sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

POR QUE ANTIGAS CIDADES E CIVILIZAÇÕES DESAPARECERAM

Sabemos que muitas civilizações e cidades antigas desapareceram como resultado do julgamento de Deus. A Bíblia está repleta de tais indicações. Algumas explicações naturais, todavia, também devem ser brevemente observadas.

As cidades eram geralmente construídas em lugares de fácil defesa, onde houvesse boa quantidade de água e próximo a rotas comerciais importantes. Tais lugares eram extremamente raros no Oriente Médio antigo. Assim, se alguma catástrofe produzisse a destruição de uma cidade, a tendência era reconstruir na mesma localidade. Uma cidade podia ser amplamente destruída por um terremoto ou por uma invasão. Fome ou pestes podiam despovoar completamente uma cidade ou território. Nesta última circunstância, os habitantes poderiam concluir que os deuses haviam lançado sobre o local uma maldição, ficando assim temerosos de voltar. Os locais de cidades abandonadas reduziam-se rapidamente a ruínas. E quando os antigos habitantes voltavam, ou novos moradores chegavam à região, o hábito normal era simplesmente aplainar as ruínas e construir uma nova cidade. Formavam-se, assim, pequenos morros ou taludes, chamados de tell, com muitas camadas superpostas de habitação. Às vezes, o suprimento de água se esgotava, rios mudavam de curso, vias comerciais eram redirecionadas ou os ventos da política sopravam noutra direção -o que resultava no permanente abandono de um local.


A ESCAVAÇÃO DE UM SÍTIO ARQUEOLÓGICO

O arqueólogo bíblico pode ser dedicar à escavação de um sítio arqueológico por várias razões. Se o talude que ele for estudar reconhecidamente cobrir uma
localidade bíblica, ele provavelmente procurará descobrir as camadas de ocupações relevantes à narrativa bíblica. Ele pode estar procurando uma cidade que se sabe ter existido, mas ainda não foi positivamente identificada. Talvez procure resolver dúvidas relacionadas à proposta identificação de um sítio arqueológico. Possivelmente estará procurando informações concernentes a personagens ou fatos da história bíblica que ajudarão a esclarecer a narrativa
bíblica.

Uma vez que o escavador tenha escolhido o local de sua busca, e tenha feito os acordos necessários (incluindo permissões governamentais, financiamento, equipamento e pessoal), ele estará pronto para começar a operação. Uma exploração cuidadosa da superfície é normalmente realizada em primeiro lugar,
visando saber o que for possível através de pedaços de cerâmica ou outros artefatos nela encontrados, verificar se certa configuração de solo denota a presença dos resto de alguma edificação, ou descobrir algo da história daquele
local. Faz-se, sem seguida, um mapa do contorno do talude e escolhe-se o setor (ou setores) a ser (em) escavado (s) durante uma sessão de escavações. Esses setores são geralmente divididos em subsetores de um metro quadrado para facilitar a rotulação das descobertas.


A ARQUEOLOGIA E O TEXTO DA BÍBLIA

Embora a maioria das pessoas pense em grandes monumentos e peças de museu e em grandes feitos de reis antigos quando se faz menção da arqueologia bíblica, cresce o conhecimento de que inscrições e manuscritos também têm uma importante contribuição ao estudo da Bíblia. Embora no passado a maior parte do trabalho arqueológico estivesse voltada para a história bíblica, hoje ela se volta crescentemente para o texto da Bíblia.

O estudo intensivo de mais de 3.000 manuscritos do N.T. grego, datados do segundo século da era cristão em diante, tem demonstrado que o N.T. foi notavelmente bem preservado em sua transmissão desde o terceiro século até agora. Nem uma doutrina foi pervertida. Westcott e Hort concluíram que apenas uma palavra em cada mil do N.T. em grego possui uma dúvida quanto à sua genuinidade.

Uma coisa é provar que o texto do N.T. foi notavelmente preservado a partir do
segundo e terceiro séculos; coisa bem diferente é demonstrar que os evangelhos, por exemplo, não evoluíram até sua forma presente ao longo dos primeiros séculos da era cristã, ou que Cristo não foi gradativamente divinizado
pela lenda cristã. Na virada do século XX uma nova ciência surgiu e ajudou a provar que nem os Evangelhos e nem a visão cristã de Cristo sofreram evoluções até chegarem à sua forma atual. B. P. Grenfell e A. S. Hunt realizaram escavações no distrito de Fayun, no Egito (1896-1906), e descobriram grandes quantidades de papiros, dando início à ciência da papirologia.

