é tal. Mas não se pode duvidar que ele possa tomar o mal pelo bem. Ele não era infalível; portanto, não era impecável. E isto se esclarece na dificuldade total da grande questão: 'Como o mal entrou no mundo?'. Ele veio de 'Lúcifer, filho da manhã'. Foi obra do diabo. 'Porque o diabo'¸ diz o Apóstolo, 'pecou, desde o início'; ou seja, ele foi o primeiro pecador no universo, o autor do pecado, o primeiro ser que, através do abuso de sua liberdade, introduziu o mal na criação. Ele foi um dos primeiros, se não, o primeiro arcanjo que se permitiu tentar, ao pensar mais altamente de si mesmo. Ele livremente entregou-se à tentação; e deu caminho, primeiro, ao orgulho, então, à vontade própria. Ele disse: 'Eu me sentarei nos lados do norte: Eu seria como o Altíssimo'. Ele não caiu sozinho, mas logo carregou consigo uma terceira parte das estrelas do céu; em conseqüência do que, elas perderam sua glória e felicidade, e foram dirigidas para fora de sua habitação anterior.
9. 'Tendo grande ira', e, talvez, inveja da felicidade das criaturas a quem Deus havia recém criado, não é de se estranhar que ele pudesse desejar e se esforçar para privá-las dela. Com este objetivo, ele se ocultou na serpente, que era a mais sutil, ou inteligente de todas as criaturas brutas; e, desta forma, a menos propensa a levantar suspeita. De fato, alguns supõem (não improvavelmente) que a serpente foi, então, dotada com alguma razão e linguagem. Não tivesse Eva sabido que ela era, teria admitido alguma conferência com ela? Como o Apóstolo observa que ela teve. Para enganá-la, satanás misturou a verdade com a falsidade: -- 'Deus não disse que você podia comer de toda a árvore do jardim?' – e logo depois, a persuadiu a desacreditar de Deus, por supor que seu trato não poderia ser cumprido. Ela, então, ficou propensa a toda a tentação: -- Ao 'desejo da carne'; porque a árvore era 'boa para o alimento': Ao 'desejo dos olhos'; porque ela era 'agradável a estes': E ao 'orgulho da vida'; porque ela era 'desejável para tornar alguém sábio', e, conseqüentemente, honrado. Então a descrença gerou o orgulho: Ela se considerou mais sábia do que Deus; capaz de encontrar um caminho melhor para a felicidade do que Deus a havia ensinado. Ela gerou a vontade própria: Ela estava determinada a fazer a sua própria vontade, e não a vontade Dele que a fez. Ela gerou os desejos tolos; e completou a todos, através do pecado exterior: 'Ela tomou do fruto, e o comeu'.
10. Ela, então, 'deu ao seu marido, e ele comeu'. E, naquele dia; sim, naquele momento, ele morreu! A vida de Deus foi extinta de sua alma. A glória partiu dele. Ele perdeu toda a imagem moral de Deus, -- a retidão e a santidade verdadeira. Ele era impuro; e era infeliz; ele era cheio de pecado; cheio de culpa e medos torturantes. Separado de Deus, e olhando a si mesmo agora como um Juiz cruel, 'ele teve medo'. Mas, como seu entendimento foi enegrecido, ao pensar que ele poderia 'esconder-se da presença de Deus, em meio às árvores do jardim!'. Assim, sua alma foi totalmente morta para Deus! E, naquele dia, seu corpo igualmente começou a morrer, -- tornou-se odioso para a fraqueza, doença e dor; todas preparatórias para a morte do corpo, que, naturalmente, conduz à morte eterna.
II
Tais eram 'as palavras do diabo'; pecado e seus frutos; considerados em sua ordem e conexão. Nós, em Segundo Lugar, vamos considerar como Filho de Deus foi manifestado com o objetivo de destruí-las.
1. Ele foi manifestado como o único Filho Unigênito de Deus, em glória e igual com o Pai, para os habitantes dos céus, antes e quando da fundação do mundo. Essas 'estrelas da manhã cantaram juntas'; todos esses 'filhos de Deus gritaram de alegria', quando eles o ouviram pronunciar: 'Haja luz; e houve luz'; -- quando ele 'espalhou o norte sobre o espaço vazio', e 'estendeu os céus como uma cortina'. De fato, foi uma crença geral na Igreja primitiva, que o Deus Pai, não teria visto, nem poderia ver; que de toda a eternidade ele teria habitado na luz inacessível; e foi apenas no Filho de seu amor, e através dele, que Ele revelou, naquele momento, a si mesmo às suas criaturas.
2. Como o Filho de Deus foi manifestado para nossos primeiros pais no paraíso, não é fácil determinar. Geralmente, e não é improvável, supôs-se que Ele apareceu a eles na forma de um homem, e conversou com eles face a face. Nem eu posso acreditar, afinal, no sonho engenhoso do Dr. Watts, concernente 'à gloriosa natureza humana de Cristo', a qual ele supõe ter existido, antes do mundo existir, e ter sido dotada com, eu não sei quais, poderes surpreendentes. Não, eu olho para isto, como um perigo enorme; sim, uma hipótese danosa, já que ela exclui completamente o valor de muitas Escrituras que se pensou, até aqui, provar a Divindade do Filho. E eu temo que seja um grande meio de deixar este grande homem, à parte da fé, uma vez, entregue aos santos; -- ou seja, se ele for colocado de lado; se aquele bonito monólogo for genuíno; aquele que foi impresso, entre suas Obras Póstumas, onde ele tão honestamente implora ao Filho de Deus, não se desagradar do fato de ele não poder acreditar que ele seja co-igual e co-eterno com o Pai.
3. Nós não podemos razoavelmente crer que foi por aspectos similares que Ele foi manifestado, em sucessivas épocas, para Enoque, enquanto ele 'caminhou com Deus'; para Noé, antes e depois do dilúvio; para Abraão, Isaque, e Jacó, em várias ocasiões; e, para não mencionar mais, para Moisés? Este parece ser o significado natural da palavra: 'Meu servo Moisés é fiel, em toda minha casa. – Com ele eu falo, boca a boca, mesmo aparentemente, e não em discursos obscuros; e a similitude de Jeová deverá ser observada'; ou seja, o Filho de Deus.
4. Mas todos esses foram apenas tipos de sua grande manifestação. Foi, na plenitude do tempo (exatamente na idade média do mundo, como um grande homem prova largamente) que Deus 'trouxe seu Unigênito para o mundo, feito de uma mulher'; através do poder do Altíssimo, ofuscando-na. Ele, mais tarde, foi manifestado para os pastores; para o devoto Simeão; para Ana, a profetisa; e para 'todos que esperaram pela redenção em Jerusalém'.
5. Quando estava no tempo devido, para executar seu oficio sacerdotal, Ele foi manifestado para Israel; pregando o evangelho do reino de Deus, em toda região, e em toda cidade. E, por um tempo, foi glorificado por todos que reconheceram que Ele 'falava como nunca homem algum falara'; que 'Ele falava como alguém que tinha autoridade', com toda a sabedoria e poder de deus. Ele foi manifestado, através de inumeráveis 'sinais e maravilhas, e as obras poderosas que fez', assim como por toda sua vida; sendo o único nascido de uma mulher, 'que não conheceu pecado', que, desde seu nascimento, até sua morte, fez 'todas as coisas boas'; fazendo continuamente, 'não a sua vontade, mas a vontade Daquele que o enviara'.
6. Afinal, 'observe o Cordeiro de Deus, tirando os pecados do mundo!'. Esta foi a mais gloriosa manifestação de si mesmo, do que qualquer uma que ele tenha feito antes. Quão maravilhosamente ele foi manifestado aos anjos e homens, quando 'ele foi ferido por nossas transgressões'; quando ele 'carregou todos os nossos pecados em seu próprio corpo no madeiro'; quando, fez 'um sacrifício, expiação e penitência pelos pecados de todo o mundo, através do sacrifício único de si mesmo, uma vez oferecido', quando ele clamou: 'Está terminado; e tombou sua cabeça; e entregou seu espírito'. (Lucas 23:46) Pai, nas tuas mãos, eu entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou'. Nós necessitamos apenas mencionar algumas manifestações mais adiante, -- sua ressurreição dos mortos; sua ascensão aos céus, na glória que ele teve antes do mundo existir; e seu derramar do Espírito Santo no dia de Pentecostes; ambos belamente descritos naquelas bem conhecidas palavras do salmista: (Salmos 68:18) 'Tu subiste ao alto, levaste cativo o cativeiro, recebeste dons para os homens, e até para os teus inimigos, para que o Senhor Deus habitasse em meio' ou 'neles''.
7. 'Para que o Senhor possa habitar neles': Isto se refere à ainda mais uma manifestação a mais do Filho de Deus; mesmo à manifestação interior de si mesmo. Quando ele falou disto para seus Apóstolos, pouco antes de sua morte, um deles imediatamente perguntou: 'Senhor, como tu irás te manifestar a nós e não ao mundo?' -- (João 14:22) 'Disse-lhe Judas (não o Iscariotes): Senhor, de onde vem que te hás de manifestar a nós, e não ao mundo?'. Por nos habilitar a crer em seu nome. Porque ele é, interiormente manifestado a nós, quando nós somos capazes de dizer com confiança: 'Meu Senhor, e meu Deus!'. Então, cada um de nós pode corajosamente dizer: 'A vida que eu agora vivo, eu vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e deu a si mesmo por mim'. (Gálatas 2:20) 'Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que eu agora vivo na carne, eu a vivo na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim'. E é por assim manifestar a si mesmo em nossos corações que ele efetivamente 'destrói as obras do diabo'.
III
1. Como Ele faz isto; de que maneira, e através de que passos, ele verdadeiramente as destrói, nós iremos agora considerar. Primeiro, como satanás começou sua obra em Eva, envenenando-a com a descrença, então, o Filho de Deus começa sua obra no homem, nos capacitando a crer Nele. Ele abre e ilumina os olhos de nosso entendimento. Fora da escuridão, ele ordena à luz que brilhe, e arranca o véu que o 'deus deste mundo' tinha espalhado sobre nossos corações. E nós, então, não através de uma corrente de raciocínio, mas através de uma espécie de intuição; através de uma visão direta de que 'Deus estava em Cristo, reconciliando o mundo para si mesmo; não imputando a eles suas primeiras transgressões'; não as imputando a mim. Naquele dia, 'nós saberemos que somos de Deus'; filhos de Deus pela fé; 'tendo redenção, através do sangue de Cristo, mesmo o perdão dos pecados'. 'Sendo justificado pela fé, nós teremos lugar com Deus, através de nosso Senhor Jesus Cristo'; -- aquela paz, que nos capacita, em todas as condições também a estarmos satisfeitos; que nos livra de todas as dúvidas desconcertantes; de todos os medos tormentosos; e, em particular, de todo 'medo da morte, por meio do qual, nós estivemos toda nossa existência, sujeitos à escravidão'.
2. Ao mesmo tempo, o Filho de Deus golpeia a raiz da grande obra do diabo, -- o orgulho; fazendo com que o pecador se humilhe diante do Senhor, e abomine a si mesmo, de certo modo, se reduza ao pó e cinzas. Ele golpeia na raiz da vontade própria; capacitando o pecador humilhado a dizer em todas as coisas: 'Não como eu quero, mas como Tu queres'. Ele destrói o amor ao mundo; libertando aqueles que crêem Nele de 'todo desejo tolo e danoso'; do 'desejo da carne; do desejo dos olhos; do orgulho da vida'. Ele os poupa de buscar, ou de esperar encontrar felicidade em alguma criatura. Como satanás mudou o coração do homem do Criador para a criatura; então, o Filho de Deus mudou seu coração, da criatura para o Criador. Assim sendo, manifestando a si mesmo, Ele destrói as obras do diabo; restaurando o culpado, rejeitado de Deus, para seu favor, perdão e paz; o pecador, em quem não habita coisa boa, para o amor e santidade; o pecador oprimido e miserável, para a alegria inexprimível, para a felicidade real e substancial.
3. Mas pode ser observado, que o Filho de Deus não destrói toda a obra do diabo no homem, por quanto tempo ele permanece nesta vida. Ele ainda não a destrói a fraqueza corpórea, doença, dor, e milhares de enfermidades, próprias da carne e sangue. Ele não destrói toda aquela fraqueza de entendimento, que é a conseqüência natural da alma habitar um corpo corruptível; de modo que 'a ignorância e o erro', ainda, 'pertencem à humanidade'. Ele nos confia apenas uma porção muito pequena do conhecimento, em nosso estado presente; a fim de que nosso conhecimento não possa interferir com nossa humildade, e novamente possamos nos sentir como deuses. É para remover de nós toda tentação para o orgulho, e todo pensamento de independência - (que é a mesma coisa que os homens em geral tão sinceramente cobiçam, sob o nome de liberdade) - que ele nos deixa rodeados com todas essas enfermidades; particularmente, fraqueza de entendimento; até que a sentença tome lugar: 'Tu és pó, e ao pó retornarás!'.
4. Então, o erro, a dor, e todas as doenças corpóreas cessarão: Todas essas serão destruídas através da morte. E a própria morte, 'o último inimigo' do homem, deverá ser destruída na ressurreição. No momento em que ouvirmos o arcanjo e a trompa de Deus, 'então, será cumprido o que está escrito: a morte será tragada na vitória'. Este corpo 'corruptível deverá se tornar incorrupto'; esse corpo 'mortal deverá se tornar imortal'; e o Filho de Deus, manifestado nas nuvens do céu, deverá destruir esta última obra do diabo!
5. Aqui, então, nós vemos, em uma luz mais clara e forte, o que é a religião verdadeira: A restauração do homem, através Dele que esmaga a cabeça da serpente [Gênesis 3:15]; a restauração de tudo que a velha serpente o privou; a restauração, não apenas para o favor, mas, igualmente, para a imagem de Deus; implicando, não meramente no livramento do pecado, mas sendo preenchido com a plenitude de Deus. Evidentemente, se nós atendermos às considerações precedentes, de que nada menos do que isto seja religião cristã. Todas as demais coisas, se contrárias ou aparentes, estão completamente longe do alvo. Mas que paradoxo é este! Quão pouco, ela é entendida no mundo cristão; sim, nessa época erudita, onde é tido por certo que o mundo é mais sábio do que nunca foi antes, desde o início!
Em meio a todas as nossas descobertas, quem descobriu isto? Quão poucos, mesmo entre os cultos ou incultos! E, ainda assim, se nós cremos na Bíblia, quem poderá negá-la? Quem poderá duvidar dela? Ela está na Bíblia, do começo ao fim, em uma corrente unida; e o argumento de cada parte dela, com todas as outras, é, propriamente a analogia da fé. Cuide de não tomar qualquer coisa; ou qualquer coisa menos do que isto por religião! Nem coisa alguma a mais: Não imagine que uma forma exterior, uma sucessão de deveres, públicos ou privados, seja religião! Não suponha que a honestidade, a justiça, ou o que quer que seja chamado de moralidade (embora excelente em seu ligar) seja religião! E menos do que tudo, não fantasie que a ortodoxia, a opinião correta (vulgarmente chamada de fé) seja religião. De todas as fantasias religiosas, esta é a mais vã; a que toma feno e restolho por ouro, atirado ao fogo!
6. Não tome, nem mais nem menos, do que isto, como sendo a religião de Jesus Cristo! Não tome parte dela, como sendo o todo! O que Deus reuniu, não separe. Não aceite nada menos do que 'a fé que é operada pelo amor'; toda santidade interior e exterior, como religião Dele. Não esteja satisfeito com qualquer religião, que não implique na destruição de todas as obras do diabo; ou seja, de todos os pecados. Nós sabemos, que a fraqueza de entendimento, e milhares de enfermidades irão permanecer, enquanto restar este corpo corruptível; mas o pecado não precisa permanecer: Esta é a obra do diabo, eminentemente assim chamada, a que o Filho de Deus foi manifestado para destruir nesta vida atual. Ele é capaz; ele está desejoso de destruí-la agora, em todos que crerem Nele. Apenas não se restrinja a si mesmo! Não desconfie de seu poder ou de seu amor! Coloque sua promessa à prova! Ele tem falado: E ele não está pronto igualmente para executar? Apenas 'venha corajosamente para o trono da graça', confiando em sua misericórdia; e você se certificará que 'Ele salva ao extremo todos aqueles que vêm para Deus, através Dele!'.
sábado, 19 de fevereiro de 2011
A Entrada Triunfal em Jerusalém
"Dizei à filha de Sião: Eis aí te vem o teu Rei, humilde, montado em um jumento, num jumentinho, cria de animal de carga." — Mateus 21:5.
Nós lemos o capítulo do qual nosso texto é tomado; deixe-me agora recontar o incidente para sua audiência. Havia uma expectativa na mente popular do povo judeu, que o Messias estava para vir. Eles esperavam que ele fosse um príncipe temporal, alguém que devia guerrear contra os Romanos e restaurar aos Judeus sua nacionalidade perdida. Havia muitos que, embora não cressem em Cristo com uma fé espiritual, esperavam entretanto que talvez Ele pudesse ser para eles um grande libertador temporal, e nós lemos que em uma ou duas ocasiões eles quiseram tomá-lo para fazê-lo rei, mas ele ocultou-se. Havia um ansioso desejo que uma pessoa ou outra deveria levantar o estandarte da rebelião e liderar o povo contra seus opressores. Vendo os feitos poderosos de Cristo, o desejo é pai do pensamento, e eles imaginaram que Ele podia, provavelmente, restaurar a Israel o reino e torná-los livres. O Salvador à distância via que estava adentrando a uma crise. Para ele, ela deveria ser morta por ter desapontado a expectativa popular, ou deveria ceder aos desejos do povo, e ser feito rei. Você sabe qual foi a escolha. Ele veio para salvar outros, e não para fazer-se rei no sentido em que eles entendiam. O Senhor tinha operado o mais notável milagre, ele tinha ressuscitado Lázaro da morte após ele ter estado por quatro dias na sepultura. Este era um milagre tão inesperado e tão espantoso, que tornou-se o assunto da cidade. Multidões foram de Jerusalém a Betânia, eram somente duas milhas de distância, para ver Lázaro. O milagre fora bem autenticado, havia uma multidão de testemunhas, e foi em geral aceito como sendo uma das grandes maravilhas do século, e eles inferiram disto que Cristo devia ser o Messias. O povo determinou que agora eles deveriam fazê-lo rei, e que agora ele deveria liderá-los contra as hostes de Roma. Ele, não pretendia tais coisas, entretanto prevaleceu o entusiasmo deles pelo qual Ele pôde ter a oportunidade de realizar o que tinha sido escrito pelos profetas. Você deve imaginar que todos aqueles que espalharam os galhos no caminho e clamaram "Hosana" desejavam Cristo como príncipe espiritual. Não, eles pensavam ser ele um libertador temporal, e quando eles descobriram mais tarde que estavam enganados odiaram-no na mesma proporção que o tinham amado, e "Crucifica-o, crucifica-o" era um clamor tão alto e veemente quanto "Hosana, bendito o que vem em nome do Senhor." Nosso Salvador assim utilizou-se do equivocado entusiasmo deles para diversos fins e propósitos. Era necessário que a profecia fosse cumprida - "Alegra-te muito, ó filha de Sião; Exulta ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta." Era necessário além disso, que ele reivindicasse publicamente ser o Filho de Davi, e que reivindicasse ser o legítimo herdeiro do trono de Davi, - isto ele fez nesta ocasião. Era necessário também, que ele deixasse seus inimigos sem desculpas. A fim de que eles não dissessem: "Se tu és o Messias, dize-nos claramente," ele disse-lhes claramente. Este adentrar montado pelas ruas de Jerusalém era um manifesto e proclamação de seus direitos reais tão claro quanto poderia ser emitido. Eu penso, além disso, - e sobre isso eu construirei o discurso destas manhã, - Eu penso que Cristo utilizou o fanatismo popular como uma oportunidade de pregar-nos um vivo sermão, incluindo grandes verdades que são tão sujeitas a serem esquecidas por causa de nosso caráter espiritual, incluindo-as na forma externa e símbolo sua própria montaria como rei escoltado por hostes de seguidores. Nós viemos a isto como o assunto do nosso sermão. Dependamos dele.
I. Uma das primeiras coisas que aprendemos é isto. Por este modo através das ruas em pompa, Jesus Cristo foi aclamado como um rei. Aquela reivindicação tinha sido em grande medida, até agora, conservada na obscuridade, mas antes que Ele fosse para o seu Pai, quando a ira de seus inimigos tivesse alcançado sua mais extrema fúria, e quando sua própria hora de mais profunda humilhação tivesse chegado, ele fez uma reivindicação aberta diante dos olhos de todos os homens para ser chamado e reconhecido como um rei. Ele intima primeiro seus arautos. Dois discípulos vêm. Ele envia sua ordem - "Ide a aldeia que está diante de vós, e logo achareis presa uma jumenta e, com ela um jumentinho." Ele reúne sua corte. Seus doze discípulos, aqueles que sempre acompanhavam-no, estão a sua volta. Ele monta o jumento, que em tempos antigos tinha sido domado pelos legisladores judaicos, os governadores do povo. Ele começa a cavalgar através das ruas e as multidões batem suas mãos. É reconhecido que não menos do que três mil pessoas deveriam estar presentes naquela ocasião, alguns indo adiante, alguns seguindo após ele, e outros parados ao lado para ver o espetáculo. Ele cavalgava para sua capital; as ruas de Jerusalém, a cidade real, estão abertas para Ele, como um rei, Ele sobe para seu palácio. Ele era um rei espiritual, e portanto Ele não ia para o palácio temporal mas para o palácio espiritual. Ele cavalga para o templo, e então tomando posse dele, começa a ensinar nele como não tinha feito antes. Ele tinha estado algumas vezes no pórtico de Salomão, mas ele estava mais freqüentemente na encosta da montanha do que no templo; mas agora, como um rei, ele toma posse de seu palácio, e ali, sentado em seu trono profético, ele ensina o povo em sua corte real. Vós príncipes da terra, dêem ouvidos, há alguém que clama ser enumerado convosco. É Jesus, o Filho de Davi, o Rei dos Judeus. Dai lugar a Ele, vós imperadores, daí lugar a Ele! Dai lugar ao homem que nasceu numa manjedoura! Dai lugar ao homem cujos discípulos eram pescadores! Dai lugar a Ele cuja veste foi de um camponês, sem costura, tecido de cima abaixo! Ele não usa nenhuma coroa, exceto a coroa de espinhos, contudo ele é mais nobre do que vocês. Sobre seus lombos ele não veste púrpura, entretanto ele é muito mais real do que vocês. Sobre seus pés não havia nenhuma sandália prateada adornada com pérolas, porém ele é mais glorioso do que vocês. Dai lugar a Ele! Dai lugar a Ele! Hosana! Hosana! Deixem-no ser novamente proclamado Rei! Rei! Rei! Deixem-no valorizar seu lugar sobre Seu trono, alto acima dos reis da terra. Isto é o que Ele fez, proclamou-se Rei.
II. Além disto, Cristo por seu ato mostrou que tipo de Rei ele poderia ter sido se tivesse se agradado, e que tipo de rei ele pode ser agora, se ele desejar. Tinha sido este o desejo de nosso Senhor, aquelas multidões que seguiram-no nas ruas realmente tinham-no coroado lá e então, e dobrando os joelhos, eles tinham-no aceito como o ramo que brotou da seca raiz de Jessé - a ele que tinha vindo - o governante, o Siló entre o povo de Deus. Tivesse ele dito apenas uma palavra, e eles teriam arremetido com ele sobre suas cabeças para o palácio de Pilatos, e tomando-no de surpresa, com uns poucos soldados na terra, Pilatos poderia logo ter sido feito prisioneiro, e ter sido provado por sua vida. Diante do indomável valor e da tremenda fúria de um exército judeu, a Palestina poderia ter sido rapidamente limpa de todas as legiões romanas, e ter se tornado novamente uma terra real. Mais ainda, nós afirmamos, com seu poder de operar milagres, com poder pelo qual os soldados recuaram quando ele disse: "sou eu;" Ele podia ter limpado não somente aquela terra, mas todas as outras, ele podia ter marchado de país em país, e de reino em reino, até que toda cidade real e cada estado régio tivesse cedido a sua supremacia. Ele poderia ter feito aqueles que vivem em ilhas no mar curvarem-se diante dele, e aqueles que habitam o deserto poderiam ter sido obrigados a lamber o pó. Não havia razão, Ó vós reis da terra, para que Cristo não tivesse sido mais poderoso do que vocês. Se seu reino fosse deste mundo, ele poderia ter fundado uma dinastia mais duradoura do que as vossas, ele poderia ter reunido tropas diante das quais vossas legiões se derreteriam como a neve diante do sol de verão, ele poderia ter destruído a imagem de Roma, até, uma massa despedaçada, como um vaso de cerâmica destruído por uma haste de ferro, ele poderia ser feito em pedaços.
Ainda é assim, meu irmão. Se for a vontade de Deus, ele pode fazer seus santos, cada um deles, príncipes, ele pode fazer sua Igreja rica e poderosa, ele pode elevar sua religião se ele preferir, e fazê-la a mais magnificente e suntuosa. Se esta for sua vontade, não há razão para que toda a glória que nós lemos no Velho Testamento sob Salomão, não possa ser dada a Igreja sob o grande Filho de Davi. Mas ele não veio para fazer isto, e por isso a impertinência daqueles que pensam que Cristo deve ser adorado com uma esplêndida arquitetura, com magníficas vestimentas, com orgulhosas procissões, com a aliança do estados com igrejas, fazendo os bispos da igreja magnificentes senhores e governadores, erguendo a própria igreja, e tentando colocar sobre seus ombros aquelas roupas que nunca lhe caberão, vestimentas que nunca foram destinadas a ela. Se Cristo se preocupasse com esta glória do mundo, ela logo estaria a seus pés. Se ele desejasse tomá-la, quem levantaria uma palavra contra sua reivindicação, ou quem levantaria um dedo contra o seu poder! Mas ele não se preocupa com isso. Levem suas quinquilharias para outro lugar, tirem suas lantejoulas daqui, ele não as quer. Removam sua glória, e sua pompa, e seu esplendor, ele não necessita de nada de suas mãos. Seu reino não é deste mundo, de outro modo seus servos lutariam, e seus ministros estariam vestidos com mantos de escarlate, e seus servos estariam assentados entre os príncipes, Ele não se preocupa com isto. Povo de Deus, não busque por isso. O que seu Mestre não teria, não procurem para si próprios. Oh! Igreja de Cristo, o que teu marido desdenhou, desdenhe você também. Ele poderia ter tido isso, mas ele não teve. E ele leu para nós a lição, que se todas estas coisas podem ser da Igreja, foi bom para ele ter passado por elas e dizer: "Elas não são para mim - Eu não pretendo brilhar nestas plumas emprestadas."