Os papiros, escritos numa espécie de papel grosseiro feito com as fibras de juncos do Egito, incluíam uma grande variedade de tópicos apresentados em várias línguas. O número de fragmentos de manuscritos que contêm porções do N.T. chega hoje a 77 papiros. Esses fragmentos ajudam a confirmar o texto feral encontrado nos manuscritos maiores, feitos de pergaminho, datados do quarto século em diante, ajudando assim a forma uma ponte mais confiável entre os manuscritos mais recentes e os originais. O impacto da papirologia sobre os estudos bíblicos foi fenomenal. Muitos desses papiros datam dos primeiros três séculos da era cristã. Assim, é possível estabelecer o desenvolvimento da gramática nesse período, e, com base no argumento da gramática histórica, datar a composição dos livros do N.T. no primeiro século da era cristã. Na verdade, um fragmento do Evangelho de João encontrado no Egito pode ser paleograficamente datado de aproximadamente 125 AD! Descontado um certo tempo para o livro entrar em circulação, deve-se atribuir ao quarto Evangelho uma data próxima do fim do primeiro século -é exatamente isso que a tradição cristã conservadora tem atribuído a ele. Ninguém duvida que os outros três Evangelhos são um pouco anteriores ao de João. Se os livros do N.T. foram produzidos durante o primeiro século, foram escrito bem próximo dos eventos que registram e não houve tempo de ocorrer qualquer desenvolvimento evolutivo.

Todavia, a contribuição dessa massa de papiros de todo tipo não pára aí. Eles demonstram que o grego do N.T. não era um tipo de linguagem inventada pelos seus autores, como se pensava antes. Ao contrário, era, de modo geral, a língua do povo dos primeiros séculos da era cristã. Menos de 50 palavras em todo o N.T. foram cunhadas pelos apóstolos. Além disso, os papiros demonstraram que a gramática do N.T. grego era de boa qualidade, se julgada pelos padrões gramaticais do primeiro século, não pelos do período clássico da língua grega. Além do mais, os papiros gregos não-bíblicos ajudaram a esclarecer o significado de palavras bíblicas cuja compreensão ainda era duvidosa, e lançaram nova luz sobre outras que já eram bem entendidas. Até recentemente, o manuscrito hebraico do A.T. de tamanho considerável mais antigo era datado aproximadamente do ano 900 da era cristã, e o A.T. completo era cerca de um século mais recente. Então, no outono de 1948, os mundos religioso e acadêmico foram sacudidos com o anúncio de que um antigo manuscrito de Isaías fora encontrado numa caverna próxima à extremidade noroeste do mar Morto. Desde então um total de 11 cavernas da região têm cedido ao mundo os seus tesouros de rolos e fragmentos. Dezenas de milhares de fragmentos de couro e alguns de papiro forma ali recuperado. Embora a maior parte do material seja extra bíblico, cerva de cem manuscritos (em sua maioria parciais) contêm porções das Escrituras. Até aqui, todos os livros do A.T., exceto Éster, estão representados nas descobertas. Como se poderia esperar, fragmentos dos livros mais freqüentemente citados no N.T. também são mais comuns em Qumran (o local das descobertas). Esses livros são Deuteronômio, Isaías e Salmos. Os rolos de livros bíblicos que ficaram melhor preservados e têm maior extensão são dois de Isaías, um de Salmos e um de Levítico.

O significado dos Manuscritos do Mar Morto é tremendo. Eles fizeram recuar em mais de mil anos a história do texto do A.T. (depois de muito debate, a data dos manuscritos de Qumran foi estabelecida como os primeiros séculos AC e AD). Eles oferecem abundante material crítico para pesquisa no A.T., comparável ao de que já dispunham há muito tempo os estudiosos do N.T. Além disso, os Manuscritos do Mar Morto oferecem um referencial mais adequado para o N.T., demonstrando, por exemplo, que o Evangelho de João foi escrito dentro de um contexto essencialmente judaico, e não grego, como era freqüentemente postulado pelos estudiosos. E ainda, ajudaram a confirma a exatidão do texto do A.T. A Septuaginta, comprovaram os Manuscritos do Mar Morto, é bem mais exata do que comumente se pensa. Por fim, os rolos de Qumran nos ofereceram novo material para auxiliar na determinação do sentido de certas palavras hebraicas.


Objeções Históricas Contra sua Autenticidade

Para apoiar esta teoria do caráter quase-histórico, ou mesmo alegórico do Livro de Jonas, levantam-se pelo menos quatro objeções contra a credibilidade da narrativa bíblica aqui registrada. Cada objeção será estudada aqui pela ordem, com as fraquezas específicas do argumento, devidamente indicadas.

1) Tem sido dito que era inconcebível que um rei da Assíria pudesse ter sido chamado “rei de Nínive” apenas, por um autor hebraico vivendo no período assírio. Só um escritor que vivia numa época bem posterior, muito depois do desaparecimento da Assíria, teria empregado tal terminologia. Mas esta maneira de tratar o uso que Jonas fez do título “rei de Nínive” dificilmente pode ser considerada satisfatória. Nenhum autor antigo que se tenha referido a Nínive em qualquer registro que sobreviveu até nós (em acadiano, hebraico, grego ou latim) parece ter ignorado ser Nínive capital do império assírio. Seria uma atitude simplória querer crer que um autor, vivendo no ano 430 a.C., supusesse que o rei de Nínive não fosse também o rei da Assíria. Certamente os autores gregos, tais como Heródoto no quinto século e Xenofonte no quarto século, conheciam bem o império assírio, e Heródoto, pelo menos, sabia que Nínive era sua capital. Devemos, portanto, procurar outra explicação deste título “rei de Nínive” no terceiro capítulo de Jonas. A linguagem hebraica bem atestada nos Livros históricos do Antigo Testamento oferece boas analogias para este título. Por exemplo, embora seja declarado que Acabe era rei de Israel (do Reino do Norte inteiro, portanto), ocasionalmente é chamado “rei de Samaria” (1 Reis 21.1), sendo que Samaria era a capital do reino. Da mesma forma,
Bem-Hadade era bem conhecido como rei da Síria, para o autor das Crônicas (Aram), mas nem por isso deixou de chamá-lo “rei de Damasco” em certas ocasiões (2 Cr 24.23). Mais uma vez, o nome da cidade capital foi empregado no título real. A expressão de Jonas, “rei de Nínive” é uma maneira paralela de se escrever, conforme os exemplos supra.

2) Insiste-se, também, que Nínive é descrita com o verbo no passado (hãyetah - “era”), em 3.3. Isto indicaria, decerto, que a cidade não existia mais; senão, o autor teria dito, “E Nínive estava sendo (tihyeh) uma cidade grande”. Reconhece-se que o autor poderia ter mencionado o tamanho da cidade com o verbo no imperfeito (tihyeh) se quisesse; mas evidentemente seu propósito especial naquela altura da narrativa era enfatizar o fato que Nínive já se tinha transformado numa cidade de grandes proporções (e provavelmente estava maior ainda na data da composição do Livro, ou seja, em 760 a.C.) A única maneira de se exprimir este pensamento “viera a ser”, era por meio do tempo perfeito, hãyetah.

3) O tamanho enorme atribuído a Nínive seria obviamente um elemento fabuloso na narrativa. O autor declara que levou três dias para atravessar a cidade, por causa das suas vastas dimensões (3.3, 4). Mas deve ser notado que o texto não diz realmente que Jonas levou três dias a percorrer Nínive sem parar. Só declara que levou três dias ao passar por ela na sua missão de pregador. Pregar nas esquinas das ruas exige uma parada de certo tempo em cada lugar onde se prega a mensagem. Três dias realmente não seriam um período longo demais para completar esta tarefa numa cidade que pode ter contido até 600.000 habitantes (a julgar pelo número de 120.000 crianças sugerido em Jonas 4.11) no oitavo século. Acrescenta-se a população dos subúrbios, que naturalmente pode ter sido considerável. A distância toda através do distrito administrativo de Nínive era de 50 a 100 km? Pelo contexto, é justo supor-se que a frase “caminho dum dia” (mahalak yõm ’ehãd) se referisse àquela parte da metrópole que conseguiu cobrir enquanto fazia uma pausa para pregar em cada ponto vantajoso donde poderia atrair a atenção do povo.