III. Mas em terceiro lugar, e aqui jaz o cerne do assunto, você viu que Cristo reivindicou ser um rei; você viu que tipo de rei ele poderia ter sido e não foi, mas agora você verá que tipo de rei ele é, e que tipo de rei ele reivindica ser. Qual era seu reino? Qual sua natureza? Qual era sua autoridade real? Quais foram seus súditos? Quais suas leis? Qual seu governo? Agora você perceberá imediatamente da passagem tomada como um todo, que o reino de Cristo é um reino muito estranho, totalmente diferente de qualquer coisa que jamais foi vista ou que ainda será vista.
Ele era um reino, em primeiro lugar, no qual os discípulos são os cortesãos. Nosso bendito Senhor não tinha príncipes à espera, nem porteiros de bastão negro, nenhuma guarda real que ocupasse o lugar daqueles altos oficiais? Porque uns poucos pobres e humildes pescadores, que eram seus discípulos. Aprenda , então, que se no reino de Cristo você quer ser um nobre você deve ser um discípulo; sentar aos seus pés é a honra que ele lhe dará. Ouvindo suas palavras, obedecendo seus mandamentos, recebendo sua graça - esta é a verdadeira dignidade, esta é a verdadeira magnificência. O mais pobre homem que ama a Cristo, ou a mais humilde mulher que está desejando aceitá-lo como seu mestre, torna-se imediatamente membro da nobreza que espera por Cristo Jesus. Que reino é este que faz pescadores nobres, e camponeses príncipes enquanto eles ainda continuam pescadores e camponeses! Este é o reino do qual nós falamos, no qual o discipulado é o mais alto grau, no qual o serviço divino é a mais alta patente.
Este era um reino, é estranho dizê-lo, no qual as leis do rei, não estão, nenhuma delas, escritas em papel. As leis do rei não são proclamadas pela boca do arauto, mas escritas no coração. Você não percebe que na narrativa Cristo manda seus servos ir e pegar seu corcel real, tal qual ele estava, e esta era a lei: "Soltai-o e deixai-o ir?" Mas onde estava escrita a lei? Estava escrita no coração do homem a quem pertenciam a jumenta e o jumentinho, pois ele imediatamente disse: "Deixai-os ir" cordialmente e com grande alegria; ele pensou ser uma grande honra contribuir para a cerimônia real deste grande Rei de paz. Assim, irmãos, no reino de Cristo você não verá nenhum enorme livro de leis, nem juristas, nem procuradores, nem advogados que necessitem esclarecer a lei. O livro da lei está aqui no coração, o advogado está aqui na consciência, a lei está escrita não mais em pergaminho, nem mais promulgada e escrita, como foram os decretos de Roma, sobre aço e aflição, mas sobre as tábuas de carne do coração. A vontade humana é persuadida à obediência, o coração humano é moldado à imagem de Cristo, seu desejo se torna o desejo de seus súditos, sua glória seu alvo principal, e sua lei o maior deleite de suas almas. Estranho reino este, que não necessita de nenhuma lei, salvo aquelas que são escritas sobre o coração de seus súditos.
Estranho ainda, como alguns pensarão dele, este era um reino no qual riquezas incertas não partilham o que quer que seja de sua glória. Lá vai o Rei, o mais pobre de toda a classe, por que aquele Rei não tinha onde reclinar a cabeça. Lá vai o Rei, o mais pobre de todos, sobre o jumento de outro homem que ele tinha emprestado. Lá vai o Rei, alguém que está para morrer; desprovido de seu manto para morrer nu e exposto. E ele ainda é o Rei do seu reino, o Principal, o Príncipe, o Líder, o Coroado de toda a geração, simplesmente porque ele tinha o mínimo. Ele era quem tinha dado mais aos outros e retido o mínimo para si mesmo. Ele que era o menos egoísta e mais abnegado, ele que viveu o máximo para os outros, era o Rei deste reino. E olhe para os cortesãos, olhe para os príncipes! Eles eram todos pobres também; eles não tinham nenhuma bandeira para colocar do lado de fora das janelas, então eles lançaram suas pobres roupas sobre as sacadas ou as penduraram das janelas quando ele passava. Eles não tinha púrpura brilhante para fazer um tapete para os pés de seu jumento, então eles lançaram suas próprias roupas surradas no caminho, eles espalharam ao longo do caminho ramos de palmeira que eles podiam facilmente obter das árvores que guarneciam a estrada, porque eles não tinham nenhum dinheiro com o qual custear a despesa de um grande triunfo. A cada caminho este era um pobre fato. Nenhum brilho de ouro, nenhuma bandeira ostentada, nenhum soprar de trombetas de prata, nenhuma pompa, nenhuma circunstância! Era o triunfo da própria pobreza. Pobreza entronizada sobre o animal próprio da pobreza cavalgando através das ruas. Estranho reino este, irmãos! Eu creio que nós o reconhecemos - um reino no qual aquele que é o principal entre nós, não é aquele que é mais rico em ouro, mas aquele que é mais rico em fé; um reino que não depende de nenhum rendimento exceto o rendimento da divina graça, um reino que oferece a cada homem sentar-se sob sua sombra com deleite, seja ele rico ou pobre.
Estranho reino este! Mas, irmãos, aqui está alguma coisa talvez ainda mais excessivamente extraordinária, ele era um reino sem força armada. Oh, príncipe, onde estão teus soldados? Este é teu exército? Este milhares que te servem? Onde estão tuas espadas? Eles carregam galhos de palmeira. Onde estão teus equipamentos? Eles estão quase se desnudando para calçar teu caminho com suas roupas. Estas é tua hoste? Estes são teus batalhões? Oh estranho reino, sem um exército! O mais estranho Rei, que não usa nenhuma espada, mas cavalga adiante no meio deste povo conquistando e para conquistar um estranho reino, no qual há a palma sem a espada, a vitória sem a batalha. Sem sangue, sem lágrimas, sem devastação, sem cidades queimadas, sem corpos mutilados! Rei de paz, Rei de paz, este é teu domínio! Ainda é assim no reino sobre o qual Cristo é rei hoje, não há força para ser usada. Se os reis da terra dissessem para os ministros de Cristo: "Nós lhe emprestaremos nossos soldados," nossa resposta deveria ser: "O que nós podemos fazer com eles? - como soldados eles são inúteis para nós" Será um dia ruim para a igreja quando ela emprestar o exército daqueles iníquos gentios, o imperador Constantino também pensou que poderia fazê-la grande, Ela não nada além de poluição, degradação e vergonha, e aquela igreja que pediu às tropas civis para ajudá-la, aquela igreja que faria seu Sábados obrigatórios às pessoas pela força da lei, aquela igreja que teria seus dogmas proclamados com o ressoar dos tambores, e fez o punho ou a espada tornarem-se suas armas, não conheceu de que espírito ela é. Estas são armas carnais. Elas são fora de propósito em um reino espiritual. Seus exércitos são pensamentos amorosos, suas tropas são palavras amáveis. O poder pelo qual ele governa seu povo não é a mão forte e o braço estendido da polícia ou dos soldados, mas pelas ações de amor e palavras de superabundante bênção ele declara seu soberano poder.
Este era um estranho reino também, meus irmãos, porque ele não tinha qualquer pompa. Se você reclamar sua pompa, que pompa singular ela era! Quando nossos reis são proclamados, três estranhos indivíduos, como nunca se vê em outras ocasiões, chamados arautos, vêm cavalgando à frente para proclamar o rei. Estranhas são suas vestes, romântico seu traje, e com som de trombetas o rei é magnificamente proclamado. Então vem a coroação e como a nação se emociona de ponta a ponta com êxtase quando o novo rei está para ser coroado! Que multidão enche as ruas. Algumas vezes as fontes eram feitas para fluir vinho, e raramente havia uma rua que não estava forrada com trapezistas por toda a parte. Mas aqui vem o Rei dos reis, Príncipe dos reis da terra, nenhum cavalo colorido empinado que mantivesse a distância os filhos da pobreza; ele esta montado sobre um jumento, e enquanto cavalga adiante, fala gentilmente às pequenas crianças que clamam: "Hosana," e quer bem às mães e pais da mais baixa estirpe que se comprimem à sua volta. Ele é acessível; ele não é separado deles; ele não reclama ser seu superior, mas servo deles não menos grandioso que um rei, ele era servo de todos. Sem trombetas soando - ele estava contente com a voz dos homens, nenhum adorno sobre seu jumento, mas as vestimentas de seus próprios discípulos, nenhuma pompa além da pompa que corações amorosos sinceramente rendidos a ele. Assim ele cavalga; seu reino de submissão, o reino de humilhação. Irmãos, nós podemos pertencer àquele reino também; nós podemos sentir em nossos corações que Cristo vem a nós para subjugar toda altivez e todo pensamento orgulhoso, que cada vale seja ser elevado, e cada monte seja humilhado, e toda a terra exaltada naquele dia!
Ouça novamente, e este talvez seja um lado impressionante do reino de Cristo - ele veio estabelecer um reino sem impostos. Onde estão os cobradores de impostos do Rei? Você diz que ele não tinha qualquer imposto; sim ele tinha, mas que imposto ele era! Cada homem, de bom grado, despia-se de suas vestimentas; ele nunca pediu isto; seu rendimento fluía livremente dos presentes dados de bom grado por seu povo. O primeiro tinha emprestado e seu jumento e o jumentinho, os outros tinham entregue suas roupas. Aqueles que tinham poucas roupas para repartir, retiraram os galhos das árvores, e ali estava declarado de vez que não custava qualquer coisa a nenhum homem, ou particularmente que nada era exigido de qualquer homem, mas todas as coisas eram dadas espontaneamente. Este é o reino de Cristo - um reino que não se mantém do dízimo, contribuições à igreja ou impostos de Páscoa, mas um reino que vive sobre a livre vontade de ofertar de um povo disposto, um reino que não exige nada de qualquer homem, mas que vem a ele com uma força mais poderosa eficácia do que exigência, dizendo a ele: "Tu não estás debaixo da lei, mas sob a graça, sendo comprados por preço", dedique a si mesmo e tudo o que você tem ao serviço do Rei dos reis! Irmãos, vocês me acham um louco ou fanático em falar de um reino deste tipo? De fato, seria fanatismo se nós disséssemos que qualquer simples homem pudesse estabelecer tal domínio. Mas Cristo fez isto, e hoje há dezenas de milhares de homens neste mundo que chamam-no Rei, e que sentem que ele é mais Rei deles do que o governante de sua terra nativa; que eles dão a ele uma mais sincera homenagem do que eles deram ao amado soberano, eles sentem que seu poder sobre eles é tal que eles não desejam resistir - o poder do amor, que seus presentes a ele são tão pequenos, por isso eles desejam dar a si mesmos de agora em diante, Isto é tudo o que eles podem fazer. Maravilhoso e inigualável reino! Tal qual nunca se encontrará sobre a terra.
Antes de deixar este ponto, eu gostaria de observar que este era um reino no qual todas as criaturas foram consideradas. Porque Cristo tinha dois animais? Havia um jumento e um jumentinho, cria de jumento; ele montou o filhote de jumento porque ele nunca tinha sido montado antes. Eu já observei diversos comentaristas para ver o que eles dizem acerca disso, e um antigo comentarista me fez rir - Eu creio que ele não fará você rir também - dizendo que Cristo ordenando a seus discípulos para trazerem o filhote e também a mãe nos ensinaria que os infantes devem ser batizados tanto quanto seus pais, o que me parece ser um argumento eminentemente digno do batismo infantil. Pensando no assunto acima, contudo, eu considero que há uma melhor razão a ser dada, - Cristo não teria qualquer dor em seu reino, ele não teria nem mesmo um jumento sofrendo por ele, e se o filhote fosse tirado de sua mãe, lá estaria a pobre mãe no estábulo em casa, pensando em seu filhote, e lá estaria o filhote desejando voltar, como aquelas vacas que os filisteus usaram quando eles devolveram a arca, e que foram mugindo enquanto seguiam seu caminho, porque seus bezerros estavam em casa. Impressionante reino de Cristo no qual o animal natural possuirá sua parte!. "Porque a criatura foi sujeita a vaidade de nosso pecado." Ele era um animal que sofria por causa do nosso pecado, e Cristo pretende que seu reino traga de volta os animais à sua primitiva felicidade. . Ele nos faria homens misericordiosos, considerando até mesmo os animais. Eu creio que quando seu reino vier totalmente, a natureza animal será reconduzida à sua felicidade original. "Então o leão comerá feno como o boi, a criança de peito brincará na toca da áspide, e a criança desmamada colocará sua mão no esconderijo do basilisco." A velha tranqüilidade do Éden, e a familiaridade entre o homem e as criaturas e as criaturas inferiores, retornará novamente. E mesmo agora, sempre que o Evangelho é totalmente conhecido no coração do humano, o homem começa a reconhecer que ele não tem direito deliberado para matar um pardal ou um verme, porque ele está no domínio de Cristo, e aquele que não montou o jumentinho sem ter a mãe dele ao seu lado, para que isso pudesse ser em paz e alegria, não teria qualquer de seus discípulos pensando negligentemente da mais inferior criatura feita pela sua mão. Bendito reino este que considerou até mesmo o desprezado! Deus cuida dos bois? Oh, que ele cuide; e que o próprio jumento, aquele herdeiro do trabalho, seja cuidado. O reino de Cristo, então, cuidará de animais tanto quanto de homens.
Mais uma vez: Cristo montando através das ruas de Jerusalém, ensinou publicamente que seu reino era um reino de alegria. Irmãos, quando grandes conquistadores cavalgam através das ruas, você freqüentemente ouve da alegria do povo; como as mulheres atiram rosas no caminho, como eles se amontoam em volta do herói do dia, e balançam seus lenços para mostrar sua apreciação pela libertação que ele operou. A cidade foi longamente sitiada, o campeão desarraigou os sitiadores, e o povo terá descanso agora. Desocupando totalmente os portões, limpam as estradas e deixam o herói vir, permitem ao mais inferior pajem que está entre seus seguidores seja honrado neste dia por causa da libertação. Ah! Irmãos, quantas lágrimas, contudo, são aquelas ocultadas nestes triunfos! Há uma mulher que ouve o som dos sinos da vitória, e diz: "Ah! Vitória sem dúvida, mas eu estou de luto, e meus pequeninos estão órfãos" E dos balcões de onde a beleza olha para baixo e sorri, há talvez uma desconsideração naquele momento por amigos e parentes sobre os quais eles em breve eles terão de chorar, porque cada batalha é com sangue, e cada conquista é com tristeza, e cada grito de vitória tem seu luto, seu lamento, e ranger de dentes. Cada som de trombetas por causa da vitória conseguida, cobre o choro, os lamentos, e a profunda agonia daqueles que têm perdido seus parentes! Mas em teu triunfo, Jesus, não houve lágrimas! Quando as crianças clamavam: "Hosana," elas não tinham perdido seus pais na batalha. Quando homens e mulheres gritavam: "Bendito o que vem em nome do Senhor," eles não tinha nenhum motivo para chorar com a respiração presa, ou para estragar sua alegria com a lembrança da miséria. Não, em seu reino há alegria pura e sem mistura. Gritem, gritem, vocês que são súditos do Rei Jesus! Vocês têm aflições, mas não dele, problemas podem vir porque vocês estão no mundo, mas elas não vem dele. Seu serviço é perfeita liberdade. Seus caminhos são caminhos de conforto, e suas veredas são paz.
"Alegre-se o mundo, o Salvador vem,
O Salvador há muito prometido;
Prepare cada coração uma canção
E cada voz uma melodia"
Ele vem lançar fora suas lágrima e não fazê-las fluir, ele vem tirar você do seu lamaçal e colocá-lo sobre seu trono, para tirá-lo das suas masmorras e fazê-lo saltar em liberdade.
"Bênçãos abundam onde ele reina,
O prisioneiro salta por quebrar suas cadeias;
O cansado encontra eternal descanso,
E todas as eras de necessidade são abençoadas."
Singular reino este!
IV. E agora eu venho para o meu quarto e último tópico. O Salvador, em sua entrada triunfal na capital de seus pais, declarou-nos muito claramente os efeitos práticos do reino. Ora, quais são eles? Um dos primeiros efeitos foi que toda a cidade se comoveu. O que isto significa? Isto significa que cada pessoa tinha alguma coisa a dizer sobre ele, e que cada pessoa sentiu alguma coisa porque Cristo montou através da rua. Havia alguns que inclinavam-se do topo de suas casas, olhavam a rua e diziam um ao outro - "Aha! Você já viu brincadeira mais tola do que esta? Humpf! Lá está Jesus de Nazaré, lá em baixo montando um jumento! Certamente se ele pretendia ser rei podia ter escolhido um cavalo. Olhe pra ele! Eles chamam isto pompa! Lá está um velho pescador atirando somente sua mal-cheirosa roupa; Eu diria que ele estava pescando nelas há uma ou duas horas atrás?" "Olhe," alguém diz, "veja aquele velho mendigo jogando seu gorro pro ar por alegria!" "Aha!" dizem eles, "Há coisa mais ridícula do que esta?" Eu não posso colocar isto nos termos que eles o teriam descrito; se eu pudesse, eu acho penso que o faria. Eu gostaria de fazer você ver quÃo ridículo isto deve ter parecido ao povo. Por que se o próprio Pilatos tivesse ouvido sobre ele teria dito - "Ah! Não há muito o que temer disto. Não há temor que aquele homem derrube César; Não há temor que ele em algum tempo destrua um exército. Onde estão suas espadas? Não há nenhuma espada entre eles! Eles não têm nenhum clamor que soe como rebelião; seus sons são somente alguns versos religiosos tirados dos Salmos." "Oh!" diz ele, "Tudo isto é desprezível e ridículo." E esta era a opinião de um grande número em Jerusalém. Talvez esta seja sua opinião, meu amigo. O reino de Cristo, você diz, é ridículo; você talvez não acredite que há alguma pessoa que é governada por ele embora nós digamos que nós o temos como nosso Rei, e que sentimos que a lei do amor é uma lei que nos constrange a doce obediência. "Oh,"você diz, "isto é fingimento e hipocrisia." E há alguns que estão presentes onde eles têm incensórios dourados, e altares, e sacerdotes e eles dizem: "Oh! Uma religião que é tão simples - cantando uns poucos hinos, e oferecendo improvisada oração! - Ah! Dê-me um bispo com uma mitra - um ótimo indivíduo envolvido em tecido - que isto é coisa para mim." "Oh!," diz outro, "deixe-me ouvir o ressoar dos órgãos; deixe-me ver as coisas feitas sistematicamente, deixe-me ver alguns ornamentos também; deixe o homem surgir coberto em roupas apropriadas para mostrar que ele é um tanto diferente das outras pessoas; não o deixem ficar vestido como se ele fosse um homem comum; deixe-me ver alguma coisa no culto diferente de todas as coisas que eu já vi antes." Eles o querem vestido com alguma pompa, e porque não é assim eles dizem - "Ah! Humpf!" Eles o ridicularizam, e isto é tudo que Cristo tem da multidão de homens que se acham excessivamente sábios. Ele é para eles loucura e eles passam por ele com desprezo. Seus escárnios serão em breve trocados por lágrimas senhores! Quando ele vier com real pompa e esplendor vocês irão chorar e lamentar, porque vocês negaram o Rei da Paz.
"O Senhor virá! De uma terrível forma,
Com coroa de arco-íris e manto de tempestade,
Com voz de querubim e asas de vento,
O Julgamento marcado de toda humanidade."
Então você achará perturbador tê-lo tratado com desprezo. Sem dúvida, havia outros em Jerusalém, que estavam cheios de curiosidade. Eles diziam - "Meu Deus, o que pode ser isto? O que isto significa? O que é isto?" "Eu gostaria que você viesse," eles diziam aos seus vizinhos, "e nos contassem a história deste homem singular, nós gostaríamos de saber sobre ele." Alguns deles diziam: "Ele foi para o templo, eu diria que ele fará um milagre;" Assim afastados eles correram, e se apertaram, e se espremeram, e se amontoaram para ver uma maravilha. Eles eram como Herodes, eles desejavam ver algum milagre operado por ele. Este foi também o primeiro dia da chegada de Cristo, e, é claro o entusiasmo podia durar uns nove dias se ele prosseguisse, assim eles estavam muito curiosos sobre isso. E isso é tudo o que Cristo tem de milhares de pessoas. Eles ouvem sobre um reavivamento da religião. Bem, eles gostariam o que é isso e ouvir sobre isso. Há alguma coisa acontecendo em tal e tal local de culto; bem, eles gostariam de ir mesmo que fosse somente para ver o lugar. "Há um estranho ministro dizendo coisas esquisitas, vamos ouvi-lo. Nós tínhamos intenção de sair" - vocês sabem que eu tenho em vista vocês mesmos - "nós tínhamos a intenção de ir a uma excursão hoje," você diz, "mas, ao invés disto, vamos lá." Apenas isto, curiosidade, curiosidade; isto é tudo tem hoje, e ele que morreu sobre a cruz tornou-se um tema para uma história sem propósito, e ele que é Senhor de anjos e adorado por homens, é discutido como se fosse um Bruxo do Norte ou algum excêntrico impostor! Ah! Daqui a pouco, você achará perturbador tê-lo tratado assim; porque quando ele vier, e quando todo olhos vê-lo, você que simplesmente inquiriu curiosamente por ele descobrirá que ele perguntará por você, não com animosidade mas com ódio, e dirá - "Apartai-vos, vós malditos, para o fogo eterno." Mas anônimos na multidão houve alguns que foram ainda piores, porque eles observavam a coisa toda com inveja. "Ah!" disse o Rabi Simeon para o Rabi Hillel, "o povo nunca esteve tão satisfeito conosco. Nós conhecemos muito mais do que aquele impostor; nós lemos do começo ao fim todos os nossos livros religiosos." "Você não se lembra dele," disse alguém, "que quando ele era um menino era especialmente precoce? Você se lembra quando ele veio ao templo e conversou conosco, e desde então ele enganava o povo," Pensando em que ele brilhava mais do que eles, que ele era mais estimado no coração das multidões do que eles eram, embora eles fossem altamente orgulhosos. "Oh!" disse o fariseu, "ele não usa nenhum filactério, e eu fiz os meus bem grandes; eu fiz minhas vestimentas até quase as extremidades, para que elas possam ser superiores." "Ah!" diz outro, "Eu dizimo minha menta, meu anis, meu cominho, e fico no canto da rua e toco trombeta quando dou um centavo, mas, ainda assim, o povo não me coloca sobre um jumento; eles não batem palmas e dizem: 'Hosana' para mim, mas toda a terra vai atrás deste homem como um bando de crianças. Além disso, pense neles indo ao templo perturbando seus superiores, perturbando a nós que estamos fazendo uma exibição de nossas pretensas orações em pé no pátio!" E isto é o que Cristo tem de um grande número. Eles não gostam de ver a causa de Cristo progredir. Pelo contrário, eles necessitariam que Cristo fosse rebaixado para que eles pudessem engordar a si mesmos com o roubo, eles precisariam que sua igreja fosse desprezível. Eles gostam de ouvir da queda de pastores cristãos. Se eles podem achar falhas em um cristão, "noticiem isto, noticiem isto, noticiem isto," dizem eles. Mas se um homem anda honestamente, se ele glorifica a Cristo, se a Igreja cresce, se almas são salvas, imediatamente há barulho e toda a cidade se movimenta, todo barulho começa e é conduzido por falsidade, fazendo acusações, e calúnias contra o caráter do povo de Cristo. De um modo ou de outro, homens por certo são movidos, se eles não são movidos ao escárnio, se eles não são movidos ao questionamento, eles são movidos a inveja. Mas benditos são aqueles alguns em Jerusalém que foram movidos ao regozijo. Oh! Havia muitos que, como Simeão e Ana regozijaram por ver aquele dia, e muitos deles foram para casa e disseram: "Senhor, agora podes despedir em paz o teu servo, porque meus olhos viram a tua salvação." Havia uma mulher, há muito acamada, na rua de trás de Jerusalém, que sentou-se me sua cama e disse: "Hosana," e desejou descer para a rua, para que pudesse atirar seu velho manto no caminho, e pudesse saudar aquele que era o Rei dos Judeus. Havia muitos olhos lacrimejantes que lançaram fora suas lágrimas naquele dia, e muitos crentes enlutados que começaram naquela hora a regozijar com indescritível alegria. E assim há alguns de vocês que ouvem de Cristo o Rei com alegria. Você se unem ao hino, não como nós temos todos juntados nossas vozes, mas com o coração.
"Regozijem-se o Salvador reina,
O Deus de paz e amor
Quando ele limpou nossas manchas.
Tomou seu assento nas alturas
Regozijem-se, regozijem-se!
Regozijem-se em alta voz, vós santos, regozijem-se
Este é, então, o primeiro efeito do reino de Cristo! Sempre que ele vem, a cidade é movimentada. Não acredite que o Evangelho é pregado de maneira nenhuma se não faz barulho. Não acredite, meu irmão, que o evangelho é pregado no modo de Cristo se ele não deixa alguns irritados e alguns felizes, se ele não faz muitos inimigos e alguns amigos.
Há ainda outro efeito prático do reino de Cristo. Ele subiu ao templo e lá em uma mesa, um monte homens com cestas contendo pares de pombas. "Pombas , senhor, pombas!" Ele olhou para eles e disse: "Tirem essas coisas daí." Ele falou com grande furor. Havia outros trocando dinheiro para que o povo entrasse para pagar seu meio siclo, Ele derrubou as mesas e colocou-os para correr, e logo esvaziou todo o pátio de todos aqueles mercadores tiravam lucro da religiosidade, e fazendo da religião um pretexto para sua própria compensação. Agora isto é o que Cristo faz sempre que ele vem. Eu desejaria que ele viesse um pouco mais na Igreja da Inglaterra, e a purgasse da venda de nomeações, a livra-se daquela maldita simonia que ainda é tolerada pela lei e a limpasse dos homens que são oportunistas, que tomam aquilo que pertence aos ministros de Cristo, e aplicam para seu próprio uso. Eu gostaria que ele estivesse envolvido em todos os nossos lugares de adoração, para que de uma vez por todas pudesse ser visto que aqueles que servem a Deus, o servem porque o amam, e não pelo que podem obter com isso. Eu gostaria que cada professor de religião tivesse completamente claro em sua própria consciência que ele nunca fez uma profissão para gerar respeitabilidade ou estima, mas que somente fez isso naquela que ele pode honrar a Cristo e glorificar seu Mestre. O significado espiritual disso tudo é este - Nós não temos nenhuma casa de Deus hoje; tijolos e argamassa não são santos, os lugares onde nós cultuamos a Deus são lugares de adoração, mas eles não são casas de Deus, não mais do que nós que estamos neles. Nós não cremos na superstição que faz qualquer lugar santo, mas nós somos o templo de Deus. Os próprios homens são templos de Deus, e onde Cristo vem ele expulsa os compradores e negociantes, ele elimina todo o egoísmo. Eu nunca acreditarei que Cristo, o Rei fez de seu coração o palácio dele até que você não seja mais egoísta. Oh, quantos professores há que querem obter tanta honra, tanto respeito! Quanto a dar ao pobre, pensando que é mais abençoado dar do que receber, quanto alimentar o faminto e vestir o desnudo, como vivendo para os outros e não para si mesmos - eles não pensam nisto. Ó Mestre, venha ao teu templo e expele nosso egoísmo, agora vem, tira todas aquelas coisas que fazem-no conveniente para servir Mamom para que sirva a Deus; ajuda-nos a viver para ti, e viver para os outros pelo viver contigo, e não viver para nós mesmos!
O último efeito prático do reino de nosso Senhor Jesus Cristo foi que ele organiza uma grande festa; ele teve, se eu posso falar assim, um dia de recepção na sala real, e quem foi o povo que veio para atendê-lo? Ora, vós cortesãos, os discípulos, nobreza alta e baixa que vêm esperar por ele. Aqui vem um homem, ele tem uma bandagem aqui, e o outro olho tem quase falhando - faça-o entrar, aqui vem outro, seus pés estão totalmente virados e contorcidos - faça-o entrar, aqui vem outro avançando sobre duas muletas, ambas as pernas são defeituosas, e outro perdeu as suas pernas. Aqui eles vêem e aqui está a recepção. O próprio Rei vem aqui e prepara um grande encontro, e o cego e o coxo são seus convidados, e agora ele vem, ele toca aquele olho cego e a luz brilha nele; ele fala a este homem com um perna seca, ele anda; ele toca dois olhos de uma vez, e ambos vêem,e ao outro diz: "Eu lançarei fora suas muletas, ponha-se ereto e regozije e salte com alegria." Isto é o que o Rei faz todas as vezes que ele vem. Venha aqui esta manhã, eu te suplico, tu grande Rei! Há olhos cegos aqui que não podem ver tua beleza. Anda, Jesus, anda no meio desta multidão e toca os olhos. Ah! Então irmãos, se ele fizer isto, você dirá: "Há uma beleza nele que eu nunca vi antes."Jesus, toca seus olhos, eles não podem lançar fora sua própria cegueira, tu podes fazê-lo! Ajude-os a olhar para ti pendurado sobre a cruz! Eles não podem fazê-lo a menos que tu os habilite. Possam eles fazer isto agora, e encontra vida em ti! Ó Jesus, há alguns aqui que estão coxos - joelhos que não se dobram, eles nunca oraram; Há alguns aqui cujos pés não correrão no caminho dos teus mandamentos - pés que não os levarão onde teu nome é louvado, e onde tu és tido em honra. Anda, grande Rei, anda em solene pompa através desta casa, e faze-a como o antigo templo! Mostra aqui o teu poder e prepara teu grande encontro na recuperação do coxo e curando o cego "Oh!" disse alguém, "Eu desejaria que ele abrisse meus olhos cegos." Alma, ele fará isso, sussurre sua oração agora, e isto será feito, porque ele está junto de ti agora. Ele está em pé ao teu lado, ele fala a ti e diz - "Olhe pra mim e seja salvo, tu o mais vil de todos." Há outro, e ele diz - "Senhor, eu quero ser íntegro." Ele diz - "Seja íntegro então." Creia nele e ele te salvará. Ele está próximo a você irmão. Ele não está no púlpito mais do que está no banco, nem em um banco mais do que em outro. Não diga - "Quem irá ao céu para encontrá-lo, ou às profundezas para trazê-lo?" Ele está perto de você; ele ouvirá sua oração mesmo que você não fale; ele ouvirá seu coração falar. Oh! Diga a ele - "Jesus, cura-me," e ele fará isto; ele fará isto agora. Deixe-nos sussurrar um oração, e então nós nos separaremos.
Jesus, cura-nos! Salva-nos Filho de Davi, salva-nos! Tu vês quão cegos nós somos - Oh! Dá-nos a visão da fé! Tu vês o quão coxo nós somos - Oh! Dá-nos a força da graça! E agora, agora mesmo, tu Filho de Davi, arranca nosso egoísmo, e vem e vive e reina em nós como em teu templo-palácio! Nós pedimos isto, Ó tu grande Rei, por tua própria causa. Amém. E antes de deixarmos este lugar, clamemos novamente: "Hosana, hosana, hosana. Bendito o que vem em nome do Senhor."
Nós lemos o capítulo do qual nosso texto é tomado; deixe-me agora recontar o incidente para sua audiência. Havia uma expectativa na mente popular do povo judeu, que o Messias estava para vir. Eles esperavam que ele fosse um príncipe temporal, alguém que devia guerrear contra os Romanos e restaurar aos Judeus sua nacionalidade perdida. Havia muitos que, embora não cressem em Cristo com uma fé espiritual, esperavam entretanto que talvez Ele pudesse ser para eles um grande libertador temporal, e nós lemos que em uma ou duas ocasiões eles quiseram tomá-lo para fazê-lo rei, mas ele ocultou-se. Havia um ansioso desejo que uma pessoa ou outra deveria levantar o estandarte da rebelião e liderar o povo contra seus opressores. Vendo os feitos poderosos de Cristo, o desejo é pai do pensamento, e eles imaginaram que Ele podia, provavelmente, restaurar a Israel o reino e torná-los livres. O Salvador à distância via que estava adentrando a uma crise. Para ele, ela deveria ser morta por ter desapontado a expectativa popular, ou deveria ceder aos desejos do povo, e ser feito rei. Você sabe qual foi a escolha. Ele veio para salvar outros, e não para fazer-se rei no sentido em que eles entendiam. O Senhor tinha operado o mais notável milagre, ele tinha ressuscitado Lázaro da morte após ele ter estado por quatro dias na sepultura. Este era um milagre tão inesperado e tão espantoso, que tornou-se o assunto da cidade. Multidões foram de Jerusalém a Betânia, eram somente duas milhas de distância, para ver Lázaro. O milagre fora bem autenticado, havia uma multidão de testemunhas, e foi em geral aceito como sendo uma das grandes maravilhas do século, e eles inferiram disto que Cristo devia ser o Messias. O povo determinou que agora eles deveriam fazê-lo rei, e que agora ele deveria liderá-los contra as hostes de Roma. Ele, não pretendia tais coisas, entretanto prevaleceu o entusiasmo deles pelo qual Ele pôde ter a oportunidade de realizar o que tinha sido escrito pelos profetas. Você deve imaginar que todos aqueles que espalharam os galhos no caminho e clamaram "Hosana" desejavam Cristo como príncipe espiritual. Não, eles pensavam ser ele um libertador temporal, e quando eles descobriram mais tarde que estavam enganados odiaram-no na mesma proporção que o tinham amado, e "Crucifica-o, crucifica-o" era um clamor tão alto e veemente quanto "Hosana, bendito o que vem em nome do Senhor." Nosso Salvador assim utilizou-se do equivocado entusiasmo deles para diversos fins e propósitos. Era necessário que a profecia fosse cumprida - "Alegra-te muito, ó filha de Sião; Exulta ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta." Era necessário além disso, que ele reivindicasse publicamente ser o Filho de Davi, e que reivindicasse ser o legítimo herdeiro do trono de Davi, - isto ele fez nesta ocasião. Era necessário também, que ele deixasse seus inimigos sem desculpas. A fim de que eles não dissessem: "Se tu és o Messias, dize-nos claramente," ele disse-lhes claramente. Este adentrar montado pelas ruas de Jerusalém era um manifesto e proclamação de seus direitos reais tão claro quanto poderia ser emitido. Eu penso, além disso, - e sobre isso eu construirei o discurso destas manhã, - Eu penso que Cristo utilizou o fanatismo popular como uma oportunidade de pregar-nos um vivo sermão, incluindo grandes verdades que são tão sujeitas a serem esquecidas por causa de nosso caráter espiritual, incluindo-as na forma externa e símbolo sua própria montaria como rei escoltado por hostes de seguidores. Nós viemos a isto como o assunto do nosso sermão. Dependamos dele.
I. Uma das primeiras coisas que aprendemos é isto. Por este modo através das ruas em pompa, Jesus Cristo foi aclamado como um rei. Aquela reivindicação tinha sido em grande medida, até agora, conservada na obscuridade, mas antes que Ele fosse para o seu Pai, quando a ira de seus inimigos tivesse alcançado sua mais extrema fúria, e quando sua própria hora de mais profunda humilhação tivesse chegado, ele fez uma reivindicação aberta diante dos olhos de todos os homens para ser chamado e reconhecido como um rei. Ele intima primeiro seus arautos. Dois discípulos vêm. Ele envia sua ordem - "Ide a aldeia que está diante de vós, e logo achareis presa uma jumenta e, com ela um jumentinho." Ele reúne sua corte. Seus doze discípulos, aqueles que sempre acompanhavam-no, estão a sua volta. Ele monta o jumento, que em tempos antigos tinha sido domado pelos legisladores judaicos, os governadores do povo. Ele começa a cavalgar através das ruas e as multidões batem suas mãos. É reconhecido que não menos do que três mil pessoas deveriam estar presentes naquela ocasião, alguns indo adiante, alguns seguindo após ele, e outros parados ao lado para ver o espetáculo. Ele cavalgava para sua capital; as ruas de Jerusalém, a cidade real, estão abertas para Ele, como um rei, Ele sobe para seu palácio. Ele era um rei espiritual, e portanto Ele não ia para o palácio temporal mas para o palácio espiritual. Ele cavalga para o templo, e então tomando posse dele, começa a ensinar nele como não tinha feito antes. Ele tinha estado algumas vezes no pórtico de Salomão, mas ele estava mais freqüentemente na encosta da montanha do que no templo; mas agora, como um rei, ele toma posse de seu palácio, e ali, sentado em seu trono profético, ele ensina o povo em sua corte real. Vós príncipes da terra, dêem ouvidos, há alguém que clama ser enumerado convosco. É Jesus, o Filho de Davi, o Rei dos Judeus. Dai lugar a Ele, vós imperadores, daí lugar a Ele! Dai lugar ao homem que nasceu numa manjedoura! Dai lugar ao homem cujos discípulos eram pescadores! Dai lugar a Ele cuja veste foi de um camponês, sem costura, tecido de cima abaixo! Ele não usa nenhuma coroa, exceto a coroa de espinhos, contudo ele é mais nobre do que vocês. Sobre seus lombos ele não veste púrpura, entretanto ele é muito mais real do que vocês. Sobre seus pés não havia nenhuma sandália prateada adornada com pérolas, porém ele é mais glorioso do que vocês. Dai lugar a Ele! Dai lugar a Ele! Hosana! Hosana! Deixem-no ser novamente proclamado Rei! Rei! Rei! Deixem-no valorizar seu lugar sobre Seu trono, alto acima dos reis da terra. Isto é o que Ele fez, proclamou-se Rei.
II. Além disto, Cristo por seu ato mostrou que tipo de Rei ele poderia ter sido se tivesse se agradado, e que tipo de rei ele pode ser agora, se ele desejar. Tinha sido este o desejo de nosso Senhor, aquelas multidões que seguiram-no nas ruas realmente tinham-no coroado lá e então, e dobrando os joelhos, eles tinham-no aceito como o ramo que brotou da seca raiz de Jessé - a ele que tinha vindo - o governante, o Siló entre o povo de Deus. Tivesse ele dito apenas uma palavra, e eles teriam arremetido com ele sobre suas cabeças para o palácio de Pilatos, e tomando-no de surpresa, com uns poucos soldados na terra, Pilatos poderia logo ter sido feito prisioneiro, e ter sido provado por sua vida. Diante do indomável valor e da tremenda fúria de um exército judeu, a Palestina poderia ter sido rapidamente limpa de todas as legiões romanas, e ter se tornado novamente uma terra real. Mais ainda, nós afirmamos, com seu poder de operar milagres, com poder pelo qual os soldados recuaram quando ele disse: "sou eu;" Ele podia ter limpado não somente aquela terra, mas todas as outras, ele podia ter marchado de país em país, e de reino em reino, até que toda cidade real e cada estado régio tivesse cedido a sua supremacia. Ele poderia ter feito aqueles que vivem em ilhas no mar curvarem-se diante dele, e aqueles que habitam o deserto poderiam ter sido obrigados a lamber o pó. Não havia razão, Ó vós reis da terra, para que Cristo não tivesse sido mais poderoso do que vocês. Se seu reino fosse deste mundo, ele poderia ter fundado uma dinastia mais duradoura do que as vossas, ele poderia ter reunido tropas diante das quais vossas legiões se derreteriam como a neve diante do sol de verão, ele poderia ter destruído a imagem de Roma, até, uma massa despedaçada, como um vaso de cerâmica destruído por uma haste de ferro, ele poderia ser feito em pedaços.
Ainda é assim, meu irmão. Se for a vontade de Deus, ele pode fazer seus santos, cada um deles, príncipes, ele pode fazer sua Igreja rica e poderosa, ele pode elevar sua religião se ele preferir, e fazê-la a mais magnificente e suntuosa. Se esta for sua vontade, não há razão para que toda a glória que nós lemos no Velho Testamento sob Salomão, não possa ser dada a Igreja sob o grande Filho de Davi. Mas ele não veio para fazer isto, e por isso a impertinência daqueles que pensam que Cristo deve ser adorado com uma esplêndida arquitetura, com magníficas vestimentas, com orgulhosas procissões, com a aliança do estados com igrejas, fazendo os bispos da igreja magnificentes senhores e governadores, erguendo a própria igreja, e tentando colocar sobre seus ombros aquelas roupas que nunca lhe caberão, vestimentas que nunca foram destinadas a ela. Se Cristo se preocupasse com esta glória do mundo, ela logo estaria a seus pés. Se ele desejasse tomá-la, quem levantaria uma palavra contra sua reivindicação, ou quem levantaria um dedo contra o seu poder! Mas ele não se preocupa com isso. Levem suas quinquilharias para outro lugar, tirem suas lantejoulas daqui, ele não as quer. Removam sua glória, e sua pompa, e seu esplendor, ele não necessita de nada de suas mãos. Seu reino não é deste mundo, de outro modo seus servos lutariam, e seus ministros estariam vestidos com mantos de escarlate, e seus servos estariam assentados entre os príncipes, Ele não se preocupa com isto. Povo de Deus, não busque por isso. O que seu Mestre não teria, não procurem para si próprios. Oh! Igreja de Cristo, o que teu marido desdenhou, desdenhe você também. Ele poderia ter tido isso, mas ele não teve. E ele leu para nós a lição, que se todas estas coisas podem ser da Igreja, foi bom para ele ter passado por elas e dizer: "Elas não são para mim - Eu não pretendo brilhar nestas plumas emprestadas."
III. Mas em terceiro lugar, e aqui jaz o cerne do assunto, você viu que Cristo reivindicou ser um rei; você viu que tipo de rei ele poderia ter sido e não foi, mas agora você verá que tipo de rei ele é, e que tipo de rei ele reivindica ser. Qual era seu reino? Qual sua natureza? Qual era sua autoridade real? Quais foram seus súditos? Quais suas leis? Qual seu governo? Agora você perceberá imediatamente da passagem tomada como um todo, que o reino de Cristo é um reino muito estranho, totalmente diferente de qualquer coisa que jamais foi vista ou que ainda será vista.
Ele era um reino, em primeiro lugar, no qual os discípulos são os cortesãos. Nosso bendito Senhor não tinha príncipes à espera, nem porteiros de bastão negro, nenhuma guarda real que ocupasse o lugar daqueles altos oficiais? Porque uns poucos pobres e humildes pescadores, que eram seus discípulos. Aprenda , então, que se no reino de Cristo você quer ser um nobre você deve ser um discípulo; sentar aos seus pés é a honra que ele lhe dará. Ouvindo suas palavras, obedecendo seus mandamentos, recebendo sua graça - esta é a verdadeira dignidade, esta é a verdadeira magnificência. O mais pobre homem que ama a Cristo, ou a mais humilde mulher que está desejando aceitá-lo como seu mestre, torna-se imediatamente membro da nobreza que espera por Cristo Jesus. Que reino é este que faz pescadores nobres, e camponeses príncipes enquanto eles ainda continuam pescadores e camponeses! Este é o reino do qual nós falamos, no qual o discipulado é o mais alto grau, no qual o serviço divino é a mais alta patente.
Este era um reino, é estranho dizê-lo, no qual as leis do rei, não estão, nenhuma delas, escritas em papel. As leis do rei não são proclamadas pela boca do arauto, mas escritas no coração. Você não percebe que na narrativa Cristo manda seus servos ir e pegar seu corcel real, tal qual ele estava, e esta era a lei: "Soltai-o e deixai-o ir?" Mas onde estava escrita a lei? Estava escrita no coração do homem a quem pertenciam a jumenta e o jumentinho, pois ele imediatamente disse: "Deixai-os ir" cordialmente e com grande alegria; ele pensou ser uma grande honra contribuir para a cerimônia real deste grande Rei de paz. Assim, irmãos, no reino de Cristo você não verá nenhum enorme livro de leis, nem juristas, nem procuradores, nem advogados que necessitem esclarecer a lei. O livro da lei está aqui no coração, o advogado está aqui na consciência, a lei está escrita não mais em pergaminho, nem mais promulgada e escrita, como foram os decretos de Roma, sobre aço e aflição, mas sobre as tábuas de carne do coração. A vontade humana é persuadida à obediência, o coração humano é moldado à imagem de Cristo, seu desejo se torna o desejo de seus súditos, sua glória seu alvo principal, e sua lei o maior deleite de suas almas. Estranho reino este, que não necessita de nenhuma lei, salvo aquelas que são escritas sobre o coração de seus súditos.
Estranho ainda, como alguns pensarão dele, este era um reino no qual riquezas incertas não partilham o que quer que seja de sua glória. Lá vai o Rei, o mais pobre de toda a classe, por que aquele Rei não tinha onde reclinar a cabeça. Lá vai o Rei, o mais pobre de todos, sobre o jumento de outro homem que ele tinha emprestado. Lá vai o Rei, alguém que está para morrer; desprovido de seu manto para morrer nu e exposto. E ele ainda é o Rei do seu reino, o Principal, o Príncipe, o Líder, o Coroado de toda a geração, simplesmente porque ele tinha o mínimo. Ele era quem tinha dado mais aos outros e retido o mínimo para si mesmo. Ele que era o menos egoísta e mais abnegado, ele que viveu o máximo para os outros, era o Rei deste reino. E olhe para os cortesãos, olhe para os príncipes! Eles eram todos pobres também; eles não tinham nenhuma bandeira para colocar do lado de fora das janelas, então eles lançaram suas pobres roupas sobre as sacadas ou as penduraram das janelas quando ele passava. Eles não tinha púrpura brilhante para fazer um tapete para os pés de seu jumento, então eles lançaram suas próprias roupas surradas no caminho, eles espalharam ao longo do caminho ramos de palmeira que eles podiam facilmente obter das árvores que guarneciam a estrada, porque eles não tinham nenhum dinheiro com o qual custear a despesa de um grande triunfo. A cada caminho este era um pobre fato. Nenhum brilho de ouro, nenhuma bandeira ostentada, nenhum soprar de trombetas de prata, nenhuma pompa, nenhuma circunstância! Era o triunfo da própria pobreza. Pobreza entronizada sobre o animal próprio da pobreza cavalgando através das ruas. Estranho reino este, irmãos! Eu creio que nós o reconhecemos - um reino no qual aquele que é o principal entre nós, não é aquele que é mais rico em ouro, mas aquele que é mais rico em fé; um reino que não depende de nenhum rendimento exceto o rendimento da divina graça, um reino que oferece a cada homem sentar-se sob sua sombra com deleite, seja ele rico ou pobre.
Estranho reino este! Mas, irmãos, aqui está alguma coisa talvez ainda mais excessivamente extraordinária, ele era um reino sem força armada. Oh, príncipe, onde estão teus soldados? Este é teu exército? Este milhares que te servem? Onde estão tuas espadas? Eles carregam galhos de palmeira. Onde estão teus equipamentos? Eles estão quase se desnudando para calçar teu caminho com suas roupas. Estas é tua hoste? Estes são teus batalhões? Oh estranho reino, sem um exército! O mais estranho Rei, que não usa nenhuma espada, mas cavalga adiante no meio deste povo conquistando e para conquistar um estranho reino, no qual há a palma sem a espada, a vitória sem a batalha. Sem sangue, sem lágrimas, sem devastação, sem cidades queimadas, sem corpos mutilados! Rei de paz, Rei de paz, este é teu domínio! Ainda é assim no reino sobre o qual Cristo é rei hoje, não há força para ser usada. Se os reis da terra dissessem para os ministros de Cristo: "Nós lhe emprestaremos nossos soldados," nossa resposta deveria ser: "O que nós podemos fazer com eles? - como soldados eles são inúteis para nós" Será um dia ruim para a igreja quando ela emprestar o exército daqueles iníquos gentios, o imperador Constantino também pensou que poderia fazê-la grande, Ela não nada além de poluição, degradação e vergonha, e aquela igreja que pediu às tropas civis para ajudá-la, aquela igreja que faria seu Sábados obrigatórios às pessoas pela força da lei, aquela igreja que teria seus dogmas proclamados com o ressoar dos tambores, e fez o punho ou a espada tornarem-se suas armas, não conheceu de que espírito ela é. Estas são armas carnais. Elas são fora de propósito em um reino espiritual. Seus exércitos são pensamentos amorosos, suas tropas são palavras amáveis. O poder pelo qual ele governa seu povo não é a mão forte e o braço estendido da polícia ou dos soldados, mas pelas ações de amor e palavras de superabundante bênção ele declara seu soberano poder.
Este era um estranho reino também, meus irmãos, porque ele não tinha qualquer pompa. Se você reclamar sua pompa, que pompa singular ela era! Quando nossos reis são proclamados, três estranhos indivíduos, como nunca se vê em outras ocasiões, chamados arautos, vêm cavalgando à frente para proclamar o rei. Estranhas são suas vestes, romântico seu traje, e com som de trombetas o rei é magnificamente proclamado. Então vem a coroação e como a nação se emociona de ponta a ponta com êxtase quando o novo rei está para ser coroado! Que multidão enche as ruas. Algumas vezes as fontes eram feitas para fluir vinho, e raramente havia uma rua que não estava forrada com trapezistas por toda a parte. Mas aqui vem o Rei dos reis, Príncipe dos reis da terra, nenhum cavalo colorido empinado que mantivesse a distância os filhos da pobreza; ele esta montado sobre um jumento, e enquanto cavalga adiante, fala gentilmente às pequenas crianças que clamam: "Hosana," e quer bem às mães e pais da mais baixa estirpe que se comprimem à sua volta. Ele é acessível; ele não é separado deles; ele não reclama ser seu superior, mas servo deles não menos grandioso que um rei, ele era servo de todos. Sem trombetas soando - ele estava contente com a voz dos homens, nenhum adorno sobre seu jumento, mas as vestimentas de seus próprios discípulos, nenhuma pompa além da pompa que corações amorosos sinceramente rendidos a ele. Assim ele cavalga; seu reino de submissão, o reino de humilhação. Irmãos, nós podemos pertencer àquele reino também; nós podemos sentir em nossos corações que Cristo vem a nós para subjugar toda altivez e todo pensamento orgulhoso, que cada vale seja ser elevado, e cada monte seja humilhado, e toda a terra exaltada naquele dia!
Ouça novamente, e este talvez seja um lado impressionante do reino de Cristo - ele veio estabelecer um reino sem impostos. Onde estão os cobradores de impostos do Rei? Você diz que ele não tinha qualquer imposto; sim ele tinha, mas que imposto ele era! Cada homem, de bom grado, despia-se de suas vestimentas; ele nunca pediu isto; seu rendimento fluía livremente dos presentes dados de bom grado por seu povo. O primeiro tinha emprestado e seu jumento e o jumentinho, os outros tinham entregue suas roupas. Aqueles que tinham poucas roupas para repartir, retiraram os galhos das árvores, e ali estava declarado de vez que não custava qualquer coisa a nenhum homem, ou particularmente que nada era exigido de qualquer homem, mas todas as coisas eram dadas espontaneamente. Este é o reino de Cristo - um reino que não se mantém do dízimo, contribuições à igreja ou impostos de Páscoa, mas um reino que vive sobre a livre vontade de ofertar de um povo disposto, um reino que não exige nada de qualquer homem, mas que vem a ele com uma força mais poderosa eficácia do que exigência, dizendo a ele: "Tu não estás debaixo da lei, mas sob a graça, sendo comprados por preço", dedique a si mesmo e tudo o que você tem ao serviço do Rei dos reis! Irmãos, vocês me acham um louco ou fanático em falar de um reino deste tipo? De fato, seria fanatismo se nós disséssemos que qualquer simples homem pudesse estabelecer tal domínio. Mas Cristo fez isto, e hoje há dezenas de milhares de homens neste mundo que chamam-no Rei, e que sentem que ele é mais Rei deles do que o governante de sua terra nativa; que eles dão a ele uma mais sincera homenagem do que eles deram ao amado soberano, eles sentem que seu poder sobre eles é tal que eles não desejam resistir - o poder do amor, que seus presentes a ele são tão pequenos, por isso eles desejam dar a si mesmos de agora em diante, Isto é tudo o que eles podem fazer. Maravilhoso e inigualável reino! Tal qual nunca se encontrará sobre a terra.