4) Declara-se ser inconcebível que qualquer cidade pagã como Nínive pudesse ter-se arrependido tão rapidamente e de maneira tão geral em resposta à exortação dum estrangeiro desconhecido vindo dum país pequeno e distante. O decreto do rei de que todos os habitantes devessem vestir-se de pano de saco, vestindo até os animais com os símbolos de luto, seria nada menos do que absurdo. Isto, também, deve ser considerado como elemento de fábula. Precisa ser reconhecido, porém, que tal resposta da parte duma população pagã era nada menos do que milagre, mas a narrativa explica com clareza que a vontade e o poder do Deus onipotente estavam por trás de todo o acontecimento. Não teria havido muita razão de ser, a insistência de Deus que Jonas fosse a Nínive se Ele mesmo não estivesse disposto a tornar eficaz a pregação do profeta. Quem pode definir limites ao poder do Espírito Santo em convencer pessoas quando Sua verdade está sendo pregada? Se os ninivitas tivessem ficado apreensivos com uma destruição geral que envolveria a cidade inteira, inclusive os animais domésticos, e não somente os habitantes humanos, não seria mais apropriado, do ponto de vista deles, revestir os próprios animais com tais símbolos de contrição?

Além de tais considerações teóricas, há também algumas evidências históricas que durante o ministério de Jonas, havia épocas durante as quais teria ele achado uma atmosfera muito favorável às suas mensagens monoteísticas. É provável que o rei de Nínive e de Assíria naquela época fosse Adade-Nirari III (810-783 a.C.). É sabido que este rei confinou sua adoração ao deus Nebo exclusivamente, tendo avançado mais na direção da monolatria do que quaisquer outro ocupante do trono da Assina. Em segundo lugar, Steinmueller (CSS, Vol. II, p. 289) sugeriu que se Jonas tivesse chegado em Nínive um pouco mais tarde, durante o reinado de Assurdã III (771-754), teria achado a população psicologicamente disposta a aguardar uma catástrofe total, porque uma praga severa sobreveio à cidade em 765, e tinha havido um eclipse total do sol em 15 de junho de 763. Seguiu-se outra praga em 759.


FUNÇÕES DA ARQUEOLOGIA BÍBLICA

A arqueologia auxilia-nos a compreender a Bíblia. Ela revela como era a vida nos tempos bíblicos, o que passagens obscuras da Bíblia realmente significam, e como as narrativas históricas e os contextos bíblicos devem ser entendidos.

A Arqueologia também ajuda a confirmar a exatidão de textos bíblicos e o conteúdo das Escrituras. Ela tem mostrado a falsidade de algumas teorias de interpretação da Bíblia. Tem auxiliado a estabelecer a exatidão dos originais gregos e hebraicos e a demonstrar que o texto bíblico foi transmitido com um alto grau de exatidão. Tem confirmado também a exatidão de muitas passagens das Escrituras, como, por exemplo, afirmações sobre numerosos reis e toda a narrativa dos patriarcas.

Não se deve ser dogmático, todavia, em declarações sobre as confirmações da arqueologia, pois ela também cria vários problemas para o estudante da Bíblia. Por exemplo: relatos recuperados na Babilônia e na Suméria descrevendo a criação e o dilúvio de modo notavelmente semelhante ao relato bíblico deixaram perplexos os eruditos bíblicos. Há ainda o problema de interpretar o

relacionamento entre os textos recuperados em Ras Shamra (uma localidade na Síria) e o Código Mosaico. Pode-se, todavia, confiantemente crer que respostas a tais problemas virá com o tempo. Até o presente não houve um caso sequer em que a arqueologia tenha demonstrado definitiva e conclusivamente que a Bíblia estivesse errada!


As Lições do Dilúvio

Naturalmente, são infinitas as lições que o dilúvio nos ensina. Vamos pensar apenas em algumas:

1) O dilúvio nos fala da obstinação humana que amou mais o pecado do que a Deus.

2) O dilúvio nos fala da desobediência e rebelião do coração humano.

3) Todo pecado será castigado.

4) “De Deus não se zomba, pois aquilo que o homem semear, isto também ceifará”.

5) O dilúvio nos fala da disposição de Deus em não apanhar o pecador de surpresa.

6) O dilúvio nos fala que Deus galardoa o justo. Noé foi premiado.

7) Noé foi salvo pela fé (Hb 11.7).

8) Os anos que Noé gastou construindo a arca, foram tempos de oportunidade para o homem se arrepender e deixar os seus pecados.