Antes de deixar este ponto, eu gostaria de observar que este era um reino no qual todas as criaturas foram consideradas. Porque Cristo tinha dois animais? Havia um jumento e um jumentinho, cria de jumento; ele montou o filhote de jumento porque ele nunca tinha sido montado antes. Eu já observei diversos comentaristas para ver o que eles dizem acerca disso, e um antigo comentarista me fez rir - Eu creio que ele não fará você rir também - dizendo que Cristo ordenando a seus discípulos para trazerem o filhote e também a mãe nos ensinaria que os infantes devem ser batizados tanto quanto seus pais, o que me parece ser um argumento eminentemente digno do batismo infantil. Pensando no assunto acima, contudo, eu considero que há uma melhor razão a ser dada, - Cristo não teria qualquer dor em seu reino, ele não teria nem mesmo um jumento sofrendo por ele, e se o filhote fosse tirado de sua mãe, lá estaria a pobre mãe no estábulo em casa, pensando em seu filhote, e lá estaria o filhote desejando voltar, como aquelas vacas que os filisteus usaram quando eles devolveram a arca, e que foram mugindo enquanto seguiam seu caminho, porque seus bezerros estavam em casa. Impressionante reino de Cristo no qual o animal natural possuirá sua parte!. "Porque a criatura foi sujeita a vaidade de nosso pecado." Ele era um animal que sofria por causa do nosso pecado, e Cristo pretende que seu reino traga de volta os animais à sua primitiva felicidade. . Ele nos faria homens misericordiosos, considerando até mesmo os animais. Eu creio que quando seu reino vier totalmente, a natureza animal será reconduzida à sua felicidade original. "Então o leão comerá feno como o boi, a criança de peito brincará na toca da áspide, e a criança desmamada colocará sua mão no esconderijo do basilisco." A velha tranqüilidade do Éden, e a familiaridade entre o homem e as criaturas e as criaturas inferiores, retornará novamente. E mesmo agora, sempre que o Evangelho é totalmente conhecido no coração do humano, o homem começa a reconhecer que ele não tem direito deliberado para matar um pardal ou um verme, porque ele está no domínio de Cristo, e aquele que não montou o jumentinho sem ter a mãe dele ao seu lado, para que isso pudesse ser em paz e alegria, não teria qualquer de seus discípulos pensando negligentemente da mais inferior criatura feita pela sua mão. Bendito reino este que considerou até mesmo o desprezado! Deus cuida dos bois? Oh, que ele cuide; e que o próprio jumento, aquele herdeiro do trabalho, seja cuidado. O reino de Cristo, então, cuidará de animais tanto quanto de homens.
Mais uma vez: Cristo montando através das ruas de Jerusalém, ensinou publicamente que seu reino era um reino de alegria. Irmãos, quando grandes conquistadores cavalgam através das ruas, você freqüentemente ouve da alegria do povo; como as mulheres atiram rosas no caminho, como eles se amontoam em volta do herói do dia, e balançam seus lenços para mostrar sua apreciação pela libertação que ele operou. A cidade foi longamente sitiada, o campeão desarraigou os sitiadores, e o povo terá descanso agora. Desocupando totalmente os portões, limpam as estradas e deixam o herói vir, permitem ao mais inferior pajem que está entre seus seguidores seja honrado neste dia por causa da libertação. Ah! Irmãos, quantas lágrimas, contudo, são aquelas ocultadas nestes triunfos! Há uma mulher que ouve o som dos sinos da vitória, e diz: "Ah! Vitória sem dúvida, mas eu estou de luto, e meus pequeninos estão órfãos" E dos balcões de onde a beleza olha para baixo e sorri, há talvez uma desconsideração naquele momento por amigos e parentes sobre os quais eles em breve eles terão de chorar, porque cada batalha é com sangue, e cada conquista é com tristeza, e cada grito de vitória tem seu luto, seu lamento, e ranger de dentes. Cada som de trombetas por causa da vitória conseguida, cobre o choro, os lamentos, e a profunda agonia daqueles que têm perdido seus parentes! Mas em teu triunfo, Jesus, não houve lágrimas! Quando as crianças clamavam: "Hosana," elas não tinham perdido seus pais na batalha. Quando homens e mulheres gritavam: "Bendito o que vem em nome do Senhor," eles não tinha nenhum motivo para chorar com a respiração presa, ou para estragar sua alegria com a lembrança da miséria. Não, em seu reino há alegria pura e sem mistura. Gritem, gritem, vocês que são súditos do Rei Jesus! Vocês têm aflições, mas não dele, problemas podem vir porque vocês estão no mundo, mas elas não vem dele. Seu serviço é perfeita liberdade. Seus caminhos são caminhos de conforto, e suas veredas são paz.
"Alegre-se o mundo, o Salvador vem,
O Salvador há muito prometido;
Prepare cada coração uma canção
E cada voz uma melodia"
Ele vem lançar fora suas lágrima e não fazê-las fluir, ele vem tirar você do seu lamaçal e colocá-lo sobre seu trono, para tirá-lo das suas masmorras e fazê-lo saltar em liberdade.
"Bênçãos abundam onde ele reina,
O prisioneiro salta por quebrar suas cadeias;
O cansado encontra eternal descanso,
E todas as eras de necessidade são abençoadas."
Singular reino este!
IV. E agora eu venho para o meu quarto e último tópico. O Salvador, em sua entrada triunfal na capital de seus pais, declarou-nos muito claramente os efeitos práticos do reino. Ora, quais são eles? Um dos primeiros efeitos foi que toda a cidade se comoveu. O que isto significa? Isto significa que cada pessoa tinha alguma coisa a dizer sobre ele, e que cada pessoa sentiu alguma coisa porque Cristo montou através da rua. Havia alguns que inclinavam-se do topo de suas casas, olhavam a rua e diziam um ao outro - "Aha! Você já viu brincadeira mais tola do que esta? Humpf! Lá está Jesus de Nazaré, lá em baixo montando um jumento! Certamente se ele pretendia ser rei podia ter escolhido um cavalo. Olhe pra ele! Eles chamam isto pompa! Lá está um velho pescador atirando somente sua mal-cheirosa roupa; Eu diria que ele estava pescando nelas há uma ou duas horas atrás?" "Olhe," alguém diz, "veja aquele velho mendigo jogando seu gorro pro ar por alegria!" "Aha!" dizem eles, "Há coisa mais ridícula do que esta?" Eu não posso colocar isto nos termos que eles o teriam descrito; se eu pudesse, eu acho penso que o faria. Eu gostaria de fazer você ver quÃo ridículo isto deve ter parecido ao povo. Por que se o próprio Pilatos tivesse ouvido sobre ele teria dito - "Ah! Não há muito o que temer disto. Não há temor que aquele homem derrube César; Não há temor que ele em algum tempo destrua um exército. Onde estão suas espadas? Não há nenhuma espada entre eles! Eles não têm nenhum clamor que soe como rebelião; seus sons são somente alguns versos religiosos tirados dos Salmos." "Oh!" diz ele, "Tudo isto é desprezível e ridículo." E esta era a opinião de um grande número em Jerusalém. Talvez esta seja sua opinião, meu amigo. O reino de Cristo, você diz, é ridículo; você talvez não acredite que há alguma pessoa que é governada por ele embora nós digamos que nós o temos como nosso Rei, e que sentimos que a lei do amor é uma lei que nos constrange a doce obediência. "Oh,"você diz, "isto é fingimento e hipocrisia." E há alguns que estão presentes onde eles têm incensórios dourados, e altares, e sacerdotes e eles dizem: "Oh! Uma religião que é tão simples - cantando uns poucos hinos, e oferecendo improvisada oração! - Ah! Dê-me um bispo com uma mitra - um ótimo indivíduo envolvido em tecido - que isto é coisa para mim." "Oh!," diz outro, "deixe-me ouvir o ressoar dos órgãos; deixe-me ver as coisas feitas sistematicamente, deixe-me ver alguns ornamentos também; deixe o homem surgir coberto em roupas apropriadas para mostrar que ele é um tanto diferente das outras pessoas; não o deixem ficar vestido como se ele fosse um homem comum; deixe-me ver alguma coisa no culto diferente de todas as coisas que eu já vi antes." Eles o querem vestido com alguma pompa, e porque não é assim eles dizem - "Ah! Humpf!" Eles o ridicularizam, e isto é tudo que Cristo tem da multidão de homens que se acham excessivamente sábios. Ele é para eles loucura e eles passam por ele com desprezo. Seus escárnios serão em breve trocados por lágrimas senhores! Quando ele vier com real pompa e esplendor vocês irão chorar e lamentar, porque vocês negaram o Rei da Paz.
"O Senhor virá! De uma terrível forma,
Com coroa de arco-íris e manto de tempestade,
Com voz de querubim e asas de vento,
O Julgamento marcado de toda humanidade."
Então você achará perturbador tê-lo tratado com desprezo. Sem dúvida, havia outros em Jerusalém, que estavam cheios de curiosidade. Eles diziam - "Meu Deus, o que pode ser isto? O que isto significa? O que é isto?" "Eu gostaria que você viesse," eles diziam aos seus vizinhos, "e nos contassem a história deste homem singular, nós gostaríamos de saber sobre ele." Alguns deles diziam: "Ele foi para o templo, eu diria que ele fará um milagre;" Assim afastados eles correram, e se apertaram, e se espremeram, e se amontoaram para ver uma maravilha. Eles eram como Herodes, eles desejavam ver algum milagre operado por ele. Este foi também o primeiro dia da chegada de Cristo, e, é claro o entusiasmo podia durar uns nove dias se ele prosseguisse, assim eles estavam muito curiosos sobre isso. E isso é tudo o que Cristo tem de milhares de pessoas. Eles ouvem sobre um reavivamento da religião. Bem, eles gostariam o que é isso e ouvir sobre isso. Há alguma coisa acontecendo em tal e tal local de culto; bem, eles gostariam de ir mesmo que fosse somente para ver o lugar. "Há um estranho ministro dizendo coisas esquisitas, vamos ouvi-lo. Nós tínhamos intenção de sair" - vocês sabem que eu tenho em vista vocês mesmos - "nós tínhamos a intenção de ir a uma excursão hoje," você diz, "mas, ao invés disto, vamos lá." Apenas isto, curiosidade, curiosidade; isto é tudo tem hoje, e ele que morreu sobre a cruz tornou-se um tema para uma história sem propósito, e ele que é Senhor de anjos e adorado por homens, é discutido como se fosse um Bruxo do Norte ou algum excêntrico impostor! Ah! Daqui a pouco, você achará perturbador tê-lo tratado assim; porque quando ele vier, e quando todo olhos vê-lo, você que simplesmente inquiriu curiosamente por ele descobrirá que ele perguntará por você, não com animosidade mas com ódio, e dirá - "Apartai-vos, vós malditos, para o fogo eterno." Mas anônimos na multidão houve alguns que foram ainda piores, porque eles observavam a coisa toda com inveja. "Ah!" disse o Rabi Simeon para o Rabi Hillel, "o povo nunca esteve tão satisfeito conosco. Nós conhecemos muito mais do que aquele impostor; nós lemos do começo ao fim todos os nossos livros religiosos." "Você não se lembra dele," disse alguém, "que quando ele era um menino era especialmente precoce? Você se lembra quando ele veio ao templo e conversou conosco, e desde então ele enganava o povo," Pensando em que ele brilhava mais do que eles, que ele era mais estimado no coração das multidões do que eles eram, embora eles fossem altamente orgulhosos. "Oh!" disse o fariseu, "ele não usa nenhum filactério, e eu fiz os meus bem grandes; eu fiz minhas vestimentas até quase as extremidades, para que elas possam ser superiores." "Ah!" diz outro, "Eu dizimo minha menta, meu anis, meu cominho, e fico no canto da rua e toco trombeta quando dou um centavo, mas, ainda assim, o povo não me coloca sobre um jumento; eles não batem palmas e dizem: 'Hosana' para mim, mas toda a terra vai atrás deste homem como um bando de crianças. Além disso, pense neles indo ao templo perturbando seus superiores, perturbando a nós que estamos fazendo uma exibição de nossas pretensas orações em pé no pátio!" E isto é o que Cristo tem de um grande número. Eles não gostam de ver a causa de Cristo progredir. Pelo contrário, eles necessitariam que Cristo fosse rebaixado para que eles pudessem engordar a si mesmos com o roubo, eles precisariam que sua igreja fosse desprezível. Eles gostam de ouvir da queda de pastores cristãos. Se eles podem achar falhas em um cristão, "noticiem isto, noticiem isto, noticiem isto," dizem eles. Mas se um homem anda honestamente, se ele glorifica a Cristo, se a Igreja cresce, se almas são salvas, imediatamente há barulho e toda a cidade se movimenta, todo barulho começa e é conduzido por falsidade, fazendo acusações, e calúnias contra o caráter do povo de Cristo. De um modo ou de outro, homens por certo são movidos, se eles não são movidos ao escárnio, se eles não são movidos ao questionamento, eles são movidos a inveja. Mas benditos são aqueles alguns em Jerusalém que foram movidos ao regozijo. Oh! Havia muitos que, como Simeão e Ana regozijaram por ver aquele dia, e muitos deles foram para casa e disseram: "Senhor, agora podes despedir em paz o teu servo, porque meus olhos viram a tua salvação." Havia uma mulher, há muito acamada, na rua de trás de Jerusalém, que sentou-se me sua cama e disse: "Hosana," e desejou descer para a rua, para que pudesse atirar seu velho manto no caminho, e pudesse saudar aquele que era o Rei dos Judeus. Havia muitos olhos lacrimejantes que lançaram fora suas lágrimas naquele dia, e muitos crentes enlutados que começaram naquela hora a regozijar com indescritível alegria. E assim há alguns de vocês que ouvem de Cristo o Rei com alegria. Você se unem ao hino, não como nós temos todos juntados nossas vozes, mas com o coração.
"Regozijem-se o Salvador reina,
O Deus de paz e amor
Quando ele limpou nossas manchas.
Tomou seu assento nas alturas
Regozijem-se, regozijem-se!
Regozijem-se em alta voz, vós santos, regozijem-se
Este é, então, o primeiro efeito do reino de Cristo! Sempre que ele vem, a cidade é movimentada. Não acredite que o Evangelho é pregado de maneira nenhuma se não faz barulho. Não acredite, meu irmão, que o evangelho é pregado no modo de Cristo se ele não deixa alguns irritados e alguns felizes, se ele não faz muitos inimigos e alguns amigos.
Há ainda outro efeito prático do reino de Cristo. Ele subiu ao templo e lá em uma mesa, um monte homens com cestas contendo pares de pombas. "Pombas , senhor, pombas!" Ele olhou para eles e disse: "Tirem essas coisas daí." Ele falou com grande furor. Havia outros trocando dinheiro para que o povo entrasse para pagar seu meio siclo, Ele derrubou as mesas e colocou-os para correr, e logo esvaziou todo o pátio de todos aqueles mercadores tiravam lucro da religiosidade, e fazendo da religião um pretexto para sua própria compensação. Agora isto é o que Cristo faz sempre que ele vem. Eu desejaria que ele viesse um pouco mais na Igreja da Inglaterra, e a purgasse da venda de nomeações, a livra-se daquela maldita simonia que ainda é tolerada pela lei e a limpasse dos homens que são oportunistas, que tomam aquilo que pertence aos ministros de Cristo, e aplicam para seu próprio uso. Eu gostaria que ele estivesse envolvido em todos os nossos lugares de adoração, para que de uma vez por todas pudesse ser visto que aqueles que servem a Deus, o servem porque o amam, e não pelo que podem obter com isso. Eu gostaria que cada professor de religião tivesse completamente claro em sua própria consciência que ele nunca fez uma profissão para gerar respeitabilidade ou estima, mas que somente fez isso naquela que ele pode honrar a Cristo e glorificar seu Mestre. O significado espiritual disso tudo é este - Nós não temos nenhuma casa de Deus hoje; tijolos e argamassa não são santos, os lugares onde nós cultuamos a Deus são lugares de adoração, mas eles não são casas de Deus, não mais do que nós que estamos neles. Nós não cremos na superstição que faz qualquer lugar santo, mas nós somos o templo de Deus. Os próprios homens são templos de Deus, e onde Cristo vem ele expulsa os compradores e negociantes, ele elimina todo o egoísmo. Eu nunca acreditarei que Cristo, o Rei fez de seu coração o palácio dele até que você não seja mais egoísta. Oh, quantos professores há que querem obter tanta honra, tanto respeito! Quanto a dar ao pobre, pensando que é mais abençoado dar do que receber, quanto alimentar o faminto e vestir o desnudo, como vivendo para os outros e não para si mesmos - eles não pensam nisto. Ó Mestre, venha ao teu templo e expele nosso egoísmo, agora vem, tira todas aquelas coisas que fazem-no conveniente para servir Mamom para que sirva a Deus; ajuda-nos a viver para ti, e viver para os outros pelo viver contigo, e não viver para nós mesmos!
O último efeito prático do reino de nosso Senhor Jesus Cristo foi que ele organiza uma grande festa; ele teve, se eu posso falar assim, um dia de recepção na sala real, e quem foi o povo que veio para atendê-lo? Ora, vós cortesãos, os discípulos, nobreza alta e baixa que vêm esperar por ele. Aqui vem um homem, ele tem uma bandagem aqui, e o outro olho tem quase falhando - faça-o entrar, aqui vem outro, seus pés estão totalmente virados e contorcidos - faça-o entrar, aqui vem outro avançando sobre duas muletas, ambas as pernas são defeituosas, e outro perdeu as suas pernas. Aqui eles vêem e aqui está a recepção. O próprio Rei vem aqui e prepara um grande encontro, e o cego e o coxo são seus convidados, e agora ele vem, ele toca aquele olho cego e a luz brilha nele; ele fala a este homem com um perna seca, ele anda; ele toca dois olhos de uma vez, e ambos vêem,e ao outro diz: "Eu lançarei fora suas muletas, ponha-se ereto e regozije e salte com alegria." Isto é o que o Rei faz todas as vezes que ele vem. Venha aqui esta manhã, eu te suplico, tu grande Rei! Há olhos cegos aqui que não podem ver tua beleza. Anda, Jesus, anda no meio desta multidão e toca os olhos. Ah! Então irmãos, se ele fizer isto, você dirá: "Há uma beleza nele que eu nunca vi antes."Jesus, toca seus olhos, eles não podem lançar fora sua própria cegueira, tu podes fazê-lo! Ajude-os a olhar para ti pendurado sobre a cruz! Eles não podem fazê-lo a menos que tu os habilite. Possam eles fazer isto agora, e encontra vida em ti! Ó Jesus, há alguns aqui que estão coxos - joelhos que não se dobram, eles nunca oraram; Há alguns aqui cujos pés não correrão no caminho dos teus mandamentos - pés que não os levarão onde teu nome é louvado, e onde tu és tido em honra. Anda, grande Rei, anda em solene pompa através desta casa, e faze-a como o antigo templo! Mostra aqui o teu poder e prepara teu grande encontro na recuperação do coxo e curando o cego "Oh!" disse alguém, "Eu desejaria que ele abrisse meus olhos cegos." Alma, ele fará isso, sussurre sua oração agora, e isto será feito, porque ele está junto de ti agora. Ele está em pé ao teu lado, ele fala a ti e diz - "Olhe pra mim e seja salvo, tu o mais vil de todos." Há outro, e ele diz - "Senhor, eu quero ser íntegro." Ele diz - "Seja íntegro então." Creia nele e ele te salvará. Ele está próximo a você irmão. Ele não está no púlpito mais do que está no banco, nem em um banco mais do que em outro. Não diga - "Quem irá ao céu para encontrá-lo, ou às profundezas para trazê-lo?" Ele está perto de você; ele ouvirá sua oração mesmo que você não fale; ele ouvirá seu coração falar. Oh! Diga a ele - "Jesus, cura-me," e ele fará isto; ele fará isto agora. Deixe-nos sussurrar um oração, e então nós nos separaremos.
Jesus, cura-nos! Salva-nos Filho de Davi, salva-nos! Tu vês quão cegos nós somos - Oh! Dá-nos a visão da fé! Tu vês o quão coxo nós somos - Oh! Dá-nos a força da graça! E agora, agora mesmo, tu Filho de Davi, arranca nosso egoísmo, e vem e vive e reina em nós como em teu templo-palácio! Nós pedimos isto, Ó tu grande Rei, por tua própria causa. Amém. E antes de deixarmos este lugar, clamemos novamente: "Hosana, hosana, hosana. Bendito o que vem em nome do Senhor."
A Cura da Maledicência
'Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o, entre ti e ele só. Se te ouvir, ganhaste a teu irmão. Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que, pela boca de duas ou três testemunhas, toda palavra seja confirmada. E, se não as escutar, dize-a a igreja. E, se também não escutar à igreja, considera-o como um gentio e publicano'. (Mateus 18:15-17)
I. O caminho mais literal de seguir essa primeira regra, 'se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o, entre ti e ele só', onde puder ser praticado, é o melhor.
II. Nós não devemos esperar que freqüentemente uma repreensão mais moderada e terna tenha efeito; mas a benção que desejarmos para outro irá retornar para nossa própria alma. Então, o que devemos fazer?
III. 'Se te ouvir', então, e não, até então, 'dize-a a igreja'. A questão é, como essa palavra 'a igreja' deve ser entendida aqui.
1. 'Não fale mal de homem algum', diz o grande Apóstolo: — Tão claro quanto o mandamento, 'Não matarás'. Mas quem, entre os cristãos, respeita esse mandamento? Sim. Quão poucos existem que o entendem? O que é maledicência? Ela não significa, como alguns supõem, o mesmo que mentira ou difamação infundada. Tudo que um homem disser pode ser tão verdadeiro quanto a Bíblia; e, ainda assim esse dizer significa maledicência. Porque maledicência é nem mais, nem menos, que falar mal de uma pessoa ausente; relatando alguma coisa má, que foi realmente feita, ou dita, por uma pessoa que não está presente, quando ela é relatada. Supondo-se que eu, tendo visto um homem bêbado; ou o tendo ouvido praguejar ou amaldiçoar, falo a respeito, quando ele está ausente; isto é maledicência.
Em nossa língua isto é também, através de um nome extremamente apropriado, denominado de calúnia. Nem existe alguma diferença material entre essa, e a que nós usualmente intitulamos mexerico. Se o relato for entregue de uma maneira delicada e calma (talvez, com expressões de boa-vontade da pessoa, e na esperança de que aquelas coisas não sejam assim tão completamente más), então, nós podemos chamar isto de boatos. Mas, qualquer que seja a maneira como é feita, dará no mesmo; — na mesma substância, se não, na mesma circunstância. Ainda será maledicência; ainda esse mandamento, 'Não fale mal de homem algum', é pisoteado; se nós relatamos a falta de outra, para uma terceira pessoa, quando ela não está presente para responder por si mesma.
2. E quão extremamente comum é esse pecado, entre todas as classes e níveis de homens! Como ele é praticado por altos e baixos; ricos e pobres; sábios e ignorantes; letrados ou analfabetos! Pessoas que diferem umas das outras em todas as coisas, não obstante, concordam nisto. Quão poucos existem que podem testificar diante de Deus: 'Eu estou limpo, no que diz respeito a esse assunto; eu tenho sempre colocado um vigia diante de minha boca, e mantido a porta dos meus lábios, fechada! Que tipo de conversa você ouve, com alguma minúcia considerável, que não tenha a maledicência como um dos ingredientes? E isto, mesmo entre pessoas que, em geral, têm temor a Deus, diante de seus olhos, e que desejam realmente ter uma consciência livre de ofensas em direção a Deus e ao homem.
3. E a mesma freqüência desse pecado torna difícil esquivarmo-nos disto. Já que nós estamos cercados por ele, por todos os lados; de modo que, se nós não estivermos profundamente sensíveis ao perigo, e nos guardarmos contra ele, continuamente, estaremos sujeitos a sermos levados pela correnteza. Nessa instância está, quase a totalidade da humanidade, em conspiração contra nós. De que maneira o exemplo dela leva vantagem sobre nós, nós não sabemos; assim sendo, insensivelmente acostumamo-nos a imitá-la. Além disso, é recomendado tanto de dentro, quanto de fora. Escassamente existe algum temperamento errado na mente do homem que não possa ser ocasionalmente gratificado por ela, e, conseqüentemente nos incline a isto. Ela gratifica nosso orgulho, em relatar a falta de outros, onde nós acreditamos que nós mesmos não somos culpados. Raiva, ressentimento, e todo temperamento descortês são favorecidos pelo falar contra aqueles com quem nos desagradamos; e, em muitos casos, relatando os pecados de seus próximos, os homens favorecem seus próprios desejos tolos e perniciosos.
4. A maledicência é mais difícil de ser evitada, porque ela freqüentemente nos ataca na dissimulação. Nós não estamos falando de uma indignação nobre e generosa (melhor seria não falarmos), contra essas criaturas vis! Nós cometemos pecados, por mero ódio do pecado! Nós servimos ao diabo, pelo puro zelo por Deus! É meramente com o objetivo de punir os descrentes, que nós incorremos nessa perversidade. 'Assim, as paixões' (como alguém diz) 'justificam a si mesmas', e escondem o pecado sobre nós, debaixo do véu da santidade!
5. Mas não existe um meio de evitar a armadilha? Inquestionavelmente, existe. Nosso abençoado Senhor tem traçado um caminho claro para seus seguidores, nas palavras acima citadas. Ninguém que caminhe com prudência e firmeza nesses passos, irá cair na maledicência. Essa regra é tanto um preventivo infalível, quanto a cura certa dela. Nos versos precedentes, nosso Senhor diz, 'Ai do mundo, por causa dos escândalos', -- misérias inexprimíveis se surgirão, dessa fonte maligna: (Ofensas são todas as coisas, por meio das quais alguém é desviado dos caminhos de Deus, ou impedido de seguir nele): 'Porque deverão ser estas ofensas a virem , -- tais como a natureza das coisas; a perversidade, insensatez, e fraqueza da humanidade: 'Mas ai do homem', -- miserável é aquele homem, 'por meio do qual os escândalos virão'. 'Porque, se tua mão, teus pés, teus olhos fizerem com que tu te escandalizes', -- se o prazer mais caro; a pessoa mais amada e útil, desviar-te e impedir que tu sigas no caminho, 'arranca fora', -- e atira para longe de ti.
Mas como nós podemos evitar ofender alguns, sendo ofendidos por outros? Supondo-se, especialmente, que eles estejam completamente no erro, e nós vemos isto com nossos próprios olhos? Aqui, nosso Senhor nos ensina como: Ele nos coloca um método certo de evitar ofensas e toda maledicência, juntas. 'Se teu irmão pecar contra ti, vá até ele, e diz-lhe de suas faltas;entre ti e ele somente: Se ele ouvir a ti, terás ganho um irmão. Mas, se ele não ouvir a ti, tome contigo um ou mais, para que pela boca de duas ou três testemunhas, toda palavra possa ser estabelecida. E se ele não ouvir a elas, dize isto à igreja: Mas se ele não ouvir a Igreja, que ele seja para ti como um pagão e um publicano'.
I
1. Primeiro: 'Se teu irmão pecar contra ti, vá, e diz a ele de sua falta, entre ti e ele somente'. A maneira mais literal de seguir essa primeira regra, onde ela seja praticável, é a melhor: Entretanto, se veres um irmão, um companheiro cristão, cometer pecado incontestável; ou ouvires, tu mesmo, de maneira que seja impossível que duvides do fato; então, tua parte nisto é clara: Na primeira oportunidade, vá até ele; e, se puderes ter acesso, 'dize-lhe de sua falta, entre ti e ele somente'. De fato, grande cuidado deve ser tomado para que isto seja feito, em um espírito correto, e de uma maneira correta. O sucesso de uma reprovação depende grandemente do espírito, em que ela é dada. Não estejas em falta, portanto, de orares sinceramente a Deus, para que ela possa ser dada, em um espírito humilde; com uma convicção profunda e penetrante, de que é Deus, tão somente, que faz com que tu te diferencies; e que, se algum bem é feito, pelo que é agora falado, é Ele mesmo que o faz. Ora para que ele guarde teu coração, aclare tua mente, e direcione tua língua para tais palavras, em que ele pode se agradar de abençoar. Vê que tu fales com um espírito humilde e manso; já que 'a ira do homem não opera a retidão de Deus'. Se ele for 'surpreendido em uma falta', ele não poderá, de modo algum, ser restaurado, 'a não ser no espírito de mansidão'. Mesmo que ele se oponha à verdade; ainda assim, ele não poderá ser trazido ao conhecimento disso, a não ser através da gentileza. Fale ainda, com um espírito de amor terno, 'que muitas águas não podem extinguir'. Se o amor não for dominado, ele dominará todas as coisas. Quem poderá dizer da força do amor?
O amor pode curvar o pescoço obstinado;
A pedra em carne se converter;
amansar, derreter, esfarelar e quebrar
um coração inflexível.
Confirme, então, seu amor, em direção a ele,
e você irá, por meio disto,
'amontoar as brasas do fogo sobre a sua cabeça'.
2. Mas, nisto, veja também que a maneira como você fala esteja de acordo com o Evangelho de Cristo. Evite tudo, no olhar, gesto, palavra, e tom de voz, que cheire a orgulho, ou presunção. Estudiosamente, evite tudo que for autoritário ou dogmático; tudo que parecer arrogância ou ostentação. Precavenha-se da aproximação mais distante, que venha desdenhar, dominar, ou levar desprezo. Com igual cuidado, evite toda aparência de raiva; e, embora faça grande uso da maior clareza de linguagem, ainda assim, não permita que exista reprovação; alguma acusação afrontosa; algum toque de qualquer fervor, a não ser aquele do amor. Acima de tudo, permita que não exista sombra de ódio, ou má-vontade; amargura ou expressão de mau humor; mas o uso da atmosfera e linguagem da doçura, assim como da gentileza, para que tudo possa parecer fluir do amor no coração. E, ainda que essa delicadeza não impeça o seu falar, da maneira mais séria e solene; tanto quanto for possível, que você fale, nas mesmas palavras dos oráculos de Deus (já que não existe algum como eles), e debaixo dos olhos Dele, que virá julgar os vivos e os mortos.
3. Se você não tiver uma oportunidade de falar com ele, pessoalmente, ou não puder ter acesso, você deve fazê-lo, através de um mensageiro; através de um amigo comum, em cuja prudência, tanto quanto lealdade, você pode confiar totalmente. Tal pessoa, falando em seu nome, e em um espírito e maneira acima descritos, poderá responder à mesma finalidade; e, em um bom nível, suprir a sua falta. Apenas, precavenha-se de não simular a falta de oportunidade, com o objetivo de evitar a cruz; nem tome isto, para afirmar que você não poderá ter acesso, sem antes fazer alguma tentativa. Quando quer que você possa falar pessoalmente, será muito melhor. Mas você deve trocar uma coisa por outra, preferivelmente a não fazer nada, afinal: esse meio é melhor do que nenhum.
4. Mas o que fazer, se você, nem pode falar pessoalmente, nem encontra tal mensageiro em quem confiar? Se este for realmente o caso, resta, então, apenas escrever. E podem existir algumas circunstâncias que torna isto a mais aconselhável maneira de falar. Uma dessas, é quando a pessoa com quem você tem de fazê-lo, é de um temperamento tão 'esquentado' e impetuoso, que não suporta reprovação; especialmente, de um igual ou inferior. Mas o assunto pode ser introduzido e amenizado, no escrito, de maneira a tornar a coisa mais tolerável. Além disso, muitos irão ler as mesmas palavras, que eles não poderiam suportar ouvir. Não seria um choque tão violento para o orgulho deles; nem tocaria tão sensivelmente as suas próprias honras. E, supondo-se que cause pequena impressão, a princípio, eles irão, talvez, dar a ele uma segunda leitura; e, depois de consideração posterior, irão colocar no coração o que antes eles haviam desdenhado. Se você acrescentar seu nome, isto é aproximadamente a mesma coisa que ir até ele, e falar pessoalmente. E isto pode sempre ser feito, a menos que se mostre impróprio, por alguma razão muito pessoal.
5. Deve-se observar bem, que este não é apenas um passo que nosso Senhor absolutamente ordena a nós que tomemos, mas que ele ordena que tomemos primeiro; antes de atendermos a qualquer outro. Nenhuma alternativa é permitida; nenhuma escolha de algum tipo: este é o caminho; caminha tu nele. É verdade que ele nos impõe, se a necessidade requer, que tomemos outros dois passos; mas eles devem ser tomados sucessivamente depois desse primeiro, e nenhum deles antes disso. Muito menos, devemos tomar algum outro, tanto diante, quanto ao lado desse. Portanto, fazer alguma coisa a mais, ou não fazer isto, é igualmente indesculpável.
6. Não pense em desculpar-se por tomar um passo inteiramente diferente, dizendo: 'Ora, eu não falei com ninguém, até que eu estive tão sobrecarregado, que não pude conter-me'. Você esteve sobrecarregado! Não é de se admirar que você estivesse, a menos que sua consciência fosse endurecida; e também porque você estava debaixo da culpa do pecado, da desobediência de um mandamento claro de Deus! Você deveria ter ido, e imediatamente falado 'com seu irmão sobre sua falta, entre você e ele somente'. Se você não o fez, de que outra maneira poderia estar, se não sobrecarregado (a menos que seu coração estivesse extremamente endurecido), enquanto você estava pisoteando o mandamento de Deus, e 'odiando seu irmão em seu coração?'. E que caminho você encontrou para aliviar a si mesmo? Deus reprova você, pelo pecado da omissão; por não dizer a seu irmão a respeito da falta dele; e você se conforta debaixo da reprovação Dele, através do pecado do cometimento, por dizer ao seu irmão a falta de uma outra pessoa! Conforto comprado através do pecado é um preço elevado! Eu confio que em Deus, você não terá conforto, mas irá sobrecarregar-se ainda mais, até que você 'vá ao seu irmão e o diga'; e ninguém mais.
7. Eu conheço apenas uma exceção a essa regra: Pode existir um caso peculiar, em que é necessário acusar o culpado, embora ausente, com o objetivo de preservar um inocente. Por exemplo: você tem conhecimento pessoal do objetivo que um homem tem contra a própria vida, ou de seu próximo. Agora, o caso pode ser circunstanciado, já que não existe outro meio de impedir que aquele objetivo se realize, a não ser, sem demora, levando ao conhecimento daquele, contra quem ele está sendo colocado. Neste caso, portanto, essa regra é deixada de lado, como aquela do Apóstolo: Não fale mal de homem algum': e é legítimo, sim, é nosso dever sagrado, falar mal de uma pessoa ausente, com o objetivo de impedir que ele faça mal a outros e a si, ao mesmo tempo. Mas lembre-se que, enquanto isso, toda aquela maledicência é, em sua natureza própria, um veneno mortal. Por conseguinte, se você for, algumas vezes, constrangido a fazer uso dela, como um remédio, use-a com temor e tremor; vendo que é um remédio tão perigoso, que nada, a não ser a absoluta necessidade, pode desculpar você de usá-la, afinal. Concordantemente, use-a tão raramente quanto possível; nunca, a não ser quando existir tal necessidade: E mesmo então, use tão pouco dela quanto possível; apenas o tanto necessário para a finalidade proposta. Em todos os outros momentos, 'vá, e diz a ele de sua falta, entre ti e ele, somente'.
II
1. Mas, como fazer, 'se ele não ouvir?'. Se ele pagar o bem com o mal? Se ele preferir ficar enfurecido a convencido? O que fazer, se ele ouvir, para nenhum propósito, e seguir em frente, ainda em seu caminho pecaminoso? Nós devemos esperar que esse seja freqüentemente o caso; que a reprovação mais branda e terna não tenha efeito; ainda assim, a benção que nós desejamos para o outro, retornará para nosso próprio seio. E o que devemos fazer então? Nosso Senhor tem nos dado uma direção clara e completa: Então, 'tome contigo um ou dois mais': Este é o segundo passo. Tome um ou dois, que você conheça ser de espíritos amorosos, amantes de Deus e de seu próximo. Veja, igualmente, que eles sejam de espíritos amáveis, e 'cobertos com humildade'. Que eles sejam também mansos e gentis; pacientes e longânimes; não aptos a 'retornar o mal pelo mal; ou o insulto pelo insulto; mas, ao contrário, benção'. Que eles sejam homens de entendimento, tais que dotados com a sabedoria que vem do alto; e homens livres da parcialidade; livres de preconceito de espécie alguma. Cuidado deverá ser igualmente tomado, para que tanto as pessoas, quanto seu caráter, sejam bem conhecidos dele. E permita que esses que são aceitos por ele sejam os escolhidos, preferivelmente a quaisquer outros.
2. O amor irá ditar de que maneira eles deverão proceder, de acordo com a natureza do caso. Nem poderá alguma maneira particular ser prescrita para todos os casos. Mas, talvez, em geral, alguém deva aconselhar que, antes de eles levar a coisa, por si mesma, que eles declarem, mansamente e amorosamente, que não têm raiva ou preconceito, com respeito a ele; e que é meramente por um princípio de benevolência, que eles agora vieram; ou, afinal, com respeito a si mesmos, com seus afazeres. Para tornar isto mais aparente, eles devem, então, atender calmamente à repetição de sua conversa anterior com ele, e ao que ele disse, em sua própria defesa, antes de tentarem determinar alguma coisa. Depois disso, eles estariam melhores capacitados para julgar, como procederem, 'já que, pela boca de duas ou três testemunhas, toda palavra deverá ser estabelecida'; para que o que quer que você tenha dito possa ter sua força completa, através do peso adicional da autoridade deles.
3. Com o objetivo disto, eles podem:
1o. Falar resumidamente o que você disse, e o que ele respondeu?
2o. Estender-se, expor, e confirmar as razões que você tem dado?
3o. Dar peso à sua reprovação, mostrando quão justo, quão delicado, e quão oportuna ela foi? E, por último, reforçar os conselhos e persuasões, que você tem anexado a ela? E esses podem igualmente, daqui por diante, se a necessidade requerer, testemunhar o que foi falado.
4. Com respeito a isto, tanto quanto à regra precedente, nós podemos observar que nosso Senhor nos dá nenhuma chance; não nos deixa nenhuma alternativa, mas expressamente nos ordena a fazer isto, e nada mais no lugar disto. Ele igualmente nos direciona, quando fazê-lo; nem muito cedo, nem muito tarde; ou seja, depois de nós tomarmos o primeiro, e antes de termos tomado o terceiro passo. Só então, estamos autorizados a relatar o mal que o outro tem feito, àqueles a quem desejamos que testemunhe uma parte conosco, no grande exemplo de nosso amor fraternal. Mas vamos ser cuidadosos, em como relatar isto para alguma outra pessoa, até que ambos os passos tenham sido tomados. Se nós negligenciarmos tomar esses; ou se nós tomamos alguns outros, qual a surpresa que estejamos ainda sobrecarregados? Já que somos pecadores contra Deus, e contra nosso próximo; e, por mais imparcialmente possamos colori-lo, ainda assim, se nós temos alguma consciência, nosso pecado irá nos desmascarar e trazer um peso sobre nossas almas.
III
1. Para que possamos ser instruídos totalmente nessa tarefa pesada, nosso Senhor nos tem dado uma direção ainda mais adiante: 'Se ele não ouvir a eles', então, e não antes disso, 'diga-o à igreja'. Este é o terceiro passo. Toda a questão é, como esta palavra 'a igreja' deve ser aqui entendida. Mas a mesma natureza da coisa irá determinar isto, além de toda dúvida razoável. Você não pode dizer isto à Igreja nacional; a todo corpo de homens denominados 'a Igreja da Inglaterra'. Nem ela responderia a qualquer finalidade cristã, se você pudesse fazê-lo; portanto, este não é o significado da palavra. Nem você poderá dizer a todo corpo de pessoas na Inglaterra, com quem você tem uma conexão mais imediata. Nem, de fato, isto iria responder a alguma boa finalidade: A palavra, por conseguinte, não é para ser entendida assim. Não responderia a alguma finalidade valiosa dizer as faltas de todo membro particular à igreja (se você pudesse, assim, denominar isto), à congregação, ou à sociedade, reunidas em Londres. Permanece que você diz isto ao presbítero ou presbíteros da igreja; para os que inspecionam aquele rebanho de Cristo, ao qual ambos pertencem; aqueles que vigiam as almas de vocês, e as suas próprias, 'como se eles devessem prestar contas disto'. E isto poderia ser feito, se possível, convenientemente na presença da pessoa interessada, e, embora, de maneira clara, ainda assim, com toda a ternura e amor que a natureza da coisa irá admitir. Pertence necessariamente ao ofício deles, determinar concernente ao comportamento de todos sob seus cuidados; e repreender, de acordo com o demérito da ofensa, 'com toda autoridade'. Quando, por conseguinte, você tiver feito isto, você terá feito tudo o que a Palavra de Deus, ou a lei do amor requereram de você: Você não é agora parceiro do pecado dele; mas, se ele perecer, seu sangue estará sobre a sua própria cabeça.
2. Aqui, também, deve ser observado, que este, e não outro, é o terceiro passo, o qual devemos tomar; e que devemos tomá-lo, na sua ordem, depois dos outros dois; nem antes do segundo; muito menos, do primeiro; exceto, em algumas circunstâncias bastante particulares. Realmente, em um caso, o segundo passo pode coincidir com isto: Eles podem ser, de certa maneira, um, e o mesmo. O presbítero, ou os presbíteros da igreja, pode estar ligado com o irmão ofensor, e deverá ser colocado de fora da necessidade, e seu lugar suprido, por uma ou duas testemunhas; de maneira que seja suficiente dizer isto a elas, depois de você ter dito isto para seu irmão, 'entre você e ele somente'.
3. Quando você tiver feito isto, você terá livrado a sua própria alma. 'Se ele não ouvir a igreja'; se ele persistir em seu pecado, 'que ele seja para ti, como um pagão e um publicano'. Você não estará debaixo da obrigação de pensar nele mais. Mas de deixá-lo, aos cuidados de seu próprio Mestre. De fato, você ainda deve a ele, como a todos os outros pagãos, boa-vontade, sincera e terna. Você deve a ele cortesia, e, tanto quanto a ocasião oferecer, todos os ofícios da humanidade. Mas não tenha amizade, nem familiaridade com ele; nenhum outro intercurso do que com os pagãos declarados.
4. Mas, se esta deve ser a regra por meio da qual os cristãos caminham, qual é a terra onde os cristãos vivem? Alguns poucos você pode possivelmente encontrar espalhados, acima e abaixo, que têm consciência em observar isto. Mas, quão poucos! Quão escassamente dispersos sobre a face da terra! E onde existe algum corpo de homens que, sem exceção, caminham por meio disto? Nós podemos encontrá-lo na Europa? Ou ir mais longe, na Grã Bretanha ou Irlanda? Eu temo que não: Eu temo que nós podemos pesquisar esses reinos completamente, e, ainda assim, nossa busca terá sido em vão.
Ai do mundo cristão! Ai dos Protestantes! Ai dos Cristãos Reformados! Ó, 'quem se erguerá comigo contra o perverso?'. 'Quem ficará do lado de Deus', contra os maledicentes? Você é este homem? Pela graça de Deus, você será alguém que não será carregado pela correnteza? Você está completamente determinado, Deus sendo seu ajudador, nesta mesma hora, a colocar um vigia; um 'vigia contínuo, diante de sua boca, e manter a porta de seus lábios fechada?'. Desse momento em diante, você irá caminhar por esta regra, 'não fale mal de homem algum?'. Se você vir seu irmão praticar o mal, você irá 'dizer a ele sobre sua falta, entre você e ele somente?'. Depois disto, 'tomará uma ou duas testemunhas', e, só, então, 'dirá isto para a igreja?'. Se este for todo o propósito do seu coração, então, aprenda bem uma lição: 'não dê ouvidos à maledicência'. Se não houver ouvintes, não haverá oradores, para o mau. E não é quem recebe (de acordo com o provérbio vulgar), tão mau quanto o ladrão?
Então, se alguém começar a falar mal em seus ouvidos, interrompa-o imediatamente. Recuse-se a ouvir a voz do 'encantador'; mesmo que ele nunca tenha encantado tão docemente; deixe que ele use de toda maneira delicada, de uma ênfase tão suave, mesmo as maiores profissões de boa vontade, para aquele que ele colocou na escuridão; a quem ele atacou debaixo da quinta costela! Resolutamente, recuse-se a ouvir, embora o segredista queixe-se de 'estar sobrecarregado, até que possa falar'.
Sobrecarregado! Tu, tolo! Tu labutas com teu segredo maldito, tanto quanto uma mulher labuta com uma criança? Vá, então, e livre-se de teu fardo, no caminho que o Senhor te ordenou! Primeiro, 'vá e dize ao teu irmão das suas faltas, entre ti e ele somente'. Em seguida, 'tome contigo um ou dois', de seus amigos em comum, e diga-lhe na presença deles: Se nenhum desses passos tiver efeito, então, 'dize-o à igreja'. Mas, com toda a pureza de tua alma, não dize isto a qualquer outro; tanto antes, quanto depois, a menos naqueles casos em exceção, quando for absolutamente necessário preservar um inocente! Por que tu irias querer sobrecarregar um outro, tanto quanto a ti mesmo, por torná-lo parceiro do teu pecado?
5. Que todos vocês que testemunham a reprovação de Cristo; que estão sendo zombateiramente chamados de Metodistas, possam estabelecer um exemplo para o mundo cristão, assim chamado; pelo menos, nesse caso! Joguem fora a maledicência, as fofocas e os sussurros: Não permitam que eles saiam de suas próprias bocas! Vejam que vocês 'não falem mal de homem algum'; em sua ausência, mas somente o que for bom. Se vocês devem ser distinguidos, quer queira ou não, que estas sejam as marcas de distinção de um Metodista: 'Ele não censura homem algum, pelas costas: Através desse fruto, você pode conhecê-lo';
Que efeito abençoado desse desprendimento, nós sentimos rapidamente em nossos corações! Como nossa 'paz fluiria como um rio', se nós assim ' seguíssemos em paz com todos os homens!'. Como o amor de Deus abundaria em nossas próprias almas, se nós confirmássemos assim nosso amor para com nossos irmãos! E que efeito isto poderia ter em todo que estavam unidos em nome do Senhor Jesus! Como o amor fraternal aumentaria continuamente, se este grande obstáculo dele fosse removido!
Todos os membros do corpo de Cristo, então, naturalmente, cuidariam uns dos outros. 'Se algum membro sofresse, todos sofreriam com ele'; se um fosse honrado, todos se regozijariam com isto'; e cada um iria amar seu irmão 'com um coração puro, fervorosamente'. E não é tudo: Que efeito isto teria, mesmo nesse mundo selvagem e irracional! Quão logo eles iriam distinguir em nós, o que eles não poderiam encontrar em todos os milhares de seus irmãos, e clamariam (como Julio, o Apóstata, para seus irmãos bajuladores), 'Vejam como esses cristãos amam uns aos outros!'. Através disto, principalmente, Deus convenceria o mundo, e o prepararia também para Seu reino; como nós podemos facilmente aprender daquelas palavras notáveis, na última oração solene de nosso Senhor, em (João 17:20-21): 'Eu não peço somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra hão de crer em mim; para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste! O Senhor apressa o tempo! O Senhor nos capacita a assim amarmos uns aos outros, não apenas 'na palavra e na língua, mas em ação e em verdade', assim como Cristo amou a nós.
I. O caminho mais literal de seguir essa primeira regra, 'se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o, entre ti e ele só', onde puder ser praticado, é o melhor.
II. Nós não devemos esperar que freqüentemente uma repreensão mais moderada e terna tenha efeito; mas a benção que desejarmos para outro irá retornar para nossa própria alma. Então, o que devemos fazer?
III. 'Se te ouvir', então, e não, até então, 'dize-a a igreja'. A questão é, como essa palavra 'a igreja' deve ser entendida aqui.
1. 'Não fale mal de homem algum', diz o grande Apóstolo: — Tão claro quanto o mandamento, 'Não matarás'. Mas quem, entre os cristãos, respeita esse mandamento? Sim. Quão poucos existem que o entendem? O que é maledicência? Ela não significa, como alguns supõem, o mesmo que mentira ou difamação infundada. Tudo que um homem disser pode ser tão verdadeiro quanto a Bíblia; e, ainda assim esse dizer significa maledicência. Porque maledicência é nem mais, nem menos, que falar mal de uma pessoa ausente; relatando alguma coisa má, que foi realmente feita, ou dita, por uma pessoa que não está presente, quando ela é relatada. Supondo-se que eu, tendo visto um homem bêbado; ou o tendo ouvido praguejar ou amaldiçoar, falo a respeito, quando ele está ausente; isto é maledicência.
Em nossa língua isto é também, através de um nome extremamente apropriado, denominado de calúnia. Nem existe alguma diferença material entre essa, e a que nós usualmente intitulamos mexerico. Se o relato for entregue de uma maneira delicada e calma (talvez, com expressões de boa-vontade da pessoa, e na esperança de que aquelas coisas não sejam assim tão completamente más), então, nós podemos chamar isto de boatos. Mas, qualquer que seja a maneira como é feita, dará no mesmo; — na mesma substância, se não, na mesma circunstância. Ainda será maledicência; ainda esse mandamento, 'Não fale mal de homem algum', é pisoteado; se nós relatamos a falta de outra, para uma terceira pessoa, quando ela não está presente para responder por si mesma.
2. E quão extremamente comum é esse pecado, entre todas as classes e níveis de homens! Como ele é praticado por altos e baixos; ricos e pobres; sábios e ignorantes; letrados ou analfabetos! Pessoas que diferem umas das outras em todas as coisas, não obstante, concordam nisto. Quão poucos existem que podem testificar diante de Deus: 'Eu estou limpo, no que diz respeito a esse assunto; eu tenho sempre colocado um vigia diante de minha boca, e mantido a porta dos meus lábios, fechada! Que tipo de conversa você ouve, com alguma minúcia considerável, que não tenha a maledicência como um dos ingredientes? E isto, mesmo entre pessoas que, em geral, têm temor a Deus, diante de seus olhos, e que desejam realmente ter uma consciência livre de ofensas em direção a Deus e ao homem.
3. E a mesma freqüência desse pecado torna difícil esquivarmo-nos disto. Já que nós estamos cercados por ele, por todos os lados; de modo que, se nós não estivermos profundamente sensíveis ao perigo, e nos guardarmos contra ele, continuamente, estaremos sujeitos a sermos levados pela correnteza. Nessa instância está, quase a totalidade da humanidade, em conspiração contra nós. De que maneira o exemplo dela leva vantagem sobre nós, nós não sabemos; assim sendo, insensivelmente acostumamo-nos a imitá-la. Além disso, é recomendado tanto de dentro, quanto de fora. Escassamente existe algum temperamento errado na mente do homem que não possa ser ocasionalmente gratificado por ela, e, conseqüentemente nos incline a isto. Ela gratifica nosso orgulho, em relatar a falta de outros, onde nós acreditamos que nós mesmos não somos culpados. Raiva, ressentimento, e todo temperamento descortês são favorecidos pelo falar contra aqueles com quem nos desagradamos; e, em muitos casos, relatando os pecados de seus próximos, os homens favorecem seus próprios desejos tolos e perniciosos.
4. A maledicência é mais difícil de ser evitada, porque ela freqüentemente nos ataca na dissimulação. Nós não estamos falando de uma indignação nobre e generosa (melhor seria não falarmos), contra essas criaturas vis! Nós cometemos pecados, por mero ódio do pecado! Nós servimos ao diabo, pelo puro zelo por Deus! É meramente com o objetivo de punir os descrentes, que nós incorremos nessa perversidade. 'Assim, as paixões' (como alguém diz) 'justificam a si mesmas', e escondem o pecado sobre nós, debaixo do véu da santidade!
5. Mas não existe um meio de evitar a armadilha? Inquestionavelmente, existe. Nosso abençoado Senhor tem traçado um caminho claro para seus seguidores, nas palavras acima citadas. Ninguém que caminhe com prudência e firmeza nesses passos, irá cair na maledicência. Essa regra é tanto um preventivo infalível, quanto a cura certa dela. Nos versos precedentes, nosso Senhor diz, 'Ai do mundo, por causa dos escândalos', -- misérias inexprimíveis se surgirão, dessa fonte maligna: (Ofensas são todas as coisas, por meio das quais alguém é desviado dos caminhos de Deus, ou impedido de seguir nele): 'Porque deverão ser estas ofensas a virem , -- tais como a natureza das coisas; a perversidade, insensatez, e fraqueza da humanidade: 'Mas ai do homem', -- miserável é aquele homem, 'por meio do qual os escândalos virão'. 'Porque, se tua mão, teus pés, teus olhos fizerem com que tu te escandalizes', -- se o prazer mais caro; a pessoa mais amada e útil, desviar-te e impedir que tu sigas no caminho, 'arranca fora', -- e atira para longe de ti.