9) O tempo que precederá a volta de Jesus será semelhante aos dias que antecederam o dilúvio, como afirmou o Senhor Jesus em Lucas 17.26, 27.

a) como lá não houve preparo, aqui também não haverá;

b) como lá desprezaram a Deus, aqui será o mesmo;

c) como lá não creram na Palavra de Deus, aqui também não crerão;

d) como lá se distraíram, aqui está acontecendo o mesmo;

e) como lá pereceram, aqui também perecerão.


10) Deus não mais destruirá este mundo com água; tudo está reservado para o fogo (2Pd 3).


O longo dia de Josué (10.12-14)

O Livro de Josué registra vários milagres, mas nenhum deles tem sido considerado tão notável e debatível como aquele que se vincula à prolongação em vinte e quatro horas do dia no qual se travou a batalha de Gibeom. Uma objeção tem sido levantada de que se a terra realmente tivesse deixado de girar durante um período de vinte e quatro horas, catástrofes inconcebíveis teriam ocorrido no planeta inteiro, afetando todas as coisas na sua superfície. Enquanto as pessoas que crêem na onipotência de Deus dificilmente conceberiam que Deus não poderia ter evitado tais desastres, interrompendo as leis físicas que poderiam ter causado tais danos, não parece ser absolutamente necessário (na base do texto hebraico) entender que o planeta inteiro tivesse sofrido uma interrupção súbita da sua rotação. O versículo 13 declara que o sol “não se apressou a pôr-se, quase por um dia inteiro”. As palavras “não se apressou” parecem indicar um retardamento do movimento a tal ponto que a rotação tivesse levado 48 horas e não 24. Apoiando esta interpretação, pesquisas revelam que iontes egípcias, chinesas e hindus conservam antigas narrativas dum dia prolongado. Blackr e Harry Rimmer relatam que certos astrônomos chegaram a conclusão de que falta um dia inteiro em nossos cálculos astronômicos. Rimmer declara que o Professor Pickering do Observatório de Harvard fixou este dia num período que coincidiria com a época de Josué; Dr. Totten de Yale, igualmente, conforme Rsmm, CVSS 159. Ramm declara, porém, que não pode achar qualquer documentação para substanciar esta noticia. Outra possibilidade tem sido deduzida, duma interpretação ligeiramente diferente da palavra dõm, que tem sido traduzida, “detém-te”. O verbo usualmente significa “calar-se”, “cessar”. Dr. E. W. Maunders de Greenwich, e Robert Dick Wilson de Princeton entendem que a oração de Josué seria uma petição para que o sol cessasse de espalhar seu calor sobre suas tropas, para que pudessem levar adiante a batalha com condições mais favoráveis. A chuva de pedras tremendamente destrutiva que acompanhou a batalha dá algum motivo para crer-se neste ponto de vista, que tem sido apoiado por homens de inquestionável ortodoxia. Apesar disto, precisa ser reconhecido que o v. 13 parece indicar um prolongamento do dia: “O sol, pois, se deteve no meio do céu (na metade do seu percurso), e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro”.

O Comentário Bíblico do Antigo Testamento de Keil e Delitzsch sugere que a prolongação sobrenatural do dia teria acontecido se, para Josué e todos os israelitas, parecesse sobrenaturalmente prolongado, a ponto de lhes permitir concluir nele o trabalho de dois dias. Teria sido muito difícil para eles medir o tempo se o próprio sol não tivesse se movimentado (isto é, se não tivesse havido nenhuma rotação da terra) no ritmo normal. Acrescentam outra possibilidade, de que Deus tivesse produzido uma prolongação óptica da luz do sol, no sentido de refrações especiais dos raios, tornando-a visível depois do horário do pôr do sol.

No Novo Comentário da Bíblia, o (Davidson-Stibbs-Kevan), o comentarista Hugh J. Blair sugere que a oração de Josué tenha sido proferida cedo de manhã, sendo que a lua estava no oeste e o sol no leste. A resposta veio na forma duma chuva de pedras que prolongou a escuridão, facilitando assim o ataque de surpresa feito pelos israelitas. Na escuridão da tempestade, portanto, a derrota do inimigo se completou. Devemos, pois, falar da “noite comprida” de Josué, e não do “dia comprido” de Josué. Isto, por certo, é essencialmente o mesmo ponto de vista de Maunders e Wilson Tal interpretação não exige que a terra tivesse sido parada na sua rotação, mas dificilmente se enquadra na declaração em 10.13, sendo, portanto, de valor duvidoso.


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