Mas como nós podemos evitar ofender alguns, sendo ofendidos por outros? Supondo-se, especialmente, que eles estejam completamente no erro, e nós vemos isto com nossos próprios olhos? Aqui, nosso Senhor nos ensina como: Ele nos coloca um método certo de evitar ofensas e toda maledicência, juntas. 'Se teu irmão pecar contra ti, vá até ele, e diz-lhe de suas faltas;entre ti e ele somente: Se ele ouvir a ti, terás ganho um irmão. Mas, se ele não ouvir a ti, tome contigo um ou mais, para que pela boca de duas ou três testemunhas, toda palavra possa ser estabelecida. E se ele não ouvir a elas, dize isto à igreja: Mas se ele não ouvir a Igreja, que ele seja para ti como um pagão e um publicano'.
I
1. Primeiro: 'Se teu irmão pecar contra ti, vá, e diz a ele de sua falta, entre ti e ele somente'. A maneira mais literal de seguir essa primeira regra, onde ela seja praticável, é a melhor: Entretanto, se veres um irmão, um companheiro cristão, cometer pecado incontestável; ou ouvires, tu mesmo, de maneira que seja impossível que duvides do fato; então, tua parte nisto é clara: Na primeira oportunidade, vá até ele; e, se puderes ter acesso, 'dize-lhe de sua falta, entre ti e ele somente'. De fato, grande cuidado deve ser tomado para que isto seja feito, em um espírito correto, e de uma maneira correta. O sucesso de uma reprovação depende grandemente do espírito, em que ela é dada. Não estejas em falta, portanto, de orares sinceramente a Deus, para que ela possa ser dada, em um espírito humilde; com uma convicção profunda e penetrante, de que é Deus, tão somente, que faz com que tu te diferencies; e que, se algum bem é feito, pelo que é agora falado, é Ele mesmo que o faz. Ora para que ele guarde teu coração, aclare tua mente, e direcione tua língua para tais palavras, em que ele pode se agradar de abençoar. Vê que tu fales com um espírito humilde e manso; já que 'a ira do homem não opera a retidão de Deus'. Se ele for 'surpreendido em uma falta', ele não poderá, de modo algum, ser restaurado, 'a não ser no espírito de mansidão'. Mesmo que ele se oponha à verdade; ainda assim, ele não poderá ser trazido ao conhecimento disso, a não ser através da gentileza. Fale ainda, com um espírito de amor terno, 'que muitas águas não podem extinguir'. Se o amor não for dominado, ele dominará todas as coisas. Quem poderá dizer da força do amor?
O amor pode curvar o pescoço obstinado;
A pedra em carne se converter;
amansar, derreter, esfarelar e quebrar
um coração inflexível.
Confirme, então, seu amor, em direção a ele,
e você irá, por meio disto,
'amontoar as brasas do fogo sobre a sua cabeça'.
2. Mas, nisto, veja também que a maneira como você fala esteja de acordo com o Evangelho de Cristo. Evite tudo, no olhar, gesto, palavra, e tom de voz, que cheire a orgulho, ou presunção. Estudiosamente, evite tudo que for autoritário ou dogmático; tudo que parecer arrogância ou ostentação. Precavenha-se da aproximação mais distante, que venha desdenhar, dominar, ou levar desprezo. Com igual cuidado, evite toda aparência de raiva; e, embora faça grande uso da maior clareza de linguagem, ainda assim, não permita que exista reprovação; alguma acusação afrontosa; algum toque de qualquer fervor, a não ser aquele do amor. Acima de tudo, permita que não exista sombra de ódio, ou má-vontade; amargura ou expressão de mau humor; mas o uso da atmosfera e linguagem da doçura, assim como da gentileza, para que tudo possa parecer fluir do amor no coração. E, ainda que essa delicadeza não impeça o seu falar, da maneira mais séria e solene; tanto quanto for possível, que você fale, nas mesmas palavras dos oráculos de Deus (já que não existe algum como eles), e debaixo dos olhos Dele, que virá julgar os vivos e os mortos.
3. Se você não tiver uma oportunidade de falar com ele, pessoalmente, ou não puder ter acesso, você deve fazê-lo, através de um mensageiro; através de um amigo comum, em cuja prudência, tanto quanto lealdade, você pode confiar totalmente. Tal pessoa, falando em seu nome, e em um espírito e maneira acima descritos, poderá responder à mesma finalidade; e, em um bom nível, suprir a sua falta. Apenas, precavenha-se de não simular a falta de oportunidade, com o objetivo de evitar a cruz; nem tome isto, para afirmar que você não poderá ter acesso, sem antes fazer alguma tentativa. Quando quer que você possa falar pessoalmente, será muito melhor. Mas você deve trocar uma coisa por outra, preferivelmente a não fazer nada, afinal: esse meio é melhor do que nenhum.
4. Mas o que fazer, se você, nem pode falar pessoalmente, nem encontra tal mensageiro em quem confiar? Se este for realmente o caso, resta, então, apenas escrever. E podem existir algumas circunstâncias que torna isto a mais aconselhável maneira de falar. Uma dessas, é quando a pessoa com quem você tem de fazê-lo, é de um temperamento tão 'esquentado' e impetuoso, que não suporta reprovação; especialmente, de um igual ou inferior. Mas o assunto pode ser introduzido e amenizado, no escrito, de maneira a tornar a coisa mais tolerável. Além disso, muitos irão ler as mesmas palavras, que eles não poderiam suportar ouvir. Não seria um choque tão violento para o orgulho deles; nem tocaria tão sensivelmente as suas próprias honras. E, supondo-se que cause pequena impressão, a princípio, eles irão, talvez, dar a ele uma segunda leitura; e, depois de consideração posterior, irão colocar no coração o que antes eles haviam desdenhado. Se você acrescentar seu nome, isto é aproximadamente a mesma coisa que ir até ele, e falar pessoalmente. E isto pode sempre ser feito, a menos que se mostre impróprio, por alguma razão muito pessoal.
5. Deve-se observar bem, que este não é apenas um passo que nosso Senhor absolutamente ordena a nós que tomemos, mas que ele ordena que tomemos primeiro; antes de atendermos a qualquer outro. Nenhuma alternativa é permitida; nenhuma escolha de algum tipo: este é o caminho; caminha tu nele. É verdade que ele nos impõe, se a necessidade requer, que tomemos outros dois passos; mas eles devem ser tomados sucessivamente depois desse primeiro, e nenhum deles antes disso. Muito menos, devemos tomar algum outro, tanto diante, quanto ao lado desse. Portanto, fazer alguma coisa a mais, ou não fazer isto, é igualmente indesculpável.
6. Não pense em desculpar-se por tomar um passo inteiramente diferente, dizendo: 'Ora, eu não falei com ninguém, até que eu estive tão sobrecarregado, que não pude conter-me'. Você esteve sobrecarregado! Não é de se admirar que você estivesse, a menos que sua consciência fosse endurecida; e também porque você estava debaixo da culpa do pecado, da desobediência de um mandamento claro de Deus! Você deveria ter ido, e imediatamente falado 'com seu irmão sobre sua falta, entre você e ele somente'. Se você não o fez, de que outra maneira poderia estar, se não sobrecarregado (a menos que seu coração estivesse extremamente endurecido), enquanto você estava pisoteando o mandamento de Deus, e 'odiando seu irmão em seu coração?'. E que caminho você encontrou para aliviar a si mesmo? Deus reprova você, pelo pecado da omissão; por não dizer a seu irmão a respeito da falta dele; e você se conforta debaixo da reprovação Dele, através do pecado do cometimento, por dizer ao seu irmão a falta de uma outra pessoa! Conforto comprado através do pecado é um preço elevado! Eu confio que em Deus, você não terá conforto, mas irá sobrecarregar-se ainda mais, até que você 'vá ao seu irmão e o diga'; e ninguém mais.
7. Eu conheço apenas uma exceção a essa regra: Pode existir um caso peculiar, em que é necessário acusar o culpado, embora ausente, com o objetivo de preservar um inocente. Por exemplo: você tem conhecimento pessoal do objetivo que um homem tem contra a própria vida, ou de seu próximo. Agora, o caso pode ser circunstanciado, já que não existe outro meio de impedir que aquele objetivo se realize, a não ser, sem demora, levando ao conhecimento daquele, contra quem ele está sendo colocado. Neste caso, portanto, essa regra é deixada de lado, como aquela do Apóstolo: Não fale mal de homem algum': e é legítimo, sim, é nosso dever sagrado, falar mal de uma pessoa ausente, com o objetivo de impedir que ele faça mal a outros e a si, ao mesmo tempo. Mas lembre-se que, enquanto isso, toda aquela maledicência é, em sua natureza própria, um veneno mortal. Por conseguinte, se você for, algumas vezes, constrangido a fazer uso dela, como um remédio, use-a com temor e tremor; vendo que é um remédio tão perigoso, que nada, a não ser a absoluta necessidade, pode desculpar você de usá-la, afinal. Concordantemente, use-a tão raramente quanto possível; nunca, a não ser quando existir tal necessidade: E mesmo então, use tão pouco dela quanto possível; apenas o tanto necessário para a finalidade proposta. Em todos os outros momentos, 'vá, e diz a ele de sua falta, entre ti e ele, somente'.
II
1. Mas, como fazer, 'se ele não ouvir?'. Se ele pagar o bem com o mal? Se ele preferir ficar enfurecido a convencido? O que fazer, se ele ouvir, para nenhum propósito, e seguir em frente, ainda em seu caminho pecaminoso? Nós devemos esperar que esse seja freqüentemente o caso; que a reprovação mais branda e terna não tenha efeito; ainda assim, a benção que nós desejamos para o outro, retornará para nosso próprio seio. E o que devemos fazer então? Nosso Senhor tem nos dado uma direção clara e completa: Então, 'tome contigo um ou dois mais': Este é o segundo passo. Tome um ou dois, que você conheça ser de espíritos amorosos, amantes de Deus e de seu próximo. Veja, igualmente, que eles sejam de espíritos amáveis, e 'cobertos com humildade'. Que eles sejam também mansos e gentis; pacientes e longânimes; não aptos a 'retornar o mal pelo mal; ou o insulto pelo insulto; mas, ao contrário, benção'. Que eles sejam homens de entendimento, tais que dotados com a sabedoria que vem do alto; e homens livres da parcialidade; livres de preconceito de espécie alguma. Cuidado deverá ser igualmente tomado, para que tanto as pessoas, quanto seu caráter, sejam bem conhecidos dele. E permita que esses que são aceitos por ele sejam os escolhidos, preferivelmente a quaisquer outros.
2. O amor irá ditar de que maneira eles deverão proceder, de acordo com a natureza do caso. Nem poderá alguma maneira particular ser prescrita para todos os casos. Mas, talvez, em geral, alguém deva aconselhar que, antes de eles levar a coisa, por si mesma, que eles declarem, mansamente e amorosamente, que não têm raiva ou preconceito, com respeito a ele; e que é meramente por um princípio de benevolência, que eles agora vieram; ou, afinal, com respeito a si mesmos, com seus afazeres. Para tornar isto mais aparente, eles devem, então, atender calmamente à repetição de sua conversa anterior com ele, e ao que ele disse, em sua própria defesa, antes de tentarem determinar alguma coisa. Depois disso, eles estariam melhores capacitados para julgar, como procederem, 'já que, pela boca de duas ou três testemunhas, toda palavra deverá ser estabelecida'; para que o que quer que você tenha dito possa ter sua força completa, através do peso adicional da autoridade deles.
3. Com o objetivo disto, eles podem:
1o. Falar resumidamente o que você disse, e o que ele respondeu?
2o. Estender-se, expor, e confirmar as razões que você tem dado?
3o. Dar peso à sua reprovação, mostrando quão justo, quão delicado, e quão oportuna ela foi? E, por último, reforçar os conselhos e persuasões, que você tem anexado a ela? E esses podem igualmente, daqui por diante, se a necessidade requerer, testemunhar o que foi falado.
4. Com respeito a isto, tanto quanto à regra precedente, nós podemos observar que nosso Senhor nos dá nenhuma chance; não nos deixa nenhuma alternativa, mas expressamente nos ordena a fazer isto, e nada mais no lugar disto. Ele igualmente nos direciona, quando fazê-lo; nem muito cedo, nem muito tarde; ou seja, depois de nós tomarmos o primeiro, e antes de termos tomado o terceiro passo. Só então, estamos autorizados a relatar o mal que o outro tem feito, àqueles a quem desejamos que testemunhe uma parte conosco, no grande exemplo de nosso amor fraternal. Mas vamos ser cuidadosos, em como relatar isto para alguma outra pessoa, até que ambos os passos tenham sido tomados. Se nós negligenciarmos tomar esses; ou se nós tomamos alguns outros, qual a surpresa que estejamos ainda sobrecarregados? Já que somos pecadores contra Deus, e contra nosso próximo; e, por mais imparcialmente possamos colori-lo, ainda assim, se nós temos alguma consciência, nosso pecado irá nos desmascarar e trazer um peso sobre nossas almas.
III
1. Para que possamos ser instruídos totalmente nessa tarefa pesada, nosso Senhor nos tem dado uma direção ainda mais adiante: 'Se ele não ouvir a eles', então, e não antes disso, 'diga-o à igreja'. Este é o terceiro passo. Toda a questão é, como esta palavra 'a igreja' deve ser aqui entendida. Mas a mesma natureza da coisa irá determinar isto, além de toda dúvida razoável. Você não pode dizer isto à Igreja nacional; a todo corpo de homens denominados 'a Igreja da Inglaterra'. Nem ela responderia a qualquer finalidade cristã, se você pudesse fazê-lo; portanto, este não é o significado da palavra. Nem você poderá dizer a todo corpo de pessoas na Inglaterra, com quem você tem uma conexão mais imediata. Nem, de fato, isto iria responder a alguma boa finalidade: A palavra, por conseguinte, não é para ser entendida assim. Não responderia a alguma finalidade valiosa dizer as faltas de todo membro particular à igreja (se você pudesse, assim, denominar isto), à congregação, ou à sociedade, reunidas em Londres. Permanece que você diz isto ao presbítero ou presbíteros da igreja; para os que inspecionam aquele rebanho de Cristo, ao qual ambos pertencem; aqueles que vigiam as almas de vocês, e as suas próprias, 'como se eles devessem prestar contas disto'. E isto poderia ser feito, se possível, convenientemente na presença da pessoa interessada, e, embora, de maneira clara, ainda assim, com toda a ternura e amor que a natureza da coisa irá admitir. Pertence necessariamente ao ofício deles, determinar concernente ao comportamento de todos sob seus cuidados; e repreender, de acordo com o demérito da ofensa, 'com toda autoridade'. Quando, por conseguinte, você tiver feito isto, você terá feito tudo o que a Palavra de Deus, ou a lei do amor requereram de você: Você não é agora parceiro do pecado dele; mas, se ele perecer, seu sangue estará sobre a sua própria cabeça.
2. Aqui, também, deve ser observado, que este, e não outro, é o terceiro passo, o qual devemos tomar; e que devemos tomá-lo, na sua ordem, depois dos outros dois; nem antes do segundo; muito menos, do primeiro; exceto, em algumas circunstâncias bastante particulares. Realmente, em um caso, o segundo passo pode coincidir com isto: Eles podem ser, de certa maneira, um, e o mesmo. O presbítero, ou os presbíteros da igreja, pode estar ligado com o irmão ofensor, e deverá ser colocado de fora da necessidade, e seu lugar suprido, por uma ou duas testemunhas; de maneira que seja suficiente dizer isto a elas, depois de você ter dito isto para seu irmão, 'entre você e ele somente'.
3. Quando você tiver feito isto, você terá livrado a sua própria alma. 'Se ele não ouvir a igreja'; se ele persistir em seu pecado, 'que ele seja para ti, como um pagão e um publicano'. Você não estará debaixo da obrigação de pensar nele mais. Mas de deixá-lo, aos cuidados de seu próprio Mestre. De fato, você ainda deve a ele, como a todos os outros pagãos, boa-vontade, sincera e terna. Você deve a ele cortesia, e, tanto quanto a ocasião oferecer, todos os ofícios da humanidade. Mas não tenha amizade, nem familiaridade com ele; nenhum outro intercurso do que com os pagãos declarados.
4. Mas, se esta deve ser a regra por meio da qual os cristãos caminham, qual é a terra onde os cristãos vivem? Alguns poucos você pode possivelmente encontrar espalhados, acima e abaixo, que têm consciência em observar isto. Mas, quão poucos! Quão escassamente dispersos sobre a face da terra! E onde existe algum corpo de homens que, sem exceção, caminham por meio disto? Nós podemos encontrá-lo na Europa? Ou ir mais longe, na Grã Bretanha ou Irlanda? Eu temo que não: Eu temo que nós podemos pesquisar esses reinos completamente, e, ainda assim, nossa busca terá sido em vão.
Ai do mundo cristão! Ai dos Protestantes! Ai dos Cristãos Reformados! Ó, 'quem se erguerá comigo contra o perverso?'. 'Quem ficará do lado de Deus', contra os maledicentes? Você é este homem? Pela graça de Deus, você será alguém que não será carregado pela correnteza? Você está completamente determinado, Deus sendo seu ajudador, nesta mesma hora, a colocar um vigia; um 'vigia contínuo, diante de sua boca, e manter a porta de seus lábios fechada?'. Desse momento em diante, você irá caminhar por esta regra, 'não fale mal de homem algum?'. Se você vir seu irmão praticar o mal, você irá 'dizer a ele sobre sua falta, entre você e ele somente?'. Depois disto, 'tomará uma ou duas testemunhas', e, só, então, 'dirá isto para a igreja?'. Se este for todo o propósito do seu coração, então, aprenda bem uma lição: 'não dê ouvidos à maledicência'. Se não houver ouvintes, não haverá oradores, para o mau. E não é quem recebe (de acordo com o provérbio vulgar), tão mau quanto o ladrão?
Então, se alguém começar a falar mal em seus ouvidos, interrompa-o imediatamente. Recuse-se a ouvir a voz do 'encantador'; mesmo que ele nunca tenha encantado tão docemente; deixe que ele use de toda maneira delicada, de uma ênfase tão suave, mesmo as maiores profissões de boa vontade, para aquele que ele colocou na escuridão; a quem ele atacou debaixo da quinta costela! Resolutamente, recuse-se a ouvir, embora o segredista queixe-se de 'estar sobrecarregado, até que possa falar'.
Sobrecarregado! Tu, tolo! Tu labutas com teu segredo maldito, tanto quanto uma mulher labuta com uma criança? Vá, então, e livre-se de teu fardo, no caminho que o Senhor te ordenou! Primeiro, 'vá e dize ao teu irmão das suas faltas, entre ti e ele somente'. Em seguida, 'tome contigo um ou dois', de seus amigos em comum, e diga-lhe na presença deles: Se nenhum desses passos tiver efeito, então, 'dize-o à igreja'. Mas, com toda a pureza de tua alma, não dize isto a qualquer outro; tanto antes, quanto depois, a menos naqueles casos em exceção, quando for absolutamente necessário preservar um inocente! Por que tu irias querer sobrecarregar um outro, tanto quanto a ti mesmo, por torná-lo parceiro do teu pecado?
5. Que todos vocês que testemunham a reprovação de Cristo; que estão sendo zombateiramente chamados de Metodistas, possam estabelecer um exemplo para o mundo cristão, assim chamado; pelo menos, nesse caso! Joguem fora a maledicência, as fofocas e os sussurros: Não permitam que eles saiam de suas próprias bocas! Vejam que vocês 'não falem mal de homem algum'; em sua ausência, mas somente o que for bom. Se vocês devem ser distinguidos, quer queira ou não, que estas sejam as marcas de distinção de um Metodista: 'Ele não censura homem algum, pelas costas: Através desse fruto, você pode conhecê-lo';
Que efeito abençoado desse desprendimento, nós sentimos rapidamente em nossos corações! Como nossa 'paz fluiria como um rio', se nós assim ' seguíssemos em paz com todos os homens!'. Como o amor de Deus abundaria em nossas próprias almas, se nós confirmássemos assim nosso amor para com nossos irmãos! E que efeito isto poderia ter em todo que estavam unidos em nome do Senhor Jesus! Como o amor fraternal aumentaria continuamente, se este grande obstáculo dele fosse removido!
Todos os membros do corpo de Cristo, então, naturalmente, cuidariam uns dos outros. 'Se algum membro sofresse, todos sofreriam com ele'; se um fosse honrado, todos se regozijariam com isto'; e cada um iria amar seu irmão 'com um coração puro, fervorosamente'. E não é tudo: Que efeito isto teria, mesmo nesse mundo selvagem e irracional! Quão logo eles iriam distinguir em nós, o que eles não poderiam encontrar em todos os milhares de seus irmãos, e clamariam (como Julio, o Apóstata, para seus irmãos bajuladores), 'Vejam como esses cristãos amam uns aos outros!'. Através disto, principalmente, Deus convenceria o mundo, e o prepararia também para Seu reino; como nós podemos facilmente aprender daquelas palavras notáveis, na última oração solene de nosso Senhor, em (João 17:20-21): 'Eu não peço somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra hão de crer em mim; para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste! O Senhor apressa o tempo! O Senhor nos capacita a assim amarmos uns aos outros, não apenas 'na palavra e na língua, mas em ação e em verdade', assim como Cristo amou a nós.
A corrida cristã: por que e como devemos corrê-la?
As competições olímpicas eram práticas apreciadas e admiradas no mundo antigo. Ainda hoje os eventos olímpicos mexem com a emoção de muita gente. Escritores bíblicos como Paulo e o autor da carta aos Hebreus fizeram constante menção das atividades esportivas em seus escritos. Eles eram apreciadores do esporte e dele sabiam tirar lições preciosas para a vida cristã. Um exemplo clássico disso é a passagem bíblica de Hebreus 12.1-3. O autor aos Hebreus extrai da figura de um estádio lotado, do espírito da dinâmica de uma competição olímpica, uma ilustração para a vida cristã. Após relatar a luta e a vitória dos heróis e heroínas da fé do Antigo Testamento, o autor aos Hebreus direciona o olhar de seus leitores para o Campeão dos campeões, Jesus. Mostra a eles como aqueles campeões, e principalmente Jesus Cristo, venceram a corrida cristã e porque e como eles (seus leitores) deviam corrê-la.
Mas entremos também nesta corrida, pois ela é de todo aquele que verdadeiramente corre a corrida da fé.
I. Por que devemos participar da corrida cristã?
1. Porque ela é determinada por Deus (v1).
2. Porque ela é incentivada pelos heróis da fé (v1).
3. Porque ela é inspirada na vitória de Cristo (v2).
II. Como devemos correr a corrida cristã?
1. Negativamente falando:
a. Desembaraçando-nos de todo peso (v1)
b. E do pecado que tenazmente nos assedia (v1)
2. Positivamente falando:
a. Devemos correr com perseverança (v1)
b. Olhando firmemente para Jesus (v2)
III. O exemplo de Jesus
1. Em Sua humilhação (v2,3)
2. Em Sua exaltação (v3)
Conclusão e aplicação:
Devemos participar da corrida cristã porque ela é determinada por Deus, incentivada pelos heróis da fé e inspirada na vitória de Cristo. Devemos corrê-la com perseverança, abandonando tudo que é ruim, olhando firmemente para Jesus, nosso maior exemplo de vitória.
Quero me dirigi primeiramente a você que está desanimado na fé. Olhe para Jesus, não se esqueça que Ele venceu para você vencer. E a você que está na raia certa, eu também quero lhe dizer: não olhe para trás. Siga em frente. Não se importe com os obstáculos, apesar de não serem poucos nem pequenos. Enquanto você estiver seguindo em frente, olhando firmemente para Jesus, você estará garantindo e confirmando sua vitória nas olimpíadas da fé.
Mas entremos também nesta corrida, pois ela é de todo aquele que verdadeiramente corre a corrida da fé.
I. Por que devemos participar da corrida cristã?
1. Porque ela é determinada por Deus (v1).
2. Porque ela é incentivada pelos heróis da fé (v1).
3. Porque ela é inspirada na vitória de Cristo (v2).
II. Como devemos correr a corrida cristã?
1. Negativamente falando:
a. Desembaraçando-nos de todo peso (v1)
b. E do pecado que tenazmente nos assedia (v1)
2. Positivamente falando:
a. Devemos correr com perseverança (v1)
b. Olhando firmemente para Jesus (v2)
III. O exemplo de Jesus
1. Em Sua humilhação (v2,3)
2. Em Sua exaltação (v3)
Conclusão e aplicação:
Devemos participar da corrida cristã porque ela é determinada por Deus, incentivada pelos heróis da fé e inspirada na vitória de Cristo. Devemos corrê-la com perseverança, abandonando tudo que é ruim, olhando firmemente para Jesus, nosso maior exemplo de vitória.
Quero me dirigi primeiramente a você que está desanimado na fé. Olhe para Jesus, não se esqueça que Ele venceu para você vencer. E a você que está na raia certa, eu também quero lhe dizer: não olhe para trás. Siga em frente. Não se importe com os obstáculos, apesar de não serem poucos nem pequenos. Enquanto você estiver seguindo em frente, olhando firmemente para Jesus, você estará garantindo e confirmando sua vitória nas olimpíadas da fé.
A CIRCUNCISÃO DO CORAÇÃO
"Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não na letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus" (Romanos 2:29)
1. A melancólica observação de um homem excelente, é que ele, que agora prega os deveres mais essenciais do Cristianismo, corre o risco de ser considerado, por uma grande parte dos que o ouvem, "o anunciador da nova doutrina". A maioria dos homens viveu tão despreocupada, da essência daquela religião; o exercício da qual ainda retém, que, tão logo, algumas dessas verdades foram propostas, mostrando a diferença do Espírito de Cristo, do espírito do mundo, ela clamou alto: "Tu trouxestes coisas estranhas aos nossos ouvidos; nós não sabemos o que essas coisas significam": Mesmo que ele estivesse apenas pregando "Jesus e a ressurreição", com a conseqüência necessária disso; ou seja, assim como Cristo ressuscitou, eles deveriam, então, morrer para o mundo, e viver, completamente, para Deus!
2. É uma declaração dura para o homem natural, que está vivo para o mundo, e morto para Deus; alguém que não será, prontamente, persuadido a receber isto, como uma verdade de Deus, a menos que ele seja assim qualificado, na interpretação, a respeito da qual, nem o uso, nem o discernimento restaram. Ele "não recebeu" a palavra "do Espírito de Deus", tomada em seu significado claro e óbvio: "ela é insensatez", para ele: nem ele pode conhecê-la, porque "ela é diferenciada espiritualmente". Ela é distinguida, apenas por aquele senso espiritual, que ainda não foi acordado nele; assim, ele rejeita como fantasias inúteis de homens, aquilo que é a sabedoria e o poder de Deus.
3. Essa "circuncisão, a que é do coração, no espírito, não na letra", -- que é a marca distinta do verdadeiro seguidor de Cristo, de alguém que esteja, num estado de aceitação com Deus; não é circuncisão externa, nem batismo, nem qualquer outra forma exterior, mas o estado certo da alma, a mente e o espírito renovados, em busca da imagem Dele, que o criou. É uma dessas importantes verdades que pode apenas ser, espiritualmente, discernida. E isso o próprio Apóstolo intima nas palavras seguintes, – "Cujo louvor não é dos homens, mas de Deus". Como se ele tivesse dito: "Não espere, quem quer que tu sejas, que assim seguiu teu grande Mestre, que o mundo, que não o seguiu, possa dizer: 'Muito bem, servo bom e fiel!' Saiba que a circuncisão do coração, o lacre de teu chamado, é insensatez para o mundo. Estejas contente por esperar por teu aplauso, até o dia da chegada de teu Senhor. Nesse dia, tu terás o louvor de Deus, na grande assembléia de homens e anjos".
Eu desejo:
I. Primeiro, particularmente, inquirir, no que essa circuncisão do coração consiste; e,
II. Segundo, mencionar algumas reflexões que, naturalmente, se levantam de tal questionamento.
I.
1. Eu quero, Primeiro, inquirir, no que consiste esta circuncisão que irá receber o louvor de Deus? Em geral, nós podemos observar, que é a disposição natural da alma, que, nos escritos sagrados, é denominada santidade; e que diretamente implica em se estar limpo do pecado, "de toda a imundície da carne e espírito"; e, em conseqüência, ser investido com aquelas virtudes, as quais estavam também em Jesus Cristo; sendo tão "renovado no espírito de nossa mente", quanto para ser "perfeito, como nosso Pai, nos céus, é perfeito".
2. Para ser mais específico: Circuncisão do coração implica humildade, fé, esperança, e misericórdia. Humildade: um reto julgamento de nós mesmos, limpando nossa mente daqueles conceitos elevados da nossa própria perfeição; da opinião inadequada de nossas próprias habilidades e talentos, os quais são frutos genuínos da natureza corrompida. Ela extirpa, completamente, todo pensamento vão: "Eu sou rico e sábio, e não tenho necessidade de coisa alguma"; e nos convence que, na melhor das hipóteses, nós somos, todo pecado e vaidade; que a confusão, ignorância e erro reinam, sobre nosso entendimento; que as paixões desarrazoadas, terrenas, sensuais e diabólicas usurpam autoridade sobre nossa vontade; em uma palavra: não há parte alguma inteira, em nossa alma, em que todos esses alicerces da nossa natureza estejam naturalmente fora.
3. Ao mesmo tempo, nós somos convencidos de que não somos auto-suficientes, para ajudarmos a nós mesmos; que, sem o Espírito de Deus, nós não podemos fazer coisa alguma, a não ser acrescentar pecado ao pecado; que é Ele sozinho quem opera em nós, pelo seu onipotente poder, tanto a vontade e o fazer o que é bom; sendo impossível a nós, até mesmo, ter bons pensamentos, sem a assistência sobrenatural de seu Espírito, tanto para nos criar, como para renovar toda nossa alma, na santidade justa e verdadeira.
4. O efeito certo, de nós termos formado esse julgamento correto da pecaminosidade e impotência de nossa natureza, é a desconsideração daquela "reputação que vem do homem", que é, usualmente, em retribuição a algumas excelências supostas em nós. Ele que conhece a si mesmo, não deseja, nem valoriza o aplauso que ele sabe que não merece. É, entretanto, "uma pequena coisa para ele, ser avaliado pelo julgamento do homem". Ele tem toda a razão para pensar, comparando o que é dito, a favor ou contra ele, com o que ele sente, em seu próprio peito, que o mundo e o deus desse mundo foram "mentirosos, do princípio". Até como para aqueles que não são do mundo. Ainda que ele escolhesse, se isso fosse da vontade de Deus, que eles o tivessem em conta de alguém desejoso de ser encontrado, como um servo fiel dos bens de seu Senhor. Se, por acaso, esse pudesse ser um meio de capacitá-lo a ser mais útil para seus camaradas, contudo como essa é a única finalidade de suas vontades, para a aprovação deles, então, ele, afinal, não se motiva: Já que ele está convicto de que, o que quer que Deus deseje, Ele nunca pode querer meios para executar; já que Ele é capaz, mesmos dessas pedras, erguer servos para seu prazer.
5. Essa é aquela humildade da mente, a qual eles têm aprendido de Cristo, aqueles que seguem o exemplo dele, e trilham os seus passos. E esse conhecimento de suas enfermidades, por meio do qual, eles são mais e mais limpos de uma parte delas, orgulho e vaidade, os inclina a seguir, com uma mente propensa, a segunda coisa implícita na circuncisão do coração, aquela fé que, sozinha, é capaz de fazê-los completos, e que é o único medicamento dado, debaixo do céu, para curar suas enfermidades.
6. O melhor guia de cego, a mais correta luz, daqueles que estão na escuridão, o instrutor mais perfeito do insensato, é a fé. Mas deve ser tal fé como é a "força de Deus para demolir fortalezas", para derrubar todos os preconceitos da razão corrupta; todos os axiomas falsos acatados, entre os homens; todos os costumes e hábitos diabólicos; toda aquela "sabedoria do mundo, que é insensatez para Deus", como "por abaixo imaginação", raciocínio, "e toda coisa extrema que enalteça a si mesma, contra o conhecimento de Deus, e traga, para o cativeiro, todo o pensamento para a obediência de Cristo".
7. "Todas as coisas são possíveis a ele que", assim, "acredita". "Com os olhos de seu entendimento, sendo iluminados", ele vê qual é o seu chamado: sempre glorificar a Deus, que o comprou, com tão alto preço, em seu corpo, e em seu espírito, que agora são de Deus, pela redenção e criação. Ele sente qual é a "grandeza excelente desse poder", que ressuscitou Cristo da morte, de modo que é capaz de vivificar a nós, mortos no pecado, "pelo seu Espírito que habita em nós". "Essa é a vitória, que supera o mundo, mesmo nossa fé"; aquela fé, que não é apenas uma aquiescência inabalável, para todos aqueles a quem Deus tem revelado nas Escrituras, -- e, em particular, para aquelas verdades importantes: "Jesus Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores"; "Ele suportou nossos pecados, em seu próprio corpo, sobre a árvore"; "Ele é a expiação para nossos pecados, e não apenas para os nossos, mas também, para os pecados de todo o mundo"; [A parte seguinte desse parágrafo é agora acrescida ao sermão, anteriormente, pregado] – mas, igualmente, a revelação de Cristo, em nossos corações; a evidência ou convicção divina de seu amor; que eu, que sou um pecador não mereço; a confiança certa, em sua misericórdia clemente, forjada em nós, pelo Espírito Santo; a confiança, por meio da qual, todo crente verdadeiro é capacitado a dar testemunho: "Eu sei que meu Redentor vive"; que eu tenho um "advogado com o Pai"; que "Jesus Cristo, o justo", é o meu Senhor, e a "expiação de meus pecados". Eu sei que ele tem "me amado, e dado a si mesmo por mim". Ele tem me reconciliado - mesmo a mim - para com Deus; e eu "tenho redenção, através de seu sangue, até mesmo o perdão dos pecados".
8. Tal fé, como essa, não pode falhar ao mostrar, evidentemente, o poder Dele que a inspira, livrando seus filhos do jugo do pecado, e "purificando a consciência deles das obras mortas"; fortalecendo-os assim, para que eles sejam, não muito longe, constrangidos a serem obedientes ao pecado, aos desejos dele; mas, ao invés de permitirem seus membros, como instrumentos de iniqüidade, "permitirem a si mesmos", inteiramente, "para Deus, como aqueles que ressurgiram da morte".
9. Aqueles que são assim, pela fé, nascidos de Deus, têm também forte consolo através da esperança. Essa é a próxima coisa com a qual a circuncisão do coração implica; mesmo o testemunho do próprio espírito deles, com o Espírito o qual testemunha em seus corações que [O parágrafo seguinte foi agora acrescido ao sermão, anteriormente, pregado] eles são filhos de Deus. De fato, é o mesmo Espírito que opera neles essa confiança clara e agradável, que o coração deles está aprumado, em direção a Deus; aquela confiança boa, de que eles agora fazem, através da sua graça, as coisas que são aceitáveis aos seus olhos; que eles estão agora, no caminho que os conduz à vida, e devem, pela misericórdia de Deus, permanecer até o fim. É Ele que dá a eles a expectativa vivaz de receber todas as coisas boas das mãos de Deus; um prospecto jubiloso daquela coroa de glória, que lhes está reservada nos céus. Por essa âncora, o cristão é mantido firme, no meio das ondas desse mundo problemático, e preservado de arrebentar-se, em qualquer uma dessas rochas fatais, presunção e desespero. Ele não é desencorajado, por não entender a severidade de seu Senhor; nem Ele menospreza as riquezas de sua benevolência. Ele não teme que as dificuldades do curso da vida, colocadas diante dele, sejam maiores do que ele tem forças para conquistar; nem espera que elas sejam, tão pequenas, como para se submeterem na conquista, até que ele tenha aplicado toda a sua força. A experiência que ele tem na arte de guerra cristã, como essa, assegura a ele que seu "trabalho não é em vão", se "o que quer que ele tenha de fazer, ele o fizer com todo seu poder". Isso o proíbe de cogitar qualquer pensamento inútil, como o de obter alguma vantagem, quando nenhuma virtude pode ser mostrada; qualquer elogio obtido, por corações lânguidos e mãos fracas; ou, de fato, por qualquer um, a não ser aqueles que procuram a mesma direção com o grande Apóstolo dos gentios — "Eu", diz ele, "então, sigo, não de maneira incerta; luto, não como alguém que dá socos no ar: mas eu reprimo meu corpo, e o trago em sujeição; a fim de que, por algum meio, quando eu pregar a outros, eu mesmo possa ser um réprobo".
10. Pela mesma disciplina, é todo bom soldado de Cristo, habituando-se a suportar privação. Confirmado e fortalecido por isso, ele será capaz, não apenas, de renunciar às obras da escuridão, mas a todo apetite também, e toda afeição, que não estejam sujeitos à lei de Deus. Porque "cada um", diz, João, "que tem essa esperança, purificada em si mesmo, assim como Ele é puro", deverá ter o cuidado, diário, pela graça de Deus, em Cristo, e através do sangue da aliança, de purgar, os recessos mais íntimos de sua alma, da luxúria, que antes a possuiu e a corrompeu; da impureza, inveja, malícia, e ira; de toda paixão e temperamento que está atrás da carne, que brote, ou nutra sua corrupção inerente: Sabendo que seu corpo é o templo de Deus, não deverá admitir coisa alguma, vulgar ou impura, nele; e a santidade fará morada para sempre, onde o Espírito da santidade autoriza morada.
11. Ainda assim, quem quer que tu sejas, tu necessitas de uma coisa: que se junte a esperança vívida, à humildade profunda, e à fé firme, e, por meio disso, numa boa medida, limpe teu coração da poluição inata. Se tu fores perfeito, acrescenta a todos esses, misericórdia; acrescente amor, e tu terás a circuncisão do coração. "O amor é o que cumpre a lei, é a finalidade do mandamento". Muitas coisas excelentes são faladas sobre o amor; ele é a essência, o espírito, a vida e toda a virtude. Ele não é apenas o primeiro e grande mandamento, mas é todos os mandamentos em um. "Por mais que as coisas sejam justas; por mais que as coisas sejam puras; por mais que as coisas sejam agradáveis, ou honradas"; se há alguma virtude, se há algum louvor, "eles estão todos comprimidos nessa única palavra, — amor". Nisso há perfeição, glória, e felicidade. A lei excelente dos céus e terra é essa: "Tu deves amar o Senhor teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente, e com toda as tuas forças".
12. Não que isso nos proíba de amar alguma coisa, além de Deus: Ele implica que nós amemos nosso irmão também. Nem ainda, ele nos proíbe (como alguns têm estranhamente imaginado) de ter prazer em coisa alguma, a não ser em Deus. Supor isso é supor que a Fonte da santidade seja diretamente o autor do pecado; já que ele tem, inseparavelmente, juntado prazer, para o uso daquelas criaturas, as quais são necessárias para sustentar a vida que ele nos tem dado. Isso, entretanto, nunca pode ser o significado de seu mandamento. Qual o sentido real dele, ambos, nosso amado Senhor e seus Apóstolos nos dizem, muito freqüentemente, e muito plenamente, para ser mal interpretado. Eles todos testemunham, com uma só boca, que o significado verdadeiro dessas declarações diversas é: "O Senhor teu Deus é o único Senhor"; "Tu tens amado o Senhor teu Deus com todas as tuas forças"; "Tu deves ser fiel a ele"; "O desejo de tua alma deve ser o nome Dele"; -- não existe outra do que essa: O único Deus perfeito deve ser a finalidade última de vocês. Uma coisa vocês devem desejar, por causa dele, -- o proveito Dele, que é Tudo em Todos. Uma felicidade, nós podemos propor, para as almas de vocês, sempre uma união com ele que as fez; tendo "camaradagem com o Pai e o Filho"; sendo unidos ao Senhor, em um só Espírito. Um objetivo vocês devem perseguir, até o fim dos tempos, — a alegria de Deus, no tempo e na eternidade. Desejar outras coisas, tanto quanto elas puderem conduzir a isso. Amar as criaturas, já que elas procedem do Criador. Mas, em cada passo que vocês derem, seja esse o ponto glorioso que divise o objetivo de vocês. Deixem todas as afeições, pensamentos, palavras, e obras estarem subordinados a isso. O que quer que vocês desejem ou temam; o que quer que vocês busquem ou evitem; o que quer que vocês pensem ou façam, seja com o objetivo de sua felicidade em Deus, a única finalidade, e a única fonte de sua existência.
13. Não existe fim, para o fim extremo, do que Deus. Como diz nosso Senhor: "Uma coisa é necessária": E se teus olhos estiverem unicamente fixados nessa única coisa, "todo teu corpo será cheio de luz". Como diz Paulo: "Uma única coisa eu faço: eu me pressiono, em direção à marca, para o prêmio do chamado ilustre, em Cristo Jesus". Assim diz Tiago: "Limpem suas mãos, vocês, pecadores; e purifiquem seus corações, vocês irresolutos". Assim diz João: "não ame o mundo, nem as coisas que existem no mundo. Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a lascívia do olho, e o orgulho da vida, não são de Deus, mas do mundo". A felicidade buscada que gratifica o desejo e a carne, por, agradavelmente, incidir sobre os sentidos externos; o desejo do olho, da imaginação, por sua inovação, magnificência, ou beleza; ou o orgulho da vida, se pela pompa, grandeza, poder, ou, a conseqüência usual deles, aplauso e admiração; -- "não são do Pai", não vêm, e, muito menos, são aprovados, pelo Pai dos espíritos; "mas do mundo": Essa é a marca que distingue aqueles que não terão a Ele para reinar sobre si mesmos.
II.
1. Assim, eu tenho, particularmente, inquirido do que se trata a circuncisão que irá obter o louvor de Deus. Eu vou mencionar, em Segundo lugar, algumas reflexões que, naturalmente, se erguem de tal questionamento, como uma regra clara, por meio da qual, todo homem pode julgar, por si mesmo, se ele é de Deus ou do mundo. Primeiro: Fica claro, pelo que foi dito, que nenhum homem tem o mérito do louvor de Deus, a menos que seu coração seja circuncidado pela humildade; a menos que ele seja pequeno, vulgar, e vil, aos seus próprios olhos; a menos que ele esteja convencido, profundamente, dessa inata "corrupção de sua natureza", "por meio da qual, ele está muito longe da retidão original", estando inclinado a todo o mal, avesso a todo o bem, corrupto e abominável; tendo uma "mente carnal, em inimizade para com Deus, não se submetendo à Sua lei; nem ele, de fato, conseguirá isso"; a menos que sinta, continuamente, no mais íntimo de sua alma, que, sem o Espírito de Deus, latente sobre ele, ele nunca poderá pensar, falar, ou fazer alguma coisa boa, ou agradável, aos olhos Dele. Nenhum homem, eu afirmo, tem o mérito do louvor de Deus, até que ele sinta sua necessidade de Deus; nem, realmente, até que ele busque aquela "honra que vem de Deus apenas"; nem deseje ou vá atrás daquilo que vem do homem, a menos que tenda, tão somente, a isso.
2. Uma outra verdade que se segue, naturalmente, ao que já foi dito, é, que ninguém deverá obter a honra que vem de Deus; a menos que seu coração seja circuncidado pela fé; mesmo a "fé da operação de Deus": A menos que, recusando-se a, não mais, ser conduzido pelos seus sentidos, apetites, ou paixões, ou por aquele guia de cego, tão idolatrado pelo mundo, o raciocínio natural, ele viva e caminhe pela fé; dirigindo cada passo, como que "buscando a Ele que é invisível"; "olhe, não para as coisas que são vistas, as quais são temporais, mas para as coisas que não são vistas, e que são eternas"; e governe todos os seus desejos, desígnios, e pensamentos, todas as suas ações e conversas; como alguém que é incorporado dentro do véu, onde Jesus está sentado à direita de Deus.
3. Seria desejado que, aqueles que empregam muito do seu tempo e dores, em estabelecer outras fundações; fundamentando religião, na aptidão eterna das coisas, na excelência intrínseca da virtude, na beleza das ações fluindo disso; nas razões, como eles as denominam, de bem e mal, e as relações da existência de um para com o outro, fossem familiarizados com essa fé. Mesmo se, esses relatos das fundamentações do dever cristão, coincidem com as Escrituras, ou não. Se for assim, por que os homens, bem intencionados, estão perplexos, extraindo dos assuntos, de maior peso, da lei, através de uma nuvem de termos, por meio da qual, as verdades mais fáceis são explicadas na obscuridade? Se não for assim, então, seria melhor a eles considerarem quem é o autor dessa nova doutrina; se ele é, igualmente, um anjo dos céus, que prega um outro evangelho do que o de Jesus Cristo; Embora que, se ele fosse, Deus, e não nós que teria pronunciado essa sentença: "Deixe-no ser amaldiçoado!".
4. Nosso evangelho, como ele não conhece algum outro alicerce das boas obras, do que a fé, ou da fé, do que Cristo, então, ele, claramente, nos informa que nós não seremos seus discípulos, enquanto negarmos que ele é o Autor, ou seu Espírito é o Inspirador e Aperfeiçoador de ambas, nossa fé e obras. "Se algum homem não tem o espírito de Cristo, ele não é nada dele". Ele sozinho pode vivificar aqueles que estão mortos para Deus; pode soprar neles o sopro da vida cristã, e assim, prevenir, acompanhar, e os seguir com a sua graça, para trazer os desejos bons deles, para os efeitos bons. E, assim, como muitos são, dessa forma, conduzidos pelo Espírito de Deus, eles são filhos de Deus. Esse é o relato breve e claro de Deus da religião e virtude verdadeiras; e "outro alicerce, nenhum homem poderá estabelecer".
(5) Daquilo que foi dito, nós podemos, em Terceiro lugar, concluir que ninguém é verdadeiramente "conduzido pelo Espírito", a menos que "o Espírito dê testemunho com seu espírito, que ele é filho de Deus"; a menos que ele veja o prêmio e a coroa, diante dele, e "regozije-se na esperança da glória de Deus". De maneira que, erraram, grandemente, todos os que ensinaram que, servindo a Deus, nós não devemos ter uma visão, para nossa própria felicidade. Não; mas nós somos, freqüentemente e expressamente, ensinados, por Deus, a ter "apreço pela recompensa do galardão"; equilibrando a luta, com a "alegria, colocada diante de nós"; essas "aflições claras", com aqueles "pesos excessivos da glória". Sim, nós somos "estranhos à aliança da promessa", nós estamos "sem Deus no mundo", até que Deus, "da sua misericórdia abundante, tenha nos recriado, na esperança viva da herança, incorruptível, inviolada, e que não esmorece".
(6) Mas, se essas coisas são assim, é muito tempo, para essas pessoas lidarem, fielmente, com suas próprias almas, que estão, tão longe, de encontrarem, em si mesmas, essa garantia alegre de que, cumprindo os termos, obterão as promessas, daquela aliança, a respeito da disputa com a própria aliança, e blasfemam das condições dela; para reclamarem que elas são muito severas; e que nenhum homem viveu ou deverá viver para cumpri-las. O que é isso, senão reprovar a Deus, como se ele fosse um Mestre severo, requerendo de seus servos, mais do que eles são capazes de realizar? – Como se ele tivesse escarnecido das obras impotentes de suas mãos, vinculando-os às impossibilidades; ordenando-os a superar, onde, nem suas próprias forças, nem a graça foram suficientes para eles?
(7) Esses blasfemadores poderiam quase persuadir (ao imaginarem a si mesmos, inocentes) aqueles que, no extremo oposto, esperam cumprir os mandamentos de Deus, sem carregarem qualquer dor, afinal.Tola esperança! Esse filho de Adão esperar, alguma vez, ver o reino de Cristo e Deus, sem se esforçar; sem agonizar, primeiro, "para entrar no portão estreito". Que ele, que "foi concebido e nascido no pecado", e cujas "partes interiores são muito perversas", pudesse, alguma vez, hospedar um pensamento de ser "puro como seu Senhor", a menos que "cortasse fora sua mão direta", "arrancasse o olho direito, e o atirasse longe dele". Que ele pudesse, alguma vez, sonhar em abalar suas velhas opiniões, paixões, temperamentos, de ser "santificado, no espirilo, alma e corpo, completamente", sem um curso de abnegação geral, constante e continuada.
(8) O que, menos do que isso, nós podemos, possivelmente, deduzir das palavras acima citadas de Paulo, que vivendo "enfermidades terríveis, nas reprimendas, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias", pela causa de Cristo; que, estando cheio de "sinais, e maravilhas e prodígios"; que, tendo sido "pego no terceiro céu"; ainda assim, (como um recente autor, fortemente, expressou), não tivesse ele essa constante abnegação, todas as suas virtudes seriam consideradas incertas, e mesmo sua salvação considerada em perigo? "Assim, corro eu", diz ele, "não, de modo incerto"; então, "luto eu, não, como alguém que dá socos no ar". O que ele, plenamente, nos ensina, é que ele que assim não corre, e que assim não nega a si mesmo, todos os dias, corre, de modo incerto, e luta, para tão pequeno propósito, como aquele que "dá socos no ar".
(9) Para quão pequeno propósito ele fala de "lutar a luta da fé"; quão, vaidosamente, espera obter a coroa da idoneidade, (como nós podemos, por fim, inferir das observações precedentes) aquele cujo coração não é circuncidado pelo amor? Amor, removendo a luxúria da carne, a lascívia do olho, e o orgulho da vida, -- comprometendo o homem, completamente, corpo, alma e espírito, na busca ardorosa desse objetivo único, -- é tão essencial para um filho de Deus, que, sem ele, quem quer que viva é tido como morto diante dele. "Ainda que eu falasse as línguas dos homens e anjos e não tivesse amor; seria como metal que soa, ou como o sino que tine. Ainda que eu tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria". Não, "ainda que eu desse toda a minha fortuna, para o sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo, para ser queimado; e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria".
(10) Aqui, então, está a soma da lei perfeita; essa é a verdadeira circuncisão do coração. Deixe o espírito retornar para Deus que o deu, com toda a série de afeições. Deixe os rios fluírem novamente, para o lugar de onde todos vieram. Outros sacrifícios de nós ele não iria querer; mas o sacrifício vivo do coração que ele tem escolhido. Deixe-no ser, continuamente, oferecido a Deus, através de Cristo, em flamas de amor santo. E não permita que alguma criatura compartilhe com ele. Porque ele é um Deus zeloso. Seu trono ele não irá dividir com algum outro: Ele irá reinar, sem rival. Que nenhum desígnio, nenhum desejo seja admitido lá, mas o que ele tem por seu objetivo último. Esse é o caminho, onde, aqueles filhos de Deus caminharam, aqueles que, estando mortos, ainda falam a nós: "Deseje não viver, mas louvar seu nome: Deixe todos os seus pensamentos palavras, e obras, tenderem para sua glória. Coloque seu coração firme nele, e, em outras coisas, apenas, se elas estão Nele, ou são Dele. Deixe seu coração ser preenchido, inteiramente, com o amor Dele, que você não amará coisa alguma, a não ser por causa Dele. Tenha uma pura intenção de coração, uma consideração firme para com sua glória, em todas as suas ações. Fixe seus olhos, na esperança abençoada do seu chamado, e faça todas as coisas do mundo servirem a ele". Para que, então, e não até que, então, "seja aquela mente em nós, a qual também estava em Jesus Cristo"; quando, "em todo mover do nosso coração, em toda palavra de nossa língua, em toda obra de nossas mãos", nós "não possuamos nada, a não ser, em relação a ele, e em subordinação ao seu prazer"; quando nós, também, não pensamos, falamos ou agimos para cumprir nossa "própria vontade, mas a vontade dele que nos enviou", quando, o que quer que comamos ou bebamos, o que quer que façamos, for tudo feito para a glória de Deus".
1. A melancólica observação de um homem excelente, é que ele, que agora prega os deveres mais essenciais do Cristianismo, corre o risco de ser considerado, por uma grande parte dos que o ouvem, "o anunciador da nova doutrina". A maioria dos homens viveu tão despreocupada, da essência daquela religião; o exercício da qual ainda retém, que, tão logo, algumas dessas verdades foram propostas, mostrando a diferença do Espírito de Cristo, do espírito do mundo, ela clamou alto: "Tu trouxestes coisas estranhas aos nossos ouvidos; nós não sabemos o que essas coisas significam": Mesmo que ele estivesse apenas pregando "Jesus e a ressurreição", com a conseqüência necessária disso; ou seja, assim como Cristo ressuscitou, eles deveriam, então, morrer para o mundo, e viver, completamente, para Deus!
2. É uma declaração dura para o homem natural, que está vivo para o mundo, e morto para Deus; alguém que não será, prontamente, persuadido a receber isto, como uma verdade de Deus, a menos que ele seja assim qualificado, na interpretação, a respeito da qual, nem o uso, nem o discernimento restaram. Ele "não recebeu" a palavra "do Espírito de Deus", tomada em seu significado claro e óbvio: "ela é insensatez", para ele: nem ele pode conhecê-la, porque "ela é diferenciada espiritualmente". Ela é distinguida, apenas por aquele senso espiritual, que ainda não foi acordado nele; assim, ele rejeita como fantasias inúteis de homens, aquilo que é a sabedoria e o poder de Deus.
3. Essa "circuncisão, a que é do coração, no espírito, não na letra", -- que é a marca distinta do verdadeiro seguidor de Cristo, de alguém que esteja, num estado de aceitação com Deus; não é circuncisão externa, nem batismo, nem qualquer outra forma exterior, mas o estado certo da alma, a mente e o espírito renovados, em busca da imagem Dele, que o criou. É uma dessas importantes verdades que pode apenas ser, espiritualmente, discernida. E isso o próprio Apóstolo intima nas palavras seguintes, – "Cujo louvor não é dos homens, mas de Deus". Como se ele tivesse dito: "Não espere, quem quer que tu sejas, que assim seguiu teu grande Mestre, que o mundo, que não o seguiu, possa dizer: 'Muito bem, servo bom e fiel!' Saiba que a circuncisão do coração, o lacre de teu chamado, é insensatez para o mundo. Estejas contente por esperar por teu aplauso, até o dia da chegada de teu Senhor. Nesse dia, tu terás o louvor de Deus, na grande assembléia de homens e anjos".
Eu desejo:
I. Primeiro, particularmente, inquirir, no que essa circuncisão do coração consiste; e,
II. Segundo, mencionar algumas reflexões que, naturalmente, se levantam de tal questionamento.
I.
1. Eu quero, Primeiro, inquirir, no que consiste esta circuncisão que irá receber o louvor de Deus? Em geral, nós podemos observar, que é a disposição natural da alma, que, nos escritos sagrados, é denominada santidade; e que diretamente implica em se estar limpo do pecado, "de toda a imundície da carne e espírito"; e, em conseqüência, ser investido com aquelas virtudes, as quais estavam também em Jesus Cristo; sendo tão "renovado no espírito de nossa mente", quanto para ser "perfeito, como nosso Pai, nos céus, é perfeito".
2. Para ser mais específico: Circuncisão do coração implica humildade, fé, esperança, e misericórdia. Humildade: um reto julgamento de nós mesmos, limpando nossa mente daqueles conceitos elevados da nossa própria perfeição; da opinião inadequada de nossas próprias habilidades e talentos, os quais são frutos genuínos da natureza corrompida. Ela extirpa, completamente, todo pensamento vão: "Eu sou rico e sábio, e não tenho necessidade de coisa alguma"; e nos convence que, na melhor das hipóteses, nós somos, todo pecado e vaidade; que a confusão, ignorância e erro reinam, sobre nosso entendimento; que as paixões desarrazoadas, terrenas, sensuais e diabólicas usurpam autoridade sobre nossa vontade; em uma palavra: não há parte alguma inteira, em nossa alma, em que todos esses alicerces da nossa natureza estejam naturalmente fora.
3. Ao mesmo tempo, nós somos convencidos de que não somos auto-suficientes, para ajudarmos a nós mesmos; que, sem o Espírito de Deus, nós não podemos fazer coisa alguma, a não ser acrescentar pecado ao pecado; que é Ele sozinho quem opera em nós, pelo seu onipotente poder, tanto a vontade e o fazer o que é bom; sendo impossível a nós, até mesmo, ter bons pensamentos, sem a assistência sobrenatural de seu Espírito, tanto para nos criar, como para renovar toda nossa alma, na santidade justa e verdadeira.
4. O efeito certo, de nós termos formado esse julgamento correto da pecaminosidade e impotência de nossa natureza, é a desconsideração daquela "reputação que vem do homem", que é, usualmente, em retribuição a algumas excelências supostas em nós. Ele que conhece a si mesmo, não deseja, nem valoriza o aplauso que ele sabe que não merece. É, entretanto, "uma pequena coisa para ele, ser avaliado pelo julgamento do homem". Ele tem toda a razão para pensar, comparando o que é dito, a favor ou contra ele, com o que ele sente, em seu próprio peito, que o mundo e o deus desse mundo foram "mentirosos, do princípio". Até como para aqueles que não são do mundo. Ainda que ele escolhesse, se isso fosse da vontade de Deus, que eles o tivessem em conta de alguém desejoso de ser encontrado, como um servo fiel dos bens de seu Senhor. Se, por acaso, esse pudesse ser um meio de capacitá-lo a ser mais útil para seus camaradas, contudo como essa é a única finalidade de suas vontades, para a aprovação deles, então, ele, afinal, não se motiva: Já que ele está convicto de que, o que quer que Deus deseje, Ele nunca pode querer meios para executar; já que Ele é capaz, mesmos dessas pedras, erguer servos para seu prazer.
5. Essa é aquela humildade da mente, a qual eles têm aprendido de Cristo, aqueles que seguem o exemplo dele, e trilham os seus passos. E esse conhecimento de suas enfermidades, por meio do qual, eles são mais e mais limpos de uma parte delas, orgulho e vaidade, os inclina a seguir, com uma mente propensa, a segunda coisa implícita na circuncisão do coração, aquela fé que, sozinha, é capaz de fazê-los completos, e que é o único medicamento dado, debaixo do céu, para curar suas enfermidades.
6. O melhor guia de cego, a mais correta luz, daqueles que estão na escuridão, o instrutor mais perfeito do insensato, é a fé. Mas deve ser tal fé como é a "força de Deus para demolir fortalezas", para derrubar todos os preconceitos da razão corrupta; todos os axiomas falsos acatados, entre os homens; todos os costumes e hábitos diabólicos; toda aquela "sabedoria do mundo, que é insensatez para Deus", como "por abaixo imaginação", raciocínio, "e toda coisa extrema que enalteça a si mesma, contra o conhecimento de Deus, e traga, para o cativeiro, todo o pensamento para a obediência de Cristo".
7. "Todas as coisas são possíveis a ele que", assim, "acredita". "Com os olhos de seu entendimento, sendo iluminados", ele vê qual é o seu chamado: sempre glorificar a Deus, que o comprou, com tão alto preço, em seu corpo, e em seu espírito, que agora são de Deus, pela redenção e criação. Ele sente qual é a "grandeza excelente desse poder", que ressuscitou Cristo da morte, de modo que é capaz de vivificar a nós, mortos no pecado, "pelo seu Espírito que habita em nós". "Essa é a vitória, que supera o mundo, mesmo nossa fé"; aquela fé, que não é apenas uma aquiescência inabalável, para todos aqueles a quem Deus tem revelado nas Escrituras, -- e, em particular, para aquelas verdades importantes: "Jesus Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores"; "Ele suportou nossos pecados, em seu próprio corpo, sobre a árvore"; "Ele é a expiação para nossos pecados, e não apenas para os nossos, mas também, para os pecados de todo o mundo"; [A parte seguinte desse parágrafo é agora acrescida ao sermão, anteriormente, pregado] – mas, igualmente, a revelação de Cristo, em nossos corações; a evidência ou convicção divina de seu amor; que eu, que sou um pecador não mereço; a confiança certa, em sua misericórdia clemente, forjada em nós, pelo Espírito Santo; a confiança, por meio da qual, todo crente verdadeiro é capacitado a dar testemunho: "Eu sei que meu Redentor vive"; que eu tenho um "advogado com o Pai"; que "Jesus Cristo, o justo", é o meu Senhor, e a "expiação de meus pecados". Eu sei que ele tem "me amado, e dado a si mesmo por mim". Ele tem me reconciliado - mesmo a mim - para com Deus; e eu "tenho redenção, através de seu sangue, até mesmo o perdão dos pecados".
8. Tal fé, como essa, não pode falhar ao mostrar, evidentemente, o poder Dele que a inspira, livrando seus filhos do jugo do pecado, e "purificando a consciência deles das obras mortas"; fortalecendo-os assim, para que eles sejam, não muito longe, constrangidos a serem obedientes ao pecado, aos desejos dele; mas, ao invés de permitirem seus membros, como instrumentos de iniqüidade, "permitirem a si mesmos", inteiramente, "para Deus, como aqueles que ressurgiram da morte".
9. Aqueles que são assim, pela fé, nascidos de Deus, têm também forte consolo através da esperança. Essa é a próxima coisa com a qual a circuncisão do coração implica; mesmo o testemunho do próprio espírito deles, com o Espírito o qual testemunha em seus corações que [O parágrafo seguinte foi agora acrescido ao sermão, anteriormente, pregado] eles são filhos de Deus. De fato, é o mesmo Espírito que opera neles essa confiança clara e agradável, que o coração deles está aprumado, em direção a Deus; aquela confiança boa, de que eles agora fazem, através da sua graça, as coisas que são aceitáveis aos seus olhos; que eles estão agora, no caminho que os conduz à vida, e devem, pela misericórdia de Deus, permanecer até o fim. É Ele que dá a eles a expectativa vivaz de receber todas as coisas boas das mãos de Deus; um prospecto jubiloso daquela coroa de glória, que lhes está reservada nos céus. Por essa âncora, o cristão é mantido firme, no meio das ondas desse mundo problemático, e preservado de arrebentar-se, em qualquer uma dessas rochas fatais, presunção e desespero. Ele não é desencorajado, por não entender a severidade de seu Senhor; nem Ele menospreza as riquezas de sua benevolência. Ele não teme que as dificuldades do curso da vida, colocadas diante dele, sejam maiores do que ele tem forças para conquistar; nem espera que elas sejam, tão pequenas, como para se submeterem na conquista, até que ele tenha aplicado toda a sua força. A experiência que ele tem na arte de guerra cristã, como essa, assegura a ele que seu "trabalho não é em vão", se "o que quer que ele tenha de fazer, ele o fizer com todo seu poder". Isso o proíbe de cogitar qualquer pensamento inútil, como o de obter alguma vantagem, quando nenhuma virtude pode ser mostrada; qualquer elogio obtido, por corações lânguidos e mãos fracas; ou, de fato, por qualquer um, a não ser aqueles que procuram a mesma direção com o grande Apóstolo dos gentios — "Eu", diz ele, "então, sigo, não de maneira incerta; luto, não como alguém que dá socos no ar: mas eu reprimo meu corpo, e o trago em sujeição; a fim de que, por algum meio, quando eu pregar a outros, eu mesmo possa ser um réprobo".
10. Pela mesma disciplina, é todo bom soldado de Cristo, habituando-se a suportar privação. Confirmado e fortalecido por isso, ele será capaz, não apenas, de renunciar às obras da escuridão, mas a todo apetite também, e toda afeição, que não estejam sujeitos à lei de Deus. Porque "cada um", diz, João, "que tem essa esperança, purificada em si mesmo, assim como Ele é puro", deverá ter o cuidado, diário, pela graça de Deus, em Cristo, e através do sangue da aliança, de purgar, os recessos mais íntimos de sua alma, da luxúria, que antes a possuiu e a corrompeu; da impureza, inveja, malícia, e ira; de toda paixão e temperamento que está atrás da carne, que brote, ou nutra sua corrupção inerente: Sabendo que seu corpo é o templo de Deus, não deverá admitir coisa alguma, vulgar ou impura, nele; e a santidade fará morada para sempre, onde o Espírito da santidade autoriza morada.
11. Ainda assim, quem quer que tu sejas, tu necessitas de uma coisa: que se junte a esperança vívida, à humildade profunda, e à fé firme, e, por meio disso, numa boa medida, limpe teu coração da poluição inata. Se tu fores perfeito, acrescenta a todos esses, misericórdia; acrescente amor, e tu terás a circuncisão do coração. "O amor é o que cumpre a lei, é a finalidade do mandamento". Muitas coisas excelentes são faladas sobre o amor; ele é a essência, o espírito, a vida e toda a virtude. Ele não é apenas o primeiro e grande mandamento, mas é todos os mandamentos em um. "Por mais que as coisas sejam justas; por mais que as coisas sejam puras; por mais que as coisas sejam agradáveis, ou honradas"; se há alguma virtude, se há algum louvor, "eles estão todos comprimidos nessa única palavra, — amor". Nisso há perfeição, glória, e felicidade. A lei excelente dos céus e terra é essa: "Tu deves amar o Senhor teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente, e com toda as tuas forças".
12. Não que isso nos proíba de amar alguma coisa, além de Deus: Ele implica que nós amemos nosso irmão também. Nem ainda, ele nos proíbe (como alguns têm estranhamente imaginado) de ter prazer em coisa alguma, a não ser em Deus. Supor isso é supor que a Fonte da santidade seja diretamente o autor do pecado; já que ele tem, inseparavelmente, juntado prazer, para o uso daquelas criaturas, as quais são necessárias para sustentar a vida que ele nos tem dado. Isso, entretanto, nunca pode ser o significado de seu mandamento. Qual o sentido real dele, ambos, nosso amado Senhor e seus Apóstolos nos dizem, muito freqüentemente, e muito plenamente, para ser mal interpretado. Eles todos testemunham, com uma só boca, que o significado verdadeiro dessas declarações diversas é: "O Senhor teu Deus é o único Senhor"; "Tu tens amado o Senhor teu Deus com todas as tuas forças"; "Tu deves ser fiel a ele"; "O desejo de tua alma deve ser o nome Dele"; -- não existe outra do que essa: O único Deus perfeito deve ser a finalidade última de vocês. Uma coisa vocês devem desejar, por causa dele, -- o proveito Dele, que é Tudo em Todos. Uma felicidade, nós podemos propor, para as almas de vocês, sempre uma união com ele que as fez; tendo "camaradagem com o Pai e o Filho"; sendo unidos ao Senhor, em um só Espírito. Um objetivo vocês devem perseguir, até o fim dos tempos, — a alegria de Deus, no tempo e na eternidade. Desejar outras coisas, tanto quanto elas puderem conduzir a isso. Amar as criaturas, já que elas procedem do Criador. Mas, em cada passo que vocês derem, seja esse o ponto glorioso que divise o objetivo de vocês. Deixem todas as afeições, pensamentos, palavras, e obras estarem subordinados a isso. O que quer que vocês desejem ou temam; o que quer que vocês busquem ou evitem; o que quer que vocês pensem ou façam, seja com o objetivo de sua felicidade em Deus, a única finalidade, e a única fonte de sua existência.
13. Não existe fim, para o fim extremo, do que Deus. Como diz nosso Senhor: "Uma coisa é necessária": E se teus olhos estiverem unicamente fixados nessa única coisa, "todo teu corpo será cheio de luz". Como diz Paulo: "Uma única coisa eu faço: eu me pressiono, em direção à marca, para o prêmio do chamado ilustre, em Cristo Jesus". Assim diz Tiago: "Limpem suas mãos, vocês, pecadores; e purifiquem seus corações, vocês irresolutos". Assim diz João: "não ame o mundo, nem as coisas que existem no mundo. Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a lascívia do olho, e o orgulho da vida, não são de Deus, mas do mundo". A felicidade buscada que gratifica o desejo e a carne, por, agradavelmente, incidir sobre os sentidos externos; o desejo do olho, da imaginação, por sua inovação, magnificência, ou beleza; ou o orgulho da vida, se pela pompa, grandeza, poder, ou, a conseqüência usual deles, aplauso e admiração; -- "não são do Pai", não vêm, e, muito menos, são aprovados, pelo Pai dos espíritos; "mas do mundo": Essa é a marca que distingue aqueles que não terão a Ele para reinar sobre si mesmos.
II.
1. Assim, eu tenho, particularmente, inquirido do que se trata a circuncisão que irá obter o louvor de Deus. Eu vou mencionar, em Segundo lugar, algumas reflexões que, naturalmente, se erguem de tal questionamento, como uma regra clara, por meio da qual, todo homem pode julgar, por si mesmo, se ele é de Deus ou do mundo. Primeiro: Fica claro, pelo que foi dito, que nenhum homem tem o mérito do louvor de Deus, a menos que seu coração seja circuncidado pela humildade; a menos que ele seja pequeno, vulgar, e vil, aos seus próprios olhos; a menos que ele esteja convencido, profundamente, dessa inata "corrupção de sua natureza", "por meio da qual, ele está muito longe da retidão original", estando inclinado a todo o mal, avesso a todo o bem, corrupto e abominável; tendo uma "mente carnal, em inimizade para com Deus, não se submetendo à Sua lei; nem ele, de fato, conseguirá isso"; a menos que sinta, continuamente, no mais íntimo de sua alma, que, sem o Espírito de Deus, latente sobre ele, ele nunca poderá pensar, falar, ou fazer alguma coisa boa, ou agradável, aos olhos Dele. Nenhum homem, eu afirmo, tem o mérito do louvor de Deus, até que ele sinta sua necessidade de Deus; nem, realmente, até que ele busque aquela "honra que vem de Deus apenas"; nem deseje ou vá atrás daquilo que vem do homem, a menos que tenda, tão somente, a isso.
2. Uma outra verdade que se segue, naturalmente, ao que já foi dito, é, que ninguém deverá obter a honra que vem de Deus; a menos que seu coração seja circuncidado pela fé; mesmo a "fé da operação de Deus": A menos que, recusando-se a, não mais, ser conduzido pelos seus sentidos, apetites, ou paixões, ou por aquele guia de cego, tão idolatrado pelo mundo, o raciocínio natural, ele viva e caminhe pela fé; dirigindo cada passo, como que "buscando a Ele que é invisível"; "olhe, não para as coisas que são vistas, as quais são temporais, mas para as coisas que não são vistas, e que são eternas"; e governe todos os seus desejos, desígnios, e pensamentos, todas as suas ações e conversas; como alguém que é incorporado dentro do véu, onde Jesus está sentado à direita de Deus.
3. Seria desejado que, aqueles que empregam muito do seu tempo e dores, em estabelecer outras fundações; fundamentando religião, na aptidão eterna das coisas, na excelência intrínseca da virtude, na beleza das ações fluindo disso; nas razões, como eles as denominam, de bem e mal, e as relações da existência de um para com o outro, fossem familiarizados com essa fé. Mesmo se, esses relatos das fundamentações do dever cristão, coincidem com as Escrituras, ou não. Se for assim, por que os homens, bem intencionados, estão perplexos, extraindo dos assuntos, de maior peso, da lei, através de uma nuvem de termos, por meio da qual, as verdades mais fáceis são explicadas na obscuridade? Se não for assim, então, seria melhor a eles considerarem quem é o autor dessa nova doutrina; se ele é, igualmente, um anjo dos céus, que prega um outro evangelho do que o de Jesus Cristo; Embora que, se ele fosse, Deus, e não nós que teria pronunciado essa sentença: "Deixe-no ser amaldiçoado!".
4. Nosso evangelho, como ele não conhece algum outro alicerce das boas obras, do que a fé, ou da fé, do que Cristo, então, ele, claramente, nos informa que nós não seremos seus discípulos, enquanto negarmos que ele é o Autor, ou seu Espírito é o Inspirador e Aperfeiçoador de ambas, nossa fé e obras. "Se algum homem não tem o espírito de Cristo, ele não é nada dele". Ele sozinho pode vivificar aqueles que estão mortos para Deus; pode soprar neles o sopro da vida cristã, e assim, prevenir, acompanhar, e os seguir com a sua graça, para trazer os desejos bons deles, para os efeitos bons. E, assim, como muitos são, dessa forma, conduzidos pelo Espírito de Deus, eles são filhos de Deus. Esse é o relato breve e claro de Deus da religião e virtude verdadeiras; e "outro alicerce, nenhum homem poderá estabelecer".
(5) Daquilo que foi dito, nós podemos, em Terceiro lugar, concluir que ninguém é verdadeiramente "conduzido pelo Espírito", a menos que "o Espírito dê testemunho com seu espírito, que ele é filho de Deus"; a menos que ele veja o prêmio e a coroa, diante dele, e "regozije-se na esperança da glória de Deus". De maneira que, erraram, grandemente, todos os que ensinaram que, servindo a Deus, nós não devemos ter uma visão, para nossa própria felicidade. Não; mas nós somos, freqüentemente e expressamente, ensinados, por Deus, a ter "apreço pela recompensa do galardão"; equilibrando a luta, com a "alegria, colocada diante de nós"; essas "aflições claras", com aqueles "pesos excessivos da glória". Sim, nós somos "estranhos à aliança da promessa", nós estamos "sem Deus no mundo", até que Deus, "da sua misericórdia abundante, tenha nos recriado, na esperança viva da herança, incorruptível, inviolada, e que não esmorece".
(6) Mas, se essas coisas são assim, é muito tempo, para essas pessoas lidarem, fielmente, com suas próprias almas, que estão, tão longe, de encontrarem, em si mesmas, essa garantia alegre de que, cumprindo os termos, obterão as promessas, daquela aliança, a respeito da disputa com a própria aliança, e blasfemam das condições dela; para reclamarem que elas são muito severas; e que nenhum homem viveu ou deverá viver para cumpri-las. O que é isso, senão reprovar a Deus, como se ele fosse um Mestre severo, requerendo de seus servos, mais do que eles são capazes de realizar? – Como se ele tivesse escarnecido das obras impotentes de suas mãos, vinculando-os às impossibilidades; ordenando-os a superar, onde, nem suas próprias forças, nem a graça foram suficientes para eles?
(7) Esses blasfemadores poderiam quase persuadir (ao imaginarem a si mesmos, inocentes) aqueles que, no extremo oposto, esperam cumprir os mandamentos de Deus, sem carregarem qualquer dor, afinal.Tola esperança! Esse filho de Adão esperar, alguma vez, ver o reino de Cristo e Deus, sem se esforçar; sem agonizar, primeiro, "para entrar no portão estreito". Que ele, que "foi concebido e nascido no pecado", e cujas "partes interiores são muito perversas", pudesse, alguma vez, hospedar um pensamento de ser "puro como seu Senhor", a menos que "cortasse fora sua mão direta", "arrancasse o olho direito, e o atirasse longe dele". Que ele pudesse, alguma vez, sonhar em abalar suas velhas opiniões, paixões, temperamentos, de ser "santificado, no espirilo, alma e corpo, completamente", sem um curso de abnegação geral, constante e continuada.
(8) O que, menos do que isso, nós podemos, possivelmente, deduzir das palavras acima citadas de Paulo, que vivendo "enfermidades terríveis, nas reprimendas, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias", pela causa de Cristo; que, estando cheio de "sinais, e maravilhas e prodígios"; que, tendo sido "pego no terceiro céu"; ainda assim, (como um recente autor, fortemente, expressou), não tivesse ele essa constante abnegação, todas as suas virtudes seriam consideradas incertas, e mesmo sua salvação considerada em perigo? "Assim, corro eu", diz ele, "não, de modo incerto"; então, "luto eu, não, como alguém que dá socos no ar". O que ele, plenamente, nos ensina, é que ele que assim não corre, e que assim não nega a si mesmo, todos os dias, corre, de modo incerto, e luta, para tão pequeno propósito, como aquele que "dá socos no ar".
(9) Para quão pequeno propósito ele fala de "lutar a luta da fé"; quão, vaidosamente, espera obter a coroa da idoneidade, (como nós podemos, por fim, inferir das observações precedentes) aquele cujo coração não é circuncidado pelo amor? Amor, removendo a luxúria da carne, a lascívia do olho, e o orgulho da vida, -- comprometendo o homem, completamente, corpo, alma e espírito, na busca ardorosa desse objetivo único, -- é tão essencial para um filho de Deus, que, sem ele, quem quer que viva é tido como morto diante dele. "Ainda que eu falasse as línguas dos homens e anjos e não tivesse amor; seria como metal que soa, ou como o sino que tine. Ainda que eu tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria". Não, "ainda que eu desse toda a minha fortuna, para o sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo, para ser queimado; e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria".
(10) Aqui, então, está a soma da lei perfeita; essa é a verdadeira circuncisão do coração. Deixe o espírito retornar para Deus que o deu, com toda a série de afeições. Deixe os rios fluírem novamente, para o lugar de onde todos vieram. Outros sacrifícios de nós ele não iria querer; mas o sacrifício vivo do coração que ele tem escolhido. Deixe-no ser, continuamente, oferecido a Deus, através de Cristo, em flamas de amor santo. E não permita que alguma criatura compartilhe com ele. Porque ele é um Deus zeloso. Seu trono ele não irá dividir com algum outro: Ele irá reinar, sem rival. Que nenhum desígnio, nenhum desejo seja admitido lá, mas o que ele tem por seu objetivo último. Esse é o caminho, onde, aqueles filhos de Deus caminharam, aqueles que, estando mortos, ainda falam a nós: "Deseje não viver, mas louvar seu nome: Deixe todos os seus pensamentos palavras, e obras, tenderem para sua glória. Coloque seu coração firme nele, e, em outras coisas, apenas, se elas estão Nele, ou são Dele. Deixe seu coração ser preenchido, inteiramente, com o amor Dele, que você não amará coisa alguma, a não ser por causa Dele. Tenha uma pura intenção de coração, uma consideração firme para com sua glória, em todas as suas ações. Fixe seus olhos, na esperança abençoada do seu chamado, e faça todas as coisas do mundo servirem a ele". Para que, então, e não até que, então, "seja aquela mente em nós, a qual também estava em Jesus Cristo"; quando, "em todo mover do nosso coração, em toda palavra de nossa língua, em toda obra de nossas mãos", nós "não possuamos nada, a não ser, em relação a ele, e em subordinação ao seu prazer"; quando nós, também, não pensamos, falamos ou agimos para cumprir nossa "própria vontade, mas a vontade dele que nos enviou", quando, o que quer que comamos ou bebamos, o que quer que façamos, for tudo feito para a glória de Deus".
